Nightfall escrita por QueenJane


Capítulo 18
Capítulo 15 - Resoluções




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Eu e o Jake almoçamos juntos, com direito a muitas brincadeiras e gargalhadas, estávamos bem de novo. Isso para mim é ótimo, mal ele sabe o quanto eu odeio brigar com ele. Mas senti que algo o incomodava, com o encontro com Mathew devia estar tirando ele do sério. Por mais que eu viesse a acalmá-lo sobre o risco ser praticamente nulo, Jake ainda não se deu por vencido, não conseguia entender o porquê disso tudo.

Fomos fazer o dever de casa nada muito complicado, algumas equações e uma análise sobre a obra Romeu e Julieta, meu livro favorito. Moleza. Nessa brincadeira descobri que Jake tinha um ponto fraco: a matemática. As equações não entravam em sua cabeça. Tentei ajudá-lo, mas ele desistiu jogando o livro pela janela (literalmente).

- Arght! Para quê isso? O que isso vai contribuir na minha vida? – Jake perguntava enquanto deitava-se no chão do meu quarto.

- Números são essenciais para o nosso dia-a-dia Jake. – eu disse rindo, enquanto guardava meu livro e meus cadernos na escrivaninha.

- Com os números eu posso lidar, mas não posso contra letras e números. Isso é demais para mim. -  Jake disse sério.

- Francamente Jake! – comecei a rir.

- Olá pimpolhos. – Tia Alice apareceu do nada na janela e adentrou no quarto em um salto pequenino e elegante.

- Olá titia. – sorri.

- Então já fizeram as pazes? – tia Alice sentou-se ao meu lado na cama.

- Claro, claro. – eu e Jake dissemos juntos sem querer e caímos na gargalhada.

- Menos mal, odeio quando a Nessie fica azeda, mas sabe você nesse aspecto você é pior que a sua mãe. Sua mãe não ficava assim quando brigava com o Edward. – tia Alice suspirou.

- Nem sabia que papai e mamãe brigavam... – refleti.

- Não era bem uma briga... Em meio minuto sua mãe já estava nos braços dele. – tia Alice revirou os olhos. – Nem dava tempo de sentir raiva ou coisa do tipo.

- Bells é assim com tudo mundo, ela não guarda rancor. Se guardasse de mim. Minha cota já estaria passando limites. – Jake comentou.

- Verdade. – Tia Alice disse refletindo.

De repente um celular toca.

- É o seu Nessie. – disse tia Alice.

Após revirar minha mochila encontrei o celular. Era um número desconhecido.

- Não conheço esse número... – eu disse enquanto examinava o visor, esse número não me recordava ninguém.

- Deve ser o Carter... Você não deu seu número para ele? – tia Alice disse.

Epa. É provável. Seria válido jogar o telefone pela janela. Poderia parti-lo em pedacinhos agora mesmo. Mas amanhã teria que encontrá-lo e ter uma desculpa razoável. Isso ia dar muito trabalho.

- E agora o que faço? – perguntei aflita.

Jake me olhou de cara feia.

- Joga isso pela janela e pronto.

Tia Alice o olhou chocada.

- Nada disso... Atenda Nessie você não é nenhuma medrosa... Ele é que deve ter medo não você.

- Você diz isso porque quer ver como a Ness se sairá nisso além da grande oportunidade que terá para encher ela de roupas caras e maquiagem. – Jake retrucou.

- Isso não está em questão seu cão fedido. – ela lançou um olhar mortífero a ele.

- Vocês não estão me ajudando desse jeito. – eu disse em um tom monótono.

O celular ainda tocava insistentemente.

- Quebra ele Ness! – dizia o Jake.

 - Atenda! – suplicou tia Alice.

- Você não é obrigada a atender Ness. – Jake disse.

AI QUE CONFUSÃO!

- Alô. – disse baixinho.

Tia Alice mostrava a língua como uma criança malcriada para Jake. Ele por sua vez estava carrancudo no canto do quarto.

- Renesmee Cullen? – a voz era do Carter e parecia aliviado por eu finalmente ter atendido.

- Sim... Sou eu. – respondi.

- Pergunta quem é. – cochichou tia Alice animada.

- Francamente. – disse Jake ironicamente e em bom tom.

- Psiu! – censurou tia Alice.

- Hã... Quem fala? – perguntei.

- Mathew Carter, da escola. – ouvi-o dizer.

- Ah. – foi o que consegui dizer.

Houve um silêncio na linha.

- Então estou te ligando você sabe... A gente ia sair... – Mathew parecia estar sem jeito procurando palavras.

- Que idiota... – disse o Jake revirando os olhos.

Tia Alice em resposta lançou um travesseiro certeiro em sua cara.

