Black Butler escrita por Patriiicia, Hatsuharu


Capítulo 13
Capítulo 13 - Beliel e suas palavras cruéis




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O homem louro e dos olhos escarlates, provavelmente, Beliel, alisou os seus cães de três olhos e olhou em volta cheio de superioridade.

Eu não sabia quem ele era, mas via que era lindo e, como Anthony, parecia ser perfeito e muito poderoso.

- Vejo que temos muita carne amaldiçoada por aqui... - disse Beliel, indo até os Cullen, seguido pelos cães.

Beliel levantou a mão, estalou os dedos, fazendo com que todos os Cullen irem para o teto, e riu.

- Criaturas inúteis... - disse ele, dando às costas para os Cullen e olhando na minha direção.

Esqueci por um breve segundo como se respirava.

- Então, você é a garota que está fazendo Azazel amolecer - disse Beliel.

Ele veio até mim, colocou a mão perto do meu coração e fez um pequeno corte com as unhas fazendo gotas de sangue saírem.

Lambendo os dedos sujos com o meu sangue, ele disse:

- Sua alma é deliciosa... Dá água na boca e faz com que qualquer demônio queira devorá-la diabolicamente pedaço por pedaço...

- Beliel... - disse Anthony, em um tom um tanto repreensivo.

- Azazel... Ou melhor, Anthony, você vai mesmo levar isso adiante? Vai mesmo prolongar esse contrato podendo simplesmente devorá-la de vez e ficar livre? - perguntou Beliel, provocando-o.

- Sim. My lady não está feliz... - começou Anthony.

- Não seja tolo, Azazel. Você pode acabar logo com isso, pois sabe que o contrato foi apenas de trazê-lo de volta. Pode muito bem devorá-la e voltar para os seus afazeres no inferno - disse Beliel.

O quê?

- Anthony... Você não pode me deixar, agora... - comecei.

- Mantê-la como seu bichinho de estimação, tudo bem, mas não deve prolongar isso. A época do Nefilim já passou. Você sabe que terá que voltar. Voltar e ajudar a controlar aquelas almas condenadas e os demônios antigos que insistem em sair da linha - disse Beliel, sério.

- Beliel, meu trabalho aqui ainda não terminou - disse Anthony.

- Ela já está feliz o suficiente com você sugando o sangue dela todos os dias e te amando – disse Beliel.

- Mas não é essa a felicidade que eu a prometi. Ela quer... – começou Anthony.

- Não interessa o que ela quer, nenhum humano ou humana merece a atenção especial de um demônio ou de um anjo. É imaturidade sua pensar assim – disse Beliel.

- Diabo! – gritaram os Cullen.

Beliel se irritou e fechando a sua mão direita em punho, os torturou.

- Diabo é o meu irmão menor, o primeiro arcanjo a deixar o céu, o que foi expulso. Eu saí de lá, só por causa dos prazeres da terra e das humanas – disse ele.

Mesmo não sendo comigo que ele estava falando, eu corei.

- Não que eu me envolva com todo tipo de humana, com você, por exemplo, eu jamais ficaria, só a devoraria. Não me entenda mal, só não gosto de mulheres subdesenvolvidas e dependentes – disse Beliel, olhando-me de cima a baixo.

Corei novamente e desviei o olhar dele, olhando para Anthony.

- Anthony... – chamei-o.

- Sim, my lady – disse ele, apertando-me.

Apertei-o com toda a minha força.

- Não o escute. Eu ainda preciso de você – falei, chorosa.

- Eu o escuto, mas pode deixar que não o deixarei me influenciar – disse Anthony, olhando para Beliel.

Beliel nos olhou com nojo.

- Quanta idiotice... Um demônio de prendendo a humana que nem boa pose tem... Azazel, você costumava ter mais amor próprio e cuidava melhor de sua aparência – disse Beliel – Todos no inferno comentam e se perguntam o que diabos você vê nesta humana sem sal e chorona para assumir um papel tão ridículo como o de um mordomo.

- Isso, meu irmão, não interessa a você. Eu não lhe devo explicações sobre o que se passa na minha mente – disse Anthony, ríspido.

- Deve, sim, ainda mais quando compromete tanto a nossa imagem quanto a volta de Lúcifer – disse Beliel.

- Volta de Lúcifer? – perguntou Esme.

- Sim, pois, se não sabem, Lúcifer foi aprisionado e só poderá voltar quando os 666 selos forem rompidos... Rompidos por nós, os demônios, e alguns humanos. E, quando ele voltar, continuará com a sua vida de luxúria e orgulho comandando o inferno conosco e movando suas peças para o apocalipse.

As bocas dos Cullen e a minha se abriram.

Uau... Como aquela conversa foi parar em Lúcifer planejando o apocalipse?

- E por que você não é o dono do inferno se é o mais velho? - perguntou Rosalie.

- Porque eu não o quero, ele já é de Lúcifer e eu só tenho que colocar juízo na cabeça da criancinhas travessas que persistem a serem rebeldes ou submissos a seres mais fracos - disse Beliel, olhando para Anthony, que desviou o olhar, fazendo bico.

