Filhos dos Deuses Guerreiros Semideus escrita por Lyra Black Pevensie, Li_VA


Capítulo 4
Nossa Escola Em São Francisco É Uma Porcaria


Notas iniciais do capítulo

Agora só vou postar quando tiver Reviews

Bjuz!

{Lyra!



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POV Beatriz Orson

Eu odeio essa escola.

A propósito, sou Beatriz Orson, tenho 15 anos e estou cursando o primeiro ano do ensino médio.

Meu pai é engenheiro e ocupado demais para me dar atenção, então me pôs nessa escola e me dá tudo que eu quero. Mas as coisas não são o mar de rosas como devem estar imaginando.

Todos me ignoram (e na maioria das vezes isso é bom).

E durante anos coisas estranhas acontecem comigo, mas ninguém acredita. Como na vez que minha professora de artes virou pó quando criou asas e se lançou em mim. Eu não fiz nada, ela simplesmente desapareceu quando encostou o braço apodrecido no meu cabelo. E, antes disso, milhares de casos parecidos.

 E as coisas não melhoram por que tenho dificuldade pra ler, pois tenho dislexia e TDA com tendência à hiperatividade. Mas nem por isso eu tenho notas baixas, ao contrário minhas notas são as melhores da turma... Mais um motivo de perseguição por parte das sem cérebro.

As lideres de torcida me usam como saco de pancada.

Lembro que quando cheguei à escola meus cabelos eram compridos e cacheados, mas tive de cortá-los na altura do queixo, pois elas colocaram chicletes nele enquanto eu dormia. Então, agora eu vivo a base da chapinha, senão eles ficam muito curtos e estranhos. Disseram que somente elas podiam ter cabelos bonitos. “Não que o seu seja.”, elas disseram.

Vivem caçoando dos meus cabelos e da cor dos meus olhos. É realmente incomum... Loira com olhos cinza.

Semana passada elas roubaram o notebook que meu pai me deu no ano anterior. Como eu não coloquei senha, elas tiveram acesso livre a minhas pastas, e uma é um documento Word, que eu uso como um diário. É difícil digitar, mas se você se concentra consegue fazer com que as letras parem de flutuar um pouco.

Enfim, elas foram para o pátio e abriram o notebook.

Começaram a ler alto tudo que eu tinha escrito.

Inclusive a parte sobre o... Bem não importa.

Mas a parte que realmente me atingiu foi quando elas chegaram onde digitei na semana retrasada.

Eu tive um sonho, nele eu estava num lugar lindo.

Do meu lado estavam duas garotas, uma loira e uma morena e na frente dois rapazes e um menininho. E depois sonhei com uma mulher muito bonita, que dizia ser minha mãe, e que tudo acabaria logo. Que eu estaria segura, e livre desse tormento.

Eu detalhei o sonho. Tudo que eles disseram nele eu digitei. E elas fizeram o favor de repetir para a escola toda.

- Hoje eu tive um sonho muito estranho, mas gostaria muito que ele se realizasse. – Daniely lia aos risos, enquanto todos paravam suas atividades para prestar mais atenção. - Eu estava num lugar lindo, tinha campos de morangos ao longe, e chalés belíssimos. Em volta de mim tinham pessoas risonhas e bonitas. Eu me senti querida ali, mesmo sendo só um sonho.

- A garota ao meu lado tinha um sorriso lindo. – continuou - Seu braço passou suavemente por meu ombro quando ela começou a gargalhar. Realmente um lindo sorriso, igual ao do pai e dos irmãos. E a outra, por incrível que pareça, eu tenho certeza que se parecia comigo, embora não lembre suas feições. Ela estava de mãos dadas com um menino. Ele era lindo e seus olhos pareciam feitos do oceano. – gargalhou, e depois continuou

-  Fiquei constrangida quando ele me olhou e sorriu. Comecei a corar. Como disse, o sorriso da primeira menina era igual ao dele. O sonho terminou quando um garoto de olhos castanhos pegou minha mão. Ao longe eu ouvi um trovão.

A essa altura todos os garotos riam e eu chorava silenciosamente a frente dela e de suas Barbies (As outras lideres de torcida.).