- Ah é sim me lembro. – eu disse.

- Bom eu estava pensando poderíamos ir ao cinema tem um filme ótimo lá... Uma comédia romântica se trata da história de um garoto que é super popular e se apaixona por uma garota que ninguém curte... – ele disse animadamente.

Jake acenava negativamente com a cabeça e dizia.

- Nada de romance.

- Cala a sua boca! – tia Alice o censurou novamente.

- Tem algum outro filme? – sugeri para Mathew.

- Algum problema com esse? – ele perguntou um pouco contrariado.

- Bom... Romance não faz bem o meu gênero... Gosto de ação ou aventura, quem sabe um suspense?

- Ah... Deve ter algo de alguns desses gêneros por lá. – ele comentou com um tom de quem ainda estava contrariado. – Depois poderíamos comer alguma coisa...

Fiz uma careta. Comer?

- Ok. – eu disse.

- Então às 6 eu te pego... Me passa o seu endereço que ai... – ele começou.

Tia Alice acenava negativamente e cochichou.

- Diga que se encontrará com ele em algum lugar. Não é bom ele vir aqui.

- Não Mathew eu te encontro só me diga o local. – disse rapidamente.

- Por que? – ele perguntou sem compreender.

- Porque eu prefiro assim... Eu tenho carro... Me diga aonde devo te encontrar que eu estarei lá. – comentei enquanto me deitava na cama fitando o teto.

- Nossa você é diferente... – ele comentou.

Sou uma híbrida de vampira diferente não?

- É eu sou sim. – disse convencida.

- Bom você me encontra na Manchester street, o cinema fica bem localizado em frente do museu municipal.

- Tudo bem, não é difícil encontrar algo nessa cidade. – eu ri.

- Verdade... Hanover é mesmo um ovo. – ele riu junto comigo.

Jake pigarreou e disse.

- Vamos Ness você tem algumas coisas para fazer por aqui.

- Bom... – Mathew pareceu ter ouvido, porque logo encerrou a conversa. – Então nos vemos daqui a pouco.

- Ok. Tchau. – desliguei o telefone. E me virei com a cara azeda para o Jake.

- Isso não foi nem um pouco gentil Jacob. – eu disse.

- Ah querida ele é um cão que ainda não foi adestrado. – tia Alice suspirou.

Jake ficou carrancudo.

- Nem adianta ficar aqui com essa energia negativa... Xô passa para fora... Tenho que arrumar a minha sobrinha. - tia Alice disse abrindo a porta do quarto para ele.

Contra a sua vontade Jake saiu se arrastando do quarto.

Tia Alice fechou a porta e virou-se para mim. Seus olhos pareciam brilhar. Ela parecia uma criança em frente ao brinquedo mais divertido e legal do planeta.

- E agora vamos ao trabalho! – ela fingiu estar entediada.

- Não seja cínica eu sei que você adora isso. – disse azeda.

- Amo. – ela sorriu radiante arrastando-me em direção do closet.

Chegando ao closet logo conclui que seria bom refreá-la, sei bem como tia Alice é uma criaturinha sem limites.

- Titia que fique claro: é uma ida ao cinema e não um baile, quero parecer normal nada de exageros. Se eu perceber que você está passando o limite combinado dona Alice eu mesma irei me arrumar. Fui clara. – disse tentando manter a voz firme, na tentativa de impor moral ali.

Tia Alice me olhou chocada.

- Tudo bem, vou pegar leve com você. – ela disse enquanto observava as milhares de roupas do closet. – Que tal? – ela me mostrou um vestido rosa e sapato salto agulha.

Fiz uma careta.

- Tia estamos na estação do inverno, esse vestido me deixa a vontade demais. – comentei.

- É mesmo. – ela jogou a roupa para trás.

- Tia um jeans e um bom casaco, uma bota de cano longo. – sugeri.

- Simples demais. – ela respondeu. – Achei um perfeito. Que tal esse?

Era um vestido de manga longa vermelho, com uma meia grossa preta e um par de botas salto plataforma preto. Não podia negar era muito bonito, talvez um pouco exagerado, porém encontrar mais simples que isso neste closet era impossível.

- É bonito pode ser esse. Tia eu quero o meu cabelo solto nada muito sofisticado.

- Tudo bem... – ela suspirou. – Você está muito chata hoje. – ela disse azeda.

Fomos ao banheiro.

- Titia nada de exageros... Maquiagem básica ok? – disse enquanto me sentava em uma cadeira.

Tia Alice fez um beicinho.

Após alguns minutos ela me passou a roupa, vesti-me e olhei-me no espelho. Um pouquinho exagerado talvez, mas estava me sentindo confortável.

