Black Butler escrita por Patriiicia, Hatsuharu
O homem louro e dos olhos escarlates, provavelmente, Beliel, alisou os seus cães de três olhos e olhou em volta cheio de superioridade.
Eu não sabia quem ele era, mas via que era lindo e, como Anthony, parecia ser perfeito e muito poderoso.
- Vejo que temos muita carne amaldiçoada por aqui... - disse Beliel, indo até os Cullen, seguido pelos cães.
Beliel levantou a mão, estalou os dedos, fazendo com que todos os Cullen irem para o teto, e riu.
- Criaturas inúteis... - disse ele, dando às costas para os Cullen e olhando na minha direção.
Esqueci por um breve segundo como se respirava.
- Então, você é a garota que está fazendo Azazel amolecer - disse Beliel.
Ele veio até mim, colocou a mão perto do meu coração e fez um pequeno corte com as unhas fazendo gotas de sangue saírem.
Lambendo os dedos sujos com o meu sangue, ele disse:
- Sua alma é deliciosa... Dá água na boca e faz com que qualquer demônio queira devorá-la diabolicamente pedaço por pedaço...
- Beliel... - disse Anthony, em um tom um tanto repreensivo.
- Azazel... Ou melhor, Anthony, você vai mesmo levar isso adiante? Vai mesmo prolongar esse contrato podendo simplesmente devorá-la de vez e ficar livre? - perguntou Beliel, provocando-o.
- Sim. My lady não está feliz... - começou Anthony.
- Não seja tolo, Azazel. Você pode acabar logo com isso, pois sabe que o contrato foi apenas de trazê-lo de volta. Pode muito bem devorá-la e voltar para os seus afazeres no inferno - disse Beliel.
O quê?
- Anthony... Você não pode me deixar, agora... - comecei.
- Mantê-la como seu bichinho de estimação, tudo bem, mas não deve prolongar isso. A época do Nefilim já passou. Você sabe que terá que voltar. Voltar e ajudar a controlar aquelas almas condenadas e os demônios antigos que insistem em sair da linha - disse Beliel, sério.
- Beliel, meu trabalho aqui ainda não terminou - disse Anthony.
- Ela já está feliz o suficiente com você sugando o sangue dela todos os dias e te amando – disse Beliel.
- Mas não é essa a felicidade que eu a prometi. Ela quer... – começou Anthony.
- Não interessa o que ela quer, nenhum humano ou humana merece a atenção especial de um demônio ou de um anjo. É imaturidade sua pensar assim – disse Beliel.
- Diabo! – gritaram os Cullen.
Beliel se irritou e fechando a sua mão direita em punho, os torturou.
- Diabo é o meu irmão menor, o primeiro arcanjo a deixar o céu, o que foi expulso. Eu saí de lá, só por causa dos prazeres da terra e das humanas – disse ele.
Mesmo não sendo comigo que ele estava falando, eu corei.
- Não que eu me envolva com todo tipo de humana, com você, por exemplo, eu jamais ficaria, só a devoraria. Não me entenda mal, só não gosto de mulheres subdesenvolvidas e dependentes – disse Beliel, olhando-me de cima a baixo.
Corei novamente e desviei o olhar dele, olhando para Anthony.
- Anthony... – chamei-o.
- Sim, my lady – disse ele, apertando-me.
Apertei-o com toda a minha força.
- Não o escute. Eu ainda preciso de você – falei, chorosa.
- Eu o escuto, mas pode deixar que não o deixarei me influenciar – disse Anthony, olhando para Beliel.
Beliel nos olhou com nojo.
- Quanta idiotice... Um demônio de prendendo a humana que nem boa pose tem... Azazel, você costumava ter mais amor próprio e cuidava melhor de sua aparência – disse Beliel – Todos no inferno comentam e se perguntam o que diabos você vê nesta humana sem sal e chorona para assumir um papel tão ridículo como o de um mordomo.
