Next 2 You escrita por Melanie


Capítulo 14
Capítulo 14 - Next 2 You part. 1


Notas iniciais do capítulo

Heey lindas!
Tudo bem?

Desculpem pela demora, estava meio enrolada e ainda fui ver a estréia de Harry Potter, aliás, quem aí olhou? Perfeito e sem palavras, né!? Chorei muito, e fiquei super triste ao notar que putz, minha infância realmente acabou e eu estou ficando muito velha! HAHAHAHA enfim, como está indo as férias de vocês? A minha está uma maravilha, sim sou preguiçosa, beijos! Hahaha


Pois é, aqui estamos nós, o último capítulo de Next 2 You, porém ele foi dividido em duas partes, por ter ficado realmente muito grande! :3


Vocês não sabem como é pra mim estar postando a primeira parte do final agora, aqui. Essa fic foi realmente muito importante pra mim, ela tocou meu coração de uma forma inexplicável, e eu realmente espero que tenha tocado o coração de vocês também, ainda que só um pouquinho!


Bom, vou deixar os textos e chororô pra segunda parte, então se preparem! Haha


Fiz com todo o carinho do mundo esse capítulo, e eu realmente espero que vocês gostem!
Bom, acho que vou parar de falar afinal vocês tem que ler o meu "final super supresa" haha!


Ah quero dedicar esse capítulo a duas leitoras divas que me mandaram recomendações LINDAS, muito obrigado de coração Anna_Chase e jessicag, eu ameeei as recomedações de vocês, LINDAS E DIVAS! OBRIGADO DO FUNDO DO CORAÇÃO!!!!


Enfim, boa leitura!
Entrem comigo agora no primeiro passo para o final da história de amor e amizade de Justin e Rachel! :3
Beijooos :*:*
AMO VOCÊS ♥♥


Roupa: http://www.polyvore.com/rachel/set?id=33803524



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“Yeah, you are my dream, there's not a thing I won't do, I'll give my life up for you. Cause you are my dream.”

O grande problema de sonhar é que você sabe que vai acordar mais cedo ou mais tarde, e quando isso acontece toda a magia que você julgou existir simplesmente evapora no ar, virando a cruel, e nada perfeita, realidade.

"Para sempre" é muito tempo, não? É incrível como promessas no final nunca são cumpridas, e esses amores vulgo “eternos” acabam em questão de meses.

O mundo é hipócrita demais, e sempre vai ser. O que você pensa, diz e faz, são três coisas completamente diferentes, e você sabe muito bem disso.

Podemos ser realistas em algo? Você nasce, cresce e morre. E não leva nada daqui além das lembranças, e se é que você ainda leva isso.

Você passa sua infância e adolescência inteiras estudando, muitas vezes sofrendo bullying na escola e se matando de estudar, para então entrar em uma faculdade, estudar por mais 4/5 anos, ter que se manter e viver um tanto independente, depois deve começar a trabalhar, para poder bancar tudo aquilo que deseja ter, você então trabalha pelo resto de sua vida, até se aposentar provavelmente aos 50 e poucos anos, e então o tempo que você pode agora viver e fazer coisas que sempre quis, porém não teve oportunidade, já não existe mais, você está ficando velho, cansado e muitas vezes, doente, e então apenas espera o fim chegar.

Pode até ser uma definição radical, mas é assim como eu vejo as coisas, passei minha vida inteira procurando o meu caminho de volta pra casa, quando eu na realidade nunca soube onde era o meu verdadeiro lar. Eu sempre fui insegura e complicada demais, eu tentava encontrar uma razão para viver em Justin, eu vivia a vida dele pelos bastidores, eu não tinha visto o mundo de outra forma além daquela, depois que mamãe morreu eu mudei, e nunca fui à mesma. Eu saí da escola, eu deixei meus amigos e vida para trás, eu fui viver com o papai e nem isso consegui fazer direito, o abandonei para seguir o sonho de Justin junto com ele, eu sempre fui tão...egoísta, tão prepotente, eu queria tanto aquele garoto só para mim que no final eu mesma o deixei escapar por entre meus dedos.

O que eu sabia das coisas então? Eu sempre achei saber tudo, quando na realidade eu não sabia nem quem eu mesma era.

O que eu esperava, de verdade? Ser a mulher dele?

“Senhora Bieber se apresentando aqui!”