- Acho que está simples demais Nessie se você me deixasse talvez... – tia Alice ia começar seu discurso.

- Não titia está ótimo, eu adorei. E eu acho melhor eu ir me apressando. – peguei meu celular, o coloquei na bolsa e desci as escadas.

- Mas não se apresse demais... Sabe como as coisas são. – tia Alice me alertou.

Jake andava de um lado para o outro na sala, porém assim que me pus a vista ele me olhou boquiaberto, mas rapidamente mudou sua expressão de tristeza e depois para a raiva.

- Você está uma gata Nessie! – tio Emm disse. – Carter vai acabar sofrendo um infarto ou algo assim.

Revirei os olhos.

- Renesmee qualquer sinal de perigo você tem total liberdade para destroçá-lo. – papai havia acabado de chegar e a mamãe estava ao seu lado rindo.

- Quanto exagero Edward. – mamãe revirou os olhos. – Destroçar é um tanto exagerado, mas um soco e você o deixa inconsciente.

- Qualquer coisa nos ligue. – papai disse sério.

- Ok ok pode deixar, afinal que perigo o Carter pode causar? – disse em um tom monótono.

- Muitos Nessie, como um homem ele a vê como um objeto de desejo... Desejo esse que dá vontade de... – explicou tio Emm.

- Chega Emmett. – papai o censurou.

- Vá logo Nessie já está um pouquinho atrasada. – avisou tia Alice.

- Então tchauzinho. – corri para a garagem e entrei no carro dessa vez na Ferrari vermelha.

- Nessie. Tenha cuidado, você sabe que se fosse por mim, você não iria sair com esse zé mané. – Jake alertou-me.

- Não se preocupe Jake. Eu sei me cuidar. – disse sorrindo. – Então até logo.

Não demorou muito para chegar ao meu destino desejado, afinal pequena como era essa cidade. Mathew logo na frente do cinema, parecia impaciente, andava de um lado para o outro mantendo os olhos no seu relógio. Estacionei no canto da rua e fui ao seu encontro não podia negar que o Mathew estava bonito. Ele usava uma jaqueta de couro preto, calça preta, sapato também preto e agora tinha um sorriso estampado no rosto.

- Estou atrasada? – perguntei sorrindo.

- Talvez... Mas valeu a pena a espera. – ele disse me avaliando, olhando-me da cabeça aos pés. Senti minhas bochechas se aquecerem.

- Vamos então? – ele disse por fim quando não obteve nenhuma resposta minha.

- Claro. – disse me movendo lentamente, tinha de me lembrar estava em companhia dos humanos.

Mathew ainda tinha esperanças de que eu fosse ver algum filme de romance com ele, porém eu optei por uma comédia. Leve e descontraída. Tinha de admitir duas coisas: 1- o filme foi engraçado e 2- Mathew foi um cavalheiro o tempo todo. Depois do filme fomos a uma lanchonete próxima dali, a idéia não me agradou, mas tive que fazer o meu papel. Ele pediu hambúrguer, fritas e milk-shake para ele e para mim apenas um suco de laranja. A medida que conversávamos eu descobria que o Mathew não era um cara popular que só tinha um espaço oco na cabeça, ele era pessoa legal e divertida. Acabei descobrindo que ele adora rock, beisebol e quer fazer faculdade de medicina.

- Ah sei lá... – ele pensou por alguns instantes. – Você e seus irmãos são todos adotados não é?

- É sim e sinto como se fôssemos feitos um para o outro, combinamos bastante. – isso não era uma mentira afinal um clã tão grande quanto o nosso viver tão bem não era algo muito comum.

- Isso é ótimo, e aquele grandalhão que está com vocês? – perguntou Mathew apreensivo.

- O Jake, ele é um primo distante que está com a gente. – comentei enquanto passava os dedos delicadamente na mesa.

 - Ele parece não gostar de mim... O jeito como ele me olha. Ele é estranho. – Mathew disse.

Ri um pouco nervosa, ele percebeu a raiva de Jake por ele.

- Não se preocupe com o Jake, ele pode parecer estranho, mas é um cara legal. – sorri.

- E o que me diz sobre a Caroline Bones? Ela de fato não gosta de mim e já deixou isso claro. – olhei-o analisando.

Ele fez uma careta.

- Caroline não aceita o fato de eu levar a vida para frente depois do fim do nosso namoro. Não ligue para ela, ela quer todos aos pés dela. – Mathew disse um pouco aborrecido.

- Eu não ligo para ela. – comentei azeda.

- Ainda bem. – ele disse aliviado. – Mas voltando para você... Sente falta de Forks, foi de lá que vocês vieram não é?

