Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 13
Capítulo 13 - Na tua casa


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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O preto e o branco predominavam e o dia ventoso fazia as pétalas das rosas brancas viajarem por todo o lado. As pessoas cumprimentavam a família e davam as suas condolências. Kyoko, Kanae e Chiori tinham chegado ao mesmo tempo do que Momose e estavam ao lado dela, a dar-lhe apoio silenciosamente.

Ren chegara pouco depois, com uma gabardina preta até aos joelhos, uma camisa da mesma cor e umas calças de ganga pretas. Mesmo quando tentava passa-se despercebido, Ren continuava a dar nas vistas. Parou em frente à família e fez uma vénia, respeitosamente; depois foi para o lado de Kyoko e deixou-se estar lá sem dizer nada.

Brian foi um dos últimos a chegar já que tinha ido buscar James que se recusava a estar no mesmo lugar que Kanae. Brian sabia que o amigo podia ser bastante casmurro mas, depois de apelar ao seu senso comum, tinha sido rápido. Mesmo assim, eles tinham ficado bastante afastados do grupo de pessoas que se juntavam à volta da família.

O sítio era isolado e privado. Poucos paparazzi atreviam-se a aproximar-se e, os que o faziam, eram imediatamente enxotados pelos guarda-costas de Momose.

Como se estivessem coordenados, todos baixaram a cabeça quando Momose se chegou à frente para dizer algumas palavras. E foi aí que Kyoko percebeu que ninguém estava a chorar comprovando o que Momose tinha dito sobre já estarem todos preparados para aquilo e perguntou-se se deviam estar mesmo ali, num momento em que devia ser só de família.

- Devíamos sair daqui mal haja hipótese.

Chocada por ter ouvido o que estava a pensar, Kyoko olhou para Ren sem resposta.

- A Momose-san devia estar com a família e não rodeada de pessoas que só vão ter pena dela. – explicou Ren, desnecessariamente – E nós precisamos de falar.

A última parte também era verdade mas ela não tinha a certeza de querer fazê-lo. Tinha medo do que sairia dali. Mesmo assim, queria sair dali e, sair com Ren parecia ser mais fácil do que sair sozinha.

- Está bem. – murmurou Kyoko depois de alguns minutos de silêncio – Quando é que…

Antes de conseguir acabar a frase Ren já tinha pegado na sua mão e estava a arrastá-la até Momose. Fez uma vénia e disse que tinham que sair para discutir algumas coisas sobre o filme que iam começar a gravar no dia seguinte.

Ela sorriu e anuiu com a cabeça. – Obrigada por terem vindo.

Kyoko nem sequer teve tempo para se despedir de Momose antes de Ren começar a puxá-la dali para fora. Brian viu-os e reparou que Kyoko estava-lhe a murmurar “ajuda-me” mas ele limitou-se a encolher os ombros e a abanar a cabeça como se não pudesse fazer nada.

...

Quando deu por si já estava em frente ao edifício onde Ren vivia, dentro de um carro silencioso, a olhar de revês para Ren que estava de braços cruzados. Parecia mais chateado do que Kyoko esperava…aliás, ela estava à espera que ele se sentisse arrependido.

- Então, sobre a noite anterior… - começou Kyoko vendo-o pegar numa revista que tinha no banco de trás. Ao ver-se na capa com Brian, no bar da última noite, Kyoko pensou que os jornalistas eram rápidos.

- Parecem bastante íntimos aí. – comentou Ren referindo-se à mão que Brian tinha no braço de Kyoko – Os paparazzi também acharam.

Chateada, Kyoko olhou para o cabeçalho que dizia “depois de Sho e Ren…O GUITARRISTA É O NOVO NAMORADO DE KYOKO”.

- Depois de ti e do Sho!? – Kyoko atirou a revista de volta para o banco de trás – O que é que isso quer dizer? Se acreditas nisto ainda és mais estúpido do que os paparazzi!

- Hei, a única coisa que eu sei é que ontem nem sequer te deste ao trabalho de falares comigo. – apontou Ren – E hoje de manhã não atendeste os meus telefonemas!

Porque tinha deixado o telemóvel em casa do Brian, pensou Kyoko mas achou que era melhor não o referir.

- Depois de mim? – continuou Ren referindo-se ao titulo do artigo – Não sabia que havia um depois de mim!

- Não há um depois de ti! – gritou ela – Agora para! Tens realmente o direito de estares chateado de houvesse um depois!? Foste tu que me deixaste!!!

Ele olhou pela janela e decidiu mudar de assunto. – O presidente pediu para irmos lá, amanhã.

Kyoko lembrou-se de que tinha que falar com Tyler ao fim da tarde. – Quando?

