Capitulo 5

Todos eles se levantaram. Tinha um homem, que parecia um muro de músculos, ao lado dele estava uma mulher deslumbrante, com os cabelos negros e a pele bem clara, os olhos brilhantes vermelhos, ela vestia um vestido preto grudadinho no corpo e saltos pretos também.

Roupa Valquíria

- Demi, aquela é a Valquíria. – Ele apontou para a mulher que eu estava olhando.

- Oi Demitria, seja bem vinda. – Ela falou mas pareceu que tinha cantado. Andou até minha e me abraçou me inundando com seu cheiro de menta e mel.

- Prazer Valquíria. – Falei e corei. Faz tanto tempo que eu não fico corada que estou até estranhando a frequência que isso vem acontecendo agora.

- Aquele é meu namorado, Bernardo. – Ela apontou para o mamute que estava ao lado dela.

Ele veio até mim e me abraçou forte, me girando no ar. Gargalhei e ele me pós no chão.

- Seja bem vinda Demi! – Ele falou e eu sorri.

- Obrigado Bernardo, prazer. – Falei.

- Aquela é Jasmine. – Alehan falou e apontou para uma loira maravilhosa. Ela usava um vestido preto, soltinho, com um sinto vermelho, e um salto preto Christian Louboutin.

Roupa Jasmine

- Prazer Jasmine – Falei e me deu um abraço.

- O prazer é todo meu Demitria. – Ela cantou, sua voz era baixa e forte, assustadoramente linda. – Aquele é Brad, meu namorado. – Ela apontou para um homem forte mas não tanto quanto Bernardo, com os cabelos castanhos claros e a pele bem clara, os olhos vermelhos escuros, e os lábios cheios e vermelhos.

- Oi Brad. – Falei e ele sorriu para mim.

- Seja bem vinda Demitria. – Ele disse para mim.

- Demi, esse é o meu gatinho. – Alyssia falou puxando um homem com os cabelos espetados e claros.

Ele estendeu a mão para mim e eu a apertei.

- Prazer, Alex. – Ele sorriu encantadoramente para mim e não teve como não sorrir de volta.

- Prazer, Demitria. – Falei e ele riu.

- Bem, todos já foram apresentados a Demitria, podemos conversar como pessoas do século 21 e não agir como velhos. – Alehan falou e eu ri. É foi bem coisa de velho isso.

Eles foram se sentando nos dois sofás de couro e eu me sentei em uma poltrona também de couro preto.

- Então Demi, sei que deve estar meio desesperada não é? – Brad falou e eu sorri.

- Na verdade não, eu estava muito fraca e quando eu começei a me alimentar de sangue, parece que eu voltei a viver. – Falei.

- Há quanto tempo esta bebendo? – Bernardo perguntou, sério ele é muito grande, meu Deus!

- Há dois dias. – Falei e suspirei, eu estava com sede novamente.

- Nossa, tão nova e tão controlada. Como não atacou o Alehan? – Jasmine perguntou e eu sorri.

- Eu senti medo no inicio, mas nada que me fizesse o atacar. Me senti... segura com ele. – Respondi e olhei para o Alehan, ele estava sentado ao lado da Valquíria sorrindo para mim.

- Você já havia provado sangue antes de matar um humano? – Alex perguntou.

- Sim, mas apenas uma vez. Foi quando minha amiga se cortou com a folha de papel. – Respondi e me lembrei desse dia bem estranho para mim.

Flashback On

- Toma Cali, são só mais essas folhas. – Passei as folhas para ela e suas mãos escorregaram pelas beiradas do papel.

- Ai! Porra! – Ela falou e soltou as folhas no chão.

- O que aconteceu? – Falei e ela me mostrou o dedo escorrendo uma pequena gota de sangue. Senti o cheiro entrar pelo meu nariz me deixando tonta.

- Demi? Você esta bem? – Ela perguntou e eu abri meus olhos só então percebendo que eu os havia fechado.

- To só fiquei tonta. – Falei e ri.

- Não vai vomitar em mim, nem é tanto sangue. – Ela falou e gargalhou.

- Me deixe cuidar disso. – Falei e puxei sua mão e suguei seu dedo. – Prontinho.

- D-Demi seus olhos... eles estão... negros. – Ela falou e deu um passo para traz.

- Larga de ser medrosa Caliandra. Vem ainda temos que terminar isso aqui. – Falei e me abaixei para pegar os papeis que ela tinha deixado cair no chão.

Me sentia mais leve... ou viva. Vai entender esse meu corpo doido.

Flashback Of

- O que você fez com os corpos das pessoas que matou? – Dessa vez foi Alehan que perguntou, senti minha garganta queimar com a lembrança.