Ah claro, a melhor amiga idiota que se apaixona pelo astro pop, tão típico e clichê que chega a ser ridículo.

Mas eu não me importo, pra falar a verdade eu gosto, eu realmente gosto de tudo isso, todas essas partes complexas e idiotas, formando essa aqui minha história com Justin.

E como tudo isso termina? Bom te apresento agora o outro lado de tudo isso.

***********************************************************************************

Rachel bocejou coçando sutilmente os olhos, logo esboçando um sorriso gigantesco. Justin acariciou sua bochecha, e ela sorriu sentindo seu ar faltar, depois de tanto tempo era incrível como aquele garoto ainda tirava seu fôlego.

Ela tinha 23 anos e ele 22, mas ainda se lembravam daqueles dias de adolescência ainda um tanto recentes, onde tinham apenas 18 e 17 anos respectivamente e queriam descobrir o amor juntos.

- E então, pronta para cumprir todas as nossas promessas e viver todos os  nossos sonhos? – Justin perguntou com um sorriso maroto brincando nos lábios, apertando os braços em volta da cintura da garota.

- Claro, vamos ter sete filhos, quatro meninos, um deles tem que se chamar Oliver por causa do vovô, e as três meninas serão Anne, Gabe e Julie. – Ela afirmou sorrindo, Justin riu dando um beijo em sua bochecha, Rachel deitou sua cabeça no peito dele, enquanto os dois abraçados no capô do carro encaravam as estrelas que brilhavam incrivelmente no céu de Los Angeles, naquele mesmo morro onde podiam ver a cidade inteira.

Aquela cidade em que eles sentiram o amor de verdade, pela primeira vez, sem medos e nem nada, eles sentiram o amor, por apenas um sorriso, eles sentiram a verdade, eles sentiram que pertenciam um ao outro.

Ela era o sonho dele, e ele era seu rei da Califórnia.

- Se lembre que o nome do primeiro filho eu que escolho, então ele vai se chamar Justin por causa do papai aqui!

Justin disse acariciando a barriga da garota, por enquanto ainda sem nada, sorriram um pro outro, era incrível todas as promessas que podiam fazer, todos os planos, sonhos e expectativas, para um futuro enorme e cheio de reviravoltas, mas não importava o que acontecesse dali em diante, eles estariam juntos.

E juntos eles poderiam fazer qualquer coisa que quisessem.

Finalmente, depois de tantas lágrimas e desencontros poderiam ser livres, poderiam se amar, sem medo, sem mentiras e corações partidos.

Eram metades de um todo, que juntas eram imbatíveis.

Os velhos Superman e Lois Lane finalmente estavam amadurecendo de verdade. Crianças envelhecem, e eles estavam envelhecendo também.

- Você vai ser o treinador do time de futebol, e eu vou treinar as meninas como lideres de torcida, vamos estar em todos os jogos torcendo por vocês, e vocês vão fazer um gol para cada uma de nós, claro.

- Sim, serão todos os Domingos, não se esqueça! Mas a Julie não vai, ela vai ser muito pequena, e nada de roupas curtas, não quero ninguém olhando minha rainha e nossas princesinhas. – Justin disse ciumento, apertando mais os braços em volta de Rachel, ela riu dando um beijo no pescoço dele.

- Claro, e ás quintas você tem que levar as crianças pra casa do Chris, eu e as meninas vamos nos juntar no clube do filme.

- Ah é, e você tem que lembrar que todas as sextas depois dos shows nós vamos ir almoçar no restaurante mais famoso da cidade, mas e as crianças? – Perguntou a encarando, Rachel mordeu os lábios pensando um pouco.

- Sei lá, podemos deixar com Scooter e Carin, ou melhor, só com a Carin e a mamãe, Scooter não é lá a pessoa mais normal do mundo. – Justin disse e ambos riram.

- É mesmo! E ainda temos que visitar o papai.

- E os detalhes do casamento, meu Deus como temos uma vida e tanto! – Justin disse colocando a mão no peito, gargalharam juntos de tudo o que haviam dito.

- Nem chegamos a noivar e já estamos combinando os encontros de sexta e o time das crianças.

Rachel riu olhando pro céu estrelado distraída, de repente Justin teve um estalo na mente, lembrando-se de algo muito importante que havia planejado com Ryan e Scooter, o garoto sorriu abertamente se levantando, segurando as mãos da garota, arfante.