As pessoas começaram a filmar e cantar musiquinhas bobas como: “Ela está apaixonadaaaa, OH, OH, OH, pena que o cara não existe.“

- Então de repente eu estava num lugar totalmente diferente. – Lisdey, a morena com voz melosa começou a ler a próxima parte, encenando como numa peça de teatro. - As pilastras brancas e brilhantes da arquitetura grega eram lindas. Senti-me orgulhosa. Afinal de contas ela havia feito um bom trabalho. Quem poderia ter reformado O OLIMPO melhor que minha irmã?

 Ela ergueu uma sobrancelha e olhou na minha direção.

- Achei que fosse sozinha, Orson – Ela disse como quem quer um pedidos de desculpas por ter sido ofendida, como se eu devesse ter informado que tinha uma irmã. O que tecnicamente era mentira. Eu não conheci minha mãe, e meu pai fala pouco dela. Só diz que ela era muito inteligente e bonita. E que eu tenho muito dela. Como os olhos e o cabelo.

A única coisa que tenho que foi dela é um cordão de ouro branco com pingente de coruja que nunca tiro. É meu amuleto de boa sorte, embora no momento não estivesse fazendo muito efeito.

Continuei chorando em silêncio.

– Estou falando com você, Orson! – ela rugiu, caminhando como um felino até mim. Em volta todos gargalhavam, exceto Karina, minha amiga e companheira de quarto.

-Por favor, irmã, deixe-a em paz – Karina disse. Ah é! Esqueci de comentar que Karina é irmã gêmea de Daniely, mas nunca vi pessoa mais diferente no quesito comportamento. Karina é calma e amiga, não gosta de chamar atenção. Por isso não está com as animadoras de torcida, mesmo que seja irmã da líder, e tenha um ótimo físico para isso, não entra na equipe. Quando não está com o uniforme da escola usa calças jeans surradas e camisas largas para esconder o corpo perfeito para uma garota de 15 anos, sempre com o cabelo preso num coque mal feito. Mas nem isso esconde a beleza dela.  Ela e a irmã têm cabelos loiros e olhos azuis safira.

- Não se meta, Karina. – Daniely resmungou – Não tenho culpa se é amiga dessa demente mental.

Karina bufou.

- E-eu não tenho uma irmã, só meu pai. – baixei os olhos para meus tênis velhos.

- Não acabou ainda – Hiasmim falou. Ela tinha feições miúdas, cabelos cor de fogo, ralos e escorridos. Olhos verdes opacos e um punhado de sardas. Sempre com um sorriso de deboche na cara de poodle. – Minha mãe estava ali. Ela usava uma túnica branca. Tinha cabelos loiros cacheados. Era encantadora. Ela disse que tudo acabaria logo. Que eu iria passar as férias num lugar melhor. Com amigos de verdade e que minha irmã viria me levar embora.

Ela franziu ao ler essa última parte: - Depois sua expressão ficou mais séria, seu sorriso desapareceu e ela disse com desgosto: ‘’Quando chegar a hora você saberá o que fazer. Enquanto isso fique perto de sua irmã, e de Percy. Embora eu não goste dele... Bem, ele irá lhe proteger.’’ E depois me deu um beijo no rosto e disse um “Até logo querida, eu te amo.”

A voz de Hiasmim foi de melosa e ‘piedosa’ para fria, superior. – Acha mesmo que alguém ama você? Isso não passa de um sonho. Nem seu pai gosta de você! Ele te abandonou aqui. E te deu esse lixo de presente pra você não se sentir uma rejeitada, mas é isso que você é – e terminando de dizer isso ela jogou meu notebook no chão e pulou em cima.

Gritei para que ela não fizesse aquilo, mas já era tarde. No fim de tudo eu fiquei no chão. Ajoelhada ao lado dos restos mortais do meu notebook chorando. Com uma Karina, também em lagrimas, me consolando.

Depois disso todos começaram a me humilhar ainda mais. E eu passava a maior parte do tempo escondida. Os sonhos pararam.

E eu estava cada vez mais triste. Karina me levava para passear às vezes. Mas nada resolvia. Eu queria que um meteoro caísse em cima daquelas hienas.

A gota d’água veio quando no intervalo de um jogo de basquete quando elas pegaram o microfone e anunciaram para escola toda “Orson, a Daniely ficou com o Erick ontem, e eles falaram sobre você. Erick disse que tem pena de você, que é sozinha e que você até que dá pro gasto, mas só pra comer e jogar fora.

A essa altura os professores arrancaram o microfone das mãos delas, mas o estrago já fora feito.

