Esme me recebeu de braços abertos alegando imensas saudades. Carlisle também. Jasper então estava até mais feliz.

- Alice virá almoçar conosco. Gostei dela. – Esme disse.

- Ela é muito gentil.

- Então Grace, trabalha no que? – Carlisle começou.

- Na rede de restaurantes do meu pai. Mas gostaria de abrir uma livraria.

- E porque não o faz? – Emmet completou.

- Tenho medo. Começar do nada.

- Bella construiu a loja dela sozinha. – Esme.

- É muito bonita a loja dela e tudo, mas ela deu sorte.

Eles conversavam aleatoriamente e logo sentamos a mesa. Como sempre uma mesa farta. Alice estava ao meu lado sorrindo. Eu comi pouco, estava até sem fome.

- Bella comeu pouco. – Rosalie disse.

- Não tive muita fome.

Meu estomago estava protestando, não queria muita comida. Ultimamente me alimentei pouco, eu acho que minha anemia voltou, é incrível já tratei várias vezes, mas ela volta.

Durante a tarde as crianças brincaram na piscina, e nós ficamos lá em baixo, Grace foi embora um pouco antes.

- Que bom que ela foi embora. – Rosalie disse.

- É sério, eles estão noivos, vão ter que se acostumar com ela.

- É, eles nem falam do noivado. – Esme disse.

- Vocês têm que se acostumar com a minha ausência, ela se sente ameaçada por mim e é por isso que eu não venho.

- Ele ainda gosta de você. – As três disseram em uníssono.

- Não deu certo, não vai dar, ele que seja feliz com ela.

- Eu pensei que vocês estavam ao menos se falando. – Alice comentou.

- Não.

- Por que? – Rosalie.

- Não vou mentir pra vocês. Nós tivemos uma recaída, e transamos. Mas eu me sinto culpada, então não quero ouvir as desculpas dele.

- O que?

- Preciso ir ao banheiro é sério.

Assim que me levantei, minha cabeça zuniu e tudo ficou preto de repente.

...

Não sei quanto tempo se passou, mas acordei no quarto de um hospital.

- Bella? – Era Edward.

- Edward?

- Sim sou eu. – Abri bem os olhos.

- O que aconteceu?

- Você desmaiou na minha casa, mas como não acordava, trouxemos você pro hospital.

- Cadê o Ian?

- Dormindo com a minha mãe. Tente dormir, está tarde.

- O que eu tenho?

- Anemia.

- Droga.

- E...

- O que?

- Você também está grávida.

- Não, não, não.

- É, está.

- Droga! De novo não. Eu não aprendo mesmo, não tenho jeito.

- Calma Bella, um filho é uma benção.

- Não quando o pai se chama Edward Cullen.

- É por isso que eu fiquei aqui, queria confirmar que era meu mesmo.

- Pode ir embora.

- Vamos conversar.

- Estou passando mal.

- Sem graças.

- Tá. Fingimos que o filho não é seu e você me deixa em paz.

- Não vou renegar o meu filho.

- Eu te deixo ser o padrinho.

- Absolutamente não.

- Porque você tem que ser o pai? Porque você está na minha vida?

- Assim magoa.

- Quero ir pra casa.

- Está de observação.

- Quero meu Ian.

- Ele está bem, ficou preocupado.

- O que vamos fazer Edward? É sério, não quero mesmo acabar com o seu noivado.

- Tarde demais, Grace foi embora esta tarde.

- O que?

- Ela me disse que tentou durante esse tempo, mas você não pode ser substituída na vida da minha família e da minha.

- Coitada.

- Ela tem razão, não podemos te esquecer.

- Não fala mais nada e vai embora.

- Você não pode estressar, vou tomar um café e chamo a enfermeira pra te fazer dormir.

- Tá.

Eu estava grávida de novo! E do Edward, mas que merda. Por que tem que ser ele, eu preferia ficar grávida de um soro positivo... Isso não, meu filho não merece. A enfermeira chegou.

E o Ian como vai ficar? Meus pais? Ah que saco. Toquei meu ventre, nenhum sinal de gravidez ainda.

- Eu consegui cuidar do seu irmão, você também meu bebê. – Sussurrei baixinho antes de apagar.

Quando acordei de novo, o quarto estava claro e Edward estava lá de novo.

- Boa tarde, está melhor?

- Sim, eu acho; e meu bebê?

- Está bem, sem dano algum.

- Ótimo.

- Vou chamar meu pai pra te dar alta.

- Quem mais sabe da gravidez?

- Só eu e ele.

- Ah, ok.

- Você vai ficar em casa, porque a anemia lhe trará mais desmaios do que o normal e nem em sonho vou deixá-la correr esse risco.

- Eu me viro bem em casa.

- Não tem opções. Ian concordou de ficar em casa também.

- Você vai ficar lá?

- Vou, é claro, cuidando de você.

- Não precisa.

- Não tem discussão dona teimosa.

Suspirei e me sentei. Ele me abraçou.

- Que bom que está bem.

Não disse nada e ele me soltou, foi chamar Carlisle.

- Bella, minha querida.

- Desculpe-me pelo transtorno.

- Filha é assim mesmo.

Ele fez algumas anotações, tirou a liga do soro da minha mão. Me entregou uma bolsa e eu fui ao banheiro. Coloquei uma calça de moletom e uma camiseta de algodão. Prendi os cabelos em um rabo qualquer e lavei o rosto.

No quarto Edward estava com as minhas coisas na mão.

- Precisa se apoiar?

- Não, eu estou bem. Onde está minha bolsa?

- Em casa.

- Ah.

- Edward compre as vitaminas, remédios no trajeto, Bella precisa dela muito mais rápido.

- Tá.

Fomos no completo silêncio que era ao mesmo tempo bom e confortável.

- Já volto. – Edward disse no estacionamento.

Abracei meus joelhos sobre a barriga, e agora o que eu vou fazer?

- Quanto foi? – Perguntei assim que ele entrou.

- Não precisa me pagar.

- Eu que estou anêmica não você.

- Tudo bem, US$ 123,56.

- Assim que eu pegar minha bolsa, te pago.

- Ok.

Chegamos em casa e Ian pulou no meu colo.

- Ian sua mãe não pode pegar peso, ela está fraca.

Ele desceu rapidinho.

- Mamãe, como eu senti sua falta.

- Eu também meu amor.

- Bella senta.

- Eu não to aleijada, me dá um tempo.

- Ok.

- Mamãe o papai tem razão.

- Tá bom.

Me sentei e ele veio para o meu colo. Eu o abracei, enquanto ele dizia que me amava, senti tanta culpa de carregar outro filho de um homem que não me leva a sério.

- Por que está chorando mamãe? Eu te machuquei?

- Não. É só saudades meu amor.

- Ah, não chora mamãe.

Interrompi o choro e Esme me fez comer algo, a tensão era palpável. Assim que comi e bebi minhas vitaminas, Esme saiu com o Ian para me comprar um presente.

- Podemos conversar com calma?

- Tudo bem.

Ele me ajudou a subir e me instalou em seu antigo quarto.

- Como vamos fazer?