“Não, não, não e não!” disse pela terceira vez “Não vou fazer isso!”

 Por favor, Bella” tentou Jasper “Nós precisamos de você!”

“Bellinha, você sabe que seria a ideal!” completou Emmett.

“Mas vocês mesmo disseram que não me queriam!” repliquei.

“Não, nós não queríamos Isabella Swan super modell” retrucou Emmett “Eu só quero a minha irmã.”

“Argh” exasperei.

Saí dali e todos vieram atrás de mim, com exceção de Alice e Jasper... Estranho.  Subi estressada pro meu quarto, querendo matar qualquer um que se enfiasse no meu caminho.  Bati a porta com força.

Eu ia me encrencar se fizesse isso... Com Deus e o mundo! A impressa cairia em cima direto e o Mike me xingaria até não poder mais por eu ter escolhido a banda do Edward. Caramba, a banda nem era dele!

Bufei infeliz.

“Isabella...” disse Edward entrando no meu quarto. “Por favor, sejamos coerentes.”

Bufei e afundei meu rosto ainda mais no travesseiro.

“Bella,” tentou novamente “Me escuta. Por favor.”

Ignorei.

“Lembra aquele pedido absurdo que você fez pra mim a um ano atrás?”

Corei, mas fiquei quieta.

“Na hora eu achei ruim, mas eu acabei gostando depois...” riu ele “Talvez seja a mesma coisa com a banda...”

Levantei minha cabeça, chateada. “Você achou que seria ruim me beijar?” perguntei, incrédula.

Ele riu “Sim! Você era quase uma irmã pra mim, era meio incesto...”

Revirei os olhos.

“Mas Edward, vocês disseram que queriam ser famosos sem minha ajuda. Não me queriam como alavanca.”

“E nem teremos” sorriu enormemente “E você não ficará mal com Mike também.” Disse, desgostoso.

“Só se eu for invisível!” resmunguei.

Ele riu. “Quase isso. Olha só, vai ser melhor pra você assim, ok?” disse, feliz “Você assumirá outra personalidade.”

Arqueei uma sobrancelha, cética.

“Como assim?”

“Vamos colocar uma peruca morena em você.”

“O quê?” gritei. “O que tem de errado com os meus cabelos loiros?”

‘Nada, Bella, só que sem eles ninguém vai conhecer você.”  Ele me olhou pensativo “Venha cá” disso, me puxando. Ele começou a me olhar “E colocaremos umas roupas punks em você. É, isso!” sorriu enormemente “Ninguém vai reconhecê-la.”

“Edward, escute, eu gosto de você e tudo mais só que...” disse, temerosa “Não sei se quero toda essa atenção...”

“Você não vai tê-la Bella!” disse, sorrindo “Bells, você gosta de cantar, de dançar, tem presença de palco, sabe todas as nossas musicas... Enfim, você é a nossa gatinha.” Riu “Todos gostam de você, você se sairá bem...Fora que no palco você pode por todo seu estresse pra fora.” Sorriu “Afinal, não precisará ser a modelo certinha que não pode falar palavrões e nem xingar ninguém...”

Hei! Isso era uma boa idéia...Mordi o lábio inferior, pensativa. É, talvez não fosse uma má idéia...

“Eu te odeio, Edward.” Disse me rendendo. Ele entendeu e me abraçou, fazendo-me girar no ar.

“Eu te amo, Bella!” riu ele, altamente, muito feliz “Você é a melhor!”

.

.

.

“Não sei o que por nela, droga!” irritou-se Alice “Vocês não entendem que eu não sou especialista em moda brega?” 

“Hei!” reclamou Jasper.

Alice revirou os olhos.

“Só tente, Alice, por favor!” suplicou Edward.

“Já tentei tudo que eu sabia, droga!” reclamou “Não consigo deixá-la com aspecto roqueiro...Não dá...Nunca me vesti assim.”

“Não tem nem como você se esforçar mais?” perguntou Emmett.