Sai correndo, ouvindo alguém vindo atrás de mim.

POV Annabeth

Eu odeio essa escola. (Estou tendo um Djavú?)

Eu estava na casa do meu pai, mas as coisas não estavam dando certo com os Gêmeos, então resolvi ficar na escola. Conversei com meu pai e minha matricula foi feita.

Eu não pretendia ficar muito tempo aqui. Mas acabou acontecendo o contrario. E o pior é que eu não conseguia falar com Percy.

Eu tenho que dividir o quarto com uma menina irritante. Ela é animadora de torcida... E me odeia.

Claro que eu não dou bola. Mas às vezes eu preferia matar cem empousas a viver com ela. Na terceira noite ouvi risadas no corredor, e a trupe de idiotas entrou no quarto a toda.

- Olha se não é a nossa querida nerd. – Daniely comentou. Revirei os olhos e voltei a estudar as plantas da ultimas construções do Olimpo. – É Anna Lia não é?

- Annabeth. – respondi automaticamente.

- Saia do quarto – Hiasmim mandou. Ela é a minha colega de quarto.

- Não. – disse sem levantar os olhos.

- O que foi que ela disse? – Lisdey exclamou horrorizada, acho que poucas pessoas diziam não a elas.

- Olha aqui sua... – bateram na porta impedindo Hiasmim de proferir as palavras que provavelmente a mandariam para o tártaro.

Percebi que nenhuma delas foi atender. Pareciam paralisadas. Rindo pra mim com cara de deboche. Olhei para a porta e senti um frio na espinha. Suspirei e fui abri-la.

- Annabeth! – alguém pulou me abraçando. Senti meu rosto corar. Mas reconheci a voz.

- Nico? – soltei o abraço e olhei pra ele, só pra depois puxá-lo novamente. – O que faz aqui? Não devia estar no México? – então lembrei que tínhamos uma platéia, olhei pra trás e vi as meninas babando em Nico. Ele havia ficado mais forte e bonito nos últimos anos, e como ficou um tempo com Percy antes do ano letivo começar, pegou uma cor muito longe. Ainda parecia uma alma penada... Mas olhando bem, a cor da pele dele o deixava ainda mais bonito... Realçava o negro de seus cabelos. E como elas me odeiam imagino que Nico não vai conseguir sossego.

- Já os levei para o acampamento.

- Já? – me espantei. – como eles estão?

- Esta tudo bem, eles se instalaram nos chalés. – baixou a voz – aumentou nosso prazo, meu pai me visitou no acampamento... Temos mais três semanas, Hermes vai se encarregar de avisar aos outros.

- TRÊS SEMANAS NESSE HOSPICIO? – gritei.

- Bom você não tem idéia de quem seja a...

- Ruhm-rhum – olhamos pra trás.

- Com licença, não vai nos apresentar? – Daniely perguntou olhando para Nico, desejosa.

 Suspirei.

- Nico, essas são os monstros – Ele arregalou os olhos, mexendo no anel e eu balancei a cabeça levemente, ele pareceu entender o tipo de monstro dessa vez. Virei-me para elas – Monstros, esse é Nico Di Angelo.

- Olá. –Lisdey acenou.

É, o insulto não deu resultado. Elas nem pareceram perceber.

- Oi – ele respondeu friamente, virando-se para falar comigo, mas Adriana o interrompeu.

- Você não disse que tinha namorado Nerd. – lambeu os lábios no que pensou ser um gesto sedutor, mas Nico fez uma careta de nojo. – É um gato.

Nico deu uma risada seca.

- Eu? Namorado da Annie? Nunca... – as meninas abafaram riso.

- Já vi que vai parar num convento Annanerd. – Daniely disse.

- Bem, pro convento ela não vai – Nico interrompeu raivoso e vermelho. – Vocês não me deram oportunidade de explicar, Annie já tem um namorado. – Olhou pra mim – Não mostrou a foto do Percy a elas – ergueu a sobrancelha.

- Eu não vou fazer isso! – disse ficando vermelha.

- Claro – Lisdey interrompeu –, nós poderíamos ter pesadelos.

- Esse não é o nome do carinha que estava no “diário” da Orson. – Daniely comentou, sentando na cama cruzando as pernas.

Travei.

- É. Ele e toda aquela história de mãe com túnica e a irmã que reformou o tal Olimpino. –Deuses!  Tinha de ser ela...

