The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 29
Natal


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado em "O natal encantado da Bela e a Fera" (:



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Edward’s POV.

- ELA VAI O QUÊ? – Gritei, jogando a caneta em cima da mesa do escritório.
- Por favor, cara, ela tem boas intenções! Não estraga tudo, vai deixar a garota triste, e eu ainda vou levar toda a culpa! – Emmett suplicava a minha frente. – Escapou, só isso, é que eu to realmente animado!
Andei em volta do escritório várias vezes, e meu irmão continuava parado, sem saber o que fazer.
- Ela sabe o que essa data significa pra mim! Ela sabe muito bem e ainda assim vai fazer isso!
- Ela só quer ajudar. Qual é!
Apoiei uma mão na mesa e passei a outra pelo rosto.
Alguns flashs vieram até minha mente, lembranças ruins que eu custava a deixar para trás. A função de Bella não era apagar todos esses fantasmas da minha cabeça?
Talvez não fosse algo tão ruim. Talvez... Arregalei os olhos e encarei Emmett.
- Ela precisa de um presente!
- Hm... – Ele fingiu pensar.
Balancei a cabeça negativamente, mergulhando em minhas idéias. Precisava ser perfeito.
Emmett disse alguma coisa, mas eu ainda estava absorto. Uma luz veio de repente.
Sorri comigo mesmo.



Bella’s POV.

- Bella? Bella!
Alice estalou os dedos a minha frente. Quando finalmente voltei a enxergá-la, balancei a cabeça e respirei fundo.
- Certo... – Murmurei. – Vamos continuar.
- Em que estava pensando?
Bufei, jogando as mãos no meu colo.
- Não tenho idéia do que dar pra ele! – Assumi.
- Não sou boa em dar presentes. Só receber. – Alice deu os ombros, e eu não pude deixar de rir.
Ficar em casa o dia inteiro facilitou muita coisa. Eu planejava tudo (Alice ajudava sempre que podia) e estava encarregada de vender os convites. Quando nos juntavamos, meu trabalho diminuía bastante. E ela estava sempre lá. Era um redemoinho de organização e planejamento. Faltavam poucos dias, sabíamos, mas não tínhamos intenção de lotar o restaurante nem nada do tipo. Nossos clientes mais fieis e alguns atrasados garantiram seus lugares para a noite do dia 24.
- E então? Nada? – Alice perguntou.
Parei de mexer nos papeis em cima da mesa, pensativa. Uma idéia me atingiu de repente, e eu joguei meu corpo pra frente, ansiosa.
- Ele já teve alguma alergia a animais?
Ela balançou a cabeça negativamente, sem realmente entender. Sorri comiga mesma.



                                                        (...)


