Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 11
Capítulo 11 - Depois da tempestade...?


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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Quando acordamos naqueles dias em que tudo parece ser destinado a correr mal, não há nada que possamos fazer.

Seja a lembrança de uma noite estragada por um sutiã animado, uma zanga com o namorado que veio de propósito da América só para estar contigo, um contrato desfeito, a notícia de um noivado de uma pessoa amada que nunca esperaríamos voltar a ver, termos nomes mas não papéis para representar ou ser castigada com o fardo de ter que ensinar o estúpido do cantor com um dos papéis principais só porque chegaste mais cedo do que os outros.

E, talvez ela ficasse um bocado aliviada por entrar no estúdio e ouvir suspiros depressivos por todo o lado, mostrando que não estava sozinha mas, o silêncio que se instalou logo depois previa um dia bastante difícil.

Kyoko entrou no estúdio com Ren mas decidiu imediatamente afastar-se quando teve a primeira oportunidade principalmente porque ainda não sabia qual era a razão verdadeira para ele se ter afastado, na noite anterior. Sabia que era cruel deixá-lo sozinho porque, mesmo que ele se desse bem com toda a gente, só parecia relaxar ao pé dela e com o Yashiro-san. Infelizmente, todos os agentes estavam em reuniões nas respetivas agências com os presidentes, advogados, contabilistas e negociadores que tratavam dos aspetos finais dos contratos para aquele filme. Quantas horas é que eles teriam de trabalhar por semana? Quantos dias teriam para descansar? Quando é que o filme teria que estar pronto? E, de quanto seria o lucro? Perguntas insignificantes para Kyoko, já que ela adorava fazer o que fazia e, francamente, era a sua mãe que lidava com o dinheiro que ela recebia.

O diretor estava a falar com o realizador e os técnicos estavam a preparar tudo para a primeira cena. Os atores estavam a petiscar alguma coisa com uma cara que só indicava cansaço e problemas. A mesma cara que ela tinha.

No entanto, Kyoko era uma daquelas amigas que põe tudo para trás se vir amigas com problemas. Viu Chiori a resmungar com Sho e decidiu que aquilo era demais para ela no momento e não se queria meter nas decisões do diretor cruel por isso, centrou-se em Kanae que normalmente era acompanhada por James mas estava completamente sozinha.

- Bom dia. – começou Kyoko sentando-se ao lado dela. Decidiu ir direta ao assunto pois não lhe restava muita paciência e porque ele podia simplesmente ter-se ausentado por alguns momentos – Onde está o James?

- Ele ficou em casa. – Kanae suspirou tal como Kyoko tinha suspirado naquela manhã, ao sair de casa com Ren – Parece que ele não arranja trabalho e não quer ajuda de ninguém. No fim, acabamos por ter uma discussão sobre isso. E tu?

- O normal. – respondeu Kyoko sem se aperceber – O Ren e eu estamos com problemas em estabelecer em que patamar é que estamos.

Kanae olhou para trás e viu Chiori a aproximar-se delas com um suspiro idêntico ao delas. – O que se passa contigo?

- O diretor pediu-me para ajudar o Sho durante as filmagens. – respondeu enquanto encolhia os ombros – Ele está-me a pôr maluca.

- Porque é que o diretor pediu isso? – perguntou Kyoko.

- Parece que o diretor também não confia nos dotes de representação de um cantor por isso pediu-lhe para ensaiar um bocado mas os ensaios não correram muito bem. – explicou Chiori – E cá estou eu porque fui a primeira a chegar ao estúdio. Ele já perguntou umas vinte vezes porque é que não podias ser tu.

- Bem, eu já estou habituada. – disse Kyoko – Se quiseres, eu posso tirar-te esse fardo.

- Sim, mas o Sho já perguntou ao diretor. – Chiori deu-lhes um sorriso fraco – Ele disse que, como tu e o Ren são personagens principais não podem perder tempo com “um pirralho mimado” como ele.

- Então peço desculpas. – disse Kyoko olhando de revés para Ren – Parece que nenhuma de nós está a ter um grande dia. Que tal um almoço juntas para podermos discutir os nossos problemas.

Kanae não conseguiu resistir à vontade de rir. – Não achas que isso é um pouco deprimente?

Kyoko prendeu uma madeixa de cabelo atrás da orelha. Sabia que, se não arranjasse alguma desculpa, não se conseguiria esquivar ao convite para o almoço que Ren lhe tinha dado.

- Hei, eu posso dar conselhos à Chiori de como lidar com o Sho. – justificou Kyoko – E tu podes desabafar sobre o James.

- Às vezes pergunto-me porque é que as coisas têm que ser tão complicadas, sabem?

As três olharam para trás e viram Momose com um ar desgastado, já com a roupa da sua personagem.

- Itsumi-chan. – Kyoko levantou-se e aproximou-se dela e fez-lhe uma festinha no cabelo – O que se passa?

- O meu pai morreu ontem à noite. – e, só com isso, foi como os restantes problemas tivessem desaparecido e só houvesse o de Momose.

- Oh, querida. – Kyoko abraçou-a automaticamente – Lamento imenso.

- Não faz mal. Ele já estava no hospital há algum tempo. – disse Momose – Já estávamos todos preparados.

- Há alguma coisa que possamos fazer? – perguntou Chiori aproximando-se também quando Kyoko se afastou.

- O funeral é amanhã. – informou Momose – Vai ser uma coisa muito privada mas significa muito se pudessem estar lá.

- Mas é claro que vamos estar lá! – gritou Kyoko abraçando-a de novo.