- É, e sinto falta. – dei nos ombros e me encolhi um pouco. Evitava pensar sobre Forks, por mim nunca iria sair de lá.

- Desculpa... Achei que você não fosse se importar de falar sobre isso. – ele disse sem jeito me observando.

- Não deixa pra lá. – eu disse sacudindo os ombros.

- Bom sei que você se chama Renesmee Carlie Cullen, você tem 16 anos, ama álgebra, é adotada e ama a família, sente falta de Forks... – disse Mathew recapitulando. – Que tipo de música você gosta?

- Bom gosto de eletrônica e pop. – menti, dizer coisas sobre música clássica o assustariam. Até porque a tia Alice insistia em colocar esse tipo de música em CD’s para que eu ouvisse. Olhei o relógio que estava na parede na lanchonete, o tempo parecia ter voado. – Bom tenho que ir vão ficar preocupados se eu demorar...

- Tudo bem... – ele pareceu não gostar muito da idéia. – De forma qualquer vamos nos ver na escola não é?

- Claro. – sorri.

- Se quiser eu te deixo em casa.

- Não Mathew obrigada, mas estou de carro.

- Você é tão diferente. – ele disse me analisando.

- Você já disse isso. – sorri.

Ele pagou a conta e insistiu para me acompanhar até o carro. E é claro, ficou muito admirado com o carro.

- Nossa é seu mesmo? Que belezura de máquina. Nem com a vida toda eu conseguiria pagar por uma coisa dessas. – ele disse boquiaberto.

- Ganhei ele... – disse sem jeito. Eu abri a porta para entrar no carro, mas ele segurou a porta fechando-a.

- Gostei muito mesmo de sair com você. – passou a mão de leve no meu rosto. – Até amanhã.

– sorri para ele, entrei rapidamente no carro e dei partida com o carro. Pude vê-lo lá até que o carro perdesse de vista.

Saindo dos arredores da cidade pude acelerar um pouco mais, porém havia uma pessoa no meio da pista, buzinei e ela continuou parada, freei rapidamente. E olhei atentamente, um conhecido, sai do carro.

- Alec? – perguntei surpresa. Ele sabia surpreender aparecia do nada sempre.

- Não resisti novamente. – ele se aproximou além do normal e rápido demais.

- E então o que está fazendo por aqui? Não me diga que está caçando por aqui. – o censurei.

- Não caço aqui, este é o território dos Cullen. Só estava te observando de longe, você não estava sozinha. – ele disse se retraindo, parece que o Mathew não o agrada também.

- Era um colega da escola, me convidou para sair e eu fui. – dei nos ombros.

- Cuidado, ele parece ter uma feição por você. – Alec disse.

- E o que tem de perigoso nisso? – perguntei sem compreender.

Alec calou-se a abaixou a cabeça.

- O perigo de você querê-lo também. – ele sussurrou.

Procurei encontrar seu olhar ainda sem entender. Ele me olhou, mas não da forma que eu estava acostumada havia um desejo oculto em seu olhar.

- Não me agrada essa idéia. – ele disse olhando-me intensamente.

Minhas bochechas se aqueceram e senti o ar entrar mais superficialmente em meus pulmões.

- Desculpa eu te assustei? Não irei fazer mal algum a você, fique certa disso. – Alec disse preocupado ao notar a minha reação.

- Não é que... Só não estou acostumada com você agindo dessa forma. – minha voz saiu a meio fio.

Ele colocou suas mãos pálidas sobre minha face. Assustei-me com a temperatura, era mais gélida com a que eu estou acostumada.

- Você é extraordinariamente bela Renesmee. – Alec sussurrou.

Meu coração parecia uma britadeira em meu peito.

Ele sorriu.

- Agora vá, guarde seus pensamentos, boa noite. Aguardo-lhe amanhã naquele mesmo lugar depois de suas aulas. – ele tocou levemente os lábios em meu rosto e conduziu-me até o carro. Entrei em silêncio e dei partida com o carro rapidamente. Não era mais a mesma pessoa. Sinto como se tivesse submergido das profundezas de um oceano, despertado de uma vida inteira dormindo.

Ele esteve ali, me fez companhia, conversa e me compreende. Vê-me como eu realmente sou: uma mulher. Gosta de mim e preocupa-se comigo. Em minha mente só havia um garoto com face de anjo com a beleza mais perfeita que eu já tinha visto.

Alec.  


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Notas finais do capítulo

Muitas ficarão revoltadas com esse capítulo (principalmente sobre como ele terminou - mas cuidado, pois nem tudo é o que parece) muitas coisas estão acontecendo com a a Nessie, e não irão parar por ai capítulos super tensos estão por vir... capítulo 16 vem pegando fogo... comentem! =*