Estava muito claro que aquele vestido vermelho e apertado não fora idéia minha. “Você tem coxas bonitas e precisa desviar a atenção desse gesso ridículo.” Blá blá blá. Eu aturaria Alice facilmente se fosse só minha cunhada, e ainda mais se fosse só melhor amiga, mas os dois juntos estava se tornando insuportável.
- Diga “echarpe”! – Virei a tempo do flash disparar furiosamente em meus olhos.
- Ai, Alice! – Reclamei, fechando eles com força e desviando o rosto.
Ela riu e sentou a minha frente com a câmera nas mãos. Usava um vestido roxo escuro quase até os joelhos – o tom tornava sua pele ainda mais clara.
- O que achou? – Sorriu e olhou em volta.
Imitei-a. Não parecia o mesmo restaurante no qual eu ia trabalhar todos os dias. Tudo era basicamente branco, vermelho e verde. Havia uma arvore de Natal enorme e iluminada perto da entrada, e alguns embrulhos ao pé. Penduradas nas paredes, quase no teto, estavam fileiras de enfeites como sinos, bonecos de neve, anjos e meias. Várias mesas foram colocadas juntas, formando uma única. Esme achou mais adequado para o espírito natalino se fizéssemos uma grande ceia, com todos sentados juntos. Eu e Alice estávamos em uma das pontas, observando as pessoas se cumprimentarem ao nosso redor, com copos de vinho em uma mão e tentando segurar suas crianças com a outra. Fiquei feliz por ver um sorriso em todos os rostos. Identifiquei os Strokes preenchendo meus ouvidos, enquanto os famosos biscoitos de Esme inundavam minhas narinas.
A porta da frente se abriu, e eu me abracei por conta do vento frio que entrou. Mas ele veio em seguida, e o simples sorriso que me deu do outro lado do salão foi suficiente para pensar que havia lava ao invés de sangue em minhas veias. Após um segundo da felicidade que sempre sentia ao ver seu rosto, me perguntei porque não estava surpreso.
- Boa noite. – Disse ao abaixar para beijar minha testa. Sentou e fez um pequeno carinho na cabeça de sua irmã, ao seu lado.
- Não está... Achando nada estranho? – Ri baixinho enquanto ele passava o braço em volta de meus ombros, olhando em volta.
- Você não presta pra guardar segredo. – Sorriu pra mim.
- E você não presta pra nada. – Bati o dedo indicador de leve em seu nariz, antes de receber um beijo lento e carinhoso. Eu sabia que Alice estava desviando o olhar.
Nos separamos após algum tempo, mais especificamente quando nossos pulmões imploraram por ar. Suspirei, de certa forma aliviada por ele não ter ficado bravo. Ri quando Edward ergueu uma sobrancelha, mencionando só com o olhar o tamanho de meu vestido. Ele sorriu e se aproximou um pouco, sussurrando em meu ouvido palavras nada apropriadas para o horário.
- Bella! – Virei a cabeça, mas ainda podia sentir a respiração dele perto de minha orelha. Reconheci a voz e desejei poder ficar em pé.
Tanya se aproximava, estonteante, acenando para nós dois. Alice franziu o nariz e se afastou para a cozinha.
- Fico feliz que tenha vindo! – Disse a ela. Ela cumprimentou a mim e a Edward com um beijo na bochecha. Estava prestes a sentar quando Esme a chamou.
- Você a convidou? – Meu namorado perguntou. Sorri para ele.
- Sem ressentimentos. – Disse e lhe dei um selinho, enroscando os dedos em seu cabelo.


Tinha que assumir, apesar de doer, que Lauren fizera um ótimo trabalho com a ceia. Estava deliciosa. Emmett que o diga; depois de comer pela terceira vez. Eu sentei entre Edward e Tanya, e nós três conversamos animados durante todo o jantar. Todos estavam animados, mas nossa risada parecia se sobressair no meio de tantas conversas paralelas.
Conforme terminavam de comer, as pessoas começavam a sair da mesa e ir dançar ou simplesmente conversar nas poltronas que haviam em alguns cantos. Novamente, as crianças corriam por todo o salão. Já passava das 23 horas e, ao contrário do que se esperava, elas ficavam cada vez mais elétricas.
A música que tocava parou, e uma totalmente diferente começou. Edward ficou em pé e puxou meus braços.
- O que? – Ri, sem entender. Edward me ergueu e me carregou até o meio do restaurante, onde algumas pessoas dançavam. Ele me apoiou suavemente em cima de seus pés, o suficiente para não ter que carregar todo o meu peso, e começou a dançar devagar.

(http://www.youtube.com/watch?v=WOx7GY_TC84
Kelly Clarkson – Beautiful Disaster)

