Ela estava lidando melhor com a situação do que imaginava. Sentia falta dele, mas não estava sofrendo. O plano mirabolante de juntar Selena e Nick estava indo de mal à pior, Demi até deu a idéia de Joe falar pra Nick começar a conversar mais com Selena e falar o que ele sente por ela, mas Joe não estava seguro de que isso seria o correto e durante a aula, Joe tentou lhe mandar um bilhete, mas que foi pego pelo professor enquanto, distraído, Joe não viu que ele estava passando por perto, então antes de Demi abrir o papel pra ler o professor o pegou. Ele limpou a garganta antes de ler pra toda a classe ouvir

“É o seguinte, o plano é bom, mas você precisa me ajudar! O cara é muito tímido e não sei nem como chegar nele pra falar uma coisa dessas, então fala você com ele.”

—Ah não, Joe! Como assim? Chegar num cara? — Sterling brincou, mas toda a classe levou a sério e um ‘huuuuuuuum’ coletivo foi feito.

—Não é nada disso. — Joe estava com os olhos arregalados e isso fez Demi gargalhar

—Que isso irmão? — um integrante do time de vôlei começou a falar — Justo você? Tipo, eu esperava isso de qualquer pessoa menos de você. E ainda mando uma menina ajudar você com um cara? Que nojo.

Demi ria descontroladamente. A situação era cômica. Todos os garotos tirando sarro, as meninas meio que confusas

—Ele não tem cara de ser gay — Demi ouviu uma comentando

—Não seja ingênua Bia, tá na cara que ele é. — outra respondeu

—Que desperdício — a tal Bia praguejou

Joe estava visivelmente desesperado. Tentava falar que não era nada disso o que pensavam, mas quando ia responder as provocações, outras apareciam pela frente e tudo o que ele fez foi olhar para Demi, e pedir ajuda.

—O que eu posso fazer? Foi você mesmo que se meteu nessa furada — ela respondeu

Mas ela não ia deixar que provocasse ele por muito tempo, afinal o cara lutava caratê. Então chegou perto de Tiff e disse

—Sua chance

—Que? — Tiffany franziu a testa

—Faz alguma coisa. Livra a cara do seu amigo. — Demi empurrou ela

Tiffany não sabia bem o que fazer olhou para todos e resolveu falar

—Ele não é gay! — ela falou alto o suficiente pra todo mundo ficar quieto e olhar pra ela

—Como você pode ter tanta certeza? — Bia perguntou maliciosamente

—Por que... a gente tá ficando desde a semana passada. E o cara a quem ele se refere no bilhete... é... o Nick.

—Vocês estão ficando? — Sterling estranhou

—Ajuda, Sterling — Demi cochichou e ele logo entendeu a armação

Depois de um silencio cruel, um ser irreconhecível, um daqueles alunos que nunca se envolve em nada, nem com ninguém e você nunca, presta atenção nele; gritou:

—MENTIRA. — e assim todos riam novamente então Joe deu um beijo na Tiffany, não aqueles beijos de cinema, mas um que deu pra enganar boa parte da turma.

—Satisfeitos agora? — Joe perguntou e Demi viu a mesma fúria que presenciou no seu primeiro dia de aula ali — E é tudo culpa sua; professor. Isso foi humilhação. E não duvide se eu contar para a diretoria a sua falta de ética no trabalho e de disciplina dentro da sala de aula.

O homem não sabia o que fazer, não sabia se contestava, ou mandava todos se sentarem e continuava a dar aula, mas antes que ela pudesse decidir o sino tocou anunciando o fim do turno.

Demi ainda ria enquanto saíam da sala, Sterling teve até que pegar um como de água pra ver se ela se acalmava.

—Eu não sabia o que fazer. Desculpa Joe! — Demi pediu

—Não foi nada. Se fosse com outra pessoa eu também riria muito — Joe passou um braço pela cintura dela

—Minha barriga já está doendo de tanto rir — ela comentou

—Não é pra menos, você está rindo sem parar a uns cinco minutos. Para um pouquinho aí você melhora. — ele pediu e ela acatou

—Fui eu quem pediu pra Tiff fazer aquilo, foi culpa minha — Demi contou

—Ok — Joe apenas concordou e sentiu um braço pesar

*-------------*----------------*-----------------*----------------*------------------*----------------------

Tudo havia ficado escuro, mas a sensação de felicidade continuava, só acordou quando sentiu um cheiro forte, deve ser álcool, pensou.

—Ei... ela acordou! — a enfermeira escola anunciou pra quem estava na enfermaria

—Onde eu estou? — Demi perguntou

—Está na enfermaria, você desmaiou por causa de um ataque de riso. Mas agora se acalma que sua mãe já está vindo te buscar. Mas conversa com seu namorado, ele está bem aqui.

—Você está bem? — Sterling chegou e se sentou num banquinho ao lado

—Talvez. Minha cabeça está doendo e não posso fazer movimentos bruscos com ela, se não acho que desmaio de novo — ela falou e riu de si mesma

—Não começa a rir não. E se você não parar mais? — ele estava preocupado

A enfermeira pegou um algodão e pôs um pouco de álcool e logo depois pegou uma agulha.

—Vai ter que tomar soro. — ela explicou — Sua pressão está baixíssima.

—Adoro soro — Demi ironizou

—É pro seu bem — Sterling apertou a mão dela — Você me assustou

—Não liga não. Essa não é a primeira vez que isso acontece. Eu não posso exagerar nos exercícios físicos, não posso andar num sol muito quente, não posso ficar sem comer pela manhã... dentre outra coisas que fazer minha pressão baixar.

—Quem nesse maldito mundo, desmaia de tanto rir? — Dallas entrou gritando

—Na verdade é bem comum. — a enfermeira respondeu — A risada acelera a freqüência cardíaca e dilata as artérias e assim provoca a queda da pressão.

—Está até parecendo o Derek falando — Dallas nem ligou — Mamãe está parecendo uma galinha choca, agorinha ela entra por essa porta gritando desesperada, fazendo o maior pampeiro por causa da filhinha amada.

Demi olhou para a porta e viu sua mãe entrando calmamente e cumprimentando a todos antes de chegar nela. Ela não agüentou e começou a rir então tudo escureceu de novo.