“Eu olho para ele, que também me olha com aqueles
incríveis olhos, ele sorri e pateticamente faz o meu dia”

            Arght, eu sei que já falei isso, mas odeio reuniões. Principalmente quando Ludwig e Alfred estão quase discutindo. Ainda não estou falando com meu irmão, então não é de se impressionar que não exigem que eu preste atenção na reunião. Nunca gostei muito de Alfred e isso é público, então ninguém liga se eu não prestar atenção na discussão idiota dos dois.

            Ah, e eu também não sou mais uma nação, então não faz diferença (sim, ainda estou com muita raiva de Ludwig pelo que ele falou).

            Olho para as outras nações em volta da mesa e elas também estão dispersas. Bem, quer dizer, menos Katya e Feliciano. Se bem que eles estão prestando atenção nas pessoas envolvidas na briga, e não nela. Arght, amor é incrivelmente meloso.

            Meu olho percorre a sala e percebo que as mãos de Ivan e Yao estão unidas embaixo da mesa. Natalya está do lado de Ivan e olha para o chinês como se pudesse matá-lo com um olhar apenas. Os países tem medo dela e eu não sei porque. Já conversei com Natalya várias vezes e ela é uma garota ponderada, sensata. Não é maluca igual Elizaveta.

            Ah, falando na doçura em pessoa, ela está escrevendo. Olhando bem para o papel, vejo que é um coração com um R dentro. Ela termina de desenhar e passa o papel para o riquinho, que fica vermelho e sorri para ela. Repito: amor é incrivelmente meloso.

           Reviro meus olhos e observo outras pessoas na mesa. Romano e Antonio parecem discutir. Do nada, o espanhol dá um beijo na bochecha do italiano, que fica vermelho e nervoso, começando a depositar socos no braço dele. Estranho, ninguém parece prestar atenção neles.

           Do lado do casal fogo-e-água, Francis e Arthur. Ah, esses dois são os piores de todos. Não sei como Arthur consegue ficar com Francis, sério. Não existe uma pessoa tão pervertida assim em todo mundo, não é possível. E parece que ele não tem vergonha porque falou algo no ouvido de Arthur que o deixou muito desconsertado. Vou parar de observar aqueles dois antes que eu comece a me perguntar o que estavam dizendo.

           Corro o olho pela mesa e observo alguns outros casais conversando entre si: Vash e Liechtenstein, Bewarld e Tino (esses dois também não tinham limites), Eduard e Raivis (os únicos que pareciam ser normais e não me davam dor no estômago), Heracles e Kiku (não se engane pela aparência inofensiva deles, são dois depravados também)...

Mein Gott, será possível que sou o único sozinho dentre todas as nações?!

Bufei e revirei os olhos. Eu já devia estar acostumado à solidão. Apoiei meus braços na mesa, balancei um pouco a cabeça e percorri a sala com os olhos, procurando mais alguém que estivesse sozinho. E encontrei. Loiro. Olhos azuis. Óculos. Matthew.

Ele parece perceber que estou o olhando e dirige os olhos à mim. Eu dou um sorriso e Matt o corresponde. Aquilo me deixou estranhamente feliz.

Talvez eu não esteja tão sozinho assim.