Selene escrita por Tamires Vasconcelos


Capítulo 13
Cavalgada




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Olhei na direção em que ele olhava.

De primeira vista parecia uma fazenda, em sua entrada tinha uma enorme placa que dizia “Acampamento de Cavalos" 

Passamos pela entrada e Cameron estacionou o carro.

- Então o que achou? - Ele disse abrindo a porta do carro para mim.

- Legal.

Ele sorriu.

Então fomos para uma pequena loja. Tudo o que vendia lá era sobre cavalos, brinquedos sobre cavalos, balões de cavalo, miniatura de cavalo, não tinha uma coisa que não tivesse a ver com cavalo. Fiquei olhando as coisas enquanto Cameron falava com o garoto do balcão.

- Vou acompanhar vocês até o estábulo - O garoto disse olhando para mim.

Chegamos ao estábulo.

- A moça sabe cavalgar? - O garoto perguntou.

- Não muito bem.

- Eu poderia dar umas aulas se você quiser - Ele se aproximou de mim.

- Na verdade, ela não quer - Disse Cameron se pondo entre mim e o garoto.

Eles se encararam. Então o garoto levantou as mãos em forma de rendição.

- Tudo bem - Olhou para mim - Mas se você quiser saber meu nome é Ray.

Eu assenti.

- Bem esse é o nosso estábulo, se tiverem alguma preferência de cavalo podem escolher, mas se não tiverem... Bom isso não importa. As selas estão ali, o próximo grupo vai sair daqui 20 minutos, o guia vai com vocês.

Ele já estava saindo do estábulo, mas se virou.

- Até mais - Ele disse olhando para mim.

- Idiota - Cameron resmungou baixo.

Cameron olhou para mim e sorriu.

- Gostou de algum cavalo?

Havia bastantes cavalos no estábulo, olhei todos eles parei quanto vi um cavalo lindo, era castanho e parecia brilhar sua crina e cauda eram negras.

- Gostou desse? - Ele perguntou pondo-se ao meu lado.

- Gostei.

Ele tirou o cavalo para mim.

- Sabe selar?

- sei.

Então Cameron foi selar seu cavalo, era tão negro que parecia brilhar.

- Oi - Comecei a falar com o cavalo - Você tem nome?

Olhei para onde o cavalo estava e entalhado na madeira estava escrito, Afrodite.

Não pode conter a risada.

- Afrodite é? Eu não gosto daquela garota.

Tive a impressão de ver um ar engraçado em Afrodite, mais é claro cavalos não riem, a não ser os centauros, mas não é a mesma coisa.

- Você é mais bonita que ela, pode ter certeza que eu sei do que eu estou falando. E na verdade ela pode me punir por isso, mas tecnicamente eu não sou uma mortal... Eu acho.

Comecei a escová-la.

- Está pronta? - Perguntou Cameron.

- Estou.

Ele se aproximou de mim.

- Vai precisar disso.

Ele colocou um chapéu dos tipos de caubói em minha cabeça.

- Tem certeza? - Eu não queria usar aquilo.

Ele sorriu.

- Tenho.

Ele colocou um chapéu nele também.

Saímos-nos do estábulo, havia umas 15 pessoas que estavam se preparando para fazer a trilha, algumas delas já montadas em seus cavalos.

Cameron me ajudou a subir no cavalo.

O céu estava bem azul sem nenhuma nuvem, o sol brilhava em nossas cabeças, era um dia normal de Phoenix, mas montada em um cavalo fazendo trilha é totalmente diferente. Em apenas meia hora eu já estava suando, era fácil cavalgar depois que se pega o jeito. A trilha toda durou 2 horas, e eu sabia que depois de tanto tempo em cima de um cavalo minhas pernas ficariam quebradas.

- Quer uma ajuda pra descer?

- Quero, obrigada. 

Eu me atrapalhei um pouco enquanto saia do cavalo, Cameron segurou mais firme em minha cintura e ficamos muito perto um do outro.

Ele sorriu e então se afastou.

- Está com fome?

- Um pouco.

Ele segurou minha mão então começamos a andar.

- E os cavalos? - Perguntei me virando para Afrodite.

- Alguém virá pega-los.

Então seguimos em silêncio a uma lanchonete.