“Poxa, Emmett, mais do que eu já me esforço?” perguntou, chateada.

“Tudo bem, Alice, ele sabe” disse, olhando acusadoramente pro Emm.

“Sinto muito” deu de ombros “Mas não sei deixar você punk...”

E não sabia mesmo. Ela ter se inspirado na barbie e na Avril foi uma péssima idéia, to mais pra barbie do que pra qualquer outra coisa.

Ficamos em silêncio mais uma vez, sem saber o que fazer.  A peruca me deixa mesmo diferente, fato, mas não completamente... Eu ainda tinha os mesmos traços marcantes que teria sem ela.

Depois de um cinco minutos em silêncio, Jasper levantou gritando: “Tenho uma idéia!”

“Qual, sabichão?” disse Emmett, debochado. As vezes ele era um idiota.

“Sei quem vai te deixar perfeita.” Disse, sorrindo enormemente “Tenho a pessoa ideal!”

“Não!” gritou Emmett, chateado “Não, por favor, essa não...” suplicou.

“Traga!” disse, passando a frente “Por favor, Jasper.”

“Isso, traga.” Disse Alice batendo palminhas.

Edward deu de ombros, já sabendo de quem se tratava.  Emmett parecia desolado e irritado, Jasper deu um rápido telefone e disse que ela viria em minutos... e que cobraria trinta dólares por hora...de cada um de nós.

Tenso!

“Vou para o meu quarto tirar essa maquiagem horrível” dei de ombros “Estarei na sala em quinze minutos.”

.

.

.

“Muito bem” disse Emmett na sala “Guardem todos os objetos cortantes e os de valor.”

“Ela não é ladra, Emmett!” irritou-se Jasper.

“Ela roubou minha dignidade a uns anos atrás...” deu de ombros.

“Você a tinha?” implicou Edward.

“Cala a boca, idiota” resmungou Emm de volta.

“Fiquem quietos, por favor?” criticou Alice.

“Fique quieta você, anãzinha” debochou Edward.

“Já chega, pelo amor de Deus!” chateei-me.

“Aaai, Jasper,” falou Alice “Ela não estaria aqui em minutos?” choramingou ela “Já se passaram duas horas!”

“Ela não é pontual” ele deu de ombros.

“Ela não é bem certa!” replicou Emmett, bravo.

“Pare de xingá-la!” brigou Jasper, novamente “Ela não é pontual, mas tem palavra, em seguida ela chega, que saco!”

“Ela é de palavra mesmo!” riu Alice “Quando ela disse que bateria em você, Emmett, ela fez mesmo...” ele lhe fez uma careta.

“Péra aí, só eu não sei de quem se trata a pessoa?” perguntei, chateada.

“Se você soubesse,” disse Emmett “Se esconderia no quarto.”

Enruguei o cenho diante dessa informação... Quem seria  a pessoa?

A campainha ecoou pela sala, dando um susto em todos. Ah, sim a pessoa misteriosa chegou, finalmente.

A empregada atendeu a porta rapidamente e deu passagem a uma pessoa que eu não imaginava ali. Bom, como eu posso descrevê-la?

Começando pelos pés: Botas cuturno – as que eu mais odeio – pretas e folgadas, com os cadarços colocados frouxamente, em uma das pregas que tinha para prender o cadarço, tinha uma corrente grossinha presa dali até a parte do cano, que era médio. Nas pernas, presas por dentro das botas feias dela, uma calça jeans desbotada rasgada nos joelhos e coxas, deixando a calça sem junção alguma. Por baixo da calça, claro, havia uma meia-calça preta, fio grosso, sem nenhum rasgo, óbvio. A blusa dela era uma atrocidade. Era uma da barbie sem cabeça, nua e com um cachorro gigante a mordendo e com uma frase: “Não a futilidade!”; e para completar, um a jaqueta de couro, cheia de rasgos e um cinto gigantesco da mesma cor preta.

Ela viu que eu a olhava de cima a baixo e riu ironicamente.

