POV Annabeth

            Não me lembro de ter caído no sono, mas me lembro de ter sonhado, nunca tive sonho melhor.

            Eu estava dentro de um carro no banco do passageiro, olhei para o lado e vi o Percy dirigindo, olhei para trás e vi Nico e Thalia dormindo, Thalia estava com a cabeça no colo dele. Sorri, os dois estavam até fofos.

- Durma mais um pouco meu amor. – ouvi Percy falar.

            Olhei para ele, ele estava olhando para a pista, mas pelo jeito tinha me visto acordar.

- Estou sem sono. – falei.

- Tente dormir mais um pouco, vai ser melhor para você. – ele me olhou e colocou a mão em meu joelho.

- Tá bom.

            Como o banco do passageiro e o do motorista são juntos, eu fui para o lado dele, apoiei minha cabeça no ombro dele e fechei os olhos, esperando o sono chegar, pois o mais importante agora era que eu e ele estávamos juntos novamente.

            Acordei com Ele batendo nas barras da cela e gritando:

- ACORDA! – me sentei e olhei para ele de cara fechada.

- O que você quer? – falei irritada.

- Agora que você acordou... – falou sorrindo. – Coma o seu café da manhã.

            Ele entrou na cela carregando uma bandeja, ele agachou na minha frente e colocou a bandeja na minha frente.

- Espero que goste. – ele saiu da cela.

- Psiu! Vem cá! – o dragão me chamou.

            Peguei a bandeja e fui andando até ele. Me sentei e olhei o que tinha na bandeja: ovos e bacon, suco de laranja, pêra e maçã cortados em uma tigela e uma garrafa de água. Minha barriga roncou, eu estava com muita fome, peguei um pedaço de bacon e comi.

- O seu namorado está se aproximando.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Pode. O que foi?

- Qual é o seu nome?

- Meu nome? – assenti. – Meu nome é Jassen.

- Jassen, como você sabe que o Percy está se aproximando?

- Antes de você acordar eu vi meu pai... – falou com desgosto. -... olhando em uma Mensagem de Íris o seu namorado. Ele vai fazer o carro dele pifar quando chegar perto dessa área. O seu namorado não tem idéia do que o espera aqui. – enquanto ele falava eu fui comendo parte do meu café da manhã. Dei um gole no suco de laranja.

- Percy deve estar muito preocupado. – falei simplesmente.

- Porque você acha isso?

- Porque eu o conheço muito bem para saber o quanto ele está preocupado. Eu me lembro de quando alguns amigos meus falaram para ele que eu tinha sido raptada, ele quase teve um ataque. – falei sorrindo fraco. – Ele se preocupa mais com os amigos do que com ele mesmo e comigo a preocupação é em dobro.

- Nossa! E você é assim com ele também?

- Sou sim. Sem ele eu me sinto tão vazia, ele é meu porto seguro.

- Hmm. Você deve estar ruim para caramba!

- Aham.

            Nós ficamos em silêncio. Eu nem descrevi como ele é né? Ele é um dragão verde com olhos cinza, sua barriga possui detalhes vermelhos e brancos em triângulos, seu dentes são afiadíssimos e sua voz é meio duplicada, como se duas pessoas falassem ao mesmo tempo, uma voz de um adolescente e uma voz grossa e rouca de um adulto.

                        POV Percy

            Logo que acordei fui tomar um banho, arrumei minhas coisas e fui tomar café da manhã. Chegando ao restaurante do hotel eu vi Thalia e Nico sentados em uma mesa conversando e rindo de alguma coisa. Peguei meu café e fui para a mesa deles.

- Do que vocês dois estão rindo? – perguntei sentando-me.

- Nada não. – Thalia falou segurando o riso.

- Vão, falem. – insisti comendo um pedaço de gelatina.

- Tá bom, eu falo. – Nico falou também segurando o riso. – Estávamos rindo de você.

- De mim?

- É. De qual ditado combina com você.

- Sério? Qual é?

- Filho de peixe, peixinho é! – Thalia falou rindo.

- Hmmm, e qual combina quando eu faço coisa errada e percebo que foi errado?

- Essa aí a gente não sabe. – Nico admitiu.

- Não adianta chorar por águas passadas. – falei e Nico e Thalia riram.

- Essa foi boa. – Thalia falou rindo.

            Nós ficamos mais um tempo assim e quando terminamos de tomar o café da manhã escovamos os dentes nos quartos e fomos embora do hotel.

            Quando chegamos em uma parte da estrada o meu carro do nada começou a pifar e eu parei no acostamento para ver qual era o problema. Abri o capô e fui olhar qual era o problema.

- Mas que droga! O motor superaqueceu, vai demorar uns dois dias para que ele esfrie.

- E agora? O que fazemos? – Thalia perguntou sentando na grama da colina.

- Não sei. – admiti. Peguei a chave do carro, transformei-o em uma miniatura e coloquei no bolso. Olhei em volta. – Eu estou com um pressentimento sobre esse lugar.

- Por quê? – Nico me perguntou também sentando na grama da colina ao lado de Thalia.

- Não sei dizer por certo, é meio como se eu sentisse que a Annabeth está por perto.

            Olhei para a colina inteira, respirei fundo e olhei para Thalia e Nico, eles estavam jogando pedra, papel e tesoura, dei um suspiro de desgosto. Fui em direção a colina e comecei a subi-la.

- Você vêm ou não? – gritei para os dois quando cheguei ao topo da colina.

            Eles me olharam, conversaram alguma coisa e começaram a subir a colina correndo, estavam parecendo duas crianças.

- Cheguei primeiro! – Nico falou arfando.

- Mas que droga! Você é muito rápido!

- Vocês dois estão parecendo duas crianças agindo dessa forma. - falei.

- Não estamos não! – Nico repreendeu.

- Olha, eu sei que vocês não tiveram infâncias muito boas, mas vocês já passaram da idade de ficar brincando assim. E outra coisa, nós estamos em missão, que tal você brincarem lá no Acampamento?

- Hey! – eles gritaram ao mesmo tempo.

- Agora não tá! Depois nós discutimos. – falei e olhei em volta.

            De longe eu vi uma caverna, fiz sinal para os dois me seguirem e fomos ao rumo da caverna. Então eu percebi que a caverna era a mesma que eu tinha visto em meu sonho, comecei a ouvir um choro de longe e ouvi um rugido. Respirei fundo, olhei para Thalia e Nico e eles entenderam que era ali que Annabeth estava.