A Força dos Otakus escrita por L Okihiro


Capítulo 15
Primeiro dia de viagem


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei a postar o capítulo, MUITO e vcs podem, definitivamente, me xingar nos reviews (mas tem que postar review). Eu fiz um esforcinho e consegui. Realmente espero que gostem, boa leitura.



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Era estranho, depois desse tempo no QG, se protegendo, se escondendo, lutando e até vendo pessoas tombarem em minha frente voltar para um mundo que parecia não estar nem um pouco abalado, me deixava abalado. Pouquíssima coisa havia mudado.

O horário que escolhemos para sair era categoricamente caótico, então passamos despercebidos, apesar de que, me pergunto quem perceberia dois adolescentes com roupas normais, faces normais, jeitos normais.

Para evitar chamar muita atenção, tipo andar com um letreiro de neon gigante: “Hey, que tal me sequestrar, prender e torturar?”, na testa a Yue desenvolveu um feitiço simples para ocultar a minha zampakutou e certa adaga de prata, que parecia ter sido feita por certo alquimista, que eu nunca vira na vida, mas a Yue jurava ser uma espécie de herança familiar.

Não demoramos muito para chegar ao nosso primeiro destino, mas deu para observar uma série de mudanças sutis, como o policiamento nas ruas, cartazes falando sobre recrutamento militar...

Bom, eu, definitivamente, nunca tinha imaginado que esse lugar seria assim, na verdade eu nunca tinha parado para pensar como seria a casa da Yue, normalmente ela que ia para casa do resto do pessoal, na verdade eu sabia pouquíssima coisa sobre a vida da Yue, só que ela morava com pai, quer dizer, tecnicamente sim, mas em geral ele viajava e ela vivia com alguma babá ou coisa do gênero...

Enfim, o condomínio era de tirar o fôlego, nem me dei ao trabalho de contar o número de andares, mas era bem grande, pelo visto era um daqueles sutis, grandes, confortáveis, modernos, mas com um toque mais antigo, apartamento (coisa de gente bem rica). Nossa, a Yue era rica, não conseguia imaginar essa situação, acho que principalmente porque sempre vivi muito bem como classe média média.

- Tem certeza que não quer ir à sua casa, não Naoki? – Yue me indagou.

- Oi? Não, não precisa não. Eu tenho tudo que preciso aqui, e é melhor minha mãe acreditar que eu estou por perto. Imagina se ela surta! Ia ser terrível. – Mostrei um sorriso caloroso, mas eu estava preocupado, eu dificilmente passava mais que uma semana sem ver minha mãe, era assim desde “O caso Hideo”, minha mãe ficou muito abalada desde que “ele” saiu de casa, então era melhor sim. Sim, sim, era sim.

Yue não teve dificuldades para entrar no prédio visto que ela era moradora e assim, rapidamente chegamos ao seu andar. O estranho era que o andar era gigantesco e nele só havia um apartamento, o que me levou a crer que o apartamento da Yue era uma mansão portátil, e pensar que eu num chegava a ter nem uma TV portátil. Minha suposição se confirmou rapidamente quando uma mulher abriu a porta, arregalou os olhos para Yue e começou a berrar com ela sobre irresponsabilidade, não dar recado e infartos súbitos do miocárdio. Enquanto isso, eu observava as duas me ignorarem completamente.

- Vamos, vamos, entre logo, sua pirralha. Juro a você como eu quase ligava para o seu pai. – A mulher falou.

- Que exagero! Não precisava disso tudo não, você sabe que meu pai é completamente liberal quanto a isso. – Replicou Yue.

A mulher virou, fitou Yue e mordeu o lábio inferior, chutaria que ela estava pensando em como a Yue pareceu ter evitado dizer: “(...) você sabe que meu pai não tá nem aí para mim ou para esse tipo de coisa”.

Acho que foi aí que ela me notou porque tomou um susto ao me ver e indagou rápido:

- E esse garoto aí? Quem é?

- Ah, esse é o Naoki, lembra? Eu já te falei dele. Eu vou viajar com ele... Quer dizer... Com a família dele esse fim de semana, e com o resto do pessoal. Vim pegar algumas besteiras minhas, sabe... – Curta, direta e com um toque de egoísmo, típico da Yue.

- Então melhor eu ligar para o seu pai e avisar, né? – Ela respondeu.

- Não, claro que não precisa. Eu sei que posso, só ia atrapalhar ele. – Particularmente senti uma pontada no coração e dava para ver que aquela mulher também sentiu algo semelhante.