“Prazer, Rosalie Hale.” Disse debochada.

Eu não consegui me controlar, foi espontâneo “Não vou me vestir assim, pode esquecer.”

Ela gargalhou. “Não vai mesmo” sorriu divertida “Vai ser mais patricinha, sabe como é, eu sou diferente.”

Enruguei o cenho e ela bateu em uma sacola “Vem” disse puxando-me “Prometo que não vai doer.”

Ai, meu Deus, é agora que eu morro! Ela ignorou todos e me puxou pro quarto, deixando-os chocados na sala.

“Olha, eu sei que você não gosta de mim, mas eu..” ela me cortou.

“Não tenho nada contra você, Isabella” deu de ombros, rude “Você só me pré-julgou, assim como todos naquela merda de colégio.” disse, meio indignada “Eu, dessa família, só não gosto de Emmett.”

“Desculpe” murmurei baixinho “Mesmo.”

“Estou acostumada.” Deu de ombros, indiferente. “Bom, agora vista esse vestido e essa bota e me passe sua bolsa de maquiagens, por favor.”

Cara, eu fui uma idiota! A Rose não é uma pessoa má... Como eu fui estúpida!  Estava mesmo chateada comigo, eu tratei ela mal demais.

O vestido preto era muito estranho... Parecia desconfortável, Demorei um pouco para entendê-lo e começar a me vestir. Ele era curto e colado, de couro, mas parecia de borracha. Rasgado e meio desbotado, dando um efeito super out e mega rock-punk. Tomara que caia e abria levemente na parte de baixo das coxas, me dando liberdade para caminhar.

Ele podia ser tudo, menos desconfortável.

Fui preconceituosa novamente. Claro, sempre eu. Coloque as botas que eram cano longo e de couro, elas iam até meu joelhos, dando ali uma leve abertura para pode me locomover direito.  Elas não tinham salto. Rosalie notou que eu estava reparando nisso e riu.

“Não achei uma boa idéia dar saltos para você logo de cara” deu de ombros “Você não sabe prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.”

Revirei os olhos. “Muito observadora.”

Ela riu. Ficamos em silêncio um pouco. E ela começou a me maquiar, colocando muito delineador nos meus olhos e um glosso vermelho. Eu estava irreconhecível sem nem estar de peruca, com ela então, parecia qualquer coisa, menos eu.

“Uau” exclamei chocada.

“É, uau!” disse ela, satisfeita “Você me deve sessenta dólares.” Disse estendendo a mão.

“Eu achei que nos dávamos bem...”

Ela riu “Isabella, nós não somos amigas, ok?” disse fazendo um gesto de indiferença “Eu só não tenho nada contra você.”

“É porquê eu era grossa e idiota?” ela riu.

“Era a reação normal de todos.” Deu de ombros “Meu irmão e eu somos discriminados mesmo. Aquela Alice mesmo é super trouxa com ele.”

Uma ficha caiu dentro da minha cabeça, fazendo um estalo enorme.

“Você é irmã do Jasper?” perguntei quase gritando.

“Sou.” Eu ri.

“O visual é de família?” ela riu.

“Não, nossos pais detestam.” Disse, dando de ombros.

“Revolucionaria” ela gargalhou.

“Venha, quero mostra a minha obra de arte pra eles.”

Quando eu cheguei na sala todos ficaram boquiabertos. Chocados e apavorados.

“Irreconhecível” exclamou Alice. “Simplesmente irreconhecível!”

E eu sabia que aquela era a opinião geral.

*

“Você deveria estar feliz, Bellinha” disse Emm comendo um enorme pedaço da carne que ele assava. Fiz uma careta reparando nos seus péssimos hábitos.

“E você só deveria comer quando todos chegassem.” Reclamei.

“Ah, qual é?” riu ele “Jasper não vai nem se importar com a carne, ele só vem aqui pra ver Alice.”