- De manhã. – especificou Ren – Os gémeos vão fazer um contrato com a empresa e o presidente quer que sejamos os sempais.

Kyoko sentiu um aperto no peito sem saber muito bem porquê. Não havia razão para ficar com ciúmes, ela sabia que ele era sempai de muitos outros atores mas não conseguia evitar ficar triste.

- O que é que foi? – perguntou Ren ao ver a cara preocupada de Kyoko.

- O que é que se passou? – perguntou Kyoko decidida a entrar noutro tipo de relação exclusiva…já que não ia ser a sua única kouhai – Na outra noite…

Ren suspirou sem sequer se dar conta. – Dás-te conta do que ia acontecer se eu continuasse? – perguntou ele vendo-a corar intensamente – Nós ainda nem definimos em que pé é que estamos.

- Então…não é por causa do meu corpo? – hesitou Kyoko – Tu…

Não foi capaz de acabar a frase. O que era suposto dizer? “Afinal gostas do meu corpo?” Isso era demais, por isso decidiu ir por outro caminho.

- Em que ponto é que estamos? – perguntou ela – Amigos? Sempai e kouhai? Conhecidos? Colegas?

- Namorados? – adicionou Ren – Afinal, já não passamos por tantas coisas…

- Então…? – Kyoko ficou subitamente desconfortável – Somos namorados? És…o meu namorado?

Ren sorriu. – Sim. E tu és a minha namorada.

- Mas…a minha mãe…

- Ela não te pode dizer com quem podes ou não podes namorar, certo? – o sorriso dele estendeu-se de orelha a orelha – Até podemos tornar isto público.

Apesar de detestar fazer isso, Kyoko ficou surpreendentemente entusiasmada por anunciar ao mundo que Ren era dela. E a sua mãe já tinha o que queria –dinheiro –por isso não havia razão para a sua interferência.

- Sim, porque não? – Kyoko devolveu o sorriso a Kyoko – O presidente também vai ficar contente por finalmente teres alguns rumores.

- Oh, mas não vão ser só rumores.

Começaram a rir como se tivessem acabado de ouvir uma piada. Quando ficaram sem fôlego, aproximaram-se e beijaram-se como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Mas…porque é que te riste na outra noite? – perguntou Kyoko com a testa encostada à dele.

Ele afastou-se mas não deixou de sorrir. – Bem…digamos que tens uma lingerie bastante cómica. – apesar de ser só uma desculpa para a sua insegurança, Ren decidiu usá-la – Porque é que não falas com a Kotonami-san sobre isso?

- Porquê? – perguntou Kyoko inocentemente.

Ren riu-se com vontade. – Esquece! Por mim tanto faz se estiveres a usar lingerie com bonequitos ou com coraçõezinhos…aliás, acho que até prefiro assim.

- Porquê? – perguntou ela, confusa.

- Porque és a minha Kyoko. – explicou Ren – E a minha Kyoko usa lingerie com bonequitos e coraçõezinhos.

Kyoko não sabia se devia-se sentir feliz ou insultada. – Bem…a tua Kyoko não usa só lingerie com coraçõezinhos e bonequitos!

- Eu sei. – mas o tom dele era um pouco gozador, como se não acreditasse, por isso ela fez beicinho.

- Hei! Eu estou a falar a sério! – protestou Kyoko, enquanto ele esticava a mão para lhe tocar na face – Um dia vou-te surpreender.

- Vou estar à espera. – disse Ren com aquele sorriso que mata os demóniozinhos da Kyoko – Queres passar a noite em minha casa? – quando ela olhou para ele, desconfiada, ele corrigiu – Eu prometo que não faço nada. Só quero ver-te quando acordar.

E como ele disse aquilo numa voz tão doce qua ela não pôde resistir. – Está bem. Vou pedir ao Brian para telefonar à minha mãe.

Passar a noite na casa do Ren – com o Ren – era sempre uma experiência diferente e maravilhosa. Como já tinha levado a roupa que tinha deixado na casa dele, Ren emprestou-lhe uma t-shirt dele e umas calças de pijama. Apesar de a camisola bastar para cobri-la até ao meio das coxas, ele insistiu que ela vestisse as calças.

Depois de dobrá-las várias vezes e dar um nó na cintura, saiu do seu antigo quarto e sorriu para Ren, mostrando-lhe as calças largas.

- São bastante desconfortáveis. – informou ela.

Ao olhar para ela, com os cabelos molhados e as bochechas coradas do duche que tinha tomado, Ren achou que não tinha sido uma ideia tão boa emprestar-lhe as suas roupas.