Rachel franziu a testa o encarando confusa.

- O que foi amor? – Justin apenas sorriu para a garota, descendo do capô do carro e dando uma corridinha, pegado algo dentro do porta luvas e logo voltando até a garota com uma caixa roxa em mãos, se sentou novamente no capô e deu aquele sorriso que ela amava, a entregando a caixa.

Rachel a pegou ainda sem entender muita coisa, com as mãos tremulas puxou o grande laço lilás, o deixando deslizar no seu colo, assim que abriu a caixa viu algo que definitivamente não esperava ver.

Havia um livro ali, mas não era um livro qualquer, e sim “Um Amor Para Recordar” seu livro favorito, que ela devia ter lido mais de umas quinhentas vezes, franziu a testa encarando Justin, se perguntando por que ele havia lhe dado aquele livro se ele sabia que ela já tinha o seu há muito tempo.

- Um Amor Para Recordar?

- Apenas abra. – Justin disse sorrindo e fazendo um sinal positivo para a garota, Rachel deu de ombros pegando delicadamente o livro em mãos, perguntando a si mesma o que Justin pretendia com aquilo, estava armando algo, ela sabia bem disso.

Porém assim que abriu o livro seu coração deu duas piruetas, e ela quase podia jurar que ele falhara uma batida, logo voltando a bater em um ritmo frenético.

Aquilo sim era algo inimaginável.

O livro tinha uma parte ao meio cortada milimetricamente, mais ou menos até ás ultimas páginas, formando uma pequena caixinha dentro do livro, e ali dentro havia um pequeno e delicado anel de ouro branco, com um grande, porem delicado, diamante.

Rachel arregalou os olhos abrindo a boca em um enorme “O”, com as mãos geladas e trêmulas ela tirou o anel ali de dentro, engolindo em seco sem ainda acreditar.

Assim que tirou o anel viu que uma frase do livro se podia ler, e ela estava marcada com caneta marca texto roxa.

“O nosso amor é como o vento, não posso ver, mas posso sentir.”

Sua parte favorita do livro. Ainda completamente atonia virou o rosto encarando Justin, ele tinha um sorriso enorme no rosto, e seus olhos brilhavam mais do que todas aquelas estrelas juntas.

Ele soltou um risinho da cara de espanto dela.

- Como...c-como é? – Rachel perguntou confusa, nervosa e surpresa demais pra ter algum pensamento coerente, Justin sorriu segurando forte às mãos da garota e a encarando profundamente.

Como se pudesse ver sua alma, e ele podia mesmo, naquele momento ele estava certo de que ela era a única pela qual ele queria dividir o “pra sempre”. A única por qual ele lutaria para sempre.

- Você quer casar comigo Rachel? – Perguntou encarando a garota, ele havia dito de todo o coração, nunca desejara algo como desejava aquilo, Rachel sentiu seu mundo parar ali.

- Como é? – Sua voz saiu em um sussurro, quase como um suspiro espantado.

- Quer ser minha? Pra sempre? – Disse com aquele sorriso brilhante, que pareceu parar tudo, deixando as coisas embaçadas, como se estivessem desaparecendo, Rachel sentiu o chão em baixo de si tremer.

Pra sempre....


Pra sempre...



Pra sempre...

Sempre...

           

           

Bip

           

Bip...Bip...Bip

Bip bip bip bip bip...biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiip....

Rachel PDV

- Rachel? Está me escutando? Rachel você pode me escutar!?

Bip...bip....bip        bip....bip bip....bip bip....bip       bip....bip     

- Justin!? ONDE VOCÊ ESTÁ? JUSTIN! – Eu gritava pela imensidão azul, mas ninguém parecia me escutar, engoli em seco encarando tudo a minha volta, o que havia acontecido, e onde eu estava?

Eu parecia estar flutuando dentro do oceano azul, não sentia meu corpo e não podia escutar nada, apenas flutuar feito uma pena ao vento, eu me sentia um nada, literalmente.

Seria isso que às pessoas sentem antes de morrer? Seria esse o fim da linha?

Você já se sentiu sem ar? Digo mesmo, como se estivesse á um passo da morte, e de repente tudo girasse, e todas as coisas ruim e boas viessem a tona.

E então você se pergunta se já fez o bastante, e você se desespera ao contatar que não, ainda há muito mais a viver.