- Isso, meu irmão, não interessa a você. Eu não lhe devo explicações sobre o que se passa na minha mente – disse Anthony, ríspido.
- Deve, sim, ainda mais quando compromete tanto a nossa imagem quanto a volta de Lúcifer – disse Beliel.
- Volta de Lúcifer? – perguntou Esme.
- Sim, pois, se não sabem, Lúcifer foi aprisionado e só poderá voltar quando os 666 selos forem rompidos... Rompidos por nós, os demônios, e alguns humanos. E, quando ele voltar, continuará com a sua vida de luxúria e orgulho comandando o inferno conosco e movando suas peças para o apocalipse.
As bocas dos Cullen e a minha se abriram.
Uau... Como aquela conversa foi parar em Lúcifer planejando o apocalipse?
- E por que você não é o dono do inferno se é o mais velho? - perguntou Rosalie.
- Porque eu não o quero, ele já é de Lúcifer e eu só tenho que colocar juízo na cabeça da criancinhas travessas que persistem a serem rebeldes ou submissos a seres mais fracos - disse Beliel, olhando para Anthony, que desviou o olhar, fazendo bico.
Achei-o fofo e diquei na ponta dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha, fazendo-o sorrir.
Ao olhar para os Cullen, minha atenção foi para o que o cachorro de Beliel estava fazendo com Jasper.
O cachorro não parava de lamber Jasper e fazia um barulho estranho... Como se gostasse daquilo e estivesse rindo.
Beliel sorriu cheio de malícia e disse:
- Pois é, aqui temos um grande matador e a prova disso é o meu cãozinho lambendo-o neste exato momento por ter se apaixonado por ele e pelas almas que o mesmo mandara para ele devorar. Desculpe por tê-lo ignorado, vampiro sujo.
Com esta, eu não me contive e ri junto com Anthony, enquanto, todos fechavam a cara e Jasper se entristecia... Uma onde de infelicidade passou por mim, mas eu não me deixei abalar.
- Bom, pelo menos, essa criatura tem um pouco de senso de humor - disse Beliel, sarcástico.
Continuei a rir por mais um minuto e parei ao lembrar-me do que aquele demônio dizia antes.
- Anthony é meu e você não pode vir aqui e dizer para ele me deixar - falei, tentando soar forte.
Beliel gargalhou.
- Nem nos seus sonhos, garotinha. Um demônio que pode pulverizá-la ou asfixia-la só com um estalar de dedos jamais será seu. Você nada mais é do que um pedaço de carne que está sendo temperado ou um bichinho selvagem que Azazel insiste em domesticar. Se ele não lhe mostra a realidade tentando deixá-la com a aparência melhor, eu mostro - dizia Beliel, cruel e impiedoso - Você é só uma humana inútil que não merece mais do que uma hora de dor tendo a sua alma arrancada sem dó e nem piedade para ter mais sabor.
Arfei.
- Anthony... me... am... - comecei.
- Não, ele não ama e, sabe por que? - perguntou Beliel.
Fiquei em silêncio.
- Porque um demônio é incapaz de sentir sentimentos, ou melhor, só ódio, orgulho e, o que há de pior, mas que nos dá cada vez mais alimento, inveja e vontade de sempre ultrapassar o outro - disse Beliel, friamente.
Passei um instante calada, mas, vendo que precisava dizer algo, eu disse:
- É mentira! Anthony me ama, sim, e vai ficar comigo para sempre!
- Ah, é? Como se um demônio se contentasse em só beber o sangue de humanas - zombou Beliel.
- E com que ele se contentaria? - perguntei.
- Com relações impuras e com o beijo mortal - disse Beliel, malicioso - Algo que você só poderá a ele minutos antes da morte, pelo menos, o beijo mortal.
- O que são essas relações impuras? - perguntei.
- Relações sexuais entre humanas e demônios - disse Beliel.
Se eu ficasse literalmente com Anthony, ele poderia se contentar? Ele poderia ficar comigo para sempre.
