Remember escrita por K Valentine


Capítulo 55
Revelação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/131199/chapter/55

Eu estava me sentindo bem melhor, depois dessa semana que praticamente hibernei. Graças ao Tom. Sem ele, eu jamais conseguiria fazer o tratamento de forma correta. Me ajudou demais e eu serei eternamente grata por isso. Queria poder retribuí-lo à altura, mas como não sabia uma maneira, pelo menos por enquanto, o mínimo que eu podia fazer é ir nesse jantar. Afinal, estar com ele e com o Bill sempre era divertidíssimo! E essa noite de hoje é realmente tudo que eu estou precisando para me distrair, depois das coisas que passei.

Por causa disso, decidi embarcar para o Brasil nesse domingo à noite, sem avisar a ninguém da minha família. Acho que fazem mais de seis meses que eu não vou na minha terra natal e esse era um bom momento. Eu estava com muita saudade de todos. Arrumei minha mala com facilidade, pois creio que não ficarei mais que uma semana por lá.

Depois de tantos dias de pijama e cara lavada, hoje eu queria me arrumar e me sentir bonita. Acordei mais cedo, hidratei meus cabelos, arrumei minhas unhas e tomei um longo e relaxante banho de espuma. Isso tudo foi revitalizador! Agora só falta escolher uma roupa e conseguir ficar pronta a tempo. Para não me atrasar, decidi começar a me arrumar bem cedo e quando deu o horário combinado, eu já estaria prontinha esperando.

[Tom Narrador Mode-On]

Fiquei durante a sexta e o sábado pensando a melhor roupa, o melhor perfume, no melhor e mais discreto restaurante... Tudo para estar perfeito para ela. Eu queria que esse dia fosse o mais inesquecível de todos. E com certeza seria, pelo menos para mim.

Fiz uma reserva no restaurante Lacroix, um dos melhores da cidade, que ficava perto da praça que a encontrei aquele dia de madrugada. Além do mais, eu sabia que ela gostava muito de lá, pois a vi falando em um dos vídeos que assisti. Quando eu liguei, avisando o local que iríamos juntamente com a hora, percebi que ela ficou bastante feliz e ao mesmo tempo surpresa com a minha escolha.

Estava bastante nervoso, mas Bill conseguiu me acalmar.

— Vai dar tudo certo, Tom! – ele diz. – Relaxa e tenta se concentrar no seu objetivo. Garanto que ela vai estar linda com aquele sorriso no rosto todinha para você!

Eu suspiro, ainda indeciso com a roupa que usaria hoje.

— Eu acho que você devia ir todo de preto, com uma jaqueta de couro e esses tênis aí da esquerda – aponta.

— Não fica meio fúnebre?

— Claro que não! Você fica ótimo de preto. – ele faz uma pausa. - E vai aparar um pouco essa barba porque a Alicia quer beijar a sua boca e não seus pelos da cara!

— Tá bom, tá bom! – o olho feio. – Já pode parar de gracinha! – aponto meu tênis para ele e o arremesso em sua cabeça.

— Ai! – geme de dor. – Eu tô aqui tentando te ajudar e você me retribui com uma agressão?

— Para de drama! Aposto que nem doeu. Agora deixa eu me arrumar.

— Depois quero saber de tudo, tudinho! Cada detalhe, detalhadamente detalhado.

— Você quer levar outro arremesso de tênis? – ameaço.

— Tô saindo, tô saindo. – ele corre, com medo.

Consigo me arrumar sem demora. Hoje eu não podia me atrasar. Fiz o coque no meu cabelo e já desci para pegar o carro.

— Boa sorte, meu irmão! Vai dar tudo certo e você vai desencalhar! – Bill fala, da cozinha.

O ignoro e vou seguindo rumo à garagem. Parto em direção à casa de Alicia. No caminho, mando mensagem avisando que estou chegando e ela diz que vai descer.

Não demoram nem 20 minutos e estaciono na porta do prédio. Quando olho lá para dentro, a avisto vindo em minha direção e arrepio com a cena. Ela estava maravilhosa, com um vestido vinho que era colado no corpo e ia até um pouco abaixo do joelho, acompanhado de um sobretudo preto por cima.

A caminhada dela até o carro foi hipnotizante. Eu simplesmente não conseguia desviar os olhos de tanta perfeição, era uma sensação indescritível. Ela foi se aproximando e antes mesmo de entrar, já pude sentir o cheiro de seu perfume. Ahh esse perfume...

— Oooi! – ela abre os braços, nos abraçamos e eu me arrepio novamente. – Onde está o Bill? Achei que ele viria conosco! – ela me olha.

— Er... Não... Ele até queria, mas é que tinha um jantar de negócios... – desconverso. – Hoje somos só nós dois. - dou partida no carro

— Entendi! Tudo bem. – ela sorri.

Chegamos no restaurante, que graças à Deus tinha um estacionamento privado. E nos dirigimos até nossa mesa.

— Você está linda hoje. – a elogio.

— Ah obrigada, Tom! Em vista da minha cara de zumbi que você presenciou durante essa semana, hoje eu resolvi dar uma melhorada na aparência. – ela ri.