Achei-o fofo e diquei na ponta dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha, fazendo-o sorrir.

Ao olhar para os Cullen, minha atenção foi para o que o cachorro de Beliel estava fazendo com Jasper.

O cachorro não parava de lamber Jasper e fazia um barulho estranho... Como se gostasse daquilo e estivesse rindo.

Beliel sorriu cheio de malícia e disse:

- Pois é, aqui temos um grande matador e a prova disso é o meu cãozinho lambendo-o neste exato momento por ter se apaixonado por ele e pelas almas que o mesmo mandara para ele devorar. Desculpe por tê-lo ignorado, vampiro sujo.

Com esta, eu não me contive e ri junto com Anthony, enquanto, todos fechavam a cara e Jasper se entristecia... Uma onde de infelicidade passou por mim, mas eu não me deixei abalar.

- Bom, pelo menos, essa criatura tem um pouco de senso de humor - disse Beliel, sarcástico.

Continuei a rir por mais um minuto e parei ao lembrar-me do que aquele demônio dizia antes.

- Anthony é meu e você não pode vir aqui e dizer para ele me deixar - falei, tentando soar forte.

Beliel gargalhou.

- Nem nos seus sonhos, garotinha. Um demônio que pode pulverizá-la ou asfixia-la só com um estalar de dedos jamais será seu. Você nada mais é do que um pedaço de carne que está sendo temperado ou um bichinho selvagem que Azazel insiste em domesticar. Se ele não lhe mostra a realidade tentando deixá-la com a aparência melhor, eu mostro - dizia Beliel, cruel e impiedoso - Você é só uma humana inútil que não merece mais do que uma hora de dor tendo a sua alma arrancada sem dó e nem piedade para ter mais sabor.

Arfei.

- Anthony... me... am... - comecei.

- Não, ele não ama e, sabe por que? - perguntou Beliel.

Fiquei em silêncio.

- Porque um demônio é incapaz de sentir sentimentos, ou melhor, só ódio, orgulho e, o que há de pior, mas que nos dá cada vez mais alimento, inveja e vontade de sempre ultrapassar o outro - disse Beliel, friamente.

Passei um instante calada, mas, vendo que precisava dizer algo, eu disse:

- É mentira! Anthony me ama, sim, e vai ficar comigo para sempre!

- Ah, é? Como se um demônio se contentasse em só beber o sangue de humanas - zombou Beliel.

- E com que ele se contentaria? - perguntei.

- Com relações impuras e com o beijo mortal - disse Beliel, malicioso - Algo que você só poderá a ele minutos antes da morte, pelo menos, o beijo mortal.

- O que são essas relações impuras? - perguntei.

- Relações sexuais entre humanas e demônios - disse Beliel.

Se eu ficasse literalmente com Anthony, ele poderia se contentar? Ele poderia ficar comigo para sempre.

- Se ele precisar disso, é o que darei, mas isso não é da sua conta - falei, ríspida.

- My lady... - começou Anthony.

- Você é que é um demônio maldito e que só sente coisas ruins! - gritei.

- Ah, é? Por que não pergunta a Azazel, ou ao seu Anthony, o que ele fez a uma de suas preciosas ladies, a Dra. Marie? - insinuou Beliel.

Olhei para Anthony.

- O que você fez, Anthony? - perguntei.

Anthony ficou calado.

- Diga, não precisa esconder nada de mim - disse eu.

Anthony me olhou com tristeza e disse:

- Eu a devorei lentamente como era a sua ordem e senti todo o sabor de sua alma, apodrecendo-a, sujando-a até o fim.

- Depois de brincar muito de Jack, o estripador - disse Beliel, esperando uma reação negativa de mim.

Anthony baixou seu rosto, mas eu o levantei, dizendo:

- Não precisa ter vergonha, afinal de contas, quem eu sou para julgá-lo? E, por mais estranho que pareça, eu acho isso encantador e só o amo mais por ter escondido isso de mim, temendo a minha repulsa.

Anthony sorriu torto, feliz.

A alegria me tomou por fazer aquele demônio tão especial sorrir de felicidade.

- Eu te amo - murmurei.

- Eu, também, a amo, my lady - disse Anthony, sorrindo.

Edward rosnou junto com outros Cullen, mas eu os ignorei.

Beijei Anthony no rosto e ele fez o mesmo comigo, fazendo-me corar.

- Que cena patética! - ralhou Beliel.

- Se você não aprecia, vá embora, meu irmão - disse Anthony, ainda sorrindo para mim.

- Está me expulsando, irmão Azazel? - perguntou Beliel, pasmo.

- Sim - disse Anthony.

- Como ousa fazer isso com o seu irmão mais velho? - sibilou Beliel, ultrajado.

- Ousando, agora, me deixe em paz até eu resolver este contrato - disse Anthony, virando-se para Beliel com os braços a minha volta e os meus a sua.

