Flor Negra escrita por Julia


Capítulo 7
Capítulo 7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/133414/chapter/7

Monte Étena (Hades)

  Ele imergiu do Submundo em sua carruagem de ébano que era puxava por vários cavalos alados igualmente negros. Os olhos do deus vislumbraram ao longe a presença de uma jovem que corria, a principio, Hades se deu ao luxo de imaginar que Córe estava brincando, distraindo-se em sua ausência, por alguns instantes ele permitiu seu coração vislumbrar a alegria e a simpatia da deusa.

  Mas então ele notou, que ela não estava brincando, tão menos se distraindo. Córe estava fugindo. Ela corria desesperadamente e sem rumo. Hades então ordenou que seus seres alados cavalgassem até a deusa, que ao notar a aproximação dos cavalos gritou e tentou correr ainda mais.

  Apenas da convulsão em que sua mente se encontrava devido as atitudes de Córe, ele sábia de uma coisa: não poderia deixa-lá fugir de forma alguma, ele precisava dela em seus domínios, e quando a mesma estivesse sã e salva entre seus braços ele se preocuparia em descobrir o que a fizera fugir daquela forma.

  Os cavalos se aproximaram da deusa, que em desespero gritou até que os fortes braços de Hades a alcançaram e a colocaram dentro da carruagem do deus. A primeira coisa que ele viu foi o terror nos olhos de Córe, e tão visível era a dor da deusa que o coração de Hades se partiu em centelhas, como vidro estilhaçado. Ele sentiu sua respiração fraquejar, e um terrível peso de culpa lhe atingiu as costas.

  Ela tem medo de mim. O pensamento confuso se sobressaiu em sua mente. E logo então a culpa foi substituída pelo ódio e por um terrível sentimento de posse. Mas ela será minha. Ele jurou a si mesmo, e ao ver Córe debatendo-se para fugir da carroagem, Hades a puxou para seus braços e a segurou enquanto sua quadriga de cavalos e seu senhor voltavam ao Submundo, levando consigo a bela flor de Deméter.

Monte Étena (Córe)

  A principio nem ela mesma sábia o motivo de seu medo, Córe entendia que deveria correr e voltar ao palácio de sua adorada mãe o mais rápido possível, antes que a personificação de seus pesadelos a encontrasse. A deusa correu sobre o tapete de narcisos brancos que floresciam sobre a grama, ela se lembraria de pedir desculpa a cada uma das flores por te - lás machucado quando chegasse em casa. E quando ela achou que estava certa, quando ela se deu ao luxo de pensar que estava a salvo o relinchar dos cavalos alcançou seus ouvidos.

  Por pouco tempo a deusa ficou paralisada, observando os animais que vinham ferozmente em sua direção. O medo a impossibilitou de correr, e até mesmo de chorar. O terrível senhor que comandava os cavalos abaixou-se em sua direção e a tomou em seus braços, ela mal teve tempo de gritar quando notou que já estava dentro da carruagem. Debatendo-se insanamente, a deusa tentou pular, tentou chamar por ajuda, mas aquele homem lhe impediu, ele a puxou para si, apertou-a em seus braços de modo que ela não pode se mover nem mesmo gritar, e a única coisa que Córe fez foi observar a doce luz de seu mundo ser substituída pela escuridão de um lugar que transmitia e abrigava a morte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo inspirado na música: Blush - plumb, versão de 2011.