- Podem avisar os outros? – perguntou Momose referindo-se aos amigos mais próximos ali presentes – O diretor mandou-me ir embora e só voltar no dia depois de amanhã.

Esforçando-se um pouco, Momose soltou-se dos braços de Kyoko e afastou-se, enquanto acenava com a mão.

- Isto vai ser problemático. – lembrou Kanae referindo-se à responsabilidade de terem que avisar os outros. Olhou para Kyoko – Como é que vais avisar o Ren?

- E que tal se trocássemos? – sugeriu Chiori recebendo olhares confusos – Porque é que eu não digo ao Ren, a Kanae avisa o Sho e a Kyoko conta ao James?

- Não sei bem se devemos convidar o Sho. – salientou Kanae.

- Admito que ele é um pouco rude, às vezes. – confessou Kyoko levando com olhares “tu achas?” – Mas ele ultrapassa isso quando o momento o requer. E, além disso, ele vai trabalhar connosco durante meses. Se não lhe dissermos ele vai ficar ressentido.

Kanae suspirou. – Está bem, eu digo-lhe. Mas a culpa não é minha se ele recusar.

Depois de vários outros sorrisos e suspiros, elas separaram-se para se prepararem e Kyoko decidiu que estava na hora de começar a esquivar-se de Ren.

Ela não era má.

Só que, depois da última noite Kyoko debatia-se com a pergunta com que muitas outras mulheres se debatiam: “Será que ele não gosta do meu corpo?” Porque, se fosse esse o caso, não havia volta a dar.

Enquanto gravavam a primeira cena sem atores, Kyoko ia olhando para Ren de vez em quando. Este, que se encontrava sentado numa cadeira preta com o seu nome, mesmo ao lado dela, parecia não notar.

Mas isso era só por causa do cavalheirismo dele porque, na verdade, ele estava plenamente consciente de todos os movimentos dela. Tinha estado durante todo o dia desde que Chiori fora falar com ele sobre o funeral do pai de Momose.

Apesar de não o mostrar, estava terrivelmente confuso e arrependido. A prova de o quão ela estava chateada com ele era o fato de ele não ter comido nada durante o dia todo a não ser alguns aperitivos e Kyoko ainda não ter dito nada.

Como se estivesse a imitar os movimentos de Ren, Kyoko levou a mão à cara. Ela não estava chateada mas apenas tão confusa como Ren…e um pouco desiludida. Talvez só um bocadinho irritada por terem trocado de roupa e agora estarem ali sem fazer nada.

O sol ia-se pondo no horizonte, enquanto ouvia mais um sermão de Chiori, Kanae mandava mensagens furiosamente, os dois gémeos sem papéis sussurravam a um canto, o realizador contactava a agente de Mimori para avisar que, se ela não aparecesse de novo no dia seguinte seria despedida e substituída imediatamente, rumores percorriam o estúdio que diziam que Ruriko tinha perdido o contrato com a editora – e era por isso que não estava presente – e Kyoko imaginava o que poderia fazer para concertar aquilo tudo.

O funeral do pai da Momose era amanhã e não podiam ir assim, todos frustrados e chateados uns com os outros.

- Muito bem, as filmagens acabaram por hoje. – informou o diretor – Venham preparados para representar, amanhã.

- Mas, então para que é que nos vestimos? – perguntou um.

- Hoje, o dia foi dedicado para vocês se habituarem com o lugar e socializarem mais…verem como tudo funciona – uma total perda de tempo, pensou o diretor vendo os seus atores com sobrancelhas franzidas e braços cruzados – Mas, mais do que isso, hoje temos que tirar algumas fotografias para a publicidade do filme. Também temos que gravar algumas vozes para o trailer mas fazemos isso amanhã.

Com alguns protestos, dirigiram-se para a frente da lente do fotógrafo.

- Mas falta tanta gente, hoje. – protestou Kyoko lembrando-se que não tinha visto Ren comer durante o dia inteiro – Não seria melhor fazermos as vozes e tirarmos as fotos amanhã?

Depois de vários regateios, o diretor decidiu que no dia seguinte teriam o dia de folga para irem ao funeral do pai de Momose e depois iriam fazer tudo junto num dia ou seriam todos despedidos.

Foi então que Kyoko apercebeu-se de qual era o significado daquilo que tantas vezes lhe tinham dito, enquanto crescia. Quando as coisas estão muito más, só podem melhorar de aí em diante.

Depois de se trocar e pegar nas suas coisas, apressou-se para apanhar Ren na saída porque sabia que, tal como ele não se atrasava a chegar, também não se demorava a sair. Tinha decidido convencê-lo a irem jantar juntos e depois falar sobre o assunto. Com certeza que haveria uma solução.

Parou ao ver Ren de costas a dirigir-se para a saída e ia começar a correr com a ideia de saltar para as costas dele quando o telemóvel tocou. Ela hesitou um momento mas pegou nele e leu a mensagem que Brian lhe tinha enviado.

“Encontrei o Tyler. Ele está noivo.”

Kyoko olhou outra vez para Ren que se aproximava do carro estacionado mesmo à frente do estúdio e de novo para o telemóvel. Ao olhar uma última vez para Ren em frente ao volante, a ligar o carro, Kyoko apercebeu-se que, por muito má que a situação seja, podia sempre piorar.

Virou costas à entrada e a Ren, pegou no telemóvel e marcou o número de Brian. Quando ele atendeu ela fechou os olhos e pensou que nunca poderia dizer a Brian que o tinha escolhido em vez de a Ren.

- Onde é que estás? – sorriu mas apetecia-lhe fechar num quarto escuro e chorar – Não saias daí. Vou já ter contigo.


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Notas finais do capítulo

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