Lumpus e Rapus escrita por Neko D Lully


Capítulo 3
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Esse demorou um pouco mais, mas é porque minha mãe teve a ideia genial de ir pro clube e me obrigou a ir junto. Pelo menos ganhei os livros que eu queria por ficar ate mais tarde lá :3.

Aproveitem o cap.



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RAPUS E LUMPUS

O encontro

MAKA POV.

Olhava pela janela distraída, observando as casas se distanciarem e abrindo espaço para as árvores e as moitas.

Meu nome é Maka Kuroite, tenho 16 anos, vivo em Death City com meus pais Luna e Kaoro. Na verdade eles não são os meus pais verdadeiros, sou adotada, mas eles me tratam como se eu fosse mesmo sua filha.

Death City era uma cidade bem afastada de qualquer outro lugar. Não era tão grande, mas também não era um vilarejo ou coisa parecida. Tinha um toque meio de Hallowen na cidade, o que a tornava meio assustadora em dias chuvosos ou de noite.

Estava indo com meus colegas de classe ao lugar mais admirado de nossa cidade. Uma prisão especial para prisioneiros que era ameaça constante a nossa cidade. Ela ficava um pouco distante de Death City exatamente pelo fato de algum desses prisioneiros fugirem. É, eu sei que é estranho uma prisão ser muito admirada em uma cidade, mas como não tem outra coisa tão bem feita e tão tecnológica na cidade essa prisão acabou sendo o símbolo daqui.

Estava muito distraída com meus pensamentos, tentando esquecer os olhares que sempre estavam sobre mim, que nem notei quando havíamos chegado.

Algo me dizia que não devia ter entrado naquele lugar, que ficasse no ônibus. Mas outra coisa bem mais forte me dizia que devia entrar. Que lá encontraria o que estava faltando em mim e muitas respostas de minhas perguntas.

Fui a ultima a descer do ônibus e a única que andava sozinha até a porta da prisão onde um guarda sorridente nos esperava. Todos andavam em grupos, mas como eu era a excluía de toda a escola me contentava em andar sozinha mesmo sem incomodar ninguém.

- Bem vindos ao lugar mais seguro de Death City. – anunciou o guarda com um grande sorriso e com uma pequena reverencia – Hoje vocês irão conhecer todo esse lugar por dentro e por fora. Acompanhem-me.

O seguimos até a porta de entrada e a atravessamos sem hesitar. Quando coloquei um pé dentro daquele lugar assustador um calafrio percorreu meu corpo, mas continuei andando. Não daria esse luxo a esses que me observavam de me ver amarelar.

Tomei a frente e fui andando lado a lado com aquele guarda sorridente. Ele me olhou com seus olhos vermelhos e sorriu mais intensamente. Isso me assustou. O que ele estava pensando.

- Qual é o seu nome? – me perguntou do nada.

- Maka, senhor. – responde firme. Já havia aprendido a esconder meu medo.

- Maka? É um belo nome. – disse ainda sorrindo de um modo sinistro

- Obrigada...

- Te interessa a prisão? – me interrompeu.

Se quer mesmo saber, me dá asco, pensei.

- É bem interessante senhor – menti

- Com certeza! Há vários condenados aqui que são torturados a cada dia! – dizia com admiração – Cada um deles mais perigoso que o outro, mas nenhum mais perigoso que ele.

Agora isso me interessava! Ele quem? E por que era o mais perigoso? Essas perguntas invadiam minha mente mais depressa do que poderia imaginar. A curiosidade era de mais.

- E quem é ele senhor? – perguntei sem esconder toda essa curiosidade que sentia.

- Ele foi trazido aqui há muito tempo e desde então vem nos causando problemas. – disse com um brilho estranho nos olhos – Não conseguimos fazê-lo ficar quieto. Sempre tentando escapar. Muitos têm medo dele, por isso ele tem uma sela separada e bem mais resistente que as outras.

O simpático guarda continuou falando sem realmente responder a minha pergunta e nem falar por que era tão perigoso. Só falava coisas inúteis, tipo quando quase arrancou um braço de um de seus colegas ou de como era grosseiro e bom em ignorá-los. Eu lá queria saber disso?!

Comecei a tentar imaginar como ele era, mas não conseguia. Sempre que tentava minha mente ficava em branco. Era estranho, já que sempre tive uma imaginação muito fértil. Era como se algo me bloqueasse a mente.

- Quer vê-lo? – perguntou o guarda me tirando de meus pensamentos.

