A New Beginning escrita por lalys


Capítulo 6
De onde vem os bebês?




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Era manhã de domingo. Valentina assistia um desenho qualquer na televisão, enquanto comia o seu cereal, ou melhor, remexia o seu comer. Eu tentava ler as noticias dos jornais, mas estava com os meus pensamentos no futuro almoço em família. Estava definitivamente perdido. Dona Lily provavelmente me condenaria à forca, ou me entregaria ao tribunal da Santa Inquisição...

-Pai! – Valentina falou me despertando do meu transe.

- Oi querida! – falei abaixando o meu jornal.

- Eu posso perguntar uma coisinha? – ela questionou andando até o meu sofá e se sentando ao meu lado.

- Claro anjinho! – adiantava dizer que não? Ela perguntaria da mesma forma. Eu já havia convivido de mais com a peça para saber como funcionava o seu gênio.

- De onde vêm os bebês? – ela falou com os olhos brilhantes de curiosidade.

Eu gelei, me engasguei com a minha saliva e as minhas mãos gelaram. Como eu iria explicar isso para ela?

Claro que quando eu tinha idade dela, tinha as minhas duvidas sobre esses tipos de assuntos, mas eu pensei que ela já houvesse esclarecido as suas com a Blair. Afinal essas coisas são típicas para as mães resolverem.

- Hum... – eu precisava ganhar tempo. Eu não podia dizer à menina que os bebês são provenientes de um ato sexual, ela vai acabar me perguntando o que é sexo e...

- Sim? – ela parecia que estava prestes a descobrir o maior segredo da humanidade.

- A cegonha trás! – falei a coisa mais obvia do mundo.

- Como assim? – ela questionou colocando os cabelos atrás da orelha.

- Ela traz o bebezinho para quem quer ter um, sabe ter um filho e... – tentei não olhar em seus olhos, que me observavam atentamente.

- E como a cegonha sabe que os pais querem bebês? E por que a mamãe nunca falou comigo sobre isso? Por que se ela me desse esse número, ou e-mail, eu queria para avisar a cegonha que eu gostaria de um irmãozinho?

Telefone? E- mail? Ela realmente caiu nessa história?

Sorrir presunçosamente. Eu ainda conseguia conversar qualquer um, principalmente uma garotinha de cinco anos de idade.

- Provavelmente a sua mamãe não tem o número, por que a cegonha da um número novo a cada casal, e como a Blair não tem um marido, ela não tem um número novo! – esperei pacientemente a Valentina absorver a informação.

- Isso é confuso! – ela admitiu por fim – Por que não vendem bebês no supermercado? – questionou em um tom que me lembrava a Serena, quando mais nova, e a sua duvida cruel em decidir se comprava uma bolsa da Prada ou da Chanel.

- Por que, os bebês não são mercadorias! – falei satisfeito comigo mesmo, que a nossa conversa não ter chegado ao ponto de falarmos de sexo.

- Eu ainda não entendi se os bebes não podem ser vendidos em supermercados por que a cegonha pode dá aos pais? – ela falou confusa.

- Por que os pais escolhem se querem ter filhos ou não! – expliquei um pouco impaciente. A Valentina perguntava de mais, tinha duvidas de mais para o meu gosto.

- Hum... – ela falou pensativa – Deixa vê se eu entendi, os bebês são trazidos pelas cegonhas e não podem ser vendidos no supermercado ou qualquer loja de brinquedos, por que os pais têm que querer ter um bebe! Está certo?- ela falou tão concentrada que tive que me segurar para não rir.

- Isso mesmo, querida! – falei – Agora é melhor você ir se arrumar, nós vamos almoçar na casa de tia Serena! – expliquei e ela concordou dizendo que não iria demorar, e subiu as escadas rapidamente. Subi logo atrás e fui ao seu quarto.

Valentina tinha largado o seu pijama num quanto do quarto e seguido para o banheiro, espalhando as coisas na pia. Apanhei a sua roupa e coloquei no cesto de roupa suja, enquanto colocava a sua toalha no cabide próximo ao box, onde ela tomava banho animada. Ela adorava ir à casa de Serena – adorava brincar com os meus sobrinhos e conversar com a tia sobre a gravidez.

Hoje seria um dia difícil, para todos, principalmente para a Val. Mamãe não era uma pessoa fácil de conviver. E quando o assunto era a Blair, ela se tornava insuportável. Desde o momento que a conheceu, mostrou que a detestava. Afinal, como ela mesma havia dito: “Você merece coisa melhor Charles, essa garota só que lhe dá um golpe do baú, não vou me surpreender se um dia ela aparece grávida!”.

- Pai, falta muito para Sophia nascer? – Val perguntou me despertando do transe.

- Não, querida!

- Legal! – falou animada – Eu estava com saudades da Eli e do Jorginho! Nós vamos brincar muitão! – ela exclamou e eu rir, com o seu exagero.

- A palavra muitão não existe, Val! – corrigir.

- Ah tá! – falou concordando, parecendo que já era adulta, e eu me controlei para não rir – Ok! – ela falou desligando o chuveiro e pegando a sua toalha cor de rosa – Eu posso perguntar uma coisinha, papai? – ela falou manhosa em cima do tapete felpudo.

