Não se Reprima! escrita por Vanna_Twilight


Capítulo 1
Cap. 1: Não Se Reprima!


Notas iniciais do capítulo

Bem, como eu disse, acontceu mesmo...



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POV Renesmee

Puberdade.

Uma ótima fase da vida! Você está crescendo, mudando, hormônios aflorando...

Certo?

Errado!

Essa é a PIOR fase da vida! Espinhas crescem, seu corpo todo coça, seu cabelo fica esquisito e tudo e todos, repito, tudo e todo parecem existir apenas pra te irritar! Até a gravidade!

Quer uma prova?

Olha elal aí:

Lá estava eu, meus treze aninhos de aparência, na minha caminha do chalé, lendo – ironicamente – “Diários do Vampiro vol. 4: Reunião Sombria”, chegando perto da melhor parte, olhinhos brilhando de empolgação quando...

-Nessie? – mamãe chamou – Vamos até a casa da vovó Esme?

Eu sempre fui muito bem comportada, a “mocinha perfeita”, e tinha uma reputação a manter. Então, peguei meu marca-páginas de “Beijada por um Anjo”, enfiei no livro e disse

-Claro, mãe!

Me levantei, deixando o livro na cama, e fui com ela para a porta, onde papai esperava por nós. Por sorte, minha mãe, a pedido de meu pai, sempre deixava seu escudo em torno da família quando ele estava por perto, para nos dar mais privacidade.

-No que está pensando, Nessie? – ele perguntou

-E você ainda diz que lê mentes – retruquei

Ele lançou um olhar cúmplice para minha mãe, que assentiu.

Como eu adoro a comida da vovó Esme! Será que ela fez biscoitos hoje?” pensei com pressa

Ele riu. Mamãe me lançou um olhar questionador e lhe toquei, mostrando o meu pensamento. Ela também riu, e seguimos pela floresta até chegar na mansão Cullen.

Quando chegamos, veio a habitual “atenção aos extremos” pra cima de mim. Eu até que gostava, mas chegava a um ponto em que ficava irritante.

Sem ter o que fazer, liguei a TV. Na hora exata! Estava começando “The Vampire Diaries”. Caramba, a Katherine ia matar a Elena!

-Nessie? – chamou vovô Carlisle, no clímax do encontro fatal. Irritada? NEM UM POUCO!

-Sim, vovô? – fiz cara de anjo

-O carteiro passou aqui mais cedo – “Esse tinha de ser novo pra ter tanta coragem assim”, pensei – e deixou um pacote para você. Veio da Flórida.

Corri até ele. Vovó Renée não sabia mais sobre mim do que vovô Charlie, apenas que eu fui adotada pela sua filha e o marido dela. Foi descrença total quando ela veio nos visitar há três Natais e me viu pela primeira vez.

   Peguei o pequeno embrulho vermelho. O abri com cuidado, tentando não me cortar – vocês sabem o que aconteceu na última vez que uma humana, ou meio humana, no meu caso, abriu um presente sem ter cuidado numa casa de vampiros -, e adorei o que vi lá dentro. Era uma miniatura em escala de uma caixa de garrafas de Coca-Cola. Era lindo. As nove garrafinhas de vidro, com Coca de verdade dentro, eram do tamanho do meu dedo indicador.

Coca sempre foi, depois de sangue, claro, a minha bebida favorita.

-Eu adorei – disse – Mamãe, posso ir deixar lá em casa? Também quero escrever uma carta de agradecimento para a vovó.

-Claro, claro – concordou

Coloquei com cuidado o presente dentro da caixa, tampei-a e saí porta afora.

Como sempre, a corrida foi rápida e sem danos. Cheguei na cabana e fui direto para meu quarto.

Coloquei meu presente perto da caixinha de costura, peguei meu papel de carta e comecei a escrever.

Conhecendo bem minha avó, descrevi a cena de quando eu havia desembrulhado o pacote com precisão, e contei também como estavam as coisas na família e como têm sido os meus dias e como tem ido as coisas na família. Renée ficaria satisfeita.

Porém, na última linha, minhas mãos já estavam cansadas e meio doloridas, e deixaram a caneta cair, borrando mais três linhas junto.