Clichê demais, eu sei, mas era o que eu sentia. E você só vai acreditar nisso quando sentir.

Como se um último sopro de vida estivesse dado e pronto, nada mais acontece. Eu me sentia assim, meu corpo esta ali em matéria, porém eu não conseguisse senti-lo, mas minha alma parecia estar saindo do corpo, voando para bem longe como se não tivesse esperança, nada mais a ser feito, e então eu já não seria mais nada.

Me perguntei se estava morta, ou pelo menos, morrendo. Afinal quem pode ficar no lugar mais fundo do oceano sem respirar?

Respirar... e a dor feio como uma facada no estômago.

Me encurvei como se alguém tivesse me dado um chute nas costelas, não sentia meus pulmões puxando o ar, não sentia meu peito se movimentar, e podia quase jurar que as batidas do meu coração desaceleravam aos poucos.

Então gritei. O mais forte que podia, com o resto de minhas forças e fôlego. Mas ninguém escutou.

Ninguém podia escutar. Ninguém iria escutar.

Eu estava sozinha, completamente só e perdida.

Então pensei nele. O único que eu desejava ver pela última vez, queria dizê-lo tudo o que sentia e muito mais. Queria mais um segundo para dizer á ele que já não importava mais o que estava acontecendo ou iria acontecer, eu apenas queria que ele fosse feliz, que isso me faria feliz, seja lá onde estivesse.

Foi então que senti a água invadir meu corpo, como se tudo estivesse explodindo por dentro, arfei vendo o clarão, um estouro, gritos e medo. Então tudo preto e eu finalmente abri meus olhos para o mundo real.

        

[...]     

O teto branco e o cheiro de lavanda misturado com ferro e álcool gel, denunciava que eu estava em um quarto de hospital, pisquei os olhos com a visão ainda um tanto turva, minha cabeça parecia explodir, fritando meus miolos um por um.

Tentei respirar fundo, porém a dor consumia meu corpo inteiro, era como se tivesse sido atropelada por um caminhão e estivesse dormindo há anos.

Uma mulher de meia idade, cabelos curtos, estilo Chanel, loira e de olhos azuis sorriu para mim, parecia simpática e um tanto aliviada com toda a situação.

- O que aconteceu? – Perguntei sentindo minha voz fraca, saindo em quase um sussurro, e minha garganta seca, pisquei forte outra vez e me arrependi totalmente logo em seguida, a vertigem veio a tona. – Ai minha cabeça, parece que vai...explodir.

- Calma querida, logo vamos te explicar tudo, mas apenas me diga, você lembra do seu nome?

Franzi a testa confusa, onde estava Justin? Por que eu estava em um hospital com essa mulher me perguntando se lembro meu nome?

Que droga é essa?

- Meu nome é Rachel Stewart.

- Muito bom, agora pode me dizer que dia é o hoje e quantos anos você tem?

- O que? Pra que tudo isso!? Sei que hoje é dia 11 de julho de 2016, eu tenho 23 anos. Mas no que isso importa? Onde está Justin!? O QUE ACONTECEU!? A gente vai se casar, preciso respondê-lo! – Disse como se fosse óbvio, por que na real, era.

A mulher suspirou me encarando diferente, não pude identificar sua expressão, mas me parecia algo como...compaixão?

- Por favor Rachel, se acalme! Estamos em Dezembro de 2012 querida, e você tem 19 anos.

O que?

- Para de falar essas coisas! CADÊ O JUSTIN!? EU QUERO O MEU NOIVO AQUI! – Gritei desesperada, a enfermeira me encarou e depois gargalhou.

- Noivo? Justin? Justin Bieber...seu noivo? Querida, Justin Bieber é um cantor, você nunca nem conheceu ele! – Disse já um tanto irritada, rosnei mandando olhares de fúria para ela, como assim eu nunca nem conheci ele!?

- COMO ASSIM? NÃO ME DIGA PARA FICAR CALMA SUA MENTIROSA! EU TENHO 23 ANOS, E MEU NAMORADO ESTAVA ME PEDINDO EM CASAMENTO, O QUE ACONTECEU? POR QUE ESTOU AQUI!? – Gritei com todas as minhas forças, me sentando na cama e puxando os tubos e agulhas no meu corpo.

