Amante Conquistado escrita por leel


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem mais uma vez pela demora em atualizar. Estou escrevendo novos capítulos e postarei aos poucos. Obrigada pelo apoio! ^^



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CAPÍTULO DEZESSEIS

Dessa vez Fritz não precisou levar para casa uma fêmea hipnotizada e acabada depois de uma noitada com Vishous. O cansaço que havia era delicioso. Um alívio.

E a fêmea em questão dormia a seu lado, pela primeira vez em toda a longa existência de V. Depois de soltar Alysia, ele a carregou, lânguida, relaxada, até a cama. E caiu no sono junto com ela logo em seguida.

E agora, desperto, velava por ela.

Sentia vontade de protegê-la. Mataria quem se aproximasse dela. Observou os longos cabelos de Alysia espalhados pelo cetim negro da cama, num curioso contraste. Pegou uma mecha entre os dedos e suspirou.

Contar a verdade a ela terminaria de matá-lo por dentro.

Por enquanto, tudo o que ele podia fazer era observá-la enquanto dormia, imaginando que ela poderia lhe pertencer para sempre. Aquele era um jeito bem maricas de encarar as coisas, mas não queria procurar outra opção. Não agora.

Deu-se conta de um detalhe em Alysia que não tinha visto antes. Nem teria como, se pensasse no modo como tudo se precipitou desde que chegaram à cobertura.

Do pescoço cor de creme da fêmea, pendia uma delicada corrente que levava a um pingente delicado, que prendia uma pedra de cor singular.

Quase a mesma cor de meus próprios olhos, ele pensou, franzindo a testa.

Percorreu a corrente vagarosamente, sentindo o peso do pingente entre os dedos. Algo não encaixava. Onde diabos ele tinha visto um colar como aquele?

Não teve tempo para pensar. Com um leve estremecimento, Alysia acordou. Deu de cara com os olhos cristalinos de Vishous. Sorriu.

E ora, se isso não era uma surpresa. Ele sorriu de volta. Parece que as defesas de alguém finalmente estavam caindo.

Aquela noite fora memorável em todos os sentidos. Alysia tivera outros amantes, mas nenhum deles fora tão intenso e sedutor quanto Vishous.

Nenhum deles provocara nela o que ele havia provocado. Ou levado-a a experimentar o que ela experimentou.

E que ninguém soubesse, mas ela se sentia… confortável. Havia sido louco e intenso e um tanto pervertido. Mas delicioso.

E ela queria mais.

Deslizou a mão pelo braço imenso de Vishous, tentando puxá-lo para perto. Ele a segurou firme.

“Precisamos sair daqui. Logo vai amanhecer.”

Alysia franziu o cenho. Cara, os olhos dela eram tão lindos, de um tom de verde que não se via por aí. Quase como uma floresta onde ele podia se perder.

Onde ele já havia se perdido.

Depois ela riu. Se o Fade tinha uma trilha sonora, devia se parecer com aquele riso.

“Está com medo de virar churrasquinho, vampiro?”

“Vampiros viram churrasco ao amanhecer. É uma das poucas coisas certas sobre nós que os humanos sabem.”

A detetive ficou séria ao ouvir isso.

“Então é verdade?”

“Se ficarmos aqui até o sol nascer, não vai restar mais do que uma mancha negra nesses lençóis.”

Alysia concordou com a cabeça. A mulher prática e decidida estava de volta.

“Então, vamos.”

Fez menção de levantar o corpo, mas foi detida pelo corpo de V. Ele e jogou de volta na cama e a prendeu inteiramente embaixo de si.

Uma palavra brotou na cabeça de Alysia.

Muralha.

Se muralhas podiam ser sexy, ali estava uma. Bem por cima dela.

E estava começando a gostar disso.

“Sabe, fêmea”, Vishous disse, quase num rosnado. “Nunca fui do tipo que gostasse de beijar. Mas com você, eu não consigo pensar em outra coisa.”

Parou um momento, olhando para cima.

“Na verdade eu penso em várias coisas, mas não posso fazer nenhuma delas agora. Quero estar vivinho para executar todas elas e é só por isso que vou deixá-la sair daí de baixo.”

