Parei em frente a minha casa, que não via há tanto tempo, já que era a minha mãe que viajava até a França nas festas de final de ano, então não tive uma oportunidade de ver a minha velha casa desde os treze anos de idade. Eu estava feliz e sorrindo bobamente, meu sorriso ficou maior ainda quando olhei para o lado da minha casa, onde ficava a casa de Matthew Sanders. Será que ele ainda morava lá? Será que a banda deu certo? E o restante dos meninos como estão? Valary e Michelle ainda faziam parte do ciclo de amizade deles? Eu esperava que sim, porque amava Michelle, no entanto não sabia como estavam meus sentimentos com relação  a Valary, mas acreditava que não queria vê-la longe por que já tinha superado os sentimentos além da paixonite que um dia tive por Matt. Muitas perguntas sem respostas, melhor pensar e falar sobre tudo isso depois que eu entrar em casa e rever minha mãe e claro, rever Bart também, o padrasto perdedor que eu mais amo.

Eu ainda tinha a chave de casa pendurada no pescoço, coloquei quando estava partindo da França. Retirei de lá e pus na fechadura, logo girei o trinco e abri a porta. Enfim, de volta ao lar.

– MÃE! – Clarice apareceu na sala com cara de surpresa. – Voltei mãe, voltei pra ficar. – Disse sorrindo para ela, que disparou a chorar.

– Filha não acredito que é você! – Clarice veio correndo me abraçar e logo soltei as malas ao meu lado para retribuir o abraço da minha amada e doce mãe. – Não sabia que você chegaria hoje.

– Surpresa. – Nós duas rimos. – Cadê o Bart?

– Trabalhando, claro. Vem pra cozinha filha, quero que me conte direitinho como foram esses anos com o Fred, Charlotte e seus irmãos. – Fiz cara de espanto.

– Por favor, não chame aquelas pestes de ‘meus’ irmãos mãe, você não sabe do que eles são capazes... – Resumi como foram esses anos na ausência dela, longe da Califórnia, conversamos durante horas. Bart chegou do trabalho e continuamos conversando sobre a França, etc.

Ao anoitecer, comuniquei à Clarice que estava cansada e precisava de umas 12 horas de sono para repousar e que depois nós teríamos muito tempo pra por tudo em dia. Quando já estava na cama, lembrei o quanto falei sobre minha vida na França, no entanto esqueci-me de perguntar sobre os meus amigos.

O sol batia forte em minha face, já não me recordava muito bem o quão quente era Huntington Beach, mas a própria cidade já fazia com que me recordasse disso. Levantei-me e fui direto fazer minha higiene pessoal, tomei um belo banho, vesti um mini-short, coloquei uma blusa fresca, jaqueta de couro e desci as escadas procurando por Clarice; encontrei apenas um bilhete e dinheiro na porta da geladeira, dizendo que ela e Bart estavam no trabalho e só chegariam à noite.  “Ótimo, vou ficar forever alone agora.” Pensei revirando os olhos mentalmente. Então decidi tomar café já que minha nova vida de volta ao lar ainda estava de cabeça pra baixo e levaria um tempinho até as coisas voltarem ao normal. Peguei o dinheiro da geladeira, e o trio, bolsa, óculos-escuro, e claro, protetor solar então segui em caminhada pela cidade que tanto amava. Depois de tomar um grande copo de capuccino com rosquinhas bem açucaradas, passei em uma banca de revistas para distrair-me e acabei comprando uma revista chamada ‘Everything Metal’ que tinha o Slayer na capa. Tomei acento em uma praça que ficava em frente à banca de revistas e comecei a refolhá-la até que...

– OH MY GOSH! – Exclamei pasma levando a mão à boca. – Não acredito.

Eu tinha parado em uma página que continha a seguinte matéria:

“Avenged Sevenfold, a nova promessa do metal americano.” E de quebra uma foto de cinco garotos, que não podiam mais ser chamado de garotos a não ser...

– Johnny! Não acredito que Jojo conseguiu ser o baixista! – Taylor falou sorrindo bobamente e atraindo alguns olhares. – Aliás, nem o Jojo pode mais ser chamado de garoto, hehe.

Jimmy, Brian, Matt, Jojo e Zacky ali naquela revista, todos com poses de rockstars e a maioria deles bem diferente do que eu me lembrava.

