O Demônio Veste Armani escrita por EveF
Notas iniciais do capítulo
Ok, vamos começar...Peço mil desculpas por abandonar a fic por tanto tempo, mas de repente me vi cheia de coisas para fazer, sem imaginação e com alguns problemas pessoais para resolver. Simplesmente não conseguia escrever nenhuma vírgula, quanto mais um capítulo inteiro.Mas agora com quase tudo resolvido, voltei a escrever e seguirei firme com essa história até o final. E espero terminar até julho, sem atrasos e com um capítulo por semana.Espero que gostem e voltem a ler. *-*
Hermione não esperou pela segunda para dar fim ao seu conto de fadas. No domingo a noite já estava de volta a sua casa tentando entender que relação era essa e imaginando como seria o futuro. Se é que havia um futuro para aquilo.
O primeiro dia em que ficaram juntos, ela simplesmente ignorou o estado alterado de seu “chefe”, talvez por não acreditar que fosse verdade ou por desejar que ele não se lembrasse no dia seguinte. Mas quando tentou sair naquela manhã e ele a impediu, pedindo que ficasse ali, Hermione não soube o que pensar, só queria fugir. Porém, ficou e naquele momento se arrependia do que fez. Será que ele também pensava assim?
Mergulhou na banheira tentando espantar aqueles pensamentos, pois quando o encontrasse no dia seguinte não teria nada do que se recordar. Aquele fim de semana não existiu.
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Draco não conseguia dormir pensando na mulher que teve em seus braços naqueles dois dias. Havia lutado tanto para não se envolver com nenhuma pessoa, mas quando a viu em sua frente, soube que não podia mais resistir. Usou sua bebedeira como desculpa para dar o primeiro passo. O modo como foi correspondido o surpreendeu, esperava um tapa, uma reação mais violenta, só não esperava um desejo tão grande quanto o seu.
Dormiu pensando em como seria no dia seguinte, imaginou-se cantando aos quatro ventos todo o desejo que sentia por aquela mulher. Queria assumir aquela paixão. Porém, algo o incomodava: o que ela queria?
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A redação fervilhava, com jornalistas e secretárias correndo para todos os lados a fim de concluírem suas tarefas no prazo. Draco chegou um pouco mais tarde que o costume e encontrou uma antiga Hermione concentrada em seu trabalho. Olhou para ela quase suplicando um gesto de atenção ou algo que lembrasse aquela mulher que amou durante o fim de semana. Mas foi impossível ler em seu rosto qualquer traço dos acontecimentos quando esta veio em seu encontro para lhe ditar a agenda do dia.
Percebendo que ela não sairia de seu papel de secretária exemplar,Draco levantou-se e fechou a porta com um leve estalo, assustando-a. ela se mexeu levemente na cadeira, para que ele não percebesse a agitação que tomou conta de si.
_Pensei que hoje eu ao menos teria um sorriso seu.
_Não sei o que te fez pensar assim, Sr. Malfoy.
_Sr. Malfoy? Agora mereço ser chamado pelo meu sobrenome?
_E por qual nome te chamaria? Você é meu chefe e lhe devo este respeito.
_Respeito, hein... Diga me, Hermione, se arrepende do que aconteceu?
_Não me lembro de nada que posso me arrepender. Aliás, não me lembro que aconteceu alguma coisa. Com licença, Sr. Malfoy, tenho outros trabalhos a fazer.
Quando passava por ele, antes que pudesse chegar a porta, Draco a segurou e a beijou. Ela se soltou asperamente:
_Então isso não te fez se lembrar de nada, Granger?
_Não, não me lembrei de nada, Sr. Malfoy. – disse recuperando o fôlego.
Quando estava para sair, com a porta entreaberta, Hermione abaixou a cabeça e evitando olhar para trás, disse:
_E, por favor, não repita isso nunca mais, Draco. Por favor... – e saiu.
