My Consigliére escrita por koala_die
Reita chegou em casa depois do horário esperado.
Suspirou e entrou, tirando os sapatos.
-Por que chegou tarde, Akira? – seu pai bradou. – Vamos começar a aula atrasados.
-Não quero estudar. – o rapaz bufou.
-Como assim, Akira? Não quer estudar?! – disse mais alto, fazendo o mais novo encolher os ombros.
-Não! E pára de ficar no meu pé o tempo todo! – gritou, levando as mãos à cabeça.
Seu pai arregalou os olhos, furioso, e se aproximou em passos largos do outro, se preparando para lhe dar um soco.
-Isso! Me bate! Me bate mesmo! - Akira gritou, desafiando o pai. – Passa o dia inteiro fora, nem me dá atenção e quando ta em casa, ou é pra falar sobre Newton ou é pra socar! Vai em frente!
Suzuki-san continuou mirando o filho com raiva.
Akira se segurava para manter a pose de durão, segurando o choro.
-Sobe pro seu quarto, Akira, eu converso com seu pai. – a voz suave de sua mãe se fez presente, fazendo Akira suspirar.
Reita acenou com a cabeça, subindo as escadas em direção ao seu quarto.
-E você defende esse moleque idiota?! – foi a última coisa que Akira ouvira antes de se trancar no quarto.
Akira gritou de ódio, chutando o amplificador de seu baixo, o fazendo rolar pelo quarto.
Se jogou em sua cama, afundando a cara no travesseiro fofo.
Começou a rir, em meio as lágrimas, se lembrando do acontecido minutos antes.
-Obrigado por me trazer até em casa. – Ruki sorriu.
-Ah, de nada, era o mínimo...Vim te buscar, agora to te trazendo...São e salvo! – o loiro riu divertido.
Ruki riu, brincando com os pés.
-Então, até semana que vem...
-Até semana que vem, chibi.
Os dois ficaram se olhando, nenhum querendo ir embora.
-Até, Rei-chan.
-Até, chibi...
-...Ah! O seu presente! – sorriu, fuçando na mochila. – Vê se você gosta!
Reita analisou o pedaço de pano de cor clara.
-E o quê...?
-Você disse que não gostava do seu nariz, nee?! – Ruki disse animado, pegando o pano e amarrando no rosto de Reita, sobre seu nariz. – Viu? Ficou fashion!
Reita riu sem jeito.
-Arigatou, chibi! Mas..E-eu tenho que ir ...T-tá ficando tarde... – Reita disse, suspirando.
-Ah, tudo bem. – sorriu.
Reita respirou fundo, agora ou nunca.
Se inclinou um pouco, a fim de chegar a altura do outro e lhe deu um leve beijo.
-Um nerd gay! Que educativo! – bufou, mordendo o travesseiro.
-Ligo, não ligo, mando SMS...? – Uruha suspirou, olhando pro visor do celular.
Se jogou no sofá, mirando o celular, como se ele tivesse a resposta para seu dilema.
Já passava das onze da noite.
-...Uma luz, senhor! É tão difícil?! – disse, olhando para cima, como que clamando por Deus.
Passou-se cinco minutos com Uruha na mesma posição, olhando pro teto.
-Velhaco maldito. – bufou, xingando o “Todo-Poderoso”, voltando a olhar pro celular.
Entrou no menu, selecionando a opção de mensagens, escrevendo e mandando uma para Reita.
“Dormindo?”
Continuou olhando pro celular, ansioso por uma possível resposta.
“Não mais.”
“Desculpe.”
“Tudo bem, pedi o sono.”
“Como foi seu dia?”
“Estranho. Por que meu conselheiro amoroso está me mandando msgs?”
Uruha mordeu o lábio, pensando na resposta.
“A balada amanhã ta de pé?”
“Não me respondeu.”
-Nerd maldito.
“Se eu dissesse que é porque seu conselheiro está apaixonado por você, você acreditaria?”
Reita piscou, pondo o óculos, já que não iria por as lentes no meio da noite.
Se sentou na cama, lendo e relendo a mensagem mandada por Uruha.
“Ignore. Continuemos a conversa.”
“Ignore, vírgula. Continue esse assunto.”
“A balada ainda está de pé?”
“URUHA!”
Mais nenhuma mensagem chegou.
Reita continuava olhando pro celular.
“A-b-a-l-a-d-a-a-i-n-d-a-t-á-d-e-p-é?”
“Está.”
“Te pego em Roppongi, as 9. Não se atrase. Boa noite.”
“Boa noite.”
Bufou, voltando a se deitar, jogando o celular no criado-mudo ao lado da cama.
Não conseguira dormir.
Observou o sol nascer pela janela à direita de sua cama.
Uruha acordou era quase duas da tarde.
Suspirou, se espreguiçando.
Caminhou cambaleante pelo apartamento.
Olhou na geladeira, onde colava lembretes.
-Nenhum cliente hoje, a não ser o maldito nerd. – revirou os olhos.
“Se eu dissesse que é porque seu conselheiro está apaixonado por você, você acreditaria?”
Aquela frase martelava na cabeça do loiro...
Ele tinha que ter escrito aquilo?!
Uruha suspirou, se trocando rapidamente e saindo de casa, a fim de comer algo.
Reita olhou no relógio de pulso.
20:58.
Uruha não estava atrasado, só que o loiro chegara cedo demais.
Trajava uma calça de efeito surrado, mas de marca e uma regata preta.
O cabelo sempre no mesmo estilo, espetado num moicano diferente e uma pseudo-franja.
E o presente que Ruki lhe dera enfeitava seu rosto.
Lhe dava um ar mais...Misterioso.
Reita gostara.
Viu Uruha chegar de longe.
Estava com uma roupa comum, mas que o deixava mais bonito, assim pensara Reita.
O menor sentiu o estômago revirar.
-Konban wa, Reita. – sorriu, abraçando o outro.
-Konban wa. – retribuiu o abraço, segurando Uruha. Sussurrou em seu ouvido: - Sou chato, quero respostas.
Uruha se separou do abraço.
Sorriu sem jeito, tirando os óculos escuros.
-Você quer sua resposta aqui na estação?
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