- É Olimpo! – Nico corrigiu irritado. Olhei pra ele repreensiva.

- Como sabe?  Você é novo, não é?  Não estava aqui para ver o show. – Lisdey perguntou manhosa. Argh! Acho que vou vomitar.

- É mitologia grega, sua sem cérebro (outro djavú?) – Nico e eu respondemos.

-Mi o que? A deixa pra lá – Hiasmim fez um gesto com as mãos. – Enfim, a Orson chorou tanto ‘tadinha’... Hoje nós vamos aprontar mais com ela. Na hora do jogo.

- É mesmo, tenho que me encontrar com Erick – Daniely disse, levantando-se de supetão.

- Erick Ryder vai sair com você? – perguntei chocada, achei que ele tinha um pouco mais de decência pelo que as garotas falavam.

Erick Ryder era do time de basquete da escola. Era loiro, olhos azuis, bombado... E só tinha 16 anos.

- Sim, algum problema? Ou quer se juntar a Orson? Vocês poderiam abrir um fã club “Rejeitadas por Erick Ryder.”

- Você ouviu que eu tenho namorado? – Perguntei indignada.

- E desde quando isso significa ser fiel, querida? – Hiasmim zombou.

- Pois saibam que eu não sou assim. Eu amo o Percy... – Droga! Percebi o que disse no momento que os olhos delas lampejaram com malicia. Eu NUNCA poderia nem pensar em deixar Percy chegar perto delas.

- Vocês são doentes. – sussurrei.

 - Eu mereço. Thalia tinha razão – Nico resmungou. – Você vai precisar da minha ajuda mais que ela... Já que na escola dela, acho que não tem lideres de torcida, além do mais tem toda aquela historia de ser virgem eternamente e tal... – arregalei os olhos e ele mudou de assunto rapidamente –... Vem comigo Annie. – pegou minha mão e me puxou para fora do quarto, antes que as sexy’s bitchs pudessem dizer algo. Vi tudo escurecer e depois reaparecemos no pátio da escola, num canto escuro e abafado.

Ele saiu me puxando pelos corredores e paramos em frente a uma porta. Um dos dormitórios. Olhei pra ele que apenas deu de ombros.

Entramos, e reparei que havia alguém sentado na cama do canto. Erick se virou, sorrindo para mim.

- Sua namorada Nicolas? – perguntou me olhando de cima a baixo... Uou, ele chamou o Nico de Nicolas?

- Eu não gosto dele – ouvi Nico sussurrar, como se tivesse lido meu pensamento. E mais alto – Não somos namorados. Essa é Annabeth Chase, minha amiga.

- Ah, claro. – Erick respondeu não dando atenção as palavras de Nico. – Vai ver o jogo hoje gata?

Já ia responder um NÃO quando Nico respondeu por mim.

- Claro, estaremos lá. – olhei para ele surpresa e com muita, muita raiva.

- Ok, vejo vocês lá. – disse, olhando pra mim ao falar e saiu do quarto. Dando uma piscadela na minha direção ao passar.

- O que foi isso Nico? – cruzei nos braços e ele me olhou como quem pede desculpas.

- Perdoe-me, mas se elas vão aprontar no jogo com a Orson, nós devíamos estar lá.

- Mas eu nem sei quem ela é. – bati o pé. Mas logo peguei a linha de raciocínio. Ela iria reagir.

- É simples... Ela deve ter alguma reação, como esconder o rosto, ou começar a chorar... Ou vai partir a cara da primeira líder de torcida que ver pela frente – sorriu com essa ideia... Devo admitir, também gostei. – Ou nós vamos reconhecê-la... Ela provavelmente tem cabelos loiros e olhos cinzentos certo? – assenti.

Até ai o plano estava dando certo. Depois disso, nós arrumaríamos um jeito de fazer amizade com ela, e depois arrumar um jeito de levá-la ao acampamento.

- Eu preciso de lentes de contato. – disse abruptamente. Eu não podia falar com ela e mostrar meus olhos, ela saberia que algo estava errado. E ainda não era à hora certa.

- Eu posso providenciar isso, não se preocupe. Agora é melhor você terminar as coisas antes do jogo... Tenho que ir a ótica. Até. – e dizendo isso, se fundiu à sombra da parede.

[...]