Draco não reagiu. Ela se lembrava bem do que aconteceu e por isso o estava rejeitando. Se era assim que ela queria, assim seria. Ele sentou-se na ponta de sua mesa, pegou o telefone e discou um número. Do outro lado da linha uma voz feminina respondeu sedutora.
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Hermione praticamente jogou os papéis em cima de sua mesa, pegou seu casaco e disse à Pansy:
_Estou saindo para o almoço. – saiu antes que a outra pudesse dizer qualquer coisa.
No elevador encontrou-se com Nott:
_Vejo que ainda não se contagiou com o espírito da editora.
_O que quer dizer? – respondeu um tanto irritada.
_Ainda se veste como uma pobre e brega mortal, e pelo visto continua de mal humor. Tsc tsc, pelo visto este trabalho é desagradável demais para você.
_É insuportável! – respondeu bufando.
_Então saia.
_Não posso, é o único emprego que consegui arrumar aqui e...
_Então não espere que com essa cara fechada e este estilo “mamãe eu sou alternativa” vá conseguir outra coisa. Além do mais, se é mesmo insuportável saia por vontade própria, não espere que os outros tenham dó e venham te mimar. Acredite, aqui ninguém liga para ninguém.
_Por que está me dizendo isso? – ela ficou intrigada.
_Porque é o máximo que posso fazer por você. E sentir pena de si mesma sem fazer nada para mudar é a pior coisa que você pode fazer.
_O que devo fazer então? – Hermione parecia um pouco mais conformada.
_Isso você decide, meu bem. O que acha que deve fazer? – então a porta do elevador se abre e Nott sai, deixando Hermione pensativa.
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Hermione estava sentada em um banco do Central Park, quando uma senhora aproximou-se:
_Há quanto tempo, querida. Como vai o seu chefe?
Ela olhou para o lado e deparou-se com Molly Weasley, elegantemente vestida com um casaco bege e um vestido claro.
_Senhora Weasley! – chegou para lado, dando espaço para a outra mulher.
_Não precisa me chamar de senhora, Hermione. Te conheço desde que batia em meus joelhos. – e riu delicadamente.
_Molly... – Hermione sorriu para a mulher.
_Então, soube que estava se dando bem com Draco.
_Me dando bem? Como assim?
_Oras, agüentando aquele mau humor diário e as vezes o pondo em seu lugar.
_Ah, sim. Bem, não sei se estou me dando bem com o emprego.
_Qual o problema, querida?
_Você sabe que aquele lugar não é para mim. Eu não me adapto a ambientes sofisticados e fúteis. Nem sei por que me escolheu para este trabalho.
_Te escolhi porque já te conheço... Não, não pense que é pela amizade que tenho com sua família ou com você. Não sou influenciada por este tipo de coisa. Eu conheço o seu jeito e sabia que conseguiria dar conta do recado. E quanto a se adaptar ao ambiente, isso não é desculpa.
_Claro que sim! Eu sou anormal para aquelas pessoas, elas passam por mim e vêem uma garota brega e...
_E porque então você não mostra a ele que estão errados? Pelo que me lembro, antes de entrar para a faculdade, não havia moça mais bela e elegante que você naquela cidade.
_Do que adianta ser bela ou elegante e não me respeitarem pelo meu talento? No inicio da faculdade era vista apenas como um rostinho bonito, era horrível o que as pessoas diziam. Só me vestindo assim, me tornando essa que sou hoje consegui ser reconhecida pela minha inteligência.
_Não acha que é um pensamento retrógado demais, querida? Aqueles seus colegas de faculdade te fizeram pensar assim por inveja. Não acha que já está na hora de voltar a ser você mesma?
_Ser eu mesma? – disse, pensativa.
_Olha só a hora! Tenho que ir. Até mais, Mione.
Quando Hermione deu por si, Molly já estava longe.
_Até, Molly. – e deu um sorriso para si mesma. – E obrigada.
“Ser eu mesma” – pensou por todo o caminho.