— Cara de zumbi. – acho graça. – Se todo zumbi fosse que nem você, ninguém temeria o apocalipse!

— Até parece, né? – inclina sua cabeça para trás, rindo. - Você também está muito bonito hoje! Gosto quando veste preto, fica muito bem com essa cor.

— Obrigado! - agradeço também o Bill em pensamentos por ter me convencido a vir vestido assim.

O garçom chega com o menu para que possamos fazer nosso pedido.

— E então, - eu continuo. – o que você quer pedir de entrada?

— Bem... – ela olha o cardápio. – Pode ser uma salada de vagem com tartare de tomate.

— O mesmo para mim, por favor. – faço para o garçom.

— O que vocês vão beber? – ele pergunta. – A indicação do chef de hoje é o vinho tinto alemão Hans Lang Pinot Noir.

Esse vinho é excelente! – comento.

— Pode ser! – ela fala e o garçom sai em seguida. – Nunca tomei.

— Você vai gostar, eu garanto! – faço uma pausa. - Está bem melhor hoje, Alicia!

— Sim, graças à você! Não vou cansar de te agrade ror tudo, Tom... Você foi fantástico!

— Já te falei que não precisa agradecer!

— Tô me sentindo nova em folha! Esse frio de Los Angeles não me ataca mais!

— Você que não viu como é na Alemanha! Mil vezes pior...

— Eu imagino mesmo! Em compensação o Brasil é extremamente calor, tanto que chega a ser insuportável.

O garçom chega com o vinho, os nossos pratos e nos serve.

— Os senhores já querem fazer o pedido do prato principal?

— Por enquanto não, obrigado. – digo.

Depois que ele sai, eu e Alicia brindamos.

— A sua recuperação!

— A nós! – ela diz e eu me arrepio. – Cheers! Hmmm, esse vinho é bom mesmo!

— Te disse!

Comemos nossa entrada e bebemos vinho. Conversamos sobre as nossas bandas, turnês e o cenário musical atual... Ela me perguntou muitas coisas sobre a Alemanha também e disse que queria muito ir lá um dia conhecer direito, pois a vez que foi com a Sweet Poison, não deu tempo de passear. Durante a nossa conversa, observo cada detalhe dela. Detalhes insignificantes para outros, mas importantes para mim. Sempre assim, me apego a detalhes que ninguém percebe. Me agarro a eles como se fossem meus. Vai ver por isso me apaixonei por completo...

Depois, era hora do prato principal. Eu pedi um espaguete com molho de berinjela, tomate e pimenta, e ela, tournedos Rossini. Continuamos tomando o mesmo vinho e conversando por mais um tempo. Se não fosse a comida, já estaríamos tontos há muito tempo. Mas por enquanto, estamos apenas um pouco alterados.

— Tenho uma ótima ideia de sobremesa. – digo. – Mas não vai ser daqui.

— O que você tem em mente?

— Que tal chocolate quente? – pergunto, sorridente.

— Meu Deus! É claro que sim! Será perfeito nessa noite fria!

— Tem uma cafeteria que funciona 24 horas, perto daquele praça que te achei aquele dia.

— Sei qual é, mas nunca fui lá!

— Então hoje você conhecerá! Vou pedir a conta. – chamo o garçom, que já vem com a máquina de cartão.

— Deixe-me dividir a conta com você! – ela pede.

— Não senhora, hoje eu pago. – passo o cartão. - Vamos? – me levanto e estendo a mão para ela.

Pego o carro na garagem do restaurante e estaciono perto da cafeteria. Entramos e pegamos nossos chocolates quentes.

— Esse chocolate vai ser ótimo para curar o alto teor alcoólico presente no meu sangue. – ela ri. - Vamos sentar na praça? Gosto da vista de lá.

— Claro! – concordo e estendo o braço para ela, que entrelaça o dela no meu.

Atravessamos a rua e andamos até no meio da praça, onde havia um banco solitário e nos sentamos.

— E pensar que aquele dia você me viu aqui toda paranoica. – ela ri.

— Pare de falar isso... Você fez o que achou melhor naquele momento.

— Mas não foi e graças a Deus  já acabou. – ela suspira. – Hoje também estou mais aliviada. E quanto a você e suas garotas, não está saindo com nenhuma agora?

— Não... – abaixo a cabeça. – Com o tempo eu fui perdendo a necessidade, vai reduzindo a bagagem. Nunca pensei em me entregar assim completamente a um sentimento tão confuso quanto o amor, porque meus romances nunca deram certo. Sempre tinha entrada e saída de pessoas em minha vida que nunca me acostumei. – desabafo.

— Entendo. – ela me olha e bebe um gole do chocolate.

— Mas agora as coisas são diferentes. – digo.

— Como assim?

— A verdade é que eu não quero mais ninguém... – faço uma pausa. - A menos que esse alguém seja... Você.— viro-me para ela. - Tentei negar, tentei esconder Alicia, mas não deu. – ela continua me olhando fixamente e chego o meu rosto mais perto de seu e toco em seu queixo. - Estou apaixonado por você.— enfim nos beijamos.

[Tom Narrador Mode-Off]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No twitter @KValentineFics postei a roupa da Alicia!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Remember" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.