O miro curiosa para logo depois assentir com a cabeça. Ele sorriu ainda mais – se é que era passível – e olhou para trás para ver o grupo de alunos e a minha professora dando-os um sermão por algum motivo desconhecido para mim.

- Bom, garoto, nós vamos ver agora o prisioneiro mais perigoso de toda essa fortaleza de ferro. – sim, toda essa construção era feita de ferro puro de uns 10 cm de largura. Interessante não? – Me sigam.

Vi, enquanto caminhávamos pelo imenso edifício que parecia não ter fim, varias selas cada uma mais fechada e bem vigiada do que a outra. Até que chegamos a uma em especial.

Havia um vidro grosso que mostrava a parte de dentro da sela e ao lado dele havia uma porta com umas cinco maneiras de deixá-lo trancado, diferentes. Na frente do vidro havia um painel cheio de botões que logo notei que era para controlar tudo dentro da sela, mas o painel não ocupava toda a parte do vidro, deixando um pequeno espaço de uns 50 cm no mínimo. Por dentro tudo era feito do metal mais resistente já encontrado em Death City, mas ainda havia vários arranhões profundos em varias partes das paredes.

Mas o que mais me chamou atenção era que não havia nenhum guarda dentro da sela como nas outras. Todos estavam fora dela machucados e cheios de curativos por todo corpo.

Ele era tão perigoso assim? Me perguntei me aproximando um pouco mais.

Olhei surpresa para o nosso guia que ainda tinha aquele largo sorriso no rosto. Ele olhava admirado para dentro da sela como se o que estivesse lá fosse o material mais raro e valioso do mundo.

- Essa, crianças, é a sela do nosso querido prisioneiro – disse dando ênfase no querido – As parede dessa sela são de 15 cm de largura e o vidro é o mais resistente que existe. Aquenta até as temperaturas mais baixas. Existem também vários receptores que ao detectar alguma ameaça dão um choque de 10 voltes que o deixam inconsciente sem falar de câmeras que o vigiam vinte e quatro horas por dia.

Fiquei impressionada com a vigilância que eles tinham sobre a pessoa que estava lá dentro. Era incrível como uma pessoa podia fazer com que, muitas outras tomassem medidas desesperadas.

- E por que eles estão machucados? – perguntou Nick, um garoto de cabelos lisos que formavam um capacete em sua cabeça e de olhos azuis desbotados.

- Digamos que nosso prisioneiro não gosta de receber visitas e tenta fugir cada vez que abrimos à porta para alimentá-lo – respondeu simplesmente.

- E como ele faz para arranhar as paredes? – dessa vez foi Mile que perguntou. Ela tinha cabelos loiros longos e ondulados e olhos castanhos.

- Boa pergunta minha jovem! – exclamou alegre. Parecia estar esperando que alguém perguntasse isso – Bom... Ele tem uma pequena habilidade que o permite fazer isso.

Olhei novamente para a sela onde se encontrava o tal prisioneiro tão perigoso. Parecia não ter ninguém ate que mirei mais para dentro da sela e, lá no canto, vi um contorno de um corpo humano. Prestei mais atenção para distinguir aquele contorno.

E foi quando o vi. Sentado ali olhando para baixo.

Surpreendi-me ao ver um garoto mais ou menos da minha idade dentro daquela sela. Então um menino era o grande problema deles? Ele era tão perigoso e forte como dizem? Era garoto normal. Pelo menos isso era o que aparentava

Estava usando uma blusa de frio cinza com capuz que lhe tampava o rosto, uma calça preta e tênis esportivos com amortecedores cor vermelha sangue igual a alguns detalhes que havia no mesmo. Suas mãos estavam nos bolso da blusa de frio e sua posição era meio curva. Uma de suas pernas estava dobrada para cima enquanto a outra estava esticada. Tinha que admitir que parecia ser bem bonito.

Fiquei mirando-o por um tempo até que ele levantou a cabeça. Seu olho vermelha sangue me miravam com curiosidade e interesse. Era uma cor estranha a que ele tinha nos olhos, mas no momento não me importei.

Não sei por que, mas não conseguia desviar os olhos daquele imenso mar vermelho que parecia estar me engolindo a cada instante. Era como se ele estivesse me hipnotizando com um simples olhar. Não conseguia ouvir mais a conversa que estava tendo meus colegas com o nosso guia. A única coisa que podia me concentrar era naquele estranho garoto.

