Red escrita por kouelho


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Recomendo vocês lerem ouvindo Chizuru e People Error, pois escrevi ouvindo essas duas.
A história não foi baseada na musica Red, mas a letra tem tudo a ver com a fic.
(Todas as músicas citadas pertencem a banda the GazettE)



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Uma rosa vermelha.

Masao sempre a via no túmulo de seu amado: Yukio. Mais conhecido como Kiro.

Todo sábado que Masao ia ao cemitério, ele sempre encontrava aquela rosa vermelha, mas ele não sabia quem a colocava lá, afinal Yukio não tinha amigos íntimos e ele sabia que sua família ainda não estava preparada para visitar seu túmulo, então para ele isso era um mistério.

Em um outro dia, Masao chegou lá, mas para a sua surpresa, a rosa não estava lá como de costume.

Masao depositou as flores em seu túmulo, se ajoelhou e rezou. Quando se levantou, ficou um tempo “conversando” com Kiro. Ele estava distraído quando apenas viu uma rosa vermelha sendo jogada sobre o túmulo. Masao se assustou e se virou para ver quem era essa pessoa tão misteriosa.

Seu rosto era diferente. Ele usava uma faixa branca cobrindo seu nariz e seus olhos eram misteriosos. Era loiro também, porém um loiro mais claro. Era mais baixo e muito bonito.

O menor sorriu para o mais alto, que mantinha sua expressão assustada.

–Quem é você? – Masao perguntou se afastando um pouco.

–Koji. E sei que você é Masao, porém chamado de Uruha pelo seu namorado. - com cada palavra de Koji, Masa se assustava com ele.

–Co-como você sabe disso? - seu rosto delicado se contorcia em uma expressão de medo.

–Eu conhecia o Kiro. - Koji disse direto. Os dois ficaram um tempo em silêncio. Então Koji se ajoelhou, fez uma reza enquanto Uruha o observava. Ele já não se aguentava de curiosidade para saber quem era aquele homem tão misterioso. O mais baixo finalmente se levantou, então nessa hora Masao começou a fazer perguntas.

–Da onde você veio? Como você conhece o Kiro? O que você era dele? - ele estava jogando todas as perguntas de uma vez, sem parar nem pra respirar.

–Calma, Masa. – Koji deu uma risada sarcástica – Uma coisa de cada vez. Bom, eu vim da minha casa, conheço o Kiro desde quando estávamos no colegial e bem, eu sou... amigo dele. - pela primeira vez ali, Koji hesitou para falar.

–Mas como o Kiro nunca falou de você antes?

–A nossa... amizade era um segredo. - Koji olhou para baixo.

–Um segredo? Mas por quê? - Masa era muito ingênuo. Kiro sempre o alertava quanto a isso, mas ele continuava sempre do mesmo jeito.

–Bem que o chibi falava que você era inocente. - o mais baixo deu aquela risada sarcástica novamente.

Agora Uruha estava mais confuso do que nunca. Então quer dizer que Yukio falava dele? E esse “desconhecido” o chamando de chibi? Uruha sabia muito bem que Kiro só deixava ele chama-lo assim. Sua cabeça estava a mil.

–Por que você ta chamando ele... assim?

–No dia do acidente, ele estava voltando da minha casa. - Koji foi direto novamente. Os olhos de Masao se encheram de lágrimas na mesma hora.

Flashback

–Kiro, tem mais suco? - Masao perguntou com seu sorriso meigo de sempre.

–Não sei, vai lá ver. - Yukio disse sendo grosso de um jeito incomum, deixando Masao assustado.

–O que você tem Ki-chan? - perguntou preocupado.

–Nada Masa, nada. - Yukio estava nervoso, pois mais cedo ele havia recebido uma ligação da sua mãe. Ela sempre foi contra a sua relação com Masao e isso deixava-o nervoso. Depois disso, Kiro ligou para o seu melhor amigo, Koji. Contou tudo para ele e foi convidado para ir a casa dele, porém recusou, achou melhor não. O que ele não sabia era que seu melhor amigo o amava desde quando o conheceu.

–Ta tudo bem, Kiro? - Uruha pegou em sua mão pequena, que se afastou bruscamente.

–Me deixa. - ele disse levantando da cadeira em um pulo. Masao levantou e o segurou.

–Kiro, aonde você vai? - ele tentou segurar o pulso do menor, mas ele se afastou e foi em direção ao chaveiro. Pegou a chave do carro. -Espera! - Masao não entendia mesmo o porquê de Kiro estar assim. Ele ficou sem-ação quando viu o pequeno sair por aquela porta, batendo-a com força em seguida. Masao se sentou no sofá totalmente sem entender nada e começou a chorar.

Yukio já sabia exatamente pra onde ia. Ele ficava mal em deixar o namorado triste, porém não era sua culpa, ele estava nervoso e não queria deixa-lo assim também.

Ele dirigia em alta velocidade, querendo chegar o mais rápido possível para desabafar com seu melhor amigo. Chegando lá, ele tocou o interfone impaciente. Koji apareceu na porta com um sorriso no rosto. Ele sabia que o pequeno viria. Fechou a porta e deixou que o menor fizesse sua “cerimônia” que sempre fazia quando estava nervoso. Koji andava de um lado para o outro rapidamente, enquanto o maior ficava de braços cruzados esperando pacientemente o mais baixo se sentar no sofá. Quando o fez, o maior se sentou do seu lado e o abraçou. Só ele sabia tudo que ele sentia quando abraçava o menor. Seu rosto próximo ao dele o deixava louco. Koji precisava ter o seu melhor amigo, ele precisava de seus lábios.