Ri ainda mais, enroscando os braços em torno de seu pescoço. Ele abriu um sorriso de tirar o fôlego, agarrando minha cintura. Virei um pouco o rosto e apoiei ele em seu ombro, suspirando tranqüila.
- Devo pedir desculpas? – Perguntei, olhando em seus olhos.
- Por causa de que?
- Disso tudo. Por... Saber que você odeia essa data. E, ainda assim, insistir em uma comemoração.
Ele riu, tranqüilo, enquanto acariciava meu cabelo pendente nas costas.
- Bella... Tudo isso é passado. O que importa é o agora. Importa que estou aqui com minha família, e principalmente importa que estou com você. Nenhuma data poderia ser ruim com você ao meu lado.
Sorri abertamente, recebendo um selinho.
- Feliz Natal. – Sussurrei, apoiando novamente o rosto nele.
Uma cena que ocorria no canto do salão chamou minha atenção; Jacob conversava com uma morena realmente bonita, que ria sem parar. De vez em quando eles aproximavam bastante seu rosto, mas não identifiquei se estavam realmente se beijando. Franzi a testa. Edward pareceu ver a mesma cena, e riu contra meu cabelo.
- Esta é Leah. – Disse, simplesmente. Sorri; era um bonito casal. Franzi a testa de repente ao lembrar de um assunto um pouco deixado de lado.
- Posso saber desde quando vocês se entenderam?
Apoiei o queixo em seu peito para olhá-lo.
- Eu e Jacob? – Assenti. Ele riu. – Não sei. Acho que sempre tivemos tudo para ser amigos.
- Acha? – Franzi a testa, olhando ele com sua garota outra vez. – Não acho. São diferentes demais.
- Talvez seja exatamente por isso. Olhe pra nós.
Olhei outra vez para Edward e ergui uma sobrancelha, rindo.
- Somos totalmente opostos? – Perguntei.
- Totalmente.
- Eu amo você. – Declarei.
Ele abaixou um pouco e beijou minha testa.
- Eu também amo você, meu anjo mais lindo.

Continuei a dançar com Edward da mesma maneira, desejando nunca ter que me afastar dele. Fechei os olhos tranquilamente enquanto ele me guiava através dos outros casais. Poderia ter dormido ali, se não fosse por Emmett.
- Todo mundo, todo mundo! Aqui, por favor! A atenção de todos!
Edward passou uma das mãos pelo rosto, com tanto medo quanto eu do que ele poderia estar planejando. Virei e fui abraçada por trás, ficando perto da parede com meu namorado.
Observei a tudo de camarote.
Emmett chamou Rosalie com o dedo, sorrindo abertamente. Ela se aproximou, visivelmente confusa, e parou a sua frente. As pessoas deixaram todo o espaço livre em torno deles, formando uma espécie de circulo para assistir o que quer que seja que ele estava planejando. Pegou suas mãos e começou a falar.
- Rose... Minha Rose... – Emmett riu baixinho. – Eu pensei muito no que te dar neste Natal. Faltam 15 minutos pra meia noite. 15 minutos! Peço perdão a todos, mas eu não iria agüentar... A verdade é que esse seu presente, na realidade é mais meu. Desculpe pelo egoísmo.
Ele colocou a mão no bolso da calça e se ajoelhou. Todos a nossa volta começaram a murmurar, rindo e soltando exclamações para incentivá-lo.
- Rosalie Hale... Você me daria a honra de ser minha esposa?
Levei uma das mãos a boca enquanto meus olhos se enchiam d’agua.
Rosalie ficou sem reação, e então finalmente assentiu, tremendo um pouco quando Emmett colocou o anel em seu dedo. Ele voltou a ficar em pé e a tomou em seus braços para um beijo digno de cinema. Todos aplaudiram.