- Por favor se acalme! Meu Deus! ALGUÉM CHAME OS MÉDICOS, ME AJUDEM! – Gritou apertando um botão ao lado da cama e logo pulando em cima de mim, a joguei pro lado me levantando da cama e puxando os fios comigo, causando uma dor horrível, expremi os olhos correndo até a ponta do quarto, pegando uma bolsa preta com rosa, que provavelmente seria minha, olhei pra trás e vi que a enfermeira tinha batido a cabeça na mesa ao lado da cama e estava prestes a se levantar, foi aí que pude notar o quarto, o que tirou completamente minha atenção.

Havia uma grande mesa de vidro em baixo da janela, cheia de flores, cartões coloridos, balões e fotos, arfei sentindo meu coração acelerar.

Me aproximei da mesa, havia fotos minhas com o papai, em frente a torre Eiffel, em frente ao Coliseu, em frente a tal universidade de moda que eu iria fazer, fotos com pessoas até então desconhecidas, passei os olhos rapidamente por cada uma, até parar em uma foto supostamente tirada na páscoa, afinal todos estavam de orelhas de coelho e o rosto pintado, mas o que me chamou atenção na foto é que havia uma mulher loira, com os cabelos meio ondulados, alta e magra, assim como as modelos das campanhas que papai costumava fotografar, tinha os olhos castanhos e rosto perfeito, parecia uma boneca, ela estava abraçada ao papai e ao lado dela havia um garoto que devia ter a minha idade, olhos incrivelmente azuis e um sorriso cativante. Porém eu não lembrava de viver nenhum daqueles momentos, ou conhecer aquelas pessoas. E o pior, não havia nenhuma foto, cartão ou nome de Justin, Ryan, Kenny, Scooter e qualquer um deles ali. Senti a vertigem voltar e dois braços me segurarem, no segundo seguinte apenas sobrou escuridão.

[...]

Abri meus olhos outra vez, agora quatro pares de olhos me encaravam, um homem um tanto velho, usava óculos e um jaleco branco, tinha os olhos verdes, cabelos brancos curtos e um sorriso gentil. Logo atrás dele estava o papai, abraçado com a mesma mulher loira da foto que eu havia visto, e ao lado deles, sentado na ponta da cama estava o garoto, ele me olhava carinhoso, com um sorriso contido no rosto, franzi a testa.

- Rachel, prazer, sou o Doutor Finkler e vou ter que fazer alguns exames com você, tudo bem? – Perguntou me encarando, apenas afirmei com a cabeça, ele sorriu. – Então, se sente melhor? Podemos conversar com calma agora? Você quase desabilitou uma de minhas melhores enfermeiras, menina de ouro. – O médico disse divertido, papai e as duas pessoas ali gargalharam, e eu sorri completamente envergonhada.         

- Desculpe. – Minha voz saiu como um sussurro, enquanto eu tentava inutilmente ajeitar as coisas na minha cabeça, mas tudo era confuso e louco demais. Nada parecia fazer sentido algum.

- Tudo bem, você estava nervosa, e até que teve uma reação contida para alguém que ficou dois meses em coma.

- DOIS MÊSES!? – Praticamente gritei, o doutor apenas assentiu com a cabeça, anotando algo em sua prancheta, suspirei encarando papai, ele tinha um sorriso triste, e confirmava o que Doutor Finkler havia dito.

- Rachel, primeiramente, você sabe quem são essas pessoas aqui? – Perguntou apontando para o papai, a mulher loira e o garoto, fechei os olhos respirando fundo.

- Ele é meu pai, Ian Stewart, mas...mas eu não sei quem são eles, eu não sei quem eu realmente sou...a enfermeira disse que estamos em 2012, mas...não é possível, eu lembro estamos em 2016, eu tenho 23 anos, não estou louca, eu lembro! Justin ia me pedir em casamento, eu iria responder! Eu...eu não sei por que vim parar aqui! Onde está Justin? – Disse desesperada, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, papai franziu a testa me encarando, mas logo abaixou o olhar, um tanto confuso, já a mulher e o garoto me encararam tristes, senti meu coração se apertar.

- Rachel querida, não existe nenhum Justin aqui, e essa é sua madrasta, Vic, e o garoto é seu meio irmão, Harry. Você esteve por muito tempo aqui desacordada, entendo que tenha esquecido fatos recentes de sua vida, e que tenha criado uma realidade paralela em sua mente, mas eu vou te ajudar, vamos fazer exames e tudo vai se arrumar.