- Eu vou fazer o pedido, o que você vai querer? - Ele perguntou enquanto me sentava em uma das mesas.

- O que você pedir para você ta bom pra mim.

Ele assentiu e então foi até o balcão. Em pouco tempo ele voltou com uma bandeja na mão.

- Peguei batatas, hambúrguer e coca-cola. Pode ser?

- Claro.

Nos começamos a comer.

- Você gostou?

- Gostei muito.

Ray, o garoto da loja entrou na lanchonete e quando me viu, deu um sorriso metido. Revirei os olhos.

- Ele um idiota mesmo - Disse Cameron outra vez.

- Então, quando começam as minhas aulas? - Perguntei para mudar de assunto.

Ele pareceu animado com a idéia.

- Segunda, depois da aula.

- Não posso, eu trabalho depois da aula.

- È mesmo.

- Pode ser no final de semana - Sugeri.

Ele assentiu.

- O que vai dizer aos seus pais?

- Sobre o que?

Ele sorriu.

- Que não passou na sua prova.

- Eu não sei.

Assim que terminamos de comer fomos embora, dormi durante o caminho, eu não pude evitar meus olhos estavam fechando sozinhos. Cameron não se importou, quando viu que eu estava com sono disse que podia dormir um pouco.

Acordei um pouco antes de chegar a minha casa, o sol já estava se pondo.

- Você acordou Bela adormecida. - Ele disse assim que parou o carro em frente a minha casa.

Ficamos em silêncio durante um tempo.

- Obrigada por me trazer em casa, e obrigada pela cavalgada, eu gostei muito.

- Não foi nada.

- Talvez pudéssemos fazer isso outras vezes, foi legal.

Ele deu seu sorriso lindo de sempre.

- È claro que podemos.

Cameron pareceu estar envergonhado com alguma coisa.

- Eu tenho uma coisa pra você.

Ele tirou um saquinho pequeno cor de rosa do bolso e me entregou.

- Eu comprei pra você.

Tentei tirar a fitinha azul que amarrava o saquinho, mas não consegui estava muito apertada.

- Eu abro pra você - Ele tirou delicadamente a saquinho ta minha mão.

Cameron abriu fácil o saquinho e tirou de lá um colar, com um pingente de um cavalo. Ele me entregou.

- È lindo. 

Examinei mas de perto, o primeiro pensamento quando vi o cavalo foi em Afrodite.

- È para você se lembrar de hoje.

- Eu jamais esqueceria - Eu disse tão rápido que nem percebi.

Ele sorriu.

- Posso por em você?

- Claro

Entreguei o colar pra ele, fiquei de costas para que pudesse colocar colar e levantei meu cabelo que estava solto.

- Pronto - Ele pegou meu cabelo e arrumou de volta em minhas costas.

Virei-me para ele de novo, desta vez eu estava mais perto dele.

- Obrigada.

- Não há de que.

- Eu tenho que ir agora.

Ele assentiu

- Até amanhã - Dei um beijo na bochecha dele e sai do carro.

- Até amanhã – Ouvi ele dizer.

Entrei em casa ainda sorrindo.

- Onde você estava? - Perguntou Clarie não com raiva, mas preocupada.

- Eu estava com o Cameron.

Ela sorriu.

- Eu fiquei preocupada.

- Me desculpe.

Ela pensou durante um tempo.

- Vou comprar um celular pra você.

- Não precisa.

- Claro que precisa.

Eu a encarei.

- Tudo bem, eu trabalho, vou comprar um para mim.

- E onde vocês estavam? - Ela perguntou de repente.

- Nós fomos a um acampamento de cavalos.

Ela me olhou desconfiada.

- É verdade - Eu disse ainda sorrindo.

- Não disse que não era. Sabe cavalgar?

- Sei

Ela se aproximou mais de mim e pegou meu colar.

- Ele lhe deu isso?

- Foi - Eu disse com entusiasmo como se estivesse falando com uma amiga.

- Ele é seu namorado?

- Não, nos somos amigos.

Ele me olhou com desconfiança outra vez.

- Amigos?

- É. Vou para meu quarto, está bem?

- Tudo bem, daqui a pouco o jantar esta pronto.

