Meu Doce Lírio escrita por Capistrano
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora gente. Teve a maldita manutenção do nyah que nunca acabava, e depois meu computador pifou, e eu entrei em semana de provas. Enfim, espero que gostem! Nesse capítulo tem um fragmento de Harry Potter e As Relíquias da Morte (pág. 526 e 527), sobre a briga de Lily e Severo
Lily de fato pretendia e ansiava uma boa e longa noite de sono. Tinha sido um dia bem exaustivo, com N.O.M.s pela manhã e Severo dando um show à parte durante a tarde.
No dormitório as amigas tiveram senso o bastante para não incomodá-la falando do sonserino agora indesejável, tentando puxar outros assuntos mais banais e simples, como os exames que prestaram.
– Acho que fui um desastre em Transfiguração, mas ainda tenho chances com os testes práticos, não é? - pergunta Julian vacilante.
– Claro, você só tem que garantir que sua mão não trema o tempo todo... - Comenta Lily.
– Isso vai dispor de empenho - Responde a menina pensativa.
– Ok, vamos esquecer essas malditas provas... Onde vocês vão passar o verão? Com toda essa loucura de N.O.M.s quase não notei que voltamos para casa em menos de uma semana!
– Sério? - abismou-se a ruiva. Onde será que ela iria passar as férias? Em Cambridge?
– Sério, vai se hospedar nos Potter novamente? - Julian lhe enviou um olhar divertido.
– Não sei, provavelmente não... Ele deve querer levar a tal garota pra conhecer os pais - Lily comentou rispidamente.
– Hmm, a tal garota é? - Riu um pouco Alice. - Estou ansiosa para saber quem é
Julian sorriu de maneira contida para a colega de cabelos acaju, ela parecia querer comentar algo mais, porém a ruiva nunca soube, pois nesse momento Maria, uma garota do sexto ano, apareceu vacilante na porta.
– Evans, o Snape está ameaçando dormir no corredor caso você não vá falar com ele... Por favor, resolva logo isso, o menino chora alto.
Lily assentiu com o rosto quente, vestiu um robe e saiu às pressas pelo Salão Comunal, envergonhada, confusa e irritada por Snape incomodar os outros com os problemas que arruma. Ele sempre tinha sido egoísta dessa forma? Ou era fruto do desespero que o fizera agir assim?
Severo estava lá, no mesmo lugar em que ela o tinha visto quando passou coberta pela capa de invisibilidade naquele dia mais cedo. O rosto inundado de lágrimas, ele a encarou apreensivo.
– Me desculpe - Ele soluçou.
– Não estou interessada - a voz dela saiu surpreendentemente firme.
– Me desculpe!
– Poupe seu fôlego - Lily disse, evitando encarar os olhos do ex-amigo - Eu só saí porque Maria me disse que você estava ameaçando dormir aqui.
– Estava. Teria feito isso. Nunca quis chamar você de sangue-ruim, simplesmente me...
– Escapou? - a menina perguntou sem piedade - É tarde demais. Há anos dou desculpas para o que você faz. Nenhum dos meus amigos consegue entender sequer por que falo com você. Você e seus preciosos amiguinhos Comensais da Morte: está vendo, você nem nega! Nem nega que é isso que vocês pretendem ser! Você mal pode esperar para se reunir a Você-Sabe-Quem, não é? – Lily não pesou as palavras propositalmente, apenas quis despejá-las no garoto tristonho. Como se o desabafo pudesse tirar a dor de tais pensamentos e opiniões de seu peito.
Ele abriu a boca, mas tornou a fechá-la sem falar.
– Não posso mais fingir. Você escolheu o seu caminho, eu escolhi o meu.
– Não... Escute, eu não quis...
– Me chamar de Sangue-Ruim? Mas você chama assim todos que nasceram como eu, Severo. Por que eu não seria diferente?
Ele se debateu prestes a responder, mas, com um olhar de desprezo Lily lhe deu as costas e atravessou o retrato.
No território Grifinório ela se permitiu cair por cima das almofadas do sofá, enterrando seu rosto no estofado. Ali certamente seria um bom local para enfim poder chorar silenciosamente.
O corpo recebia frequentes soluços e espasmos. E a mente da ruiva ainda estava se adaptando aos recentes acontecimentos, e a tudo o que disse a Severo.
Ela desistiu dele. Não valia a pena perder noites de sono, e comprar briga com todos os alunos do castelo em prol da defesa de um menino egoísta, antiético e acima de tudo, cruel.
O garoto não negou nenhuma das barbaridades que Lily o acusou. E este era o fato que mais a magoava. Severo quer se unir a Você-Sabe-Quem, e esse desejo significava que possivelmente o menino irá torturar e quiçá matar nascidos trouxas e “traidores de sangue”.
A ruiva sentiu o gosto da bile em sua boca. Era uma ideologia nojenta esta. E ainda mais repugnante era que aquele par de olhos negros que ela ainda amava pudessem observar as cruéis atitudes de seus companheiros e nada fazer. Será que ele defenderia minha vida? Refletiu ela.
Mais lágrimas banharam seu rosto e uma tristeza que ela nunca testemunhou a tomou pela amizade que acabara de perder.
– Lily... O que aconteceu...? – Alice desceu as escadas apressada, quase tropeçando nos próprios pés. – O que ele disse? Severo vai largar a lesma do Malfoy?
– Ele n-nem negou Alice! – A dona dos cabelos acaju exclamou ainda com o rosto tapado. – Eu o acusei d-de coisa tão terriv-veis... E ele só f-ficou me olhand-do... Eu desisti dele!
– O que? Lily, como pôde?! Sem a sua amizade ele vai se misturar mesmo com os Comensais da Morte, ele vai estragar com a vida dele!
– O q-que eu posso faz-zer?! Correr atrás d-dele? Eu já fiz isso, lemb-bra?
– Vem Lily, vamos dormir... Tente esquecer o que aconteceu hoje, está bem? Vai ser melhor se você tiver uma boa noite de sono... – A amiga ajudou a menina chorosa a se levantar, e a guiou pela escada até o dormitório.
Deitada na cama a ruiva soube que nunca mais iria sonhar com o garoto de cabelos e olhos negros, nariz pontudo e voz grossa. Sem Severo para embalar seu descanso ela fechou os olhos, e se deleitou com o breu das próprias pálpebras.
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