Eu não atendia nenhuma de minhas ligações e muito menos lia as mensagens, meu celular estava completamente desligado, não lia nem meus emails. Ficava apenas trancada no meu quarto, não saia nem para comer. A única coisa que eu não conseguia fazer era chorar por ele nunca.

            - Posso entrar? Perguntou Mary batendo na porta.

            - Claro. Enxuguei minhas ultimas lágrimas.

            - Kris desce um pouco, vamos comer alguma coisa, tomar um ar.

            - Você disse errado. Eu sorri tentando disfarçar meu desapontamento.

            - Me desculpe. Olha sei o quanto você está sofrendo.

            - Sabe?

            - Eu sei, porque sou sua amiga, sua irmã. Eu sei que é difícil para você ser a única humana, é como se você não tivesse companhia para fazer suas coisas e ainda por cima veio junto a separação não é?

            - Eu não queria que as coisas fossem assim.

            - Deixa de ser um pouco durona e birrenta Kris, demonstre seus sentimentos.

            - Birrenta até que posso ser, mas durona nunca.

            - Está bem durona não, mas pode desabafar pra mim eu sou sua amiga.

            - Eu não queria me separar dele Mary, ele tinha me prometido, porque ele está assim agora? Durão, não quer saber de nada, não olha mais para a minha cara. E só de pensar que um dia eu havia arrumado um namorado perfeito. Eu disse em lágrimas.

            - Isso dói não é? Eu apenas concordei com a cabeça e deitei no colo dela.

            - Eu queria fazer meu coração parar de doer, minha cabeça já se curou, mas meu coração pelo visto vai demorar.

            - Eu queria poder fazer essa dor passar Kris, não gosto de te ver assim. Olhe só para você, está ficando mais magra, sua pele está pálida, seus olhos inchados.

            - Mary minha pele sempre foi pálida.

            - Mas agora está pior.

            - Não fala assim... Eu disse com uma voz dengosa.

            - Olha só para você. Ela me puxou para frente do espelho eu não gostei nem um pouco da imagem que vi, mas era a realidade.

            - Argh, eu já estou cansada de sermão.

            - Está bem não vou falar mais nada. Mas você vai descer hoje, tomar um café, sair pra fazer um passeio comigo e se divertir.

            - Não, não estou afim, prefiro o sermão, pode continuar...

            - Kris anda vai lavar esse rosto e vamos lá pra baixo.

            - Argh, o que eu fiz pra merecer isso?

            - Tudo agora vai. Ela me empurrou para dentro do banheiro, eu joguei uma água gelada no meu rosto, mas como eu iria esconder as olheiras e os olhos inchados, eu peguei minha maquiagem e passei uma bem nude, pra ficar natural, amarrei meu cabelo em um rabo alto e saí. – Bem melhor.

            - Que bom que você ficou feliz priminha.

            - Agora é a roupa.

            - A gente vai sair daqui a pouco?

            - Sim é a conta de você tomar café e irmos.

            - Então pega meu cardigã e meu cintinho que eu te emprestei, lá no seu quarto.

            - Sim senhora. Enquanto isso eu peguei meu vestido florido azul marinho e uma sapatilha mega fofa, era bom saber que meu estilo sempre está bom, até mesmo em dias ruins. – Aqui está.

            - Pronto agora vou tomar meu café, bem demorado.

            - Ficou linda. Nós saímos abraçadas pelo corredor, até chegar na sala e alguns olhares se voltarem para mim, como se eu estivesse com uma melancia no pescoço. Passei direto pra cozinha, tava sem assunto pra puxar um papo. Quando cheguei a vovó já tava lá preparando um café, do jeito que eu gostava quando era criança.

            - Sabia que vocês estavam aprontando.

            - A gente tinha que te tirar do quarto.

            - É eu sei agora você pode aparecer dona Alice e você também senhor Jasper.

            - É bom ver um sorriso no rostinho da minha filhota. Ela me abraçou, fiquei observando meu pai sorri com a cena.

            - É bom ter a nossa Kris de volta. Ele disse.

            - É também acho. Eu sorri e olhei para Mary que estava com cara de sapeca.

            Tomei meu café rápido e fui sair com a Mary, até que tínhamos chamado a Nessie, mas ela tinha ido visitar o Jake. Andamos pelo shopping compramos algumas coisas, fomos andar mais um pouco  até que vi uma pessoa que eu realmente não desejaria encontrar naquele momento, eu desviei, mas ele infelizmente me viu.

            - Kris espere.

            - O que ouve desta vez?

            - Eu só vim para pedir desculpas, eu sei o que aconteceu.

            - Jake.

            - Isso não importa, queria lhe pedir desculpas de verdade, mas eu te amo e é difícil quando nosso amor não é correspondido.

            - Seth isso não é amor está virando uma obsessão.

            - Eu sei por isso mesmo que fiquei pensando no que você me disse. Percebi que meu amor por você é de outra maneira, não como namorados, mas sim como irmãos.

            - Eu fico feliz por você ter encaixado isso na sua cabecinha oca. Eu disse encostando minha mão em sua pele extremamente quente e percebi que ele se afastou um pouco. – Me desculpe, minha mão está gelada.

            - Tudo bem. Então você me desculpa?

            - Claro Seth, que bom que podemos voltar a conversar, agora tranquilamente. Mas vem cá como você soube que eu estava aqui? Porque se você tivesse passado na minha casa você não estaria vivo. Nós rimos.

            - Segui seu cheiro. Posso? Ele disse pegando as sacolas da minha mão enquanto me acompanhava até o carro, nesse tempo Mary já devia ter até morrido de tédio. Quando chegamos em casa eu fui explicar tudo para meu ciumento e protetor pai, para que Seth pudesse voltar a conversar comigo, bem agora estava tudo voltando ao seu devido lugar, bem quase tudo...