Eu estava passando pela sala, Jack e James estavam assistindo futebol.

- Oi Selene - Disseram o dois ao mesmo tempo.

- Oi.

Já estava no meio da escada quando Clarie me chamou.

- Selene como foi à sua prova?

Fechei os olhos tentando pensar em alguma coisa, não queria decepcioná-la.

- Hnh... Fui bem.

- Você passou?

- Eu não sei, mas eu fui bem.

Subi as escadas correndo no ultimo degrau eu tropecei e cai.

- Ei, toma cuidado! - Disse James.

- Eu estou bem!

Quando vi tinha um cachorrinho latindo para mim.

- Quem é esse?! - Gritei.

Eu peguei o cachorrinho no colo.

- Esse é o Dinka - Respondeu Jack vindo até mim.

Não pude conter a risada.

- Dinka?

- É fui eu que inventei, gostou?

- Goste, mas é ''o'' Dinka?

Ouvi Clarie dar risada.

- É.

Acariciei o Dinka e entreguei para Jack que espirrou.

- Pode deixar ele no seu quarto?

- Por quê?

- Eu tenho alergia, deve ser alguma coisa que passaram nele.

Ele deu outro espirro.

- Tudo bem.

Peguei o cachorrinho de volta.

- Goooool! - Gritou James.

Jack desceu correndo gritando.

- De quem? De quem?

Quando entrei no meu quarto notei que havia alguma coisa em cima da minha cama. Deixei o Dinka no chão que começou a rondar o quarto. Fui até lá, tinha uma caixa não tão pequena de madeira, e em cima dela um bilhete.

Vai precisar disso

Estava escrito no bilhete.

Fui abrir a caixa mais estava com cadeado, procurei alguma chave em cima da cama, mas não havia nada.

Fiquei olhando ela, agora eu estava curiosa no que havia dentro.

Comecei a puxar o cadeado, mas ele não saia, peguei um clipe, e como Cameron tentei abrir o cadeado mas mesmo assim ele não abriu.

Fucei na minha mochila e peguei uma régua, tentei colocar em uma abertura da caixa, a régua quebrou, mas não abriu.

- Você não vai abrir?!

Peguei a caixa e joguei com toda força no chão, na intenção de quebrá-la, mas nada.

- Que tipo de pessoa me da uma coisa que não posso usar?

Pensei em mais alguma coisa pra fazer, mas aquela caixa não abria tão fácil. Então eu a joguei debaixo da cama e o bilhete joguei no lixo.

No banho eu não parava de pensar no meu dia com Cameron, e sem perceber comecei a dançar, parei imediatamente.

Depois que acabei de tomar banho, Clarie me chamou para jantar.

- Clarie você deixou alguma caixa no meu quarto? - Perguntei.

- Não, por quê?

- Não, nada.

- Que barulho foi aquele lá em cima? - Perguntou James.

- Foi o Dinka ele derrubou... Uma coisa.

- Não tem problema ele ficar lá?

- Não, nenhum.

Depois da janta, ajudei Clarie a lavar a louça, meus olhos estavam quase se fechando de sono. Ela percebeu e mandou que eu fosse dormir.

Eu estava com tanto sono que apenas deitei na minha cama nem me preocupei com pijama nem nada disso. Mas a cama estava molhada, sai de lá rápido, Dinka estava deitado em cima no meu travesseiro.

- Eu não acredito que você fez isso.

Coloquei ele no chão e fui tirar os lençóis, depois de colocar lençóis limpos na cama, peguei uma caixa de papelão e coloquei ele lá.

- Pronto, fica ai - Disse apontando o dedo para ele.

Deitei na minha cama e assim que fecho os olhos sinto umas lembidas na minha cara.

- Para, para - Disse limpando as babas do meu rosto.

Dinka estava abanando o rabo e olhando para mim.

- Olha você precisa ficar aqui - Eu o coloquei de volta na caixa, mas logo em seguida ele pulou para fora.

Peguei então uns panos e arrumei dentro na caixa, depois coloquei Dinka lá de volta.

- Por favor, fica ai, eu to morrendo de sono.

Ele me olhou com uma carinha linda e se deitou, levantei as mãos para o alto em agradecimento e voltei pra minha cama, onde praticamente desmaiei.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?