Nem Todos que Vagam, Estão Perdidos... escrita por emiliepp


Capítulo 30
Capítulo 30




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Giulia’s POV

            A primeira coisa que eu fiz depois de “desligar” com a Emilie foi partir atrás do Maedhros com uma urgência que deixou até eu mesma assustada. Eu precisava que ele me garantisse certas coisas bem garantidas, ou eu não teria mais descanso.

            Encontrei-o no pátio central treinando espadas com um de seus irmãos, Caranthir. Cara, olhar aquilo dava MEDO. Mas era completamente hipnotizante ao mesmo tempo. Parecia uma dança, e eles se moviam tão rápido que não parecia que estavam balançando espadas de vários quilos (quilos bem pesados) um para o outro. Esperei até que a luta acabasse, e me aproximei.

            - Mára aurë, Caranthir, Maedhros. – ele girou a espada nas mãos e a embainhou. – EI, CUIDADO COM ISSO PELO AMOR DE DEUS. Não me mata de susto! Ou sei lá, de morte morrida mesmo.

            Caranthir riu.

            - É mais provável que Maedhros te machuque ao te abraçar do que com essa espada.

            - É verdade, pequenininha, mas não pretendo te machucar de nenhuma das maneiras que Caranthir sugeriu. – ele deu um risinho de galhofa.

            - Acho que chega por hoje, não é, irmão? – Caranthir disse. – Adeus, Maedhros, Giulia. – E entrou por um arco.

            - Maedhros, eu preciso conversar uma coisa com você... é bem importante. Pode ser agora?

            - Mas é claro, pequenininha.

            - Você adorou esse apelido, não é? – tive que rir. Pequenininha, eu. – Vou começar a te chamar de gigante, então.

            - Não, eu não sou gigante, só um tanto mais alto que algumas pessoas... você que é pequenininha. – Ele me deu a mão e me puxou por outro arco. – Mas vamos, seu assunto parece bem urgente.

            Ele me levou até o topo da torre, que eu já havia visitado quando ainda não tinha meu lindo guia (hm) pra me levar por aí nessa casa gigante. Ela era o ponto mais alto da cidade, e não era bem... dentro da casa do Fëanor. Descobri isso passando ali com Maedhros naquele momento, pois passamos por uma das principais entradas da casa. Sabe como é, essas cidades élficas. Nada muito dividido por muros ou coisa do tipo. A torre funcionava também como um farol, que era visto de lá do Mar, ele me explicava enquanto chegávamos ao topo. Tinha parado de nevar.

            Ele se debruçou sobre o parapeito, olhando para a planície e, mais ao longe, o Mar. Eu, eu parei no topo das escadarias. Não tinha estômago pra combater meus argumentos com aquela vista.

            - Certo... ontem...

            Ele me deu um sorrisinho, virando-se para mim, por detrás daquele cabelo ruivo que caía em seus olhos (qualé, ele tem que olhar pra baixo pra olhar pra mim. Não, ele não é emo) e falou, saboreando a palavra:

            - Ontem.

            - Sim, ontem... você se lembra do que eu fiz você prometer, não?

            - Sim, me lembro... não deixar você interferir nas minhas decisões, seguir meu caminho quando a hora chegar.

            - Isso mesmo. É só que... isso é MUITO importante. Você não basear suas decisões em mim. Em nós dois. Quer dizer, o que eu fiz foi errado. Eu sou uma ameaça... uma ameaça ao futuro do mundo. Não poderia ter dado um passo para fora da linha, não deveria ter interferido em nada, eu deveria ter ficado invisível para todo mundo, mas eu fiz tudo errado. Mas não me arrependo... mesmo sendo mortal, mesmo sabendo que não posso ficar com você, mesmo sabendo que irei envelhecer e morrer enquanto você continuará na eternidade... - mentira, ele morre mas eu não posso contar - não me arrependo porque fui feliz. Mas eu tenho medo do que a minha felicidade pode acarretar. E é por isso que eu te peço isso. Por favor, eu te imploro... jure que não vai me deixar interferir em nenhuma, nem na mais ínfima, das suas decisões. Porque eu sou um erro e não devo entrar onde não sou bem-vinda. Jure para mim que fará isso. – Não agüentei mais. Baixei os olhos para que ele não visse as lágrimas. - Ou me deixe enquanto ainda há tempo.