- Bom, é isso. Já decide. Vem entra Naoki, vamos pro meu quarto. – Ela falou e me puxou pelo pulso. Enquanto ela andava, dei uma última olhada para trás a tempo de ver a babá da Yue me fuzilando com o olhar.

O quarto da Yue (olha a interpretação, viu? Sem ideias pervertidas pro meu lado) era bem espaçoso, tinha uma capa bem maior que a minha um super guarda-roupa, uma estante com seus milhares de mangás (pelo menos posso me orgulhar de ter mais do que ela, né?) os quais fiquei olhando enquanto ela retirava mais roupas e colocava na bolsa.

Saímos tão sutis e rápidos como entramos, apesar do esforço da babá para que a Yue ficasse mais um pouco.

Assim que saímos, retirei meu telefone do bolso. Confirmei a hora e digitei o número de um cara que ia nos ajudar. Troquei algumas palavras rápidas e ele deu o lugar de encontro.

- E aí? Ele conseguiu? – Perguntou Yue.

- Sim, sim. Até conseguiu encher o tanque, disse que fica por conta dele. – Soltei uma gargalhada, o Gustavo era um cara muito legal mesmo. Não era Otaku, bem Nerd, mas Otaku não. Morava no meu prédio, havia pego o carro da minha mãe num verdadeiro golpe de mestre, ele sempre adorou fazer esse tipo de coisa. Também ficou encarregado de contar a verdade caso se tornasse necessário.

- Bom, melhor irmos andando. Seria bom se conseguíssemos sair da cidade ainda hoje. Você pegou o carregador especial para o notebook? – Falei.

- Claro! Você vai querer que eu ponha os mapas assim que sairmos da cidade?

- Pode ser, basicamente só sei andar por aqui mesmo. Ah, e se der, já vai pesquisando as pousadas nas outras cidadezinhas próximas, não vamos andar muito hoje.

- Ok, ok!

~.~

O ponto de encontro era bem simples, mas movimentado, era uma lanchonete bem estilo anos 80, tinha até uma comida legal, chegamos e rapidamente o encontramos. Sentamos na mesma mesa, eu peguei umas batatinhas que ele estava mordiscando, ele reclamou, nos rimos, eu apresentei a Yue, ele discretamente pôs a chave do carro no bolso dela enquanto ela se levantava para abraça-lo (bem típico dele, ele adorava esse tipo de coisa).

- Então, quanto tempo faz que a gente não se vê? Semanas? Meses? – Ele perguntou com um sorriso.

- Hum... Na verdade nem sei ao certo. – Falei. Yue acompanhava a conversa com os olhos.

- Bom, mas nesse tempo muita coisa mudou, não é mesmo Naoki?

- Essas loucuras da guerra, cada vez mais políticos renunciando seus cargos e sendo substituídos por militares, essa tal de corrente “Neomonroe”... – Ele praticamente sussurrou dessa vez.

- Nossa! Realmente uma loucura! E na TV o que anda passando? E a internet? Nossa, parece que eu me desliguei do mundo. – Dei a risada mais falsa que pude, mas o Gustavo se ligava fácil em indiretas.

- Por enquanto tudo na mesma, e eu até gosto do jeito que tá, com exceção aos intervalos pra avisos dos políticos e tal...

- Sei, e na Cidade Central? Eu soube que estão havendo uns ataques chegando próximos a ela. Parece que são uns loucos guerrilheiros e traficantes, né?

- Ah, é. Ouvi muitas notícias falando disso. Mais acho que a Cidade Central anda meio agitada de um jeito ou de outro, com a guerra, o ministro de defesa e o general das forças armadas sendo forçados a tomar medidas mais extremas... Ah e tem também o presidente, nossa, disseram que ele foi vítima de um atentado, e o Ministro da Defesa fez um comunicado especial dizendo que era mais seguro que ele se mantivesse na Casa Presidencial e tudo mais... Algumas pessoas estavam dizendo que ele estava “preso”, eu acho que faz muito sentido fazer isso, e os EUA estão nos ajudando também, mandaram mais tropas para ajudar-nos. Enfim, eles tem sido ótimos amigos. – Ele colocou um pingo bem forte de amargura na última frase.

- Seei... Bom, saber que as coisas estão indo bem, afinal, o Japão não é qualquer país e meio que isso é uma guerra meio pesada pra o País, nós nunca fomos muito disso e tal...

Ele deu uma sonora gargalhada.