- O meu primeiro eu enterrei e os outros eu joguei no rio, bem os do rio eu os coloquei em baixo de uma pedra. – Respondei me mexi na poltrona.

Brad olhou para o Alehan e o mesmo torceu o boca.

- Bem Demi... Acho que deve estar cansada. Valquíria por que não a leva ao seu quarto. – Alehan falou e eu notei que ele estava tentando se livrar de mim, mas a casa é dele né.

- Vem Demitria. – Valquíria me chamou e eu levantei.

- Até. – Acenei e começei a seguir a Valquíria, ela voava pelas escadas e eu não ficava atrás, poderia muito bem ultrapassá-la, mas eu não sabia onde estava indo.

Ela parou em frente a uma porta bege escuro, quando ela abriu a porta eu quase cai para trás. O quarto era todo de vidro, tinha um tapete branco, um criado mudo claro, uma cama de casal, uma estante com abajur e toalhas em cima da cama.

 - Meu Deus! – Falei e entrei no quarto.

- O que? – Valquíria falou para mim parecendo nervosa. – Não gostou? Alyssia disse para não colocarmos muitas coisas, pois não sabíamos do que você gostava. – Ela tagarelou.

- Não Valquíria. Não é isso, eu amei o quarto é absurdamente lindo. É perfeito!

- Que bom que gostou. Quando quiser fechar as cortinas é só apertar isso aqui. – Ela mostrou um botão acima do interruptor. – Vou te deixar sozinha. E mais uma vez, bem vinda.

- Obrigado! – Sorri e lhe dei um abraço, ela ficou meio dura no inicio, mas logo retribuiu.

Eu a soltei e ela foi embora, olhei novamente para o meu novo quarto, tão lindo... Tinha duas portas a esquerda, abri a primeira e vi um lindo banheiro.Sai e abri a outra dando de cara com um closet lotado.

Sai do closet ainda meio tonta por ver tantas roupas lindas juntas. Sentei na cama e olhei para as paredes de vidro, até que uma coisa me chamou atenção, parecia um... trinco? Levantei e passei a mão por cima da coisa, é parece mesmo um trinco, fiz uma pequena preção e a janela abriu jogando o vento forte em meu rosto. Bem... eu estou morrendo de sede, eles não vão nem perceber se eu sair um pouquinho.

Respirei fundo e pulei três andares abaixo. Cai sem fazer som algum, meu celular estava lá em cima, caralho. Virei e tomei impulso, voei de volta para o quarto e peguei o maldito celular, pulei novamente, tirei meus saltos e os joguei para cima, pude escutar quando eles caíram em cima da cama. Sorri e começei a correr, a liberdade me fazendo entrar em êxtase. Já estava a uns vinte minutos correndo quando parei e cheirei o ar, tem alguém me seguindo. Dobrei meus joelhos e saltei para uma arvore. Logo meu perseguidor apareceu. Era o Alehan.

- Demitria? – Ele gritou.

- Credo Alehan. Não grita! – Falei e pulei da arvore.

- O que está fazendo aqui? – Ele perguntou bravo, pô qual é! Ele não é meu pai.

- Eu vim caçar ok? Não preciso da permissão de ninguém para isso.  – Falei fria e me virei.

- Ei! Espere, não quis parecer mandão. Só estava... preocupado. Sabe, é que você acabou de chegar, e eu bem... achei que não havia gostado de nós e ido embora, me desesperei, desculpe. – Ele falou e eu me virei para ele, ele estava com a cabeça baixa. Porra de preção psicológica.

- Ai ta ta Alehan. Desculpado. - Ele sorriu para mim e eu rolei os olhos. – Agora eu vou caçar. Até mais gatinho. – Lhe soprei um beijo.

- Posso ir com você? – Ele perguntou e fez olhar de cachorro pidão.

- Já ta aqui né, agora vamos. – Bufei e voltei a correr com ele atrás de mim. Ele me empurrou e tomou minha frente. Mas eu aumentei o ritmo e o ultrapassei. – Corrida! – Gritei e voei na sua frente não olhando para trás para ver onde ele estava.

***

Depois de beber três humanos e meio – sim meio, por que o quarto eu dividi com o Alehan – eu estava cheia. Nós pegamos uma casa abandonada e jogamos os humanos lá, depois tacamos fogo. Agora Alehan e eu andávamos calmamente por uma margem de um rio.

- Alehan... o que eu sou? – Perguntei sem olhar para ele.

- Nós somos híbridos, metade humano e metade vampiro, nossa parte humana é o que nos faz dormir e no seu caso chorar, mas daqui alguns dias toda a água do seu corpo vai secar e você não vai poder mais chorar. – Ele falou e eu parei.

- C-como assim v-vampiros? – Gaguejei e respirei fundo. – Como saímos à luz do sol? – Perguntei correndo para de baixo de uma sobra de arvore.

