Capítulo 22 – Os Eréziz

Todos olhávamos abismados para os recém chegados.

-Quem são vocês? –ouvi Carlisle perguntar.

-Somos quem comanda verdadeiramente o mundo sobrenatural. –anunciou uma a mesma voz feminina. –Somo os Eréziz. –ela gesticulou para a legião atrás de si. –Eu sou Wells a alta sacerdotisa. –ela apontou para o lado, para um homem baixo de cabelos amarrados em rabo de cavalo e com uma barba cumprida. –Este é Raul, o nosso Oráculo, é ele quem tem nos alertado sobre tudo o que vem acontecendo nos últimos meses, mas a situação fugiu de nosso controle e resolvemos intervir pessoalmente.

-O que vocês realmente são? –perguntou Edward.

-Somos Bruxos-Vampiros. –Wells disse.

-Bruxos-Vampiros? –perguntei.

-Sim.

-Como isso é possível? –Carlisle disse num tom baixo.

-Na verdade a história não é muito comprida. –ela disse. –Vejam por vocês mesmos. –ela disse fechando os olhos e então imagens transpareceram em minha mente, como se eu estivesse vendo um filme.

Narrador

A muito tempo atrás, quando o primeiro bruxo e o primeiro vampiro reinavam pelo mundo. A filha de Merlin, o primeiro bruxo, Cassandra se envolveu com o filho de Drácula, o primeiro vampiro, Vladimir. Desse relacionamento foi gerada uma criança, uma vampira com os poderes de um bruxo e com a aparência de um vampiro e imortal, a criança foi nomeada como Ava. Quando o mundo dos bruxos e vampiros tomaram conhecimento sobre a existência dessa criança, separaram seus pais e a mantiveram em cativeiro para poderem descobrir mais sobre ela e quais seriam os seus poderes.

Quando Ava completou 15 anos, Drácula e Merlin, seu avós lhe contaram sua história e ao descobrir que seus pais haviam sido queimados vivos em uma grande fogueira a garota perdeu o controle de seus poderes fugindo do lugar que havia sido sua prisão, matando o maior número de humanos, bruxos e vampiros em seu caminho, incluindo Drácula e Merlin.

Com seus poderes fora de controle Ava caminhou pelo mundo a fora descontrolada por anos e anos. Os bruxos e vampiros vendo que os seus estavam sendo caçados e extirpados resolveram intervir. Capturaram Ava e em uma fogueira diante de toda a população bruxa e vampira queimaram-na viva, e enquanto ardia nas chamas ela jurou que se vingaria da morte sua e de seus pais.

Por milênios sua alma vagou a procura de um hospedeiro forte o suficiente para que ela pudesse fazer a sua justiça. Durante 21 anos ela viveu esperando o dia em que ela se vingaria, mas então ela se apaixonou por um homem e com ele teve uma filha, amando os seus sua alma desistiu de sua vingança. Então quando tudo estava perfeito ela havia visto seu marido ser dilacerado por um lobisomem e sua filha quase morrer nas garras do mesmo e para proteger quem amava ela deu sua vida. Selando assim a sua trajetória no mundo, pois o veneno de um lobisomem é o único capaz de matar uma alma de forma que ela não possa voltar mais... Mas enquanto morria a alma de Ava transferiu todos os seus poderes para a garotinha indefesa que chorava vendo seus pais morrendo.

O que nenhum bruxo e nem vampiro poderia adivinhar é que quando Ava vagava descontrolada pelo mundo em seu próprio corpo, em busca de sua vingança é que ela havia tido seus próprios herdeiros, e que eles tiveram os seus.

Durante séculos os Eréziz, uma Seita formada pelos primeiros herdeiros de Ava, comandou anonimamente os dois mundos. Os únicos que tinham conhecimento sobre o que e quem eles eram os líderes de cada povo: Aro Volturi - filho de Claus segundo filho de Drácula - e Alvo Dumbledore – o último descendente de Merlin.

Narrado por Bella

Eu estava chocada com tudo o que eu havia acabado de ver. Assistir aos meus pais sendo mortos novamente foi tão horrível quanto da primeira vez, durante os anos minha mente trabalhou para esquecer aquelas imagens, e os detalhes foram esmorecendo, fazendo com que eu lembrasse somente das piores partes, mas agora eu tinha certeza de que eu lembraria de todos os mínimos detalhes e que eles seriam lembrados por mim para sempre, meus pais sendo mutilados cruelmente, minha mãe se jogando contra Grayback para me proteger...

