Imperfect Life escrita por larah16, annylopez


Capítulo 2
Começo Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!
Bom..eu não estava conseguindo postar o capítulo...mas parece que agora vai! kkk. Espero que gostem. Bora ler, né?



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Quando duas pessoas decidem construir uma família, elas pensam em ter os filhos e dar o melhor para eles, tanto no emocional quanto nas necessidades. Eles querem ter os filhos para tornar a vida deles completa, e para dar continuidade na família. Eu sinceramente discordo. Quem é que no seu juízo perfeito, queria ter um filho, nas atuais condições do mundo? Com a camada de Ozônio sendo destruída, a água ameaçando acabar, as geleiras dos pólos derreterem e inundar o planeta? Aonde foi parar a SANIDADE das pessoas? Num mundo assim, tão ameaçado, devastado, eu não iria querer trazer uma criança pra viver nesse mundo tão incerto, que pode acabar a qualquer momento...

- Ei, porque não temos um filho? – o marido perguntou.

- E por que você acha que a gente pode ter um filho, idiota? – a mulher pergunta, irritada.

- Ué. É só a gente fazer sexo e esperar o bebê nascer ora bolas. É tão fácil.

- Ou, mas você é anta né. E como você acha que a gente vai sustentar essa criança? Já percebeu que a gente não trabalha?

Ele bufa contrariado. – Dôô...e pra quê que servem os filhos? A gente cuida deles e depois coloca para trabalhar pra gente ué. Vamos, por favor? Vai ser legal, diz que sim, siimm??

Esse é um típico exemplo de uma família hipócrita, e do porque existem várias crianças lotando orfanatos e outras milhões morrendo de fome na rua com seus pais. Não aconteceria se os pais tivessem uma boa estrutura e um bom planejamento.

Como foi no meu caso.

Eu me sentia a criança mais feliz do mundo, ao lado dos meus pais. Sempre que eles tinham um dia de folga, me levavam para sair. Hora para um passeio n o parque, ou ao clube, quase sempre em um lugar diferente. Tudo era perfeito. Como uma criança sempre sonhou. Mas como todos, um dia a gente cresce, e as coisas também ficam diferentes.

Era tudo como um conto de fadas, onde a pequena filha era tratada como uma princesa. Tudo como num filme. Mas um dia o filme acaba, e o que se passa a ver e encarar é a realidade. E aí você começa a realmente ‘fazer’ o seu próprio filme. Sem chance de concertar erros, e sem direito a replay. Um filme sem edições. O filme da minha vida.

[...]

Em casa, eu só sentia falta de uma coisa: alguém para brincar comigo. Assim que eu fui crescendo aos poucos minhas necessidades foram mudando e meus pais sempre estavam cansados demais para brincar comigo. Então, desde pequena eu tive que aprender a me virar sozinha. Juntava meus brinquedos e brincava de casinha, ou usava o tempo livre para pintar, etc. Aprender a se virar sozinha não é algo que se aprende quando criança, mas ao longo do tempo vai se adquirindo uma certa experiência até chegar a certo ponto em que você já sabe se cuidar.

Com certeza teria sido melhor se eu tivesse tido alguém para brincar. Sempre me lembrava dos meus amigos da escola, e de como era bom brincar com eles. A maioria deles tinham irmãos ou irmãs e eu sentia inveja deles por isso. Um dia eu me enchi de coragem e pedi para minha mãe.

- Mamãe, eu queria um irmãozinho.

Lembro exatamente de como seu rosto se tingiu de vermelho rapidamente e do modo como ela falou impiedosa e com a respiração entrecortada. Naquele momento foi a pior coisa que eu ouvi, em meus cinco anos de vida.

- Mas é claro que NÃO! Você sabe o que é ter um filho? Já me basta ter que alimentar e cuidar de uma só, imagina de mais uma boca. Que pedido mais idiota, minha filha! – Ela ralhou comigo, á beira da histeria.

Saí correndo da sala e fui para meu quarto, já com as lágrimas escorrendo por meu rosto. Subi as escadas tropeçando por causa da visão turva. Me joguei na cama, já soluçando. As lágrimas escorriam como cascatas pelo meu rosto e banhavam meu cobertor. Pouco tempo depois, minha mãe entrou no quarto.

- Ooowww, minha bebezinha, me desculpa filhota. Não precisa chorar. – Falou com a voz melosa.

QUERIA O QUÊ? EU ERA SÓ UMA CRIANÇA, PÔ!

- Mas a senhora...gritou comigo. – Falei, entre soluços.

- Eu sei minha filha. Mas é que a mamãe está um pouco estressada, por causa do trabalho. E porque você quer um irmão, minha filha? – Perguntou.

- É só que...eu queria alguém para brincar comigo. – Falei, chorosa.