- É, meu amigo, você realmente se desligou um pouquinho da realidade, o País está meio longe dessa definição pacífica, na verdade, ultimamente a América Latina como um todo anda meio longe dessa definição. – Eu realmente não entendi o que Gustavo queria dizer com isso, como assim América Latina?  - Bom, acho melhor você ir agora. – Ele falou enquanto jogava a cabeça para a porta de onde dois policiais entravam.

Yue e eu nos levantamos fizemos uma saída bem “normal” e até metódica demais, demos meia volta e fomos para o estacionamento. O carro estava lá, simples, popular, econômico, nada demais.

Abrimos as portas e entramos, eu coloquei a chave na ignição (N.T de alguém_eu: Tem gente que chama de Miolo do Contato, mas pra num ter confusão é o lugar no carro em que você coloca a chave e gira. Eu sei que vocês sabem, só pra conferir ^^. Voltando...), o carro ligou e roncou um tanto preguiçoso.

Nossa, fazia tempo que eu não dirigia, pedi aos céus que nos protegessem e me fizessem dirigir corretamente. Yue ligou o nosso “computador de bordo”.

- Então, Taichou, precisa de algo? – Ela virou o rosto para mim sorrindo. É, meu querido amigo Hiro tinha bom gosto.

- Não, Yue fukutaichou, por enquanto está tudo bem. – Retribui o sorriso.

- Permissão para ler os últimos capítulos dos mangás da semana, senhor? – Ela pediu batendo continência.

Coloquei o carro pra andar e respondi:

- Como quiser Yue-san.

Andamos um pouco em silêncio até que uns minutos depois, ela se espreguiçou, fechou o notebook e o apoiou em cima do painel do carro.

- Nossa. Mal da para acreditar nisso, né? Parece até um sonho. Isso tudo que tá acontecendo com a gente... – Ela exclamou.

- Bom, pelo menos assim você tem certeza que não é um sonho. Nunca se pensa na possibilidade de ser um sonho quando REALMENTE estamos sonhando. – Eu falei esboçando um sorriso.

Ela olhou para mim com cara de tédio.

- Aff, às vezes você fala umas coisas tão esquisitas, Naoki!

- Faz parte meu amor. Ah, foi mal, nem posso mais te chamar de ‘Meu amor’, né? – A encarei por alguns segundos.

Ela me encarou de volta, levemente surpresa, mas contornou a situação com um:

- Tá vendo? Fez de novo. Não faço ideia do que você está falando.

Eu ri novamente.

- Tá legal, finge aí que eu finjo aqui, beleza? – Dei uma pausa até continuar. – Mas você tá certa sim. É uma loucura, completamente surreal. Sabe, ainda lembro-me daquela menina sendo morta na minha frente e juro como tenho vontade de fazer com que tudo isso seja um sonho... Ou um pesadelo. Mas eu não consigo, simplesmente não consigo voltar atrás.

Ela olhou para mim com um semblante sério.

- É, eu sei bem como é. Você já viu o “ritual” que eu faço para repetir o que aconteceu com a gente?

Acenei que não com a cabeça.

- É terrível, doí muito em mim, principalmente depois do que eu vi a que eu estou sujeitando-os, mas algo me impele a fazer isso. Como se fosse meu dever entende? A única coisa que posso fazer para ajudar!

- Ah, Yue não diga isso. Você é uma pessoa muito forte, nunca vai ser como se “isso ou aquilo é a única coisa que você pode fazer”. Eu nunca faria isso com você, ninguém faria isso com você, todo mundo te respeita mesmo os que te conhecem a pouco tempo. – Não era como se eu a tivesse consolando, eu simplesmente estava falando a verdade.

Ela deu uma risadinha.

- Tá vendo? Por isso que você tinha que ser o líder do grupo do Leste. Naoki, o Líder do Leste. Esse título foi feito pra você! Sem falar que você sempre falava nisso, né? Adorava dar títulos para todo mundo. Tetsuo, o nerd da sala; Hiro, o saradão; Yue, a general de mão-de-ferro. – Ela deu uma sonora gargalhada e eu a acompanhei. – Sabe, nunca entendi porque justo eu, uma menina doce e perfeita recebeu esse título.

Eu ri mais uma vez.

- Meio óbvio, né Yue? Nós somos praticamente uma party mista, e partys mistas sempre dão problemas. Principalmente quando você está “naqueles dias”.

Ela me deu um cascudo na cabeça, foi na força “Yue”, o que significa que pode ficar roxo.

- Ué, e por acaso não é verdade? – Perguntei

- Aff, você radicaliza tudo, Naoki.

Eu ri e ficamos um pouco quietos até que ela voltou a puxar assunto:

- Então, o que você pensa em fazer nessa tal reunião, hein?