O doutor falou calmo, apenas assenti e papai teve que sair junto com Vic e Harry, logo milhões de exames foram feitos, e eu só queria que tudo acabasse logo, assim poderia me deitar outra vez e perguntar pro papai todas as dúvidas que tinha, re-descobrir minha vida.

Encarei a noite estrelada lá fora, ao longe podia ver a cidade inteira brilhante, me perguntei então por que estava em Milão, o que realmente havia acontecido, e eu tinha medo, medo que tudo aquilo que julguei viver não tivesse passado de um sonho...um sonho que tive enquanto estava aqui em coma.

Ouvi papai pigarrear atrás de mim, virei e o vi escorado na porta, com um sorriso leve no rosto, sorri indo deitar na cama de hospital outra vez. Papai suspirou se sentando no banco ao lado da cama.

- Você está melhor? – Papai perguntou segurando minha mão, sorri apertando sua mão gelada, ele tinha olheiras profundas e estava exausto, seus cabelos estavam bagunçados e a barba um tanto mal feita.

- Estou pai, mas me diz o que...o que aconteceu? – Perguntei com medo da resposta, com medo do que realmente teria acontecido.

Papai tomou fôlego e começou a falar.

- Era dia 15 de Outubro, você tinha recebido uma ligação da faculdade, tinham conseguido um trabalho pra você na Índia, você iria viajar pra lá por um mês, teria um mega desfile, e era sua chance de se firmar no meio da moda, você ficou tão feliz que tinha saído da faculdade a mil para ir pra casa, só pra me contar. Era uma segunda feira, o tempo estava horrível, frio e chuvoso, você me ligou do carro, estava eufórica, eu te pedi pra desligar e me contar em casa, por que era perigoso demais, mas você riu, apenas riu e no segundo seguinte eu ouvi um barulho de freio e a ligação caiu. Você quase bateu em um caminhão Rach, desviou dele e capotou o carro no acostamento Rachel, podia ter sido fatal. Depois de duas horas te encontraram, você estava desacordada e completamente ensanguentada. Imagina como o meu mundo parou naquele momento Rachel? Como eu quase morri te vendo ali, desacordada naquela ambulância e coberta de sangue? Você não pode imaginar o que senti ao ver minha filha, a minha princesinha ali. Eu sei que não sou o melhor pai do mundo, e que eu cometi erros demais, mas nunca duvide que eu sempre te amei e me importei com você filha, e foi horrível ter que andar e dormir pelos corredores desse hospital por dois meses, sabendo que você estava em coma, sabendo que você podia nunca mais acordar...eu...eu...me desculpe Rachel! – Papai disse em lágrimas, cobrindo seu rosto com as duas mãos, senti meu coração apertar ao vê-lo chorar e o abracei o mais forte possível, chorando junto com ele, meu pai era incrível e eu por tanto tempo eu nem me dei conta do quando eu era importante pra ele, e do quanto ele era importante pra mim.

Papai ficou ali horas me contando quem eram Vic e Harry. Ela era sua namorada há quase seis meses, e ele estava mais feliz, e apaixonado, do que nunca. Harry era o filho dela, papai me contou que ficamos muito amigos, e que a gente discutia às vezes, mas éramos super unidos, contou que finalmente formamos uma família, e que vivíamos viajando juntos. Também me lembrou de que estava fazendo faculdade de moda em Milão, que estava quase me formando e que até mesmo trabalhava na Vogue como uma das principais estilistas.

Porém nada disso se encaixava, e Justin? E nossos planos? E tudo o que havíamos vivido?

- Pai...mas e o Justin? Ele aceitou tudo isso? Tipo, até antes do acidente nós estávamos namorando, e eu não entendo realmente, como podemos estar em 2012.

- Rachel, querida, você e o Justin...não se falam a mais de um ano, vocês nem amigos são mais, você simplesmente o esqueceu e seguiu em frente.

- Como? – Perguntei em um fio de voz, em choque, papai suspirou, me olhando carinhoso.

- Filha, você foi embora comigo para a Inglaterra, lembra? Desde lá vocês não se encontraram.

Senti meu corpo entrar em choque, enquanto minha mente se recusava a aceitar os fatos.

