Senhor e Senhora Sa escrita por Luuck


Capítulo 19
Itachi's story - Parte IV: A culpa não é minha


Notas iniciais do capítulo

Última parte da história do Itachi.
Quero deixar claro que nada entre os irmãos vai se resolver aqui, pois é tudo que aconteceu no passado.
Os capítulos do Senhor e Senhora Sa voltarão ao normal. Mas o primeiro capítulo falará um pouco sobre a história dos irmãos e, quem sabe, resolver tudo.



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            ~ Um ano e meio depois ~

         - O verão começa hoje com mínima de 13º C e máxima de 20º C. O sol vai aparecer algumas vezes. ▬ disse o jornalista da TV de uma padaria enquanto eu passava.
        Mas, mudando de assunto, estou indo buscar o Sasuke na escola. Ele parece estar mais conformado com a morte de mamãe.
        # TRIMMMMMMMMMM!!! #
        Deu o sinal para a saída da escola.
        Mal cheguei, e já avistava várias criancinhas correndo ao encontro dos pais, ou até mesmo indo em grupo para casa.
         - Maninho, maninho! ▬ exclamava Sasuke, em voz alta enquanto corria até mim. E logo me agaixei com os braços abertos, o abraçando.
         - Ahhh, me conta como foi o seu dia. ▬ disse, desabraçando-o enquanto começava a caminhar ao lado dele.
         - Hoje desenhei o restaurante e a nossa casa, tirei A+ ▬ riu ele. -, todo mundo ficou com inveja!
         - Ahh, sério? E cadê os desenhos? ▬ perguntei, atravessando a rua junto dele com calma, dando a mão.
         - Depois te mostro, a preguiça me pegou agora... ▬ ele sempre fala isso, e só me mostra em casa, ou eu mesmo vejo depois. - Vamos pro restaurante? ▬ perguntou ele. E devo dizer que estou levando ele ao restaurante agora, só para não deixá-lo sozinho em casa.
         - Sim, e vamos fazer como sempre: da escola ao restaurante.
         - Oba! ▬ meu irmão tinha medo de ficar sozinho em casa, então não tive opção: comecei a levá-lo para o restaurante.
         A partir daí, ele não se sentiu tão sozinho. Sem falar que agora ele parece mais animado com isso.
         - Cinco bolinhos de arroz  para a mesa dezessete, rápido! ▬ disse, enquanto aprontava um prato de macarronada para o Sasuke, que estava sentado na mesinha perto da geladeira.
         - Saindo, chefe.
         - John, não esqueça de acrescentar o vinho para a mesa sete, por favor! ▬ dizia, enquanto ia ao Sasuke, dando-lhe o prato. - Aqui, coma...
         - Ok. ▬ respondeu ele, pegando o prato, começando a comer enquanto voltava ao trabalho.
         - Seu irmão vai ser alguém forte, tenho certeza. ▬ disse Mari. Não tinha entendido o porquê dessa afirmação dela, mas, olhando bem esse garoto, ele será alguém melhor do que eu.









          
                                                       ...