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Draco não sabia bem o que fazer. Hermione se tornou realmente especial para ele e de repente, ela agia como se não houvesse acontecido nada.
_Ah, desisto de entender as mulheres! – praguejou em sua sala.
_Se quiser posso te dar dicas, chefinho. – disse Pansy, abaixando-se até que seu decote ficasse bem a mostra.
Draco deu um sorriso safado.
_Esse é um assunto que você entende, bem, não é mesmo, Pansy?
_Claro... Tenho ampla experiência nisso e em outras coisitas más...
_Um dia terei que aceitar suas insinuações e conhecer as outras coisitas más...
Hermione entrou na sala sem ser percebida e viu a cena: Pansy debruçada sobre a mesa e Draco bem próximo dela, quase a beijando. Pigarreou alto:
_Estou atrapalhando? Se estiver, posso voltar mais tarde.
Pansy riu um pouco enquanto voltava a uma postura normal.
_Não está atrapalhando nada, Grangerzinha. Bem, vou indo, já que voltou, eu irei almoçar.
_Vá logo, antes que a Lovegood me xingue por te prender demais nesse escritório.
Pansy e Draco riram alto:
_Não se preocupe, Draco. Ela já melhorou desse mau humor compulsivo na hora do almoço. Bye. E não se matem...
Pansy passou por Hermione e jogou um beijinho, pegando logo depois seu casaco e saindo do escritório.
Draco girou sua cadeira, ficando de costas para sua secretária:
_Qual o assunto, Granger. Seja rápida, estou ocupado.
_Não parecia ocupado quando estava quase se atracando com a Parkinson.
_Está com ciúmes, Granger?
_Ciúmes de um oferecido como você? Por favor, tenho tanto ciúme de você quanto tenho da máquina de café. – debochou.
_Sei... Então, qual o assunto?
_Só vim confirmar os compromissos da tarde. – e repassou a agenda de Draco mais uma vez, confirmando cada horário e reuniões.
Draco permaneceu de costas todo o tempo, evitando olhar para ela. Quando terminou, houve um silêncio constrangedor, o qual nenhum dos dois ousava interromper. Ele então tomou uma decisão apressada e uma iniciativa:
_Granger, compre um ramalhete de rosas para mim e mande entregar para Elle Gobart. Hoje sairei com uma mulher de verdade.
_Mulher de verdade? – ela começou a achar estranha a conversa.
_Sim, uma mulher elegante, que sabe valorizar o ser mulher. Ao contrário de você, que prefere fingir ser independente, quando não passa de uma garota medrosa com medo até da própria sombra.
_Eu... eu não sou assim!
Draco virou-se para encará-la:
_Ah, não é? Então por que insiste em esconder o que é atrás dessas roupas? Por que esconde o que sente?
_Eu não estou me escondendo! Eu... eu... sou assim mesmo, ta? Essa garota brega do interior, como todos vocês pensam!
_Não. A Hermione que eu conheci não era assim. Mas se quer continuar com essa farsa, ótimo. Você não serve para mim mesmo.
_Não sirvo para você? – ela ficou aturdida. – Então, que tipo de mulher serve?
_Uma que seja de verdade, que não tenha medo de se mostrar como realmente é. Uma mulher como Elle.
_Elle? Aquela perua que só sabe falar de futilidades? Bom proveito. Fazem um belo casal! – e saiu da sala.
Draco se amaldiçoou mais um pouco, o que havia dito?
Hermione parou se fôlego em sua mesa. Para um homem que de manhã estava parecendo tão apaixonado, Draco estava bem ferino agora. Mas algo a havia tocado: uma mulher de verdade? Será que ela não era uma mulher de verdade só por que não era elegante e fashion? Ela estava mesmo se escondendo? Mas se escondendo do quê?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Semana que vem terá um novo capítulo, estou falando sério! E obrigada a todos os reviews e a todos os leitores!!Nos próximos capítulos irei explicar mais um pouco sobre o meu sumiço e tal.Beijos o/