Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

este esta quentinho...acabei de escrever...bjs



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sem limites para o ódio

À cinco dias do aniversario de Luna em Amsterdam

Não havia gostado da decisão que ambos tomaram, sentia algo errado. Porque a filha de Paulo seria algo tão importante a ponto de servir como moeda de troca? Uma vampira transformada nunca foi importante, a não ser que tenha um talento impressionante, o que particularmente duvido.

Estava agora no quarto de Miroir, seu irmão saiu para caçar a algumas horas e tivemos a oportunidade de descobrir mais um sobre o outro. Aquela pequena criatura era impressionante, nossos corpos se uniam de forma perfeita e ela dançava sobre mim com perfeição. Nosso prazer não tinha limites, hora curtíamos com leveza aquele momento intimo, hora nós portávamos como animais e guerreávamos pelo quarto buscando por saciar nossa sede por nossos corpos.

Durante nossa união conversávamos sobre fatos sem importância, descobrimos os locais que mais gostávamos no mundo, dividimos nossas lembranças sobre a África, contei a ela sobre minha morte e vida em Voltera e o quanto era grato a Aro por salvar a mim e a minha irmã da morte na fogueira por bruxaria. Não nutria amor por minha irmã, era um laço diferente que nos mantinha juntos, não concordava com suas ações e sentia seu ciúmes e sede por morte, ao contrario dela eu não ansiava pela destruição, sentia compaixão e amor pelos da minha espécie, os humanos já eram outra historia.

Miroir e eu descobrimos ser fascinados pelo mesmo tipo de alimento, jovens entre 10 e 15 anos, o sangue doce e sem vícios fluía quente e saciava nossa sede. Claro que tínhamos nossa sobremesa favorita, as crianças eram especiais e deviam ser apreciadas com cautela, a morte de uma criança muito pequena costumava chamar à atenção. Quanto mais jovem o humano, mais doce seu sangue e falar sobre aquilo estava queimando minha garganta, precisava me alimentar novamente.

Desunir nossos corpos foi a parte mais difícil e logo estávamos correndo pelas ruas escuras da cidade buscando por nossa sobremesa. Crianças não eram encontradas facilmente nas ruas durante a noite e Miroir me surpreendeu mais uma vez. Entramos em uma casa localizada na parte nobre da cidade e encontramos dois jovens bebes dormindo calmamente em seus berços, aparentavam entre um e dois anos e exalavam um cheiro inebriante, aquele líquido fluía rápido por nossas gargantas, a textura aveludada e de sabor amanteigado...era quase insuportável tolerar tamanho prazer.

(...)

Eu ainda tinha um tempo antes de regressar e aproveitei junto a minha companheira. Visitamos seus lugares preferidos, caçamos em diferentes regiões e percebi que não havia mais nenhum imortal naquelas terras.

-Querida, nenhum outro clã vive nestas regiões?

-Não meu amado, todos temem por aqueles que não saem das sombras.

-Não entendo? – Miroir parou sobre um muro baixo deixando as pernas balançando no ar e me chamou para sentar a seu lado -

-Quando pequena não tinha muitos amigos, vivia no abrigo porque minha mãe não podia me sustentar e trabalhava ilegalmente nos portos durante a noite. Nenhuma criança se aproximava de mim por saber qual tipo de trabalho minha mãe tinha. Para não ficar sozinha eu criava amigos, sempre fui muito esperta e aprendi a ler rápido, na biblioteca do orfanato tinha um livro sobre cultura chinesa e uma historia linda sobre o imperador Wu Ti. Após a morte de sua dançarina favorita, o imperador enlouquecido solicitou ao mago de seu reino que a trouxesse de volta do mundo dos mortos. Sendo impossível tal ação o mago, para não morrer, criou uma ilusão através das sombras.

-O mago deu ao imperador a felicidade de ver a sombra de sua bailarina dançando para ele novamente e garantiu sua vida nesta terra por mais alguns anos. Com a ajuda de pedaços de papelão e tecidos claros eu criei o meu mundo. Dava nome a cada boneco criado, fazia seus membros flexíveis e os prendia com fios de linha os permitindo dançar, abraçar, correr, cada boneco era uma criança do orfanato ou um adulto / educador. Com eles eu fazia o que desejava fazer na realidade, tinha amigos, me vingava daqueles que não gostava, brincava com os internos; quando meu irmão chegou no orfanato, senti uma grande felicidade já que finalmente teria alguém com quem conversar e brincar. Ele ainda não tinha nome e eu lhe dei o nome do imperador chinês.

-Eu o divertia com as historias que criava e brincávamos juntos, finalmente sentia que tinha alguém, poderia lutar por algo melhor por ele. Na tarde que a tragédia aconteceu, todos fomos levados ao pátio, seriamos cadastrados e enviados a outros abrigos. Não haveria vagas para todos e os menores seriam privilegiados e possivelmente seriam separados dos irmãos. Não queria que ninguém nos achasse ou que fossemos enviados para alguma casa distante, os bebes sempre foram bem aceitos, mas o destino de uma jovem de 15 anos não era o mesmo nestas casas. Temendo por nos dois busquei pela morte, primeiro matei meu irmão o expondo ao frio da noite e quando ele já não respirava eu me entreguei a escuridão.