         Os dias estavam indo bem, até que fui chamado na escola, e...
         - Itachi Uchiha, sim? ▬ perguntou a diretora da escola, enquanto ia adentrando sua sala.
         - Sim, sou eu.
         - Ah, sim. Sente-se, por favor! ▬ disse a diretora, enquanto ela se sentara.
         - Er... por que me chamou aqui? O Sasuke fez algo de errado? ▬ perguntei, preocupado.
         - Não exatamente. Seu irmão é um aluno exemplar, suas notas são altíssimas, mas, o que me preocupa, são suas "fofocas".
         - "Fofocas"?
         - Sim... Ele diz pra todo mundo da sala que trabalha em um restaurante diariamente e, sinceramente, isso não é bom pra ele. O garoto tem apenas onze anos. Vai acabar atrapalhando os seus estudos; provas; trabalhos; etc.
         - Ahh, mas-
         - Senhorito Uchiha, tem que tirá-lo do restaurante para o bem dele. Não posso admitir isso.
         - Está bem... me desculpe por tudo.
         - E espero que não se repita.
         - Sim. Licença. ▬ disse, levantando e saindo.
         Após isso, saí de lá junto de Sasuke. Estávamos caminhando lentamente, só que Sasuke caminhava por cima de alguns bancos, se equilibrando enquanto sorria, dizendo várias coisas que mal dei ouvidos.
         - Depois que sairmos do restaurante, podíamos fazer um bolo juntos e chamar o Deidara pra vim comer conosco! Ou então...
         - Sasuke... ▬ parei de andar. Ele deu mais alguns passos, mas parou em seguida.
         - Que foi?
         - É que ▬ respirei fundo. -, você não pode mais ficar no restaurante comigo... a diretora da sua escola me proibiu isso e...
         - Você não me quer mais no restaurante! ▬ disse ele, me interrompendo. Sua voz estava trêmula.
         - Não é isso. Entenda que... ▬ logo o garoto começou a correr, saindo dali. - Sasuke! Sasuke! ▬ comecei a correr atrás dele. Contudo, o garoto corria mais rápido do que eu esperava. - Espera, Sasuke! Volta aqui! ▬ o que eu apenas conseguia ouvir, era ele chorando enquanto corria e, o pior, ele não deu a mínima para o trânsito, e correu por entre os carros, sem se preocupar se iria ser atropelado. - Ah, meu Deus! ▬ por sorte, ele não foi atropelado. E o trânsito me impediu de continuar seguindo-o, até que o perdi de vista. - Ele deve ter ído pra casa. ▬ peguei outro caminho, estava sem condições atravessar a rua, e fui direto pra casa.
         Entrei sem perda de tempo, chamando por ele em todos os cantos da casa, mas... foi em vão.
         Já em desespero, saí andando bem rápido pela cidade, olhando atentamente e, claro, com pensamentos ruins na cabeça. Onde ele podia estar? Eu não sei! Será que na mansão?
         - Nos reencontramos. ▬ ninguém tinha uma voz como ela, só a própria Tsunade.
         - Ah, Tsunade...
         - O que está esperando para correr, mané?
         - Desculpe, mas não estou pra brincadeiras no momento.
         - Mas isso não é probl-
         - Meu irmão sumiu, e tenho que procurá-lo. ▬ disse, interrompendo-a. Voltando a caminhar.
         - Espere, mané!
         - Que é? ▬ indaguei.
         - Eu vou te ajudar, tenho um carro.
         - Me... ajudar? ▬ perguntei, com os olhos brilhando.
         - É, né. Se for pra ficar te vendo com essa cara, não dá pra te pegar. ▬ só por isso?
         Bem, andamos por algumas partes da cidade de carro, mas nem assim o encontramos.
         - É minha culpa! ▬ disse, abaixando a cabeça.
         - Itachi, pense pra onde ele deve ter ído nesse momento. Algum lugar para onde ele podia buscar consolo. ▬ agora que ela disse isso, pode ser que...
         - O túmulo da mamãe! ▬ exclamei, olhando para frente.
         - Vamos até lá, só me dizer onde fica.
         Depois de alguns minutos, chegamos no cemitério onde mamãe descansava e, lá, estava Sasuke, bem em frente do túmulo.
         - Ah, meu Deus! ▬ exclamei, saindo do carro e indo até ele. - Sasuke! ▬ me aproximei. O garoto estava olhando para o nome cravado no túmulo.
         - Esses dias estava me sentindo alegre ou, pelo menos um pouco. ▬ começou ele. Eu fiquei quieto. - Mas, agora, eu percebi que estava triste esse tempo todo. Especialmente porque tenho medo de esquecer a mamãe. ▬ depois disso, me agaixei para abraçá-lo. Só que, antes de conseguir fazer isso, o mesmo começou a dizer mais coisas. - Percebi, também, que se você não insistisse tanto em me conhecer, nada disso teria acontecido! Eu teria a mamãe até hoje, e estaríamos felizes como sempre.
         - S-Sasuke... ▬ abaixei os braços. Meus olhos estavam arregalados e trêmulos naquela hora.
         - Eu te odeio! Você matou minha mamãe, eu te odeio! ▬ ele disse, olhando-me com os olhos cheios de lágrimas e, assim, saiu dali, chorando.
         Eu não fiz nada para impedí-lo. Só me lembro que, naquele instante, lágrimas escorriam pelo meu rosto. E não eram só lágrimas de tristeza... Eram lágrimas de culpa... também.
        









                                                                      ...