–O que aconteceu, chibi? - ele disse enquanto acariciava os cabelos do pequeno.

–Eu magoei o Masao. - aquilo foi como uma facada no peito do maior. A vontade que ele tinha era de matar o namorado do amigo, mas não fazia isso apenas por amar tanto o menor. Mas nessa noite ele tinha que contar o que sentia para ele. Precisava disso.

–Kiro, eu posso falar uma coisa pra você? - eles ainda estavam abraçados, mas o pequeno se afastou um pouco para olha-lo nos olhos, mas sem perder o contato físico, deixando o maior mais nervoso do que nunca.

–Pode falar. - e deu aquele sorriso infantil que o mais alto tanto adorava.

–É que... Kiro... você vai me odiar se eu te contar. - Koji olhou para baixo, tentando esconder seu rosto corado.

–Para com isso, Ko-chan, conta logo. - ele disse dando uma risada gostosa. Koji não conseguia falar, era impossível para ele, afinal ele nunca amou alguém assim. Então ele preferiu agir. Segurou a nuca do menor e selou os seus lábios nos dele. No primeiro momento, Kiro ficou paralisado. Então o maior acariciou sua nuca até que o menor ficou mais tranquilo e deixou ser beijado. Ele estava confuso, afinal ele nunca imaginou que seu melhor amigo gostava dele dessa forma, mas o que o incomodava mais era que ele estava gostando, porém não queria magoar Masao, pois ele o amava. Koji, por sua vez, estava quase explodindo de felicidade. Quanto tempo ele esperou por isso...

Os dois se beijavam com vontade, mas Kiro se sentia mal por estar traindo Uruha, então teve que parar.

–Chega Koji, eu não posso. - ele tentava se afastar, mas os lábios do maior desciam pelo seu pescoço, deixando-o sem ar. -É sério, eu... eu amo o Masao. – Kiro não queria magoar seu melhor amigo, mas era inevitável. Ouvindo essas palavras, Koji parou de beija-lo na mesma hora. Ouvir aquilo era uma tortura. Ele se afastou completamente do pequeno.

–Desculpa, Kiro. - ele disse seco.

–Hm... acho melhor eu ir embora. – Yukio se levantou e o mais alto não disse nada, apenas o acompanhou até a porta.

Yukio estava nervoso. Porém a confusão dominava sua cabeça. Ele dirigia em alta velocidade, até que sentiu um impacto. O impacto que tiraria a sua vida. Sentiu o carro capotando e deixou as lembranças invadirem sua mente. As boas lembranças com a sua família, com Masao, mas a última coisa que veio em sua mente foi o seu beijo com o seu melhor amigo.

Flashback off

Koji contou tudo o que tinha acontecido até a hora que Kiro saiu de sua casa. Ele pode ver um rosto delicado encharcado de lágrimas. Pela primeira vez na sua vida, ele se sentiu culpado.

Sentiu culpa por ter feito Yukio ir até a sua casa, culpa por ama-lo tanto, por beija-lo. Mas a maior culpa que ele sentiu foi ter deixado o pequeno sair de sua casa naquela noite. Pode parecer algo irônico, mas era o que ele sentia.

Então ele viu que deveria fazer algo para aliviar um pouco daquela culpa. Nem que fosse um pequeno gesto. E foi o que ele fez. Abriu um pouco os braços e olhou para Masao, que levantou a cabeça e praticamente se jogou nos braços do menor, chorando sem parar. E pela segunda vez Koji chorou pela morte do amado. A única vez que ele havia chorado, fora no dia da sua morte. Após isso, ele apenas visitava seu túmulo todos os dias, deixando lá uma rosa vermelha, que era a flor preferida de Kiro.

–Por que o Kiro fez isso comigo, Ko-chan? - Masao choramingava. Koji achou estranho por ele estar o chamando de uma forma carinhosa, mas como Kiro sempre dizia: “Uruha tem um coração enorme, ele não consegue guardar rancor de ninguém”. É, ele tinha toda a razão.

–Me desculpe Masao, por favor, me desculpe! - ele disse chorando, afundando seu rosto na curva do pescoço do maior enquanto o abraçava forte. Era a primeira vez que ele se sentia assim em relação a Masao. Antes ele sempre queria que ele saísse da vida de  Kiro, apenas para ter o baixinho só para ele. Uma atitude egoísta, mas era o seu desejo. Mas agora ele se sentia mal por tudo. Ele precisava de seu perdão.

–Eu te perdoo, Koji. - e foi a última frase falada naquela tarde. Eles continuaram abraçados e chorando em silêncio. Quando os dois já não tinham mais lágrimas para derramar, entrelaçaram os dedos e foram até a saída do cemitério juntos. Nenhum dos dois sabiam exatamente o porquê de estarem agindo assim, mas no fundo tinham certeza que Yukio ficaria feliz em vê-los agindo dessa forma.

E sim, eles fariam de tudo apenas para deixar aquele baixinho feliz.




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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ♥