Ela não respondeu. Ela ficou um tempo comigo, esperando que eu adormecesse, e esquecesse o assunto. Não foi o que aconteceu. Pelo menos, não exatamente. Eu nunca esqueci o que tinha acontecido e o que eu queria, só que não toquei mais no assunto com ela. Ficava com meus pensamentos só para mim.

O dia amanheceu, e minha mãe me levou para a escola. Eu já estava aprendendo a ler, e meus pais ficaram muito felizes comigo. E com isso eu tinha outra coisa para fazer. Levava vários livros da escola para ler em casa. Já conseguia ler tudo sozinha. Então, ficava a maior parte do tempo em meu quarto lendo.

Mas, assim que comecei a crescer e aprender a fazer as coisas sozinha, meus pais começaram a me deixar de lado. Eles não me levavam mais para sair, e me davam cada vez menos atenção. Agora eles só se importavam com suas próprias coisas.

EI, EU EXISTO!

Semanas depois...

Quando o dia estava escurecendo, resolvi descer para a cozinha, ver se o jantar estava pronto. Quando cheguei, ouvi meus pais conversando. Escondi-me e escutei a conversa. Mas eu não sou curiosa...eu só queria saber o que era que eles conversavam tão baixo....tá bom, eu sou curiosa, fato.

- Não se preocupe, querida. Eu posso arranjar um outro emprego melhor. Nós não vamos passar fome. É pra isso que eu trabalho. - Meu pai falava, com sua voz rouca.

- Eu sei que não vai nos faltar comida, é só que nunca sobra dinheiro para comprar outras coisas. Roupas, sapatos...meu guarda-roupa está ficando repetitivo. - Falou minha mãe.

- Calma. Olha, se eu arranjar um emprego melhor, nós teremos mais dinheiro, assim, podemos sair para fazer compras, que tal?

- É mesmo. Não tenho com o que me preocupar, posso aguentar mais algum tempo. Eu te amo, Charlie.

- Eu também te amo, meu amor.

Não acredito que minha mãe estava dando uma crise de histeria, por causa disso. Bufei e entrei na cozinha. Jantei o mais rápido que pude, lavei os poucos pratos e voltei para meu quarto.

Dias depois...

Minha rotina continuava a mesma. Ia para a escola de manhã, quando chegava, ficava esperando minha mãe chegar. Naqueles dias ela estava me ensinando a arrumar a casa. Era bom, pelo menos eu passava algum tempo com minha mãe. Minutos depois, ela chegou do trabalho, me deu um beijo e foi preparar o almoço. Ela fez meu prato preferido. Lasanha. Depois de almoçar, ela resolveu me ensinar a limpar a casa, o que eu aprendi com facilidade. Terminado, eu fui para meu quarto, fazer minhas tarefas do dia. Não tinha muita coisa, então, terminei rápido.

Fui para a sala assistir televisão. Passei os canais, procurando alguma coisa que me interessasse. Pouco depois, minha mãe apareceu na sala, abaixou o volume da TV, e sentou ao meu lado.

- Querida, eu tenho que te contar uma coisa. – Ela falou.

- Pode falar mãe. – Falei.

- Eu e seu pai, estamos um pouco... vamos dizer assim, sem dinheiro. Então, nós vamos evitar sair, ou gastar dinheiro desnecessário. –disse, desanimada.

- Eu entendo mãe. Isso não é problema pra mim. Vai dar tudo certo.  – falei, abraçando-a.

- É, e agora seu pai vai trabalhar no final de semana também, então, você vai vê-lo muito pouco. Eu não vou, alguém tem que cuidar de você. – afirmou ela.

- É claro, mãe. A senhora é a mãe mais bonita do mundo inteiro... – Estendi os braços, para mostrar o quanto.

Não sei porque ela estava se dando o trabalho de me contar aquilo, afinal, eu era apenas uma criança de cinco anos, porque eu me preocuparia com aquilo? Eu não era do tipo consumista e nunca fui de ficar pedindo dinheiro para meus pais, a menos que fosse algo importante.

Minha mãe se chamava Renée. Tinha cabelos castanhos e curtos, olhos azuis, era mediana e magra. Tinha a pele de uma cor incrível. Ela trabalhava de doméstica, numa casa muito grande, de uma família muito rica. Era tudo o que eu sabia. Já meu pai, era policial. Era a única experiência que ele tinha. Ele era mais alto que minha mãe, era magro mas tinha o corpo definido. Eu era, sei lá, uma mistura dos dois.

Esse foi o começo da minha vida. Se continuasse desse jeito, nunca precisaria ter feito o que eu fiz. Mas as coisas mudam e, às vezes, ficam de um jeito que a gente não queria...e então, chega a hora em que criamos nossas asas e finalmente nos lançamos ao nosso primeiro vôo.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
Esses primeiros capítulos podem ser um pouco rápidos, mas é que eu estou querendo chegar logo na parte que interessa, que é quando ela está um pouco mais velha.

Mandem reviews!!
Bejus da LoLa!!



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