Alysia nem se mexia, sob o jugo do vampiro. Não era como se ela quisesse sair. Estava sorrindo. Presa. E sorrindo.

Ele a manteria para sempre assim, apenas para contemplar aquele sorriso. Só pararia para beijá-la... exatamente como iria fazer agora.

Havia uma nova palavra para “paraíso” no dicionário de Alysia.

Vishous.

***

De volta ao Complexo da Irmandade, Alysia e Vishous entraram cuidadosamente no Buraco. Ambos sabiam que seriam crivados de perguntas assim que alguém os visse. E nenhum deles queria perguntas agora.

Para alívio de Vishous, a sala de estar do Buraco estava mergulhada na escuridão, assim como o quarto de Butch e Marissa. Entraram em silêncio no quarto de V., trancando a porta atrás de si.

Nas sombras, Butch observava o casal, por uma fresta na porta de seu quarto. Abanou a cabeça. Não estava exatamente surpreso. Esperava apenas que seu melhor amigo não acrescentasse mais uma carga de sofrimento a seus ombros.

Fechou a porta e foi juntar-se a sua shellan na cama.

***

Uma vez dentro do quarto, Alysia não sabia como se portar. Estava claro que não queria voltar para a cama extra em que dormira até então, mas por outro lado… como Vishous a trataria agora que estavam de volta ao Buraco? E se alguém os surpreendesse juntos?

Foi até a janela, pensativa. Agora podia olhar para fora, para a paisagem mergulhada na escuridão que circundava o Complexo. Impossível saber exatamente onde estavam. Mas talvez fosse esse o exato motivo de a Mansão estar instalada naquele lugar. E agora ela compreendia o motivo de as janelas serem fechadas com persianas tão bem vedadas. Qualquer nesga de luz poderia ser fatal.

Sentiu a mão que tocava de leve em seu ombro.

“Por que essa cara tão pensativa?”

Alysia virou a cabeça, sorrindo. Depois voltou-se com o corpo inteiro.

Por todos os deuses, Vishous era tão... imenso. Abanou a cabeça, como que para afastar um pensamento. Não ia conseguir parar de pensar que estivera nos braços desse homem. Desse vampiro.

Hum, iria precisar de tempo para se acostumar a essa nova realidade.

“Estava pensando que agora compreendo o motivo pelo qual esta Mansão fica tão longe de tudo. E porque as janelas são tão bem vedadas.”

Vishous balançou a cabeça brevemente, concordando.

“Tudo foi planejado para proteger o interior da luz.”

“Existem serviços assim feitos por vampiros?”

“Fiz tudo sozinho.”

Alysia deixou o queixo cair por um segundo. Quem visse de fora, acharia aquela criatura perfeita.

“Vai me dizer que cozinha também?”

“Não é a minha especialidade, mas, sim, consigo cozinhar.”

Praticamente o par perfeito.

Seguiu-se um longo momento de silêncio, como se nada precisasse ser dito. Como se tudo precisasse ser dito, mas ninguém tinha coragem. No espaço entre eles, pairava a mesma pergunta: E agora?

Vishous foi quem quebrou o silêncio, mas sem responder à pergunta.

“Por que não vai tomar um banho? Já vai amanhecer e precisamos dormir.”

Alysia acenou com a cabeça, pensando que gostaria de tê-lo consigo no banho. Mas não pediria aquilo. Sabe-se lá o que iria acontecer depois daquela noite.

Ao sair de um banho demorado, encontrou o quarto escuro. Teria Vishous caído no sono ou fingido dormir para não falar com ela?

Hum, homens e vampiros machos não eram tão diferentes, afinal.

Foi surpreendida com o acender de várias velas, todas ao mesmo tempo. E Vishous ao lado da cama, usando um roupão de cetim negro. Seus olhos cristalinos brilhavam na penumbra. A cama onde ele dormia tinha os lençóis afastados, preparados para que alguém se deitasse nela.

Alysia virou-se rapidamente para colocar na pequena cama em que dormira a jaqueta que trazia nas mãos ao sair do banheiro.

Vishous adiantou-se para ela, pegando-lhe a mão e interrompendo o que fazia.

“Não vai mais dormir aí.”

Antes que Alysia pudesse abrir a boca para dizer qualquer coisa, ele a conduziu, parando na beirada de sua própria cama.