- Essa é a outra coisa que nossa parte humana faz, nos deixa andar a luz do sol tranquilamente, mas nós somos altamente inflamáveis, portanto, fique longe do fogo. – Ele falou e eu ri. – O que é?

- Parece meu pai dizendo isso. – Gargalhei. – Mas é bem mais bonito. – Falei e olhei nos olhos dele.

- Você também é muito bonita, é linda. – Ele falou e eu dei um passo inconsciente em sua direção.

- Obrigado. – Falei.

- Diga-me. Você tem cócegas? – Ele falou e eu sorri, que pergunta.

- Não sei, ou não lembro. – Falei e ele rio.

- Então vamos ver se tem. – Ele falou e me agarrou pela cintura começando a fazer cócegas, eu me debatia em seu colo e ele foi me arrastando e fazendo cócegas, senti ele me levantar e eu abri os olhos só o que eu via era a imensidão azul do céu, ele me girou e eu gritei, ele gargalhou.

- Alehan o que...? – Nem deu tempo de terminar de falar e senti ele me soltando e meu corpo voando, cai na água como uma bomba, começei a mergulhar e abri os olhos vi bem pequeno alguém vir nadando em minha direção, bati meus pés e voltei a nadar, o alguém agarrou meu pé me fechando para cima, quando chegamos a superfície eu começei a gargalhar.

- Alehan seu louco! – Falei e começei a socar seu peito de brincadeira, ele agarrou meus pulsos e me puxou para si me grudando a ele, respirei seu cheiro. Ele colou sua boca na minha, enrolei meus braços em seu pescoço e colei mais a ele, sua língua passou pelo meu lábio inferior e eu abri minha boca para ele, sua língua se enroscou na minha aprofundando o beijo, suas mãos deslizaram pelo meu corpo me causando arrepios. Está tão bom, mas eu não posso, eu estou com o Daniel, eu amo ele. Eu sei que amo, sempre amei. E foi esse amor que fez eu separar meus lábios dos de Alehan.

- Isso não... Me desculpe. – Falei e começei a nadar de volta para a margem do rio.

Sai do rio e passei a mão no meu cabelo tentando tirar um pouco da água, eu não sei o que aconteceu comigo, fui estúpida, como pude me deixar levar? Senti alguém puxar meu braço com brutalidade.

- É ele não é? Você tem outro? – Alehan gritou e a raiva me cegou.

- NÃO TOCA EM MIM. – Gritei e peguei seu braço, com uma força inacreditável e o joguei contra uma arvore que se despedaçou, ele levantou ofegante com as mãos em garras, assumi uma posição defensiva e um rosnado alto rasgou meu peito.

- Eu não quero te machucar. – Grunhi e ele riu.

- Eu é que não quero te machucar. – Ele falou e do nada seu corpo adquiriu um brilho ofuscante e de suas costas saíram... asas?

- O que você é? – Falei ao vê-lo voar e sumir.

Sentei no chão e coloquei minha cabeça nas mãos. Onde eu fui me meter? Me celular vibrou em meu bolso e eu o peguei.

- Alô? – Falei

- Demi? Amor? – Era o Daniel, não sei o que aconteceu que eu começei a chorar e muito.

- Dani por favor, vem me buscar amor. Por favor. – Eu fala e soluçava.

- Demitria onde você está? Amor! – Ele falava desesperado do outro lado da linha.

- E-eu não sei. Meu celular tem GPS acha que consegue rastrear? – Falei ainda chorando.

- Claro que sim. Mas por que tanto choro? Você esta bem? – Ele perguntou e o choro veio mais forte.

- Eu estou com medo Dani, Alehan e a família dele não são o que eu pensei. Eu estou tão sozinha. – Falei e me atirei no chão novamente.

- Fica calma meu amor. Faz assim, fica ai na casa deles, finja que esta tudo bem. Quando eu estiver perto eu te ligo ou mando uma mensagem. Ok?

- Ok. Mas por favor, não demora.

- Vou o mais rápido que eu puder. – Ele falou e eu suspirei.

- Eu te amo. – Falei e pude imaginar seu rosto brilhando e um sorriso lindo abrindo.

- Eu te amo minha Demitria. – Ele falou e desligou.

Levantei do chão e voltei para o rio, mergulhei tão fundo que tudo acima de mim era preto. Depois de um tempo nadando eu vi que estava pronta para voltar para casa do Alehan. Voltei a superfície e vi que já estava escurecendo. Estava bem no crepúsculo. Eu sempre gostei mais da noite do que do dia, mais de preto do que de colorido, mais de filmes de terror do que de romance, mas agora tudo o que eu queria era ver meu Daniel, ele fazia tudo o que eu não gostava parecer bom.