- Meu Deus, como o Matt e o Brian cresceram.  – E eu continuava ali, sorrindo e observando as mudanças de cada um. Continuei lendo a matéria sobre eles e também rindo dos nomes artísticos que eles tinham adotado para si. “Quem diabos são Synyster Gates e The Rev?”  Lembrei-me então que às vezes Matt chamava Jimmy de The Reverend, então sobrou Brian que provavelmente é o “Portão Sinistro”, gargalhei mais ainda e cada vez mais as pessoas me olhavam com aquele olhar de “ Essa é doida!”, mas é claro que eu não me importava. Continuei lendo a matéria e fiquei impressionada e muito feliz quando li que eles estavam em turnê pelos E.U.A. abrindo shows de bandas conhecidas, bem no final da matéria tinha um anuncio que eles iriam fazer um show em Huntington Beach, então peguei a data do show e fui ver no calendário quando seria.

– É HOJE! Goosh! Tenho que comprar esse ingresso agora tomara que ainda tenha! – Levantei-me e saí correndo, enfiando a revista de qualquer jeito dentro da bolsa.

Taylor conseguiu entrar no show, melhor do que isso, ela estava credenciada como fotógrafa de uma revista, não me pergunte como ela conseguiu isso, mas seu sobrenome conhecido por conta do seu pai a ajudou bastante. Momsen não se deixou ser vista por nenhum dos meninos, ela queria encontrá-los somente no final do show, e assim foi feito. Quando todos já estavam no camarim da banda, naquele clima ‘final de show’, bebendo, rindo, suados e falando bobagens, Taylor chega com uma câmera na mão e faz com que todos parem e olhem pra ela com cara de bobos e expressões curiosas no rosto.

– Hey guys! – Foi o único som que consegui reproduzir, dando um sorriso fraco esperando e que eles me reconhecessem o que achei pouco provável.

– Quem é ela? – Todos perguntaram em uníssono, exceto Brian, que exclamou bem alto: “TAYTAY?” – Confirmei com a cabeça. – Sim Brian Elwin Haner Junior, sou eu. – Brian sorriu feito bobo e veio correndo abraçar-me enquanto todos ficavam boquiabertos com a cena.

– Taylor my little girl, como você cresceu!  - Brian falou ainda me abraçando, apenas sorri concordando.

– E ficou gostosa! – Berrou Zacky.

– Cala a boca Zacarias! – Johnny falou dando um tapa na cabeça de Zacky.

– Tô brincando , ei ei. – ele falou tentando se defender enquanto todos riam.

– Hey Synyster larga ela que eu também quero abraçar a Taytay! – Jimmy falou empurrando Brian e me dando um abraço apertado.

– Calma tem pra todo mundo. – Eu disse e logo me arrependi do feito porque todos disseram: “OPA!” mais uma vez todo mundo sorriu. Depois de Jimmy, Zacky veio me abraçar e também deu um beijo estalado em minhas bochechas, o que serviu para que todos protestassem com ciúmes, inclusive Matt que fuzilou ele com os olhos. Depois de Zacky, Matt veio abraçar-me também, um abraço quebra-ossos no sentido quase literal da expressão se não fosse Brian ter pedido para ele não me matar.

– Pequena você realmente cresceu. – Matt concluiu soltando um hálito carregado de álcool no meu rosto, eu sorri talvez um pouco constrangida com a proximidade repentina.

– Bom não foi só eu que cresci né armário Sanders, ou melhor, Shadows! – Eu disse rindo e batendo nos braços fortes e tatuados de Matthew. ‘ Como ele ficou lindo ’, concluí em meus pensamentos, mas rapidamente balancei a cabeça para afastar os mesmos. Por último Johnny, meu baixinho predileto, veio abraçar-me, e, aliás, ele era baixinho somente perto dos outros porque ele era quase da minha altura. Nosso abraço foi o mais demorado e cheio de afeto, arrisco a dizer que até um pouco de atração estava passando por nossos corpos. Encarei Johnny nos olhos e disse:

– Fiquei realmente muito feliz quando li que você tinha entrado para a banda John. – Falei sorrindo. – Estava com tantas saudades suas.

– Eu também estava morrendo de saudades de você Tay. – Johnny falou e me surpreendeu com um selinho, que merda, eu retribuí com gosto.

– UIIIIIII. – Os meninos exclamaram. Sanders pigarreou alto, ele estava com uma expressão bem brava no rosto.

– Sim? Já pode? – ele falou com os braços cruzados sobre o peito e nos encarando, então percebi que nós dois ainda estávamos meio que abraçados.

– Ai Matt, só um selinho de amigo, por favor, né? – Dei de ombros.

Jimmy apareceu me puxando e consequentemente me livrando dos ciúmes fraternais de Sanders.

– Vem sua linda, deixa esse rabugento aí e vamos beber! Aliás, você bebe?

– Socialmente. – Sorri lembrando-me dos cachaceiros que iriam adorar esse convite, os meio-irmãos Lilo e Ed.

– Então hoje nós teremos uma motorista! – Comemorou Brian, ou Synyster? “Tanto faz”.