- Sinceramente? Ouvir. Acho que não estamos em posição de exigir nada, muito menos nos impor. Os outros dois grupos foram reconhecidos e já estão atuando. Eu não sei se o que eles estão fazendo é certo, entende? Mas algo me impele a acreditar que isso é o que eu devo fazer. Vou pedir o que é de necessidade máxima para gente, eles devem ter conseguido esse tipo de coisa de algum jeito, né? Afinal, não se tornaram famosos do nada. Em troca, vou no mínimo oferecer minha ajuda para causa deles, eu sei que eles não estão lutando por besteira, eu sei que eles têm um motivo bom, posso sentir isso, não são como esses ‘grupos guerrilheiros’ que existem ainda hoje e que só fazem merda se sustentando em crimes. Eu sei que eles têm um motivo para lutar, e mesmo que ninguém do nosso grupo quiser lutar, eu as protegerei e lutarei, porque assim como você sinto que é o que devo fazer. Isso vem me importunando há bastante tempo e decidi simplesmente aceitar essa realidade.

- Entendo, eu vou com você Naoki. Então, por favor, não se esqueça de nós. Nenhum de nós estava brincando quando dissemos que seremos seus companheiros e que lhe acompanharemos para onde você quiser ir. Confiamos em você. – Ela falou com um sorriso estampado no rosto.

- Bom e você? Conseguiu alguma dica do que seria “aquela voz” que nós ouvimos? – Continuei.

- Não, nenhuma...

- Sério mesmo? Você às vezes parece: “A portadora da voz misteriosa”; “A garota que cria o exército”...

- Tá vendo? Você não tem jeito, adora as alcunhas, Naoki, Líder do Leste.

Depois dessa ficamos calados por um longo tempo, a “viagem” foi tranquila porque assim que anoiteceu Yue procurou uma pousada barata na região e nós nos hospedamos. Era uma pousada realmente simples, pegamos um quarto só por uma questão de segurança e economia, a pousada dava direito ao café da manhã então essa seria nossa única refeição certa para o amanhã, mas estava valendo.

Preferimos não sair do quarto então vimos umas notícias pela TV, até então nada alarmante e fomos dormir um tanto cedo.

Eu acordei mais cedo que ela, então levantei, tomei um banho, escovei os dentes, troquei de roupa e assim que estava pronto olhei para ela dormindo. Decidi deixar ela assim, abri a porta e pus os pés para fora. Virei-me e vi a minha zampakutou (que ainda estava protegida pelo feitiço da Yue), voltei a peguei e a firmei na minha cintura.

O dia estava levemente frio, o ar estava pesado e parecia que uma fina névoa cobria as ruas bem desertas, o sol lançava fracos raios de sol. Eu usava um casaco com uma camisa qualquer por dentro e minha calça jeans e meus tênis surrados de sempre. Andava e pensava o dia estava ótimo para isso, o tempo estava exatamente como eu gostava tudo estava muito bem até que eu vi.

Dois policiais fortemente armados levavam dois homens para um beco escuro. Os dois homens estavam surrados e sangrando, um deles estava sendo arrastado. O outro ainda falava:

- Não, não somos japoneses. Por favor, não faça isso, por favor, não. Eu pago, eu dou um jeito de arrumar mais dinheiro para vocês, mas, por favor, não façam isso.

O policial que carregava o homem que ainda falava deu um golpe com o fundo de sua arma bem no rosto do homem que cuspiu sangue no chão.

Pus o capuz na cabeça e me esgueirei pela parede próxima ao beco, olhando partes enquanto os policiais jogavam as duas pessoas no chão.

- Levante! – Um dos policiais gritou. – Vamos, levante agora!!

O homem que mal falava tentou se levantar ficando de quatro, mas assim que se levantou um dos policiais o chutou e ele caiu.

Eu apartei o punho da minha espada e liberei parte dela. A raiva estava borbulhando em mim, se ele fizesse mais uma coisa, eu ia lá espancar os dois policiais e ajudar os caras caídos, mas o que o cretino fez foi algo que eu realmente não esperava.

Ele levantou sua arma e atirou na cabeça do homem, uma pessoa, espancada, torturada e morta por nada, ABSOLUTAMENTE NADA.

Eu levei um susto com o estalo da arma, meu coração disparou, mas a raiva se tornou ódio e a adrenalina fez meu coração pulsar a mil por hora.