Ah, droga! Onde a gente encontra o corretivo quando precisa?” pensei

Vasculhei minha escrivaninha, em busca dele, sem sucesso. Então, lembrei do dia anterior. Enquanto eu guardava minhas coisas de costura, após remendar uma blusa, pensei ter visto o corretivo cair dentro da caixa.

Numa pressa que Deus sabe de onde veio, peguei a caixa rapidamente. Rápido o suficiente para ela esbarrar nas mini-garrafinhas e fazê-las cair no chão e se espatifarem.

Juro que senti meu olho esquerdo piscar e o direito não.

Tentando manter a calma, me abaixei para pegar os cacos e jogá-los no lixo. Limpei tudo, e depois abri a caixa para pegar o corretivo. No fim das contas, ele nem estava lá. Estava na minha mochila da escola. Peguei-o e voltei à carta. Acabei relatando também o que acabara de acontecer. Renée ficaria chateada, só não mais triste do que eu.

Coloquei a carta com cuidado dentro de um envelope, selei-o com cuidado, colei o fecho e escrevi os endereços de destinatário e remetente. Depois a deixei na bancada da cozinha. Papai a colocaria no correio, eu tinha certeza.

Sem querer voltar rápido demais para a mansão e sem vontade de voltar ao livro – agora que o efeito do clímax havia passado -, resolvi colocá-lo em cima de uma enorme pilha de livros que ficava na frente da minha mesinha-de-cabeceira, onde só havia um copo d’água. Resolvi pegar meu diário de veludo rosa - bebê, minha caneta azul-claro favorita e empilhei alguns travesseiros na cabeceira da cama. Me encostei lá e comecei a escrever.

Meus pais nunca nem tocaram no meu diário – dava para saber pelo cheiro – e isso me deixava feliz. Lá eu colocava tudo: meus dias, minhas vontades, meus sonhos, meus segredos, meus sentimentos. E também uma quedinha – tombão – que eu tinha pelo meu melhor amigo, Jacob Black.

Depois de alguns minutos, resolvi me espreguiçar.

O pior erro do meu dia – na verdade o segundo pior, o pior vem daqui a pouco.

O movimento fez com que um dos travesseiros desabasse da pilha, caindo para a direita, o lado da mesinha com o copo. O peso fez com que o copo virasse e derramasse água nos livros, alguns que foram da minha mãe.

Meus dentes trincaram a ponto de doer – pra caramba!

Não perca a calma não perca a calma não perca a calma, entoei para mim mesma. Não perca a calma não perca a calma...

Quase pirando, me levantei e comecei a recolher os livros, principalmente os mais molhados. Aliás, todos estavam encharcados! Eu disse pro meu pai que não precisava trazer um copo tão grande...

Coloquei-os em cima da minha cama, onde o sol batia um pouco, e peguei um pano para secar o chão, depois peguei o secador de cabelos para tentar dar um jeito nos livros. Por sorte consegui salvar todos. Com cuidado, deixei-os na estante mais distante da janela – por precaução.

Depois de concluir que ficaria louca se continuasse ali, peguei o diário – que não tinha um fecho seguro, só pra registrar – a caneta e fui para a casa de meus avós.

-Por que a demora, Nessie? - perguntou tia Alice, que estava no jardim

E o tio Emmett ainda te chama de sabe-tudo, pensei

-Prefiro não comentar – disse

-Ela não vai piar – concordou tia Rose

Entrei e sentei no sofá depois que tia Alice assentiu e me preparei para começar a escrever, quando ouvi minhas tias grunhirem e um conhecido cheiro almiscarado e amadeirado entrar em casa, vindo da porta da frente.

-Oi, pessoal! – cumprimentou Jake

-Olá, Jacob – responderam em uníssono, mas cada um em um tom diferente. Com mamãe que respondeu alegre e tia Rose, com nojo.

Fechei o diário com pressa

-Olá, pequena Nessie! – se inclinou e deu um beijo na minha testa

Quase corei

-Oi, Jake – respondi – E eu não sou pequena – disse

-Sei... – respondeu

Liguei a TV e assistimos a um Quis Show que começava, até ser quase a hora do lanche da tarde.