Estávamos no jogo de basquete, olhávamos atentos para os lados procurando um jeito de encontrá-la, mas infelizmente as arquibancadas estavam lotadas. A todo arremesso que Erick dava ele olhava para mim e acenava, lá embaixo as lideres de torcida pareciam rugir.

Mas no primeiro intervalo nós finalmente descobrimos quem era.

Ouvir a voz de Hiasmim foi realmente um baque.

Aparentemente minha irmã era apaixonada pelo cara mais idiota da escola.

Suspirei.

Uma menina baixinha saiu correndo da arquibancada quando os professores arrancaram o microfone das mãos das bruxas. Nico se levantou em um salto junto comigo e nos fomos atrás dela. Passamos pelas lideres de torcida que estavam na quadra e que riam como hienas.

Lisdey me lançou um olhar gélido que eu retribui com toda minha raiva, percebi que ela se encolheu. Maravilha! Sorri feliz.

Continuamos a correr. A menina era rápida. Paramos no corredor dos banheiros e ouvimos o choro alto dela, vindo do banheiro feminino.

Ouvi Nico respirar exasperado. Olhei pra ele.

- Que foi?

- Por que sempre o banheiro... Já que é assim elas não podem se enganar pelo menos uma vez e entrar no masculino?

- Ah Nico... Você enfrenta deuses, e monstros gregos e esta envergonhado de entrar no banheiro feminino quando toda a escola esta numa merda de jogo que só vai terminar depois das 23h? – Sorri sarcasticamente – Claro que se você tiver medo de ser atacado pelo espelho, pela tampa do sanitário ou por um absorvente usado ambulante... – abri a porta, ele suspirou e relutante entrou.

Encontramos-na num canto, encolhida.

- Eu quero ficar sozinha, Karina. – ela soluçou.

- A Karina ainda está te procurando... Mas deve estar no segundo andar. – Nico sussurrou e a menina levantou os olhos ao ouvir uma voz masculina.

- O que querem... Zoar com minha cara? Vão em frente.

- Merda! Eu acabo com aquelas lideres de torcida... – sussurrei para Nico que deu um fraco sorriso.

Voltei os olhos pra menina que nos olhava curiosa.

- Vocês namoram? – por que será que todos perguntam isso?

- Não, somos amigos – respondi.

- Ah, claro... O que querem comigo?

Ajoelhei-me a sua frente e olhei nos olhos dela. Estavam num cinza escura tempestuoso. Definitivamente era minha irmã.

- Você tem olhos bonitos – deixei escapar.

Ela deu um pequeno sorriso.

- Os seus também – disse fracamente.

Ah! Meus olhos estavam azuis agora! Nico achou que combinava pelo fato de eu ser loira.

- São lentes. – falei com cuidado.

- Qual a cor original? – perguntou, seus olhos brilharam.

- Um dia você vai saber. – sorri.

- Acho que é a primeira pessoa a achar alguma coisa em mim bonita. Todas as pessoas do colégio me acham uma magricela com cabelo escorrido e olhos estranhos.

- Pode ter certeza que não é – ouvi Nico sussurrar lá atrás e corei. Percy vivia falando que meus olhos eram lindos... E ela tinha a mesma cor... Então...

- O que disse? – ela perguntou tristemente – acha que estou mentindo? Pergunte aos outros, o que acham. – ela baixou a cabeça. Olhei pra Nico pedindo socorro. Ele suspirou pesadamente e depois se ajoelhou ao meu lado. Levantou o queixo dela e disse:

 – Sabe o que eu vejo? Uma menina muito bonita. Com cabelos loiros, brilhantes e lisos de dar inveja. Um rosto lindo. Com olhos de cor diferente e bela. Uma garota que sofre nas mãos de meninas demoníacas, mas que não merecia. E que esta aqui chorando quando na verdade devia esfregar na cara delas que você é melhor e que não importa o quanto de maquiagem elas usem você sempre será mais bonita, sua beleza é natural... é, em parte, divina. – Olhei pro Nico, impressionada. A parte do DIVINA foi uma saída de mestre. – Então não se deixe levar na onda daquelas piriguetes em formação.

A fala sério, eu SEI que Nico Di Angelo não é assim, mas e daí? A fic é minha e eu num tinha outra ideia, sorry pra aqueles que como eu, adoram o Nico do mal...hahahaha

- Acha isso mesmo? – perguntou, vermelha como um morango.