Meus pés começaram a andar antes que eu pudesse pensar em algo, me levando direto para mais perto daquele vidro grosso. Em menos de alguns minutos já estava na frente do vidro a escassos centímetros do mesmo.

Vi como se levantava – sem deixar de me mirar – e começava a andar na direção do vidro. Mesmo o vidro estando a uns dois metros de distancia da onde estava ele conseguiu chegar antes de dois minutos. Mas não me impressionei muito já que estava mais concentrada em seus olhos.

Não fiquei com medo, nem assustada. Estava mesmo era encantada. Seus olhos brilhavam com um toque frio e sua pele pálida era quase como se brilhasse na luz como um cristal. Podia ver agora como seu rosto tinha feições delicadas e rudes ao mesmo tempo, simplesmente encantador.

Levantei minha mão esquerda e a levei até o vidro tocando no mesmo como se estivesse tocando o garoto aminha frente. O vidro frio transmitia calafrios por todo o meu corpo, mas não me importei, continuei perdida naqueles olhos profundos.

Ele fez o mesmo, e encostou a mão direita a onde estava a minha. Só o vidro que nos atrapalhava de encostarmos à pele um do outro.

Aproximamo-nos mais do vidro fazendo com que nossas respirações o embaçassem. Ele sorriu e eu retribuí o sorriso de imediato.

Um calor descomunal me preencheu. Era como se meu corpo estivesse produzindo fogo dentro de mim. Logo esse calor passou para a mão que estava encostada no vidro, se concentrando apenas naquele ponto.

O calor estava se tornando insuportável fazendo com que minha mão ardesse como nunca. Estava me queimando aos pouco e parecia que o vidro não havia sofrido nem um dano.

Meu sorriso desapareceu dando espaço a uma expressão de dor e agonia. Fechei os olhos com força por causa da dor. Não queria fechá-los e deixar de ver aqueles rubis lindos que estavam a minha frente, mas não consegui evitar, estava sentindo muita dor.

De repente senti como minha mão começava a esfriar e a dor desaparecer, como se estivessem colocado um gelo nela.

Abri os olhos surpresa e me deparei com o sorriso carinhoso dele. Voltei minha atenção para nossas mãos e vi como uma luz vermelha brilhava em volta de minha mão e uma azul da dele. Elas pareciam tentar se tocar, mas por causa do vidro não conseguiam, o que fazia com que batessem no vidro com uma força impressionante.

Fechei os olhos novamente só que dessa vez com suavidade. Era uma sensação ótima a que sentia. Era como se uníssemos gelo e fogo, quente e frio para que tudo ficasse em perfeita harmonia.

Estava em transe, mergulhada naquela sensação boa que nos rodeava. Mas tudo acabou quando uma voz distante me fez abrir os olhos e que meu companheiro colocasse uma cara de raiva e desgosto.

- Bom minha jovem, acho melhor você ir com seus colegas. – disse o guia segurando meu braço e me puxando para longe do vidro e do garoto que parecia querer que não me tirassem de lá.

Olhei para o guarda surpresa. Ele me segurava com força e seu rosto estava serio, não parecia nada como há alguns minutos atrás – ou seriam horas? Ele parecia querer me tirar logo de lá.

Voltei a ver o garoto, e, ao fazer isso, vi como o vidro estava gasto e frágil. Sorri e mexi os lábios sem que saísse som. "Fuja" lhe disse antes de perdê-lo de vista.

No ônibus não conseguia tirar de minha cabeça a imagem daquele garoto de olhos vermelhos. E se não vi mal, acho que tinha o cabelo branco feito à neve.

Fui tirada dos meus pensamentos por um sonido auto de sirene. Todos do ônibus foram para as janelas ver o que estava acontecendo. A prisão estava iluminada por luzes vermelhas que balançavam para todos os lados parecendo buscar algo, enquanto a sirene continuava tocando sem cessar.

Todos estavam alarmados se perguntando o que havia acontecido e quem poderiam ter escapado de um lugar tão bem vigiado e seguro.

Um sorriso se formou em meu rosto. Sabia o que estava acontecendo e me sentia feliz por ter ajudado aquele garoto. Por alguma razão sabia que ele não devia estar ale e que devia fugir o quanto antes.

Suspirei.

Só espero que fique bem e, quem sabe, que nos encontremos de novo.


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Notas finais do capítulo

Eu falei que esse ia ser maior. Bom...

Bjsss