Anda... Responde logo! Eu queira que a equipe vermelha ganhasse. Você sabe o porquê. Período Mesozóico! Fala logo: Me-so-zoi-co!

-Nessie, pode me ajudar com o bolo? – gritou vovó Esme

-Claro – respondi com um suspiro, indo até a cozinha e deixando meu diário no sofá.

Daí, dez segundos depois...

-Tá louco, é? – perguntou tio Emmett a alguém

 -Olha, eu não sei o que ela é capaz de fazer com você – disse tio Jasper

-Ah, me deixem em paz! – sussurrou Jake. Ele tava aprontando alguma...

-Bom, é a sua cabeça mesmo... – disse papai

Fiz um sinal para vovó Esme, pedindo um minutinho. Ela assentiu e eu fui em silêncio até a sala.

A cena me chocou.

-JAAAAAAAAAAAAAAACOOOOOOOOOOOOOB!!! – gritei aos quatro ventos

Ele deu um pulo e deixou meu diário cair no chão.

-O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO?! – berrei ainda mais alto.

-Ah... Eu... Só... Tava... Lendoseudiário! – deu um sorriso amarelo e enorme. Mais cínico impossível...

Esse foi meu pior erro.

E também o meu limite.

Minhas mãos tremeram, meus dentes rangeram, meu olho esquerdo piscava simultaneamente. Minhas têmporas iam explodir.

Caminhei lenta e mortalmente até Jacob.

-Ah.. Nessie? – suas sobrancelhas se uniram

Não respondi.

-Nessie, para. Tá me dando medo.

E dava mesmo. Nos olhos dele eu podia ver o meu reflexo. Mas eu não via Renesmee Carlie Swan Cullen. Eu via uma garota bizarra, que transparecia um ódio mortal. Ela era do tipo que, assim que você vê e ouve dizer “Bu!”, sai correndo.

Ele se levantou, caminhando de costas para a porta, de frente para mim, tão lentamente quanto eu, que acelerei um pouco o passo.

Ele percebeu.

-Nessie, o que é isso?

-Eu tenho uma teoria – disse tia Alice, enquanto passávamos pela porta, indo para a varanda. Sem esperar consentimento, prosseguiu. – Todo mundo tem torrado a paciência da Nessie nesses últimos dias, e olha que ela já é pouco por causa da idade. Isso eu tenho notado.

“Mas, bom, como se fosse uma garrafa de Coca – sorriu amarelo pra mim ao dizer “Coca” – que a gente fica chacoalhando sem parar, um de cada vez, uma hora ela tinha que explodir. Você deu a chacoalhada final, Jacob.”

-E? – ele não entendeu

-Acorda e foge cachorro, ela vai arrancar a sua cabeça – disse tia Rose

Jacob soltou um grito de pavor, seguido pelo meu de cólera. Ele saltou pelo jardim e eu fui atrás, com toda a família olhando atrás de nós. Parecia que eles estavam sorrindo.

-EU VOU ARRANCAR A SUA CABEÇAAAAAAA!!! – gritei, dando um ênfase exagerado a “cabeça”. Eu falava sério – E SE VOCÊ SE TRANSFORMAR EM LOBO, EU EMPALHO ELA E DEIXO EM CIMA DA MINHA LAREIRA!!! – muuuito sério

No final das contas, “cabeça empalhada” não devia ser um fim tão ruim assim pra ela. Se transformou assim que eu pisquei. Continuei correndo atrás dele, pois eu era – muito – veloz.

Eu não ficaria cansada, ele não ficaria cansado... Hmmm, gostei desse jogo!

Então a moral é: não se reprima!, se não você pode acabar decapitando alguém!

Renesmee’s P.S.: Daqui a pouco a gente chega na Babilônia

Jacob’s P.S.: ONDE FICA A BABILÔNIA?!

Alice’s P.S.: Na verdade, acho que você vão é chegar em Atlântica

Jacob’s P.S. 2: Ah, então... ONDE FICA A ATLÂNTICA?!

Cullen’s  P.S.: Go, Nessie, GO!


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Notas finais do capítulo

Se gostaram, avisem. Se não gostaram, deem um toque. Essa é minha primeira One-Shot!



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