“Mas é aniversário surpresa dele!” disse, irritada “E depois, não é só Jasper, chamei Rose também.”

“Você o quê?” gritou ele, pondo a carne inteira de volta na churrasqueira. Fiz uma careta de nojo.

“Já está feito... E a propósito, eu não vou comer isso.” Disse apontando para a churrasqueira “Trate, por favor, de pegar mais carne na geladeira.”

Ele revirou os olhos e foi pra cozinha.

Suspirei me sentando em uma cadeira perto da churrasqueira. Amava dias de sol em Forks, apesar deles serem realmente escassos, era lindos demais. Ela como um doce, sabe? Um raro doce, vicioso e limitado. Nossa como eu estou ficando brega!

Eu sabia que era a situação. O infeliz do paparazzi voltou pra minha porta esses dias e me viu beijando Michael.  Daí foi o verdadeiro escarcéu na mídia! Todo mundo queria entrevista e nem tinha nada a ver. Cara, eu era apenas uma modelo, não é como se eu fosse a minha mãe, eu só era a filha dela.

Não sou legal, carismática com todo mundo, só com quem eu quero.

Respirei profundamente quando ouvi meu celular tocar. Alice ou Edward? Qual dos dois? Até porque só poderiam ser ele, já que Mike e eu brigamos esses dias. Sabe por quê? Porque ele apareceu na capa de uma revista comigo e no outro dia apareceu na capa de um jornal com outra!

E o pior era que a outra era irmã dele, a que ele ia me apresentar esses dias.

Por isso quando eu falo que a droga da mídia não presta e não faz bem nenhum me vêem como revolucionaria pirada! Eu odeio, odeio, odeio minha vida!  Levei um susto quando Emmett voltou da cozinha com as carnes e as jogou dentro da churrasqueira. Ri quando ele reclamou que saltou vinagre no suéter dele.

Meu irmão era algo.

Éramos o oposto. Ele era grande e eu pequena, ele brincalhão e eu séria, ele pegador e eu certinha e nos dávamos tão bem... Eu sorri e ele sorriu de volta, com aquele sorriso de urso.

“Te amo, maninha.” Disse “Ainda mais agora que você não está mais com Mike.”

Revirei os olhos “Nós não terminamos, ta legal?”

“Sim, eu sei” deu de ombros “Vocês nem começaram.”

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...10.

Isso aí, fique zen...Auuuuum, aumm... Não mate seu irmão burro por nada, se acalme.

Ai, droga! Sabe o que é? Esqueci de atender.

Olhei nas chamadas perdidas, maravilha, perdi uma do...Edward?

Era pra ele já ter chegado. Revirei os olhos e liguei pra ele. Ele não me atendeu. Vingancinha forever.

Cinco minutos depois, Edward chega furioso. Largando um saco enorme de doces dentro da piscina.  “O que é isso?” perguntei em choque.

“É a nova brincadeirinha do Emmett” disse, bravo “Jogue milhares de doces na piscina e brinque de pegá-los com a boca!”

“Ah”. Disse por fim. Eu acho que meu irmão só deixou passar um pequeno fato: O de ser inverno.

Deixei passar. Sempre deixava.

Jasper e Rose chegaram antes de Alice. Que por sinal, não deu nem um ‘oi, vou me atrasar’.  Chegou meia hora depois, quando todos já estavam conversando. Tirando Rose e Emmett que estava aleatórios a todos, brigando. Pra variar. Nunca entendi o motivo de raiva deles.

“Ai, Bella!” disse Alice, chateada “Se esse idiota do Jasper vier para mais perto de mim eu mato!” ameaço.

“Por quê?” perguntei em choque. Ela nunca foi tão agressiva.

“É o seguinte, mas tem que ser segredo porque não quero que ninguém me veja com ele” disse, ela, revirando os olhos “Ele me ensina matemática, mas eu ainda acho ele asqueroso desde a vez que ele tentou me beijar!”

“Alice” tentei avisá-la, quando notei ele se aproximando.