-Abáe me encontrou em meu ultimo suspiro. O olhar que dirigi a ele naquela noite não era de suplica pela vida e sim pela morte, mas como a bailarina eu ressurgi nas sombras. Minhas habilidades em vida foram ampliadas na morte e eu agora posso manipular a todos como marionetes, minhas marionetes, e como todo manipulador fico escondida nas sombras para não desfazer a ilusão.

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Em Voltera

-Nosso irmão falhou Caius, mas é sábio mantê-lo afastado? Todos já comentam sua ausência.

-Sim Marcus, eu já os ouvi. A vingança falou mais alto e ele nós trouxe a vergonha novamente, seus jogos devem parar Marcus, muitos duvidam de nossas intenções e enfraquecem nosso poder. Devemos aniquilar nossas fraquezas.

-Não seja precipitado Caius, a morte de Aro não seria vista com bom olhos por nosso povo. Devemos trazê-lo de volta, acabar com as insinuações.

-Que seja. Traga-o. Peça para que Jane venha também, sua petulância é tolerada tamanho seu talento.

-Felix!

Nada mais precisou ser dito,Felix se retirou do grande salão e logo traria nossos dois traidores. Estávamos no salão de reuniões, menor que o salão de alimentação, mantinha as mesmas características dos cômodos internos do castelo, paredes de granito claro e um óculo envidraçado no topo da sala garantindo a iluminação do local. Nas paredes mantínhamos trabalhos de grandes artistas e alguns trabalhos recentes de pintores promissores, assim como a decoração também misturávamos o estilo conservador de moveis talhados a mão em madeiras nobres com objetos de iluminação moderna e inovações tecnológicas.

Alguns minutos depois da saída de Felix, Jane e Aro adentraram o salão e se colocaram a nossa frente. Jane mantinha a cabeça baixa ao contrario de aro que impunha sua presença sem nenhuma sutiliza e mantinha a arrogância em suas ações.

-Estavam bem acomodados meus amigos? –Aro rosnou frente ao comentário de Caius só fez rir com sua reação.-

-Não seja insolente caro amigo, os chamamos na intenção de lhes libertar. Queremos conceder a vocês uma nova chance a nosso lado. Claro que vocês podem escolher pelo contrario também, não seremos injustos, daremos a possibilidade da escolha a vocês.

-E qual será nossa escolha caro irmão, voltar a servir ao seu lado ou a morte?

-Perspicaz meu irmão. Agora responda, o que você escolhe?

-Não há o que escolher irmãos. Peco perdão por meus atos e me curvo aos senhores, aceito sem reservas a oportunidade que me é dada.

-E você querida Jane, o que decide?

-Sempre escolherei ficar ao lado de meus mestres.

-Muito bem, não há mais nada a dizer. Acomodem-se meus irmãos, compartilhem conosco de nossas confabulações.

-Se me permite a palavra Caius, gostaria de saber onde esta meu irmão.

-Claro Jane, seu irmão esta em uma missão para nos. Recebemos noticias do paradeiro de Paulo e o enviamos para verificar, amanha ele se juntara a nos com noticias sobre sua viagem.

Jane assentiu e se posicionou ao lado dos tronos dando liberdade aos três irmãos que agora unidos pelas mãos mantinham uma conversa quase que silenciosa e em uma língua desconhecida.

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POV Jane

Agora teria minha chance novamente, me vingaria, vingaria meu mestre por toda esta humilhação. Guardava o rancor pela disputa perdida em Forks, cidade maldita, nas duas vezes que buscamos por eliminar aquela família medíocre algo sempre nos atrapalhava. Aquela Bruxa foi como uma pústula maligna para nossos desejos. 

-Jane querida.

-Sim mestre?

-Me acompanhe por favor, preciso remover algumas coisas de nossas acomodações anteriores e voltar a companhia de minha esposa.

Estávamos em nossas acomodações medíocres isolados do restante do castelo organizando alguns pertences que nos foram levados na intenção de acalentar nosso espírito. Aro estava planejando algo e por esta razão o segui sem contestar.

-Minha amada. – Meu corpo se rendia a suas palavras e carinhos, minha obediência sempre foi por ele.-

-O que deseja de mim meu mestre?

-Seu ódio minha amada. Estou pressentindo bons ventos em nossa direção minha cara. Desejo a vingança como desejo pelo sangue quente fluindo em meu corpo todos os dias.

-Compartilho de seus desejos meu mestre. Aquela família deve ser aniquilada. Eu so lhe peco meu mestre, que me permita torturar aquela recém criada insolente.

-Não seremos indolentes minha cara, anseio por dor. Pela mesma dor que me causam. – Aro acariciou minha face com tanta ternura, tudo o que meu mestre desejasse eu lhe daria -


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