Abaixei-me em sua direção a ajudando a se enxugar. Com o máximo de delicadeza que possuía, passei outra tolha em seus cabelos, enquanto ela enxugava o seu corpinho.

- Pode, filha! – falei.

- Por que o senhor tá tristinho? – ela perguntou dengosa e eu sorrir.

- Quem disse que eu tô triste? – perguntei e ela colocou uma das mãos no meu rosto e com a outra apertou o meu nariz, tentando me animar.

- Dá pra vê! – ela exclamou – Eu amo, papai, muito! – ela falou e eu sorrir como um abestalhado. Era a primeira vez que ela dizia que me amava – Não quero vê o senhor tristinho e nem caladinho!

- Eu amo você, minha pequena! – falei a abraçando, apertando-a contra o meu corpo e ela riu divertida da minha atitude, jogando a cabeça para trás, igualzinho como à mãe fazia. Balancei a cabeça levemente tirando a imagem da Blair da minha cabeça, eu precisava esquecê-la. Valentina era a única coisa que importava no momento.

- Vamos, papai! – ela me chamou – Eu quero brincar com os meus priminhos! – Val falou puxando a minha mão em direção ao seu quarto extremamente cor de rosa.

Chegando lá, ela abriu o seu guarda-roupa tirando de lá uma calcinha branca e o seu vestido azul com bolinha coloridas. Rapidamente ela se vestiu, logo depois calçou um par de sapatilhas azuis.

- Val! – chamei a sua atenção, quando ela começou a passar desajeitadamente à escova em seu cabelo – Deixe-me ajuda-la! – falei e ela sorriu animada e correu em minha direção, entregando-me a escova – Eu quero lhe dizer uma coisa... – comecei enquanto passava o mais delicadamente possível à escova em seu cabelo – Na casa da tia Serena hoje, vai está duas pessoas que vieram te conhecer! – tentei explicar simplesmente. Eu não diria a uma criança, que a sua avó estava vindo tirar essa história a limpo, como ela disse ao telefone.

- Quem é? – Val perguntou curiosa – Como eles são? Eles são legais? Bonitos? – perguntou inocentemente. Valentina amava fazer perguntas e só parava quando toda a sua curiosidade estava saciada, isso poderia ser no segundo em que respondesse a sua pergunta, ou demorar semanas. Tudo dependia se a sua resposta fosse satisfatória.

- Calma pequena curiosa! – brinquei terminando de arrumar o seu cabelo - Uma pergunta de cada vez! - beijei-lhe a sua bochecha e ela riu virando para me encarar, com os seus enormes olhos castanhos ameados, tão iguais ao da Blair.

- O senhor vai me dizer... – ela falou fazendo um biquinho de birra.

- Lembra quando você me perguntou sobre os meus pais? – perguntei e ela balançou a cabeça afirmativamente – Então você não me disse que queria vê-los...

- E o senhor disse que eles moravam longe, muito longe que tinha até que pegar o avião! – me interrompeu – Ai eu disse que tinha medo de avião! – explicou sorrindo.

- Isso mesmo, pequenina! – falei – Então eles estão aqui para te conhecer! – “e acabar com o resto da minha vida”. Pensei. Mamãe me esfolaria vivo e ainda era capaz de dá os meus restos mortais para os cachorros.

- Ótimo! – falou batendo palminhas e dando pequenos pulinhos – Eles são legais? Bonitos? Eu vou levar a Felícia para eles conhecerem... – tagarelou animada.

- Ei princesinha! – chamei a sua atenção segurando as suas mãozinhas antes que ela não só levasse Felícia, o ursinho cor de rosa, como a sua coleção de bonecas para casa de Serena, fazendo a minha mãe enfartar com a animação da Val – Vá com calma! – alertei – Seus avós vão ficar até o Natal – expliquei – Não precisa levar os brinquedos para que eles os conheçam, provavelmente viriam aqui!

- Ta bom! – falou um pouco menos animada e eu rir – Mas nós já podemos ir? Você se parece mais com o vovô ou com a vovó? – tagarelou enquanto começávamos a descer as escadas.

- Como é? – perguntei sem entender.

- Eu to falando com o quem o senhor se parece! – tentou explicar – Sabe, eu me pareço muito com a mamãe...

- Eu me pareço com o seu avô! – falei simplesmente. As perguntas da Valentina ainda me deixavam a minha cabeça doida, não tanto quanto ela iria ficar depois do almoço-do-sacrifício, como o meu cunhado denominou.

Dona Lily iria me matar, e não haveria nada que alguém pudesse fazer. Pensando nisso sair em direção ao abate.


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Notas finais do capítulo

Meninas, eu sei que prometi não demorar mais com os capítulos, mas foi impossível cumprir com a promessa, eu estava totalmente sem ideia para continuar a fic - por isso me desculpem o capitulo, eu não gostei dele.
Prometo que o próximo capítulo sai no final de semana que vem, ou antes disso e se vocês comentarem bastante e me animaria mais ainda se tivesse alguma recomendação!!!
Espero que tenham gostado do capitulo, e comente para mim saber se devo ou não continuar!!!!
beijomeliga
xoxo
Lay