- Sim – baixou a voz – pergunte ao Percy. – deu uma risadinha na minha direção e eu o fuzilei com o olhar.

- Que disse?

- Nada não... Você esta bem? Nós ficamos preocupados quando saiu do ginásio... Aquelas garotas são psicóticas – Nico tentou desconversar. Acho que funcionou, pois o sorriso dela aumentou.

- Concordo.

- Vem – peguei a mão dela. – Não fiquei chorando por elas. Como Nico disse, você sempre será a melhor. Nunca baixe a cabeça perante pessoas que te acham inferiores, ao contrário, levante-a ainda mais e prove que estão errados.

 Nico tocou meu braço – olhei pra ele, estava mais pálido (se é que isso é possível)

- Que acha de verificar se vem alguém ai? Não posso ser visto no banheiro feminino, vai acabar com minha reputação... Antes que eu construa uma. – sorriu, mas seus olhos estavam cautelosos.

- Claro –olhei pra ela – Só um segundo. – passei por Nico – Cuide dela, se acontecer alguma coisa...

- Eu vou saber. – completou.

Fui para a porta do banheiro.

Nico começou a conversar com ela.

- Então... Qual seu nome?... – ouvi um barulho no corredor perto dos armários. Fui verificar.

Não havia nada... Somente uma garotinha no fundo corredor, estirada e chorando. Parecia machucada.

Aproximei-me devagar.

- Algum problema?

- Sim – ela sussurrou, sua voz era áspera. Cheguei mais perto, mas logo me arrependi quando ela concluiu a frase. – Você ainda está viva. – e começou a se transformar.

Seu braço esticou drasticamente e ela piou.  Seu tronco esticou, seus braços viraram azas e seu nariz um bico, suas roupas rasgaram. Ela tinha uma cor diferente... Celena a obscura... A harpia feita da escuridão.

Depois com um rugido agudo arranhou em cima dos meus seios. Senti os dois rasgando, a dor foi lacerante. A harpia continuou voando ao redor, subindo nos armários e tentando me acertar enquanto eu desviava. Peguei minha faca e saltei em suas costas. Totalmente tonta.

Cravei-a fortemente, mas o monstro não se dissolveu.

Vi Nico apontar no corredor, e correr feito doido até mim.

Ele apertou o anel e a espada de ferro estigio de quase um metro surgiu, cravou na barriga da ave desgovernada. Seus olhos brilhavam perigosamente. O monstro começou a dissolver e eu pulei para o chão antes de cair.

Nico me sustentou. Eu estava tonta e toda arranhada. Um corte no meu ombro começava a adquirir um tom arroxeado. E meus seios estavam expostos e sangrando. Nico fixou os olhos neles por um segundo, mas logo o desviou.

- Vem, eu tenho ambrosia no meu dormitório, é mais perto. – e sumimos nas sombras.

Aparecemos no quarto de Nico novamente e ele me colocou na cama.

Remexeu na gaveta ao lado. Tirou a ambrosia do pacotinho e partiu um pedaço pequeno.

Pôs na minha mão e eu a levei devagar a boca, dando uma mordiscada. Tinha gosto de pudim.

Senti os arranhados menores fechando e me sentei com cuidado. Mas meu braço ainda doía e estava esverdeado. Joguei néctar nele, e a cor verde sumiu. Nico arrancou um pedaço do lençol da cama e amarrou fortemente ali. Abriu o guarda roupa e tirou ataduras e uma camisa preta.

-Desculpe Annabeth, mas eu preciso enfaixar isso. – e apontou pros meus seios ensangüentados, ele estava completamente vermelho, assim como eu, mas não era hora de constrangimentos.

- Tudo bem.

- Perdoe-me por não chegar antes. – disse enquanto sentava-se na beirada da cama.

- Não foi culpa sua.

Tirei minha blusa e Nico jogou néctar antes de começar a enfaixar. Ele olhava meu rosto, tentando evitar ao máximo olhar pra baixo.

“Logo vou me juntar a Bianca. Percy vai me mandar pro mundo inferior de um jeito mais definitivo” – resmungou.

- Pronto, vista isso... Sua blusa esta irremediavelmente destruída. – me passou a camisa preta, se levantou e foi na direção da outra cama.

- Obrigado. – vesti, era quentinha. Mas ficou como um vestido em mim.

- Não há de que.

Ficamos um tempo em silencio.

