Flor Negra escrita por Julia
Monte Étena (Hades)
Ele imergiu do Submundo em sua carruagem de ébano que era puxava por vários cavalos alados igualmente negros. Os olhos do deus vislumbraram ao longe a presença de uma jovem que corria, a principio, Hades se deu ao luxo de imaginar que Córe estava brincando, distraindo-se em sua ausência, por alguns instantes ele permitiu seu coração vislumbrar a alegria e a simpatia da deusa.
Mas então ele notou, que ela não estava brincando, tão menos se distraindo. Córe estava fugindo. Ela corria desesperadamente e sem rumo. Hades então ordenou que seus seres alados cavalgassem até a deusa, que ao notar a aproximação dos cavalos gritou e tentou correr ainda mais.
Apenas da convulsão em que sua mente se encontrava devido as atitudes de Córe, ele sábia de uma coisa: não poderia deixa-lá fugir de forma alguma, ele precisava dela em seus domínios, e quando a mesma estivesse sã e salva entre seus braços ele se preocuparia em descobrir o que a fizera fugir daquela forma.
Os cavalos se aproximaram da deusa, que em desespero gritou até que os fortes braços de Hades a alcançaram e a colocaram dentro da carruagem do deus. A primeira coisa que ele viu foi o terror nos olhos de Córe, e tão visível era a dor da deusa que o coração de Hades se partiu em centelhas, como vidro estilhaçado. Ele sentiu sua respiração fraquejar, e um terrível peso de culpa lhe atingiu as costas.
Ela tem medo de mim. O pensamento confuso se sobressaiu em sua mente. E logo então a culpa foi substituída pelo ódio e por um terrível sentimento de posse. Mas ela será minha. Ele jurou a si mesmo, e ao ver Córe debatendo-se para fugir da carroagem, Hades a puxou para seus braços e a segurou enquanto sua quadriga de cavalos e seu senhor voltavam ao Submundo, levando consigo a bela flor de Deméter.
Monte Étena (Córe)
A principio nem ela mesma sábia o motivo de seu medo, Córe entendia que deveria correr e voltar ao palácio de sua adorada mãe o mais rápido possível, antes que a personificação de seus pesadelos a encontrasse. A deusa correu sobre o tapete de narcisos brancos que floresciam sobre a grama, ela se lembraria de pedir desculpa a cada uma das flores por te - lás machucado quando chegasse em casa. E quando ela achou que estava certa, quando ela se deu ao luxo de pensar que estava a salvo o relinchar dos cavalos alcançou seus ouvidos.
Por pouco tempo a deusa ficou paralisada, observando os animais que vinham ferozmente em sua direção. O medo a impossibilitou de correr, e até mesmo de chorar. O terrível senhor que comandava os cavalos abaixou-se em sua direção e a tomou em seus braços, ela mal teve tempo de gritar quando notou que já estava dentro da carruagem. Debatendo-se insanamente, a deusa tentou pular, tentou chamar por ajuda, mas aquele homem lhe impediu, ele a puxou para si, apertou-a em seus braços de modo que ela não pode se mover nem mesmo gritar, e a única coisa que Córe fez foi observar a doce luz de seu mundo ser substituída pela escuridão de um lugar que transmitia e abrigava a morte.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Capítulo inspirado na música: Blush - plumb, versão de 2011.