“E depois,” continuou “Ele se veste mal, parece sujo.. Repugnante! Tão ridículo quanto a irmã, e...”

“Alice!” disse um pouco mais alto, mas já era tarde. Jasper havia escutado e passou por nós, furioso. Bufando. Nem olhou para cara da Alice quando ele bateu fortemente no ombro dela.

“Ele pode ser tudo isso, Alice, mas ele ainda tem sentimentos.” Disse, fria.

Ela havia passado dos limites dessa vez. Ela era minha amiga e era um doce com todos, menos com jasper. Não entendo essa aversão a ele!

Saí dali indo em direção a Jasper, mas tive que voltar quando vi Alice desmaiar. Cair dura, espatifar-se no chão, amolecer, perder o controle das pernas... Ah, já chega. Né?

Corri até ela e notei o quão branca ela estava. Oh, céus, por que ela desmaiou agora? Justo agora? Eu estava em pânico e por incrível que pareça o primeiro  chegar, com uma velocidade quase inumana, foi Jasper.

Claro que sim, sempre seria ele.

“Tragam álcool, por favor, tragam álcool!” gritou ele.

Ele pegou Alice no colo e levou pra sala, pondo-a em cima do sofá.  Emmett chegou com o álcool bem e colocou em um algodão para ela cheirar. Ela despertou em questão de segundos, como se nem tivesse desmaiado um dia. 

Isso era estranho, mas não tanto quanto a pergunta que veio a seguir:

“Quem são vocês?” perguntou, com cara de puro pânico.

.

.

.

“Alice,” começou Jasper “Fale comigo, por favor” disse, desesperado “Eu sou seu amigo, você lembra de alguém aqui?”

Ela esbugalhou os olhos, nervosa. “Não!”

“Alice...” choramingou ele “Tente.”

Rosalie e Emmett bufaram impacientes. Em sintonia. Olharam-se e bufaram de novo, em sincronia de novo.

“Alice, amiga” tentei “Olha, você não lembra de ninguém mesmo?”

“Não” disse ela, com uma carinha desolada, olhando pra baixo, tristemente.

Suspirei frustrada. O que está acontecendo, Deus?  Edward estava muito nervoso, eu estava vendo nos seus olhos a preocupação evidente em sua voz.  Era palpável o desespero que o rodeava pela irmã.

Alice olhou para o lugar em volta, perdida. Jasper estava entrando em desespero e Rose estava começando a ficar nervosa.

“Ok” disse Emmett “Quando você vai gritar primeiro de abril, hein?”

“Imbecil,” resmungou Rose “Hoje é dia vinte e três de outubro!”

“Ah” disse, fazendo bico.

“Ok, ok”parou jasper “SE vocês começarem a brigar vão estressar a pequena.”

Ela olhou pra ele, com um sorriso no rosto. Um sorriso doce. Ah, não creio! Um sorriso doce, da Alice, pro Jasper... É, ela ta mesmo com amnésia!

“Podemos levar ela até Carlisle, não é?” disse Edward “Ele é médico, talvez saiba o que devemos fazer...”

“Não!” gritou ela em choque, logo se recompondo “Não quero ver médicos...Eu não quero ver pessoas novas... É, isso aí, não quero ver pessoas novas!” disse, nervosa.

Jasper parecia desolado. “Deixem que eu cuido dela, gente, por favor.”

Emmett e rose deram de ombros, como sempre, era indiferente para aqueles dois. Tudo era indiferente para aqueles dois.  Edward e eu nos encaramos, ambos pensando no que fazer.

“Tudo bem,” disse, meio chateada “Vamos deixá-la com você, Jasper, mas tome cuidado, certo? Você sabe como era a reação dela a você...”

“Shiu!” disse, me calando rapidamente “Não queremos dar a idéia errada a moça, não é?” rosnou.

Eu ri e notei um sorriso brincando os olhos e lábios de Alice. Ignorei. Não queria me incomodar mais com essa história. Amanhã levaria ela a um médico, fato.