- Se ele precisar disso, é o que darei, mas isso não é da sua conta - falei, ríspida.
- My lady... - começou Anthony.
- Você é que é um demônio maldito e que só sente coisas ruins! - gritei.
- Ah, é? Por que não pergunta a Azazel, ou ao seu Anthony, o que ele fez a uma de suas preciosas ladies, a Dra. Marie? - insinuou Beliel.
Olhei para Anthony.
- O que você fez, Anthony? - perguntei.
Anthony ficou calado.
- Diga, não precisa esconder nada de mim - disse eu.
Anthony me olhou com tristeza e disse:
- Eu a devorei lentamente como era a sua ordem e senti todo o sabor de sua alma, apodrecendo-a, sujando-a até o fim.
- Depois de brincar muito de Jack, o estripador - disse Beliel, esperando uma reação negativa de mim.
Anthony baixou seu rosto, mas eu o levantei, dizendo:
- Não precisa ter vergonha, afinal de contas, quem eu sou para julgá-lo? E, por mais estranho que pareça, eu acho isso encantador e só o amo mais por ter escondido isso de mim, temendo a minha repulsa.
Anthony sorriu torto, feliz.
A alegria me tomou por fazer aquele demônio tão especial sorrir de felicidade.
- Eu te amo - murmurei.
- Eu, também, a amo, my lady - disse Anthony, sorrindo.
Edward rosnou junto com outros Cullen, mas eu os ignorei.
Beijei Anthony no rosto e ele fez o mesmo comigo, fazendo-me corar.
- Que cena patética! - ralhou Beliel.
- Se você não aprecia, vá embora, meu irmão - disse Anthony, ainda sorrindo para mim.
- Está me expulsando, irmão Azazel? - perguntou Beliel, pasmo.
- Sim - disse Anthony.
- Como ousa fazer isso com o seu irmão mais velho? - sibilou Beliel, ultrajado.
- Ousando, agora, me deixe em paz até eu resolver este contrato - disse Anthony, virando-se para Beliel com os braços a minha volta e os meus a sua.
- E quando o resolverá? - perguntou Beliel.
- Quando eu achara melhor, ou seja, só quando ele enfim estiver concluído com perfeição - disse Anthony.
- Está certo, mas que não demore muito, pois sabe que precisamos de você - disse Beliel, abrindo um buraco no teto e subindo em seu cão.
- Eu sei disso - disse Anthony.
- Então, não se esqueça - disse Beliel - Pois, agora, eu irei procurar algumas almas para torturar.
Então, Beliel sorriu com maldade e malícia para mim e se foi, fazendo os Cullen caírem no chão, meu corpo desmoronar no de Anthony e minha visão escurecer.
***
Remexendo-se, percebi que estava na minha cama, e, ao abrir os olhos, vi que estava trocada e de banho tomado ao lado de Anthony.
- Que bom que acordou, my lady - disse ele.
Era noite.
- O que...? - comecei, mas logo me lembrei de tudo.
Beliel devia ter me deixado inconsciente e Anthony devia ter me trazido e me arrumado.
- Você está bem? - perguntou Anthony, tocando o meu rosto.
- Sim - deitando-me sobre ele.
Lembrei-me da história das relações sexuais.
- Anthony, aquilo que Beliel disse era verdade? - perguntei.
Anthony já sabia do que se tratava, por isso, disse:
- Sim.
- Hum...
Sem saber bem o que estava fazendo, comecei a tirar a minha camisola de renda.
- My lady... - começou Anthony.
- Não - falei.
Despi-me e joguei a camisola ao lado da cama.
Comecei a puxá-lo para mim.
Anthony fechou os olhos.
- My lady, não - disse ele.
- Vamos tentar - falei.
- Não - disse ele, procurando a camisola.
Enrolei as minhas pernas nele e comecei a despi-lo.
- My lady, por favor - disse ele, achando a camisola.
- Tente - falei, puxando o seu rosto.
Anthony agarrou as minhas mãos e me vestiu.