- O que foi aquilo? Nico perguntou depois de se jogar na cama de Erick.

- Acho que quatro meios-sangues numa escola chamam muita atenção. – dei um sorriso e meu braço doeu. Meus seios queimavam quando eu respirava, mas senti que a pele voltou um pouco a seu lugar.

- Já descobriu quem é a filha de Afrodite? – olhei pra ele. Nico olhava pensativo para o teto.

- Eu ainda não comecei a procurá-la. Queria encontrar minha irmã, primeiro. – disse enquanto retirava as lentes de contato, estavam me incomodando. – por falar nisso, qual é o nome dela?

- é Be... – Ele começou a falar, mas foi interrompido pelos amigos de Erick que entraram no quarto fazendo bagunça... Jogando pra cima o idiota citado.

- Olha quem esta fazendo uma festinha particular! Nicolas e sua amiguinha!

Os bobocas riram como manés.

- Vamos sair daqui Nico. – o puxei, mas os outros barraram a porta. –Com licença! – disse com frieza.

- Nada disso querida, você vai ficar. – deu um sorriso malicioso. O da direita agarrou meu braço, e eu dei um chute nas partes baixas dele.

Erick passou os braços ao redor de meu corpo e o apertou contra o seu, eu gritei de dor e ele me soltou assustado.

- Nico. – ofeguei quando ele me soltou, o cara que recebeu um “para-não-ter-mais-herdeiros” ainda gemia. Meu braço queimava, minha visão estava turva.

Ouvi-o suspirar e se aproximar. Apoiei-me em seu ombro.

- Saia da minha frente imediatamente – ele disse dando o melhor olhar de Hades, eu conseguia ver uma nuvem negra ao seu redor, como ficava quando estava realmente raivoso... Naquele momento ele estava agindo livremente como um filho de Hades, receei que ele puxasse a espada e invocasse guerreiros mortos, mas ele não o fez, só continuou dando aquele olhar amedrontador... Até eu senti medo.

Os meninos paralisados, aos poucos nos deram passagem e nós corremos.

Ouvi quando começaram a correr atrás de nós e sabia que se nos alcançarem estaríamos numa enrascada... Não podíamos atacar mortais. E mesmo que pudesse eu não estava em condições, embora soubesse que Nico daria conta de tudo.

Senti-o passar o braço por minha cintura e eu passei o meu por seu ombro. Ele deve ter percebido o quanto eu estava fraca.

- Vamos conseguir – ele murmurou e olhou pra mim, ficando ainda mais branco – droga, Apolo!

Trovões.

- Estou tão ruim assim? – consegui brincar, embora minha voz estivesse quase inaudível.

- Não, você vai ficar bem – Ok! Aquilo me assustou, foi como se ele estivesse falando consigo mesmo.

O barulho dos passos deles estava cada vez mais perto. Senti Nico mudar de direção, e quando estávamos prestes a colidir com a parede entramos na sombra de um ventilador.

Aparecemos no pátio outra vez. Ofegantes, sentamos num dos banquinhos velhos.

- E-eles são h-horriveis – falei tentando respirar normalmente.

- J-jura, e-eu não per-rcebi – recuperando fôlego – Temos que achar... Sua irmã e leva-la ao acampamento, você não p... Pode ficar na escola com esses ferimentos.

- Sim.

Levantamos e começamos a correr. Eu já não agüentava nem andar direito. Estava fazendo aquilo por pura força de vontade, e Nico sustentava a maior parte do meu peso. Meu machucado estava doendo novamente e eu gemi.

Nico apertou os olhos como se rezasse. Ouvi-o murmurar algo como “Ele vai achar que fiz de propósito. Retiro o que disse. Não vou encontrar Bianca no Elísio. Percy vai me mandar direto para o Tártaro.”, mas não dei atenção.

Estávamos passando no corredor perto do banheiro quando uma linda voz nos chamou.

- Poderiam esperar um pouco?

Olhamos para trás, e encostada na parede perto do corredor encontrava-se uma linda mulher. Cabelos loiros e olhos azuis límpidos e brilhantes. Nico fechou a cara.

- Afrodite?! – Nico e eu exclamamos. Eu surpresa, ele especulativo.

- Preciso falar com vocês. – seu lindo semblante era preocupado.




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Notas finais do capítulo

Deixem Reviews pelo amor dos Deuses! HAHAHA



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