“Não quero pensar no que vai acontecer mais tarde”, disse. “Tudo que sei agora é que está aqui, e vou aproveitar cada minuto.”

Alysia respirou profundamente. Baixou a cabeça um instante, e levantou-a em seguida, mantendo os olhos fechados. Abriu-os, encarando Vishous diretamente, enquanto lhe apertava a mão.

“Também não quero pensar no que vai acontecer.”

“Você é minha enquanto estiver aqui. Não deixarei que fique mais do que um metro distante de mim.”

Seria minha pelo resto da minha existência e mais além, se pudesse.

Puxando-a para si, manteve distância apenas suficiente para que seu braço a alcançasse e ele pudesse despi-la. Quando Alysia levantou os braços para segurar seu rosto e beijá-lo, ele a deteve. Ainda segurando seus pulsos, empurrou-a para a cama, caindo sobre ela. Alysia fingiu lutar, e V. sorriu, mostrando as pontinhas das presas.

“Ficando rebelde, fêmea? Posso mostrar como domá-la em um minuto.”

Alysia riu também, enquanto relaxava e encaixava seu corpo no de Vishous. Afastando-se dela, tirou a camisa. Ao voltar, apagou todas as velas com um comando mental. Sua ereção pulsava dentro da calça, ansiando por libertar-se.

E ele desejava tanto poder ser de Alysia  por inteiro. Não iria arriscar que ela o visse como realmente era, não naquele momento.

“Você é cheio de truques”, Alysia sussurrou em seu ouvido, enquanto envolvia os quadris de V. com as pernas.

“Mostrarei todos a você, com o maior prazer.”

***

Estar com Vishous era um sonho. De toda aquela loucura que vivera nos últimos dias, ele era a melhor parte. A mais intensa, insana... e deliciosa. Era o que fazia com que Alysia não tivesse vontade de acordar.

Acariciando o braço imenso que a abraçava um gesto protetor e depois deslizando a mão pelo corpo de V., deu-se conta de que ele ainda vestia as calças.

Seria possível que alguém tão cheio de energia sexual tivesse problemas em despir-se para a parceira? Franzindo a testa, deixou que sua mão percorresse o quanto podia a perna de Vishous. Aquilo era muito estranho.

O vampiro despertou e a abraçou com mais força. Acendeu parte das velas do quarto, e ficou de lado enquanto Alysia virava e deitava para poder vê-lo de frente.

Segurando uma mecha dos cabelos castanhos de Alysia, V. finalmente disse:

“Há algo que não lhe disse sobre mim.”

Alysia se preparou. Será que ele lhe diria o motivo de fazer amor com ela sempre vestido?

Segurou o rosto dele com as mãos, acariciando-o com os dedos, esperando que prosseguisse.

“Lá no beco, há poucas horas... Quando a beijei. Eu...”

Vishous amaldiçoou-se internamente, perguntando-se porque se sentia tão tímido de repente.

“Diga, Vishous.”

“Foi a primeira vez que beijei uma fêmea. Nunca tinha feito isso antes.”

Alysia soltou uma risada curta, e depois olhou como se não tivesse entendido a frase. Ao ver que Vishous falava sério, respondeu:

“Não me pareceu que nunca tinha feito. Quero dizer, não consigo imaginar alguém que consiga sempre ir pra cama com alguém sem...”

“Deve ter sido instinto. E nunca quis intimidade de fato com ninguém... Era mais uma troca consentida. Uma transação. Cada um conseguia o que queria. Fim de papo.”

 Dentro da cabeça de Alysia, algo não encaixava. Mas não iria forçar uma explicação dele. Diante do que encontrara quando conhecera V., a mudança era visível. Ele estava lhe contando coisas por vontade própria.

Beijou-o delicadamente nos lábios e acrescentou:

“Fico feliz que tenha me contado. E mais ainda de fazer parte dessa mudança de atitude.”

Primeiro beijo é algo que não se esquece, disse bem baixinho, enquanto se aninhava no colo de Vishous.

Como se precisasse de mais alguma coisa para que eu nunca a esquecesse, V. pensou.

Dormiram abraçados, esquecidos de seus segredos por mais algumas horas.


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