Eu já ia me despir novamente, mas Anthony me impediu.
- Pare, por favor, não me machuque - pediu.
Eu o estava machucando?
- O que? - perguntei, com os olhos arregalados.
- Assim, a senhorita me fere - disse ele.
- Por que? Não deveria ser eu a ferida já que estou sendo rejeitada por um demônio faminto? Não deveria ser eu por estar me despindo e desejando que você tenha relações sexuais comigo? - perguntei.
- Você não está sendo... - começou ele.
- Estou, sim! Você não me quer, porque eu sou uma humana inútil, não é? Como Beliel disse... - comecei, sentindo lágrimas atrapalhando a minha visão.
Anthony me calou mordendo o meu queixo de leve e me deitando na cama, ficando sobre mim.
- Anthony? - perguntei.
- Não fale, my lady - pediu ele.
Anthony começou a beijar o meu pescoço e a me tocar com as suas mãos mornas e macias... Tocar-me por cima da camisola e depois por baixo.
Gemi e ele me mordeu.
Apertando-me, ele sugou o meu sangue.
Senti as mesmas coisas que das outras vezes, só que desta vez, eu sentia algo novo... Um desejo... Uma fome por ele.
Apertei-o tanto com as pernas quanto com os braços como se nada mais existisse e só me lembrei de curtir o sangue sendo tirado de mim.
- Anthony - gemi.
- Bella... - gemeu ele, ao terminar.
Pela primeira vez, ele havia me chamado de Bella...
Era tão bom ouvir meu apelido saindo de seus lábios tão perto dos meus ouvidos... Tão perto...
- Você nunca... me chamou... de Bella... - murmurei.
- Desculpe, não irá se repetir - disse ele, continuando em cima de mim.
- Não, por favor, me chame assim de novo - pedi.
- Bella... - chamou-me ele.
- De novo - pedi.
- Bella... - chamou, novamente.
- Eu te amo - falei, fechando os olhos.
- Eu, também - disse ele.
Sorri.
- Por que não quer ir além comigo? - perguntei.
- Porque não é isso que você precisa, my lady. Você não me deseja assim. Você deseja Edward. Eu sou apenas um disfarce, uma ilusão para esse sentimento - disse ele, com uma leve tristeza.
- Não, não é - falei, convicta.
- Sim, eu sou - disse ele, sorrindo.
Beijei-o de leve.
- E o que mais? - perguntei.
- Como assim? - perguntou ele, confuso.
- Sou eu, também? - perguntei.
- Não é bem assim - disse ele.
- E como é, então? - perguntei.
- Eu não a vejo assim, Bella - disse ele - Para mim, você é uma humana pela qual eu tenho carinho, alguém que eu estimo.
Entristeci-me.
- Não fique triste. Eu a desejo, sim, mas não a desejo de forma sexual, mas, se a faz feliz, continuarei a morde-la e dar-lhe prazer - prometeu ele.
Sorri.
- Uma amizade colorida, pode-se dizer assim? - perguntei.
- Mais ou menos isso - disse ele, sorrindo.
Lembrei-me do que ele disse sobre resolver a nossa situação, o que me fez ignorar, temporariamente, a questão da profundidade de nosso relacionamento.
- Anthony, você jamais me abandonará, não é? - perguntei.
- Não - disse ele, tentando sair de cima de mim, mas eu não deixei.
- Você sabe que eu não quero a minha alma e que você pode se alimentar dela todos os dias, não é? E que a única coisa que eu não admitirei é o seu abandono? - falei, rapidamente.
- Eu sei - murmurou.
- Você não pode me deixar. Nós temos um contrato, ou melhor, o que sentimos um pelo outro vai muito além disso e você é meu - falei, firme.
Anthony olhou-me com um sorriso torto.
- Sou seu? - perguntou ele.
- Sim. Para sempre - falei.
- Sim, my lady Bella. Para sempre - concordou ele.
Então, ainda apertando-o, deixei-me afundar na inconsciência mais uma vez.
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