- C-como assim? Então...então ele nunca foi atrás de mim? Foi tudo um sonho? – Sussurrei, perguntando mais para mim mesma do que meu pai, sentido as lágrimas escorrem pelo meu rosto, papai me olhou triste, eu apenas balancei a cabeça o pedindo pra sair, papai assentiu com a cabeça me deixando sozinha no quarto.

O médico estava certo então, eu havia criado uma realidade paralela na minha cabeça, em dois meses em coma eu vivi cinco anos em minha cabeça, em meu sonho. Tudo fora apenas um sonho...Justin nunca veio atrás de mim, a gente nunca ficou junto e viveu tudo aquilo que eu achei que tínhamos vivido.

Nada havia passado de um lindo sonho, apenas um sonho.

Justin nunca veio atrás de mim, nós nunca conversamos, ele nunca lutou por mim e tudo o que tínhamos havia acabado mesmo naquela noite.

Senti meu coração se apertar cada vez mais, se negando a aceitar os fatos, se negando a acreditar que ele havia esquecido, desistido de mim, solucei deixando as lágrimas salgadas agora encharcarem meu rosto, elas pareciam queimar na minha pele, me punindo por tudo o que havia feito. Coloquei a mão no peito, sentindo meu ar faltar e corri até as malas, trocando de roupa e prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto, escrevi um bilhete pro papai em uma das pranchetas que o médico havia esquecido no quarto e corri pelos corredores do hospital, fugindo pelo elevador dos empregados, era um tanto tarde e não parecia ter ninguém ali, então apenas me agachei correndo pra fora do hospital.

Ao chegar na avenida dei de cara com um enorme outdoor escrito em letras garrafais e em Italiano “JUSTIN BIEBER: BELIEVE TOUR 2012. QUI A DICEMBRE, 17.” e uma enorme foto dele em baixo, senti meu coração acelerar, ele estava tão diferente, os cabelos um tanto arrepiados, agora seu corpo estava mais musculoso, marcado pela camiseta gola V branca, com uma jaqueta de couro preta por cima, o deixando com um ar sexy despojado, ele tinha um meio sorriso e seus olhos cor de mel não tinham o mesmo brilho do qual eu me lembrava, eram tão sérios, frios e profissionais, era quase como se eu não conhecesse aquele garoto a minha frente.

E na verdade, eu realmente não o conhecia, pelo menos não mais.

Senti meu estômago embrulhar, bom talvez a sorte ainda estivesse do meu lado dessa vez, ele estaria aqui esse final de semana, e tudo poderia ser esclarecido. Senti um estalo na cabeça e procurei meu celular dentro da bolsa, o pegando com as mãos trêmulas.

Não.

Não.

Não.

AQUI! RYAN GOOD.

- Alô? – Uma voz um tanto arrastada disse, seguindo por um bocejo, gargalhei, tanto a voz, quanto a preguiça do Ryan ao atender o telefone, nunca mudavam.

- RYAN! É a Rachel! Lembra de mim!? Nossa que bom você atendeu, omg! – Disse apressada colocando a mão no peito de emoção, ainda encarando o enorme outdoor a minha frente.

- RACHEL!? RACHEL STEWART? VOCÊ NÃO ESTAVA EM COMA!? Baixinha é você mesmo? – Perguntou espantado, um tanto emocionado, praticamente gritando, ouvi uma voz perto dele dizer “O QUE? É A RACHEL!?” completamente espantado, eu podia jurar que era a voz de Scooter.

- SIM! Ryan eu preciso muito falar com você, vocês já estão aqui em Milão? – Perguntei já roendo minhas unhas de ansiedade.

- Sim, o Justin vai fazer dois shows aqui mas... – Nem o deixei terminar e já comecei a falar.

- ÓTIMO! Ryan eu preciso falar com vocês! Em que hotel vocês estão!?

- Tudo bem, calma. – Disse mais pra si mesmo do que pra mim, gargalhei. – Anota aí...

[...]

- RACHEL, CARALHO GAROTA! – Ryan, Scooter e Kenny praticamente me esmagavam em um abraço em grupo.

- Ei, acabei de sair do coma e fugir do hospital, um pouco menos de contato, por favor! – Disse brincando, enquanto todos eles se afastavam, me encarando com um olhar reprovador.

- Eu sei que não devia ter feito isso mas enfim...nossa, como é bom ver vocês! – Disse emocionada, encarando os três caras a minha frente, com os olhos marejados, como se aquilo ainda fosse um sonho.