         Quando voltei pra casa, não havia mais nada dele ali, pois certamente, ele tinha voltado pra mansão.
         Entretanto, no dia seguinte, voltei à minha vida normal. Bem, não tão normal assim.
         - Três codornas pra mesa dois, onde estão? ▬ perguntei, enquanto preparava uma sobremesa pra mesa sete.
         - Dois minutos, chefe.
         Fui servir a sobremesa para a mesa dois.
         - Aqui está a sobremesa. ▬ disse.
         - Er... me desculpe se eu estiver falando algo errado, mas... as suas codornas eram perfeitas, só que, agora... estão cozidas demais... ▬ disse o cliente. E não era só ele reclamando, não.
         - Desculpe-me a falta de atenção. Quer algo pela conta da casa? ▬ perguntei, inclinando a cabeça.
         - Itachi, precisamos conversar. ▬ disse a minha chefe, puxando-me para a cozinha. - O que está acontecendo? Sua comida, de repente... mudou totalmente.
         - Chefe, posso ir pra casa hoje? Não estou me sentindo bem.
         - Vejo que não está mesmo. Pode ir. ▬ respondeu ela.
         - Obrigado. ▬ agradeci, saindo.
         No dia seguinte, voltei ao restaurante. Os clientes estavam sorridentes e, antes de eu entrar na cozinha, uma das cozinheiras saiu rindo, me dando oi.
         Entrei sem perda de tempo. Lá estavam todos rindo, e um cozinheiro de costas para mim que eu nunca tinha visto antes. O mesmo estava cantando e contando piadas.
         Fiquei olhando de longe. Só a Mari percebeu minha presença.
         - Oi, chefe. ▬ disse ela, totalmente sem graça, fazendo todos pararem de rir.
         - Oh, chefe! ▬ disse o cozinheiro novo, virando-se para mim. - Pode me ensinar sua receita de codorna? ▬ perguntou ele.
         - Como é que é? ▬ perguntei, olhando sério. A minha chefe estava saindo da cozinha, e eu segui ela.
         - Que foi isso? ▬ perguntei. - Como pôde ter contratado um... louco pra trabalhar na minha cozinha?
         - Itachi, sua comida não está tão boa como antes, ele seria de ótima ajuda. ▬ dizia ela, enquanto ia até o caixa. - E mais: Ele é italiano!
         - Ah, é? Então... eu me demito. ▬ disse, enquanto ela olhava nos meus olhos.
         - Itachi, não é pra tanto. ▬ ignorei, saindo.
        









                                                    ...










         Desempregado, quatro anos passaram-se desde então. Minha situação já estava crítica. Comecei a depender muito do pagamento de aluguel do Deidara, e as vezes até almoçava e jantava lá.
         Pensei que teria de vender a casa. E fiquei pensando nisso enquanto assistia televisão, até ouvir um noticiário.
         - O jovem conde Uchiha Sasuke está procurando empregados europeus que sejam excelentes, e que estejam dispostos a ajudá-lo...
         - Irmão? ▬ me perguntei, aumentando o volume da TV.
         - ... No momento, ele está procurando por dez empregados. Interessados, por favor, compareçam na mansão Uchiha. ▬ terminou a repórter.
         Fiquei me perguntando se poderia tentar trabalhar lá. Fiquei com medo de ele me rejeitar, ou jogar na minha cara. Entretanto, nunca me senti tão humilhado quando fui vê-lo.
         - Qual é o seu nome? ▬ ele estava tão mudado, tão... frio. Nem mesmo olhava nos meus olhos.
         - Itachi Uch-
         - Que coisas sabes fazer, Itachi?
         - Sou especialista na cozinha, também venho dominando alguns idiomas... ▬ ele perguntou mais algumas coisas, até que finalmente...
         - Está contratado. ▬ disse ele. - Por favor, Kakashi: Mostre o quarto para o meu novo pupilo.
         - Sim, patrão. ▬ respondeu ele.
         - E qualquer errinho, está despedido, Itachi. ▬ disse ele, enquanto Kakashi me levava ao quarto.


         Foi assim que tudo aconteceu. E levo a falsa culpa até hoje.
         Bem, até Sakura descobrir tudo...


         FIM.


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Notas finais do capítulo

Fim do Itachi's story, mas a fic ainda continua. xD
Demorei pra escrever porque estava arranjando a melhor forma para escrever a última parte. :]

Se tiver alguma leitora nova, se apresente deixando um review, ok?



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