E então era, oficialmente, Natal. Todos se abraçaram e trocaram presentes – eu mesma abracei muitos desconhecidos, mesmo que o tempo todo amparada por Edward. Charlie se fantasiou de Papai Noel. O presente de Alice para Jasper foi provavelmente o mais exagerado de todos, era a cara da minha cunhada. Eu ganhei alguns embrulhos; como eram entregues pelo “Papai Noel”, deixei para ver quem os enviara mais tarde.
Abracei Edward e me ergui no meu pé bom.
- Seu presente está lá em casa. Quer ir buscar? – Perguntei tranquilamente.
Ele riu, e eu corei furiosamente.
- Adoraria.
Não nos despedimos de todos, pois planejávamos voltar. Fui praticamente carregada até o Volvo, e esperei enquanto ele guardava as muletas e nossos presentes no banco de trás. Edward se ajeitou no banco do motorista e saiu da vaga de ré.
- Posso ter alguma dica? – Ele perguntou.
- Hm...
Edward riu, acelerando na rua deserta. Passava das 2 da manhã.
- Você adora. – Eu disse, dando os ombros.
- É claro, Bella. É meu presente.
Ele riu alto, e eu revirei os olhos.
- Era só o que me faltava, ganhar uma coisa que não gostasse. – Completou.
- Você está todo piadista hoje, não é? Quanto de vinho bebeu?
- O suficiente. – Ele fez uma pausa. – Envolve você?
- Não! – Ri. – Não, tire isso da mente. Só está em casa porque não pude traze-lo.
- Ah... – Ele fez um beicinho, e eu estiquei a mão para apertá-lo. Ambos rimos.
As ruas estavam vazias, mas todas as casas estavam iluminadas. Chegamos logo, pois não pegamos nenhum farol fechado. Novamente, ele saiu do carro e deu a volta, me entregando as muletas após me ajudar a sair. Entrei em casa com meu namorado logo atrás, provavelmente pensando que eu estava prestes a cair.
A secretária eletrônica piscava. Apertei o botão para ouvi-la enquanto nos ajeitávamos no sofá. Era minha mãe. “Deseje feliz Natal a todos!” Disse, além do mesmo de sempre. Quando começou a falar sobre Edward e proteção, eu dei um tapa no aparelho, desligando-o. Acho que estava corada.
- Adoraria conhecer sua mãe. – Edward riu.
- É uma mulher adorável. – Ri também, olhando de relance pra escada. – Seu presente está ali. – Mostrei com a cabeça.
Edward ficou em pé e se aproximou da escada. Ao pé dela, estava uma caixa azul. Ele pegou, estranhando o peso e o aspecto que tinha. Não era exatamente um embrulho. Sentou ao meu lado, e eu peguei o presente de suas mãos, abrindo a porta cheia de furos.
- Esse... – Disse enquanto tirava o filhote de gato dali. – É Mickey!
Meu namorado riu, observando o filhote. Era um persa, sua cor me lembrava um caramelo estranho, assim como seus olhos, quase dourados. Não era exatamente um bebê, mas não era adulto. Deixei que seu dono o pegasse no colo.
- Ele teve um dia estranho aqui. Não se dá muito com Rex.
Ele levou um tempo para se lembrar do rato que Jacob me dera.
- Opostos como seus donos.
Rimos juntos.
- Acha um dia vão se entender, também? – Perguntou.
Dei os ombros e coloquei a caixa no chão. Mickey se acomodou confortavelmente, metade de seu corpo em cada colo.
- Quem sabe. - Murmurei tranqüila, acariciando a cabeça do gato.
Ele ronronou, me fazendo sorrir.
- Tambem tenho um presente. – Edward disse, me olhando com cautela.
Virei um pouco, quase de frente pra ele, e franzi a testa. Edward pareceu pensar muito bem nas palavras que usaria. Como se compreendesse que era um momento só nosso, Mickey se levantou e escalou o sofá em direção a estante.
- Cabe a você... Aceitar. – Edward completou, e colocou a mão no bolso. Ergui as sobrancelhas. Ele tirou uma chave simples, sem chaveiro ou qualquer outro adorno. – Carlisle deu a cada um de seus filhos um apartamento, aqui em Forks, mesmo. Não há condominios gigantes por aqui, mas eu já visitei o prédio, e é muito bom, apesar de pequeno. Quero dizer... Aconchegante.
Ele fez uma pausa, me analisando.
- Se você aceitar, ele pode ser seu. Nosso.
Processei a proposta várias e várias vezes. Tive até medo que ele achasse que estava rejeitando. Não consegui dizer nada; simplesmente me joguei em cima dele, beijando-o com todo o amor que consegui reunir. Ouvi quando a chave foi jogada no chão, e senti quando ele tentou abrir meu vestido. Não voltamos pra festa.


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Notas finais do capítulo

Oi! O capítulo da madrugada, como prometido. Dois no mesmo dia, hein? xD
Ok, vamos ver o que tenho pra falar... Tá, duas coisinhas.
Essa música da Kelly Clarkson é meio que a música-tema da fic pra mim, resume muita coisa. Prestem atenção na letra.
Segundo... Quanto à fic nova, eu e Nina decidimos que vamos postar uma sinopse aqui, mas só se vocês quiserem. Se bastante gente disser que sim, posto no cap que vem.
Se ninguem se manifestar, eu não só vou brochar totalmente de fazer uma fanfic nova, como vou ter certeza absoluta que vocês não leem as notas finais.
Acho que é só. '-'
E, é, estamos indo para os últimos capítulos...