O que me confundia mais ainda, parecia que agora nada era real o bastante.

- A gente que o diga Rach, você ta tão linda, o cabelo mais comprido e loiro, até mesmo ganhou mais corpo e cresceu no último ano! – Scooter disse rindo, rimos junto com ele.

Acabei por contar tudo aos três, desde como fiquei em coma até o sonho que tive, eles me escutaram e tentaram apoiar e explicar algumas coisas.

Como que, sim, Justin havia ido atrás de mim á um ano atrás, quando eu fugi com o papai pra Inglaterra depois de ter passado a noite com Justin e descobrido que ele não pretendia terminar com a Selena ali, na mesma hora, porém eles nunca me achavam em lugar nenhum, e nós acabamos nunca mais no falando, Ryan me disse que comecei a ter contato outra vez somente com ele, a mais ou menos cinco meses, e que eu o fiz prometer a não dizer nada sobre mim pra ninguém da equipe, também contou que Justin ainda estava com a Selena, porém ele estava muito mal e tinha mudado demais no último ano, que até mesmo com drogas ele já havia se metido.

Contou-me que o papai tinha contado do acidente há um mês, e que eles contaram tudo pro Justin apenas ontem, e que na verdade, omitiram muitos fatos.

No final fiquei entendendo que eu segui minha vida sem Justin e ele seguiu sua vida sem mim. Simples e doloroso assim.

E isso me machucou muito, mais do que eu imaginei que me machucaria. Eu tinha sido tão boba e egoísta, que acabei perdendo tudo o que tinha, por medo e insegurança.

- Mas Rachel, você pode falar com ele, a festa da Vogue é amanhã, não? Por que você não vai? Por que não fala com Justin e diz tudo isso que contou a nós, pra ele? – Scooter disse colocando um braço em volta dos meus ombros, suspirei colocando as mãos no rosto.

- Eu não sei se é uma boa idéia...além do mais eu estava em coma, papai provavelmente contou para todos na revista, e eles nem colocaram meu nome na lista daí, sem falar que não tenho vestido, não da, é melhor não...

- Ei! Qual é Rachel vai deixar essa oportunidade passar outra vez? Vai deixar o amor da sua vida outra vez, por medo? Aproveite essa oportunidade e diga pro Justin tudo o que você ainda sente, por que eu te garanto, o JB nunca deixou de te amar. – Kenny disse me encarando com um sorriso enorme no rosto, piscando os olhos e imitando um anjinho, Ryan e Scooter gargalharam.

- Que profundo nigga! – Scooter disse fazendo piada, Kenny deu um tapa na nuca do mesmo, fazendo com que eu e Ryan gargalhássemos.

- Mas na real o Kenny tem razão, você vai nessa festa sim, e eu já até sei com que vestido! – Ryan disse com um sorriso malicioso, suspirei me afundando no sofá enquanto os três loucos ligavam para Deus e o mundo.

Encarei a noite lá fora pela janela de hotel embaçada, Kenny tinha razão, a vida estava me dando uma nova chance, eu precisava, eu devia, pelo menos tentar.

Sorri fechando os olhos e me lembrando do sonho que tive quando estava em coma, eu podia fazer aquilo virar realidade, eu apenas tinha que tentar outra vez.

Pelo menos tentar, saber que eu corri atrás, que eu dei o máximo de mim, e preferir me arrepender por isso, se não der certo, do que passar a vida inteira pensando no que poderia ter acontecido, pensando onde ele estaria, o que estaria fazendo e se ainda se lembrava de mim.

Afinal como Justin mesmo havia me dito no sonho, nosso amor é como o vento, eu não posso ver, porém posso sentir. E se eu sentia, era por que era real.

E se era real, eu precisava lutar por ele, até o fim.



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Notas finais do capítulo

E AÍ? GOSTARAM? REVIEWS? RECOMENDAÇÕES LINDAS E DIVAS QUE SÓ VOCÊS SABEM FAZER?
Vamos lá, ainda da tempo!!! Hahahaha


PRONTAS PRA SEGUNDA PARTE? GARANTO QUE ELA VAI SER CHEIA DE EMOÇÃO!


Então, até lá!
Beijooos :*:*
AMO VOCÊS! s2s2

Estou com uma outra fic, quem quiser ler: http://www.fanfiction.com.br/historia/151454/By_The_Way