Assim que o policial mirou no outro homem que caia em desespero sobre o corpo morto de seu amigo, eu pulei entre eles. Não sei como, mas a minha espada deslizou pela superfície fria da arma e a cortei no meio. O outro policial apontou sua arma para mim e atirou, eu usei o shumpo, fui ao seu lado e empurrei sua arma para o lado, a bala disparada bateu no ombro de seu companheiro que gritava. No mesmo instante, enquanto girava, usei a coronha para bater no seu rosto.

Com a força que eu usei tenho quase certeza que ele quebrou o maxilar, em menos de um minuto eu nocauteei dois policiais. O que tinha apenas o braço baleado ainda tentou recuperar a outra arma, mas eu a chutei pra longe e falei:

- Henkan... – Minha voz retumbou estrondosa e imponente por todo local. – Samjyuugurin.

Minha espada explodiu em cinzas para longa em seguida se reunir de novo enquanto eu falava:

- Souten ni saze, HYOURINMARU. – A zampakutou mudou de força rapidamente, a névoa se atenuou subindo e ficando mais densa. O policial da mandíbula quebrada se encolheu, enquanto o outro mantinha os olhos fixos em mim e recuava se arrastando.

A corrente e a lâmina em forma de lua crescente, presas ao cabo da minha zampakutou, agitavam como a cauda de uma cobra.

- O que vocês fizeram é imperdoável. – Falei com a voz retumbando e um relâmpago seguido de um trovão me acompanhou. – Isso é um absurdo. Eu quero que parem, AGORA, com essa merda. Vão, relatem o ocorrido EXATAMENTE como aconteceu e mandem ter cuidado, pois vocês estão lidando com o Líder da guerrilha do Leste, eu sou aquele que irá assumir o poder. Vocês entenderam?

Uma neve fina e inusitada caia lenta e vagarosamente. Eu chutei o mais próximo e apesar do tiro no braço ele se levantou de sobressalto levantou o outro policial e saíram no passo mais rápido que podiam para algum lugar que não sabia qual era.

A Hyourinmaru assim como toda a neve e névoa ao nosso redor sumiu e foi substituída por um monstro em formato de arraia gigante enquanto sussurrava um nome: “Minazuki”

Quando me virei o homem espancado que ainda estava vivo chorava e tremia próximo ao corpo de seu amigo. Eu me abaixei e lhe disse que ia ajuda-lo. Minazuki o engoliu e senti-a recorrendo as minhas forças para curar o homem.

Abaixei-me sobre o corpo, ainda estava quente e rosado, mas ao por a mão em seu pescoço e conferir seu pulso era inevitável que ele estava morto.

Tinha que me apressar, agora nós simplesmente não podíamos mais ficar ali, calculei que tínhamos uns 30 minutos na dianteira, talvez 40 se tivéssemos sorte. Em alguns minutos Minazuki soltou o homem curado e se aproximou da minha bainha onde voltou ao formato de zampakutou. Minha testa estava molhada de suor, eu tinha feito esforço suficiente.

O homem ainda tremia ao olhar para mim, mas não insisti. Simplesmente disse para ele voltar para casa, pegar o que fosse preciso pra viver, talvez recolher sua família se fosse o caso para por fim fugir para onde desse para ir, pedi que se escondesse. Ele hesitou por uns momentos me encarando e depois saiu correndo. Olhei para o corpo. “Não posso fazer muito por ele”, pensei. A adrenalina de instantes e que ainda queimava meu corpo me deu coragem suficiente para cremá-lo e após encarar isso jogar suas cinzas ao vento.

Pedi perdão ao pobre homem, mas naquele momento era tudo que eu podia fazer por ele e sua alma.

Pus o capuz de volta e usei o shumpo para voltar para o quarto na pousada.

Assim que abri a porta arfando vi um a Yue pasma que olhou para mim e falou com voz autoritária:

- Onde você estava? Quer me matar do coração?

- Engraçado você falar isso, porque temos uns 20 minutos para dar no pé antes de sermos caçados, então arrume tudo que der. Em cinco minutos eu volto com alguma pra gente comer e a gente entra no carro e vai embora. Entendeu?

Ela meneou a cabeça assustada e fez menção de falar alguma coisa, eu fiz sinal para ela ficar quieta e disse:

- Explico depois, por favor!

Em 17 minutos, entramos no carro. Eu dei partida e fomos andando para um horizonte cada vez mais ensolarado, mas que parecia nos atrair para uma armadilha cada vez maior.


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Notas finais do capítulo

Party: Tipo, Hiro Mashima usou esse termo algumas vezes, me refiro a grupos de companheiros que trabalham juntos (tipo, Erza, Lucy, Gray, Natsu e Happy), sacaram?



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