“Vem, Bellinha” disse Edward me puxando pra onde estavam os outros “Deixe eles ali.

“Ela não está com amnésia.” Disse ele, quando estávamos indo para o meu quarto.

Como assim não está?

“O quê?” perguntei, assim que entramos.

“Não, ela não está.” Riu ele, se jogando na minha cama “Conheço a Allie muito bem. Ela ta fingindo.”

“Como você sabe?” perguntei, chocada.

“Pelos olhos:” riu ele “Eles estão sempre focados nas nossas reações.” Sorriu “E depois, mas não menos importante, o divertimento presente neles.” Riu e deu de ombros “Ela é uma boa atriz.”

“Não.” Disse, incrédula “Ela não faria isso conosco.”

“Ela não fez.” Riu “Está fazendo com Jasper, pra ele não ficar chateado com ela.”

Eu caí na cama chocada. Alice seria mesmo de brincar com jasper assim?

“Nossa” murmurei.

“Deixe de lado, ela é louca.” Riu “Ignore.”

Sorri e me atirei do lado de Edward. A proximidade voltou a me incomodar. Minha mente pareceu ter vontade própria e voltou pro dia em nos beijamos...Não tinha nada de fraternal ali e, naquele dia, descobri que química eu tinha com meu melhor amigo.

Aquele beijo – que não deveria significar nada – mostrou tantas sensações diferentes. Foi inesquecível. 

Inesquecível...

Suspirei pesadamente. Atraindo a atenção de Edward.

“Em que você estava pensando?” perguntou, fazendo-me cafuné.

Eu corei, que droga! Ainda bem que ele não via meu rosto.

“Em nada.” Ri.

Ele estalou a boca, desaprovando e me subiu para ao lado dele, onde ele poderia ver meu rosto. Que agora não estava mais corado. 

“Modelos não deveriam comer só salada?” riu ele.

“Cala a boca, Edward.” Resmunguei, me virando pro lado oposto a ele.

Péssima idéia! Porque agora eu não podia ver o que ele estava fazendo.

“Ahh, Bellinha” disse ele me chacoalhando “Não me brigue comigo.”

Ignorei.

“Bells?” disse ele de novo, chateado “ah, Bella.” Deu-se por vencido.

“Você é muito conformista!” reclamei, me virando pra ele.

Ficamos próximos demais. Ele estava praticamente colado a mim. Minha boca sentia o gosto da dele e eu daria tudo pra poder olhá-la, mas me concentrei nas suas esmeraldas.

“É o meu jeito” riu, baixinho “Sabia que a Victória terminou comigo?”

“O quê?” perguntei, chocada.

“Ela disse que estava apaixonada por James.” Riu ele.

“E você ainda ri?”

“Claro!” riu ele “Melhores amigos não podem sentir isso... É quase imoral.”

Revirei os olhos. Era quase incesto, isso sim.

“Mike também está chateado comigo.” Disse revirando os olhos divertida “Sabe como é, né? Ele ficou meio bravo quando eu fui até sua casa e o xinguei muito por ter aparecido na capa do jornal com sua outra irmã... Que eu posso fazer se ela parecia ser sua namorada?”

Edward riu. “Se Emmett me visse aqui, assim com você, me capava”

Eu ri “Não estamos fazendo, absolutamente, nada.”

“Exato!” gargalhou “Só reclamando de nossos relacionamentos frustrados. Caaaaara, eu to ficando muito gay!”

Eu gargalhei “Cadê o Ed pegador Cullen, que desafiou o Emmett me dando um abraço super sensual quando eu cheguei aqui, hã?”

Ele sorriu sem jeito. “Ah... Sempre gostei de abraçar você.”

“Eu sei” ri “Sou demais.”

“Demais!” riu ele “Uau!”

Ignorei ele e, depois de um tempo, começamos a conversar sobre banalidades. Coisas de amigos, sabe? Quase irmãos.