            É manolo essas coisas sentimentais do coração podem parecer um melodrama dos grandes, mas elas bem que doem bastante.

            Não sei por quanto tempo fiquei parada, tentando inutilmente segurar as lágrimas. Maedhros em silêncio. Não sei dizer qual era sua expressão, porque não conseguia olhar para ele. Até que ele levantou o meu queixo, e a expressão no rosto dele não era raiva, nem ódio, nem tristeza, nem indecisão. Era determinada.

            - Eu juro. – Ele segurava meu queixo para cima. – Juro, com os Valar como testemunha. Porque deixar você não é sequer uma opção.

            E me abraçou, com força, e eu passei meus braços em volta dele.

            - Le hannon. – A capa cinzenta dele abafando minhas palavras.

            - Pequenininha... tithin nín– Ele afrouxou o abraço, mas não me soltou.[N/A: “tithin nín” é MINHA PEQUENA em élfico. S2 s2 coraçãozinho] – passar pelo que você está passando não é fácil. Mas por favor, não chore... meu coração não agüenta te ver assim.

            Ele levantou meu rosto e limpou as lágrimas.

            - Não posso deixar você ir. Desde o momento em que te vi desacordada naquela cratera, não pude. E não pretendo. Você é minha senhora desde o primeiro olhar que lancei a você. E meu coração... meu coração bate por você desde então.

            - Eu só queria que você soubesse que eu te amo... mas aparentemente não consigo dizer isso do jeito simples. – Minha mão passou pelo meu rosto, naquela tentativa ridícula de limpar as lágrimas. – Eu te amo desde a primeira palavra que eu li sobre você. Caso isso seja relevante nessa altura do campeonato. Sabe como é.

            - Boba. Irrelevante é todo o resto quando você está comigo.

            E essa foi a coisa mais linda que eu já ouvi, full stop.

            Maedhros parecia estranhamente... estranho. Nervoso. Ele pegou ambas as minhas mãos.

            - Giulia... como alguém pode ter tanta certeza do que quer em apenas algumas poucas semanas?

            Ei, espera. O que é que ele quer dizer com isso?

            - Hã... como assim?

            - Eu estou tão certo... tão certo do que eu sinto por você. Tão certo do que eu quero. Tão certo de que eu quero você ao meu lado. De que eu preciso de você para viver.

            - Mas... mas eu sou uma mera mortal.

            Ele fez questão de ignorar o que eu disse.

            - Eu sei que isso é apressado... muito apressado. Incrível e insanamente apressado. Mas não é loucura. É a minha maior certeza. Você é quem eu quero ao meu lado, e nada, nada vai mudar isso. Eu tenho certeza...

            Ele se ajoelhou.

            ELE SE AJOELHOU?

            Eu prendi a respiração. Não é possível. NOT FUCKING POSSIBLE. AI MEU DEUSINHO.

            - Eu te amo.

            Eu senti uma vertigem... mas ele continuou.

            - Isso me domina... sinto meu sangue ferver quando olho para você. Não há espaço para mais nada em minha mente. E você pode não ouvir... mas meu coração bate loucamente dentro de mim ao menor pensamento sobre você. A simples menção do seu nome me faz ter arrepios da cabeça aos pés. Te ver passar faz minhas pernas ficarem moles... falar com você faz relâmpagos atingirem meu corpo. Tocar em você faz meus pulmões implorarem pelo ar que é tirado deles... e te beijar... te beijar é...           

            - Te beijar é como morrer e chegar ao paraíso.

            Os olhos da cor de neblina dele me olhavam com uma intensidade quase insuportável. Ele olhou para baixo, respirando fundo. E levantou o olhar.

            - Giulia... você quer se casar comigo?


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