-Então Bella herdou os poderes de Ava? –ouvi Carlisle dizer e então despertei de meu transe.

-Sim. –disse Wells. –E na verdade ela é a nossa mais nova Alta Sacerdotisa.

-Como? –perguntei chocada.

-Você herdou os poderes de nossa mãe. –disse Wells calmamente. –Está em seu destino governar o nosso mundo.

-Governar? Eu!

-Sim. –ela disse. –Estávamos esperando que você completasse 21 anos para reclamá-la a nós, durante toda sua vida o Oráculo a observou para nós, mas a situação toda foi acelerada quando seu destino se cruzou com o de um vampiro, então não achamos necessário intervir em sua escolha, pois assim como os vampiros, temos nossos companheiros e assim você seria mais feliz conosco. Mandamos um espião, para que ele monitorasse tudo de perto para nós. –ela deu um passo para o lado revelando Draco Malfoy, que estava parado a poucos passos dela. –Tudo estava muito bem, mas então os Volturi vieram para intervir em seu destino senhora. –ela disse fazendo uma ligeira reverência. –E pedimos para que escolha a atitude que devemos tomar contra a ofensa que eles cometeram com a vossa Alta Sacerdotisa.

-E-eu... Eu não quero nada disso. –eu disse e então todos eles olharam espantados para mim.

-Felizmente querer ou não, não é uma opção. –Wells disse me olhando.

-Vocês não podem me obrigar a ser alguém que não quero ser. –eu falei.

-É a sua herança.

-Mas eu a renuncio. –falei. –Eu sou filha dos aurores Ellen e Charles Swan e a única coisa que herdei deles é a coragem de saber escolher meu próprio caminho e o amor da minha família e amigos, não vou ser algo que não nasci para ser. –eu disse. –Você é a filha de Ava, você tem o sangue dela, é direito seu esse lugar, não meu.

-Mas ela lhe deu seus poderes.

-E eu escolho o que fazer com eles, eu não quero a ser Alta Sacerdotisa de ninguém, muito menos comandar o mundo dos bruxos e vampiros até agora você realizou muito bem o seu papel.

-Então Isabella, diante disso você ainda tem que escolher o destino daqueles que a afrontaram. –Wells olhou para os Volturi, que até então olhavam a cenas com expressões cuidadosas de curiosidade, mas ao ouvirem que eu teria que escolher o destino deles, todos se viraram em minha direção olhando-me agora com medo.

-Eu não quero fazer nada contra eles. –eu disse. –A única coisa que eu desejo é que eles deixem a minha família e meus amigos em paz, e que de agora em diante passem a julgar os erros em seu mundo com parcimônia e justiça, e não fazer um julgamento que resultará somente  no bem próprio e sim no bem coletivo.

-Cuidaremos para que eles sigam o destino que escolheu para eles. –disse Wells e eu ia abrir a boca para contraria, mas ela me interrompeu. –Isabella, você escolheu como quer que eles hajam e cuidaremos para que eles sigam dessa forma.

-Tudo bem. –eu disse contrariada.

-Minha cara Wells. –ouvi a voz de Aro. –Como vocês também nós temos que aplicar a nossa justiça, viemos aqui para isso e temos que condenar quem nos passou informações erradas não é?

-Vá em frente Aro. –disse Wells. –Sabemos muito bem o que acontecerá se você não o fizer.

Aro, Caius e Marcus soltaram as mãos e então um objeto prateado surgiu nas mãos de Caius e os três se colocaram em volta de Victória que estava parada ali até o exato momento. Vi sua cabeleira vermelha remexer e então sons de coisas se quebrando e logo após uma fumaça densa e roxa subia atrás dos três Volturi que haviam se colocado em posição mais uma vez, como se nunca tivessem se mexido.

-Não temos mais nada a fazer aqui. –disse Aro.

Um a um os Volturi foram sumindo até sobrarem os três mais poderosos deles.

-Eu espero Carlisle que esse pequeno desentendimento não interfira em nossa amizade. –disse Aro.

-Não Aro, vá em paz.

-Fique em paz. –e então os Volturi restantes sumiram pela floresta.

-É isso aí! –ouvi Rony exclamar e então puxar Hermione novamente para seus braços beijando-a com paixão.

O mesmo aconteceu entre muitos outros, aqui e ali parceiros se beijavam comemorando o fim pacifico que tivemos, os lobos uivaram suas vivas, olhei para Edward sorrindo feliz.