- São bastante necessárias. – corrigiu Ren pensando que dificultariam a evolução das imagens que estavam a passar pela sua cabeça – O que é que queres comer, namorada?

O sorriso de Kyoko floresceu, tal como Ren planeara.

- O que queres comer? – perguntou Kyoko.

- E que tal encomendarmos comida e ficarmos a ver filmes durante a noite toda? – sugeriu Ren – Para comemorar que finalmente somos namorados…oficialmente.

- E amanhã acordamos com sombras horrorosas debaixo dos olhos. – lembrou Kyoko – Assustamos os gémeos.

- Vá lá. – pediu Ren.

Kyoko suspirou. – Está bem.

Pegou no telefone e sentou-se ao lado de Ren. – Sabes o número de algum restaurante?

- Está no número dois da marcação rápida. – disse Ren vendo-a a marcar – Não tens curiosidade em saber quem está no número um?

Ela deu-lhe um sorriso atrevido. – Será a tua namorada.

- Bingo! – ele bateu com o indicador nos lábios – O teu prémio é um beijo.

- Hm…de quem? – perguntou ela – Do Brad Pitt? – ela riu-se quando ele franziu as sobrancelhas – Estou a brincar! Mas agora estou ao telemóvel, Ren.

- E achas que é inapropriado? – perguntou Ren puxando-a para si antes de ela ter tempo para responder e beijou-a apaixonadamente. Quando atenderam ele largou-a e deu-lhe o sorriso de imperador da noite – Quando disse que não ia tentar nada, não me referia a beijos.

«Estou?»

- Ah…estou. – respondeu Kyoko ao homenzinho que já tinha dito a mesma coisa várias vezes – Gostaria de encomendar três doses de ramen.

«Claro. Basta dizer a morada e estaremos aí não tarda nada.»

Depois de dar as informações, Kyoko recostou-se no sofá e começou a contar a Ren o que tinha feito com Brian de manhã e o que ia a fazer no dia seguinte. Viu Ren ficar de certa forma aliviado por descobrir que Brian era gay mas simpatizou com a situação pela qual ele estava a passar e ofereceu ajuda mas ela recusou, justificando que Brian não podia ficar a saber que ela tinha-lhe contado que ele era gay.

- Então, ele é bastante reservado no que toca à sua sexualidade. – concluiu Ren.

- Não é que seja reservado. – disse ela – Mas tem medo de que isso se espalhe e influencie a sua carreira.

Também tinha medo que Taylor ficasse a saber e rejeitasse a sua amizade, pensou Kyoko.

Iam começar a falar da estadia de Ren na América quando a campainha tocou. Ren levantou-se antes de Kyoko.

- É melhor que seja eu a abrir. – disse Ren – O rapaz das entregas pode ir dizer ao repórteres que estamos juntos antes de nós termos a oportunidade de o fazer.

Ren foi buscar a comida, deu uma boa gorjeta ao rapaz envergonhado e entrou para se sentar junto dela.

- Depois disto, pipocas e filmes? – perguntou Ren.

Ela olhou para ele como se estivesse a considerar a ideia, sorriu e anuiu com a cabeça. – Está bem, mas só desta vez.

Ela adormeceu primeiro, encostada ao ombro dele, com as pipocas no seu colo e um filme romântico a passar na televisão. Ren não aguentou muito tempo, depois de encostar a sua cabeça à cabeça dela e ficaram ali durante três horas.

Depois começou a passar um filme de terror e eles acordaram com um grito agudo da personagem principal.

- Oh, meu Deus! Adormecemos? – perguntou Kyoko desnecessariamente. Ao olhar para a cara sonolenta de Ren não pôde deixar de se rir – Devíamos ir para a cama.

- Hm… - gemeu Ren sem conseguir juntar palavras para construir uma frase. Já não dormia assim tão bem há algum tempo. Levantou-se, um pouco tonto por ter acordado há pouco tempo e dirigiu-se para o seu quarto.

Quando a viu a entrar também surpreendeu-se. – O que se passa?

- Posso dormir aqui, esta noite. Tu disseste que não ias tentar nada. – lembrou Kyoko afastando os cobertores para se enfiar por baixo deles. Apesar de ter o termómetro nos níveis máximos, ela suspirou e enroscou-se contra o peito dele – Afinal, já não dormia assim há algum tempo.

Ren sorriu e abraçou-a por baixo dos cobertores, encostando a cabeça aos cabelos dela. – Não devias fazer isso. Posso ficar mal-habituado.


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Notas finais do capítulo

Então, já repararam que o papel da má da fita passou da mãe da Kyoko para a Miranda? ^^ Tive bastante dificuldade a escrever este capítulo, francamente -.- phew
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