- E quando o resolverá? - perguntou Beliel.

- Quando eu achara melhor, ou seja, só quando ele enfim estiver concluído com perfeição - disse Anthony.

- Está certo, mas que não demore muito, pois sabe que precisamos de você - disse Beliel, abrindo um buraco no teto e subindo em seu cão.

- Eu sei disso - disse Anthony.

- Então, não se esqueça - disse Beliel - Pois, agora, eu irei procurar algumas almas para torturar.

Então, Beliel sorriu com maldade e malícia para mim e se foi, fazendo os Cullen caírem no chão, meu corpo desmoronar no de Anthony e minha visão escurecer.

***

Remexendo-se, percebi que estava na minha cama, e, ao abrir os olhos, vi que estava trocada e de banho tomado ao lado de Anthony.

- Que bom que acordou, my lady - disse ele.

Era noite.

- O que...? - comecei, mas logo me lembrei de tudo.

Beliel devia ter me deixado inconsciente e Anthony devia ter me trazido e me arrumado.

- Você está bem? - perguntou Anthony, tocando o meu rosto.

- Sim - deitando-me sobre ele.

Lembrei-me da história das relações sexuais.

- Anthony, aquilo que Beliel disse era verdade? - perguntei.

Anthony já sabia do que se tratava, por isso, disse:

- Sim.

- Hum...

Sem saber bem o que estava fazendo, comecei a tirar a minha camisola de renda.

- My lady... - começou Anthony.

- Não - falei.

Despi-me e joguei a camisola ao lado da cama.

Comecei a puxá-lo para mim.

Anthony fechou os olhos.

- My lady, não - disse ele.

- Vamos tentar - falei.

- Não - disse ele, procurando a camisola.

Enrolei as minhas pernas nele e comecei a despi-lo.

- My lady, por favor - disse ele, achando a camisola.

- Tente - falei, puxando o seu rosto.

Anthony agarrou as minhas mãos e me vestiu.

Eu já ia me despir novamente, mas Anthony me impediu.

- Pare, por favor, não me machuque - pediu.

Eu o estava machucando?

- O que? - perguntei, com os olhos arregalados.

- Assim, a senhorita me fere - disse ele.

- Por que? Não deveria ser eu a ferida já que estou sendo rejeitada por um demônio faminto? Não deveria ser eu por estar me despindo e desejando que você tenha relações sexuais comigo? - perguntei.

- Você não está sendo... - começou ele.

- Estou, sim! Você não me quer, porque eu sou uma humana inútil, não é? Como Beliel disse... - comecei, sentindo lágrimas atrapalhando a minha visão.

Anthony me calou mordendo o meu queixo de leve e me deitando na cama, ficando sobre mim.

- Anthony? - perguntei.

- Não fale, my lady - pediu ele.

Anthony começou a beijar o meu pescoço e a me tocar com as suas mãos mornas e macias... Tocar-me por cima da camisola e depois por baixo.

Gemi e ele me mordeu.

Apertando-me, ele sugou o meu sangue.

Senti as mesmas coisas que das outras vezes, só que desta vez, eu sentia algo novo... Um desejo... Uma fome por ele.

Apertei-o tanto com as pernas quanto com os braços como se nada mais existisse e só me lembrei de curtir o sangue sendo tirado de mim.

- Anthony - gemi.

- Bella... - gemeu ele, ao terminar.

Pela primeira vez, ele havia me chamado de Bella...

Era tão bom ouvir meu apelido saindo de seus lábios tão perto dos meus ouvidos... Tão perto...

- Você nunca... me chamou... de Bella... - murmurei.

- Desculpe, não irá se repetir - disse ele, continuando em cima de mim.

- Não, por favor, me chame assim de novo - pedi.

- Bella... - chamou-me ele.

- De novo - pedi.

- Bella... - chamou, novamente.

- Eu te amo - falei, fechando os olhos.

- Eu, também - disse ele.

Sorri.

- Por que não quer ir além comigo? - perguntei.

- Porque não é isso que você precisa, my lady. Você não me deseja assim. Você deseja Edward. Eu sou apenas um disfarce, uma ilusão para esse sentimento - disse ele, com uma leve tristeza.

- Não, não é - falei, convicta.

- Sim, eu sou - disse ele, sorrindo.

Beijei-o de leve.

- E o que mais? - perguntei.

- Como assim? - perguntou ele, confuso.

- Sou eu, também? - perguntei.

- Não é bem assim - disse ele.

- E como é, então? - perguntei.

- Eu não a vejo assim, Bella - disse ele - Para mim, você é uma humana pela qual eu tenho carinho, alguém que eu estimo.

Entristeci-me.

- Não fique triste. Eu a desejo, sim, mas não a desejo de forma sexual, mas, se a faz feliz, continuarei a morde-la e dar-lhe prazer - prometeu ele.

Sorri.

- Uma amizade colorida, pode-se dizer assim? - perguntei.

- Mais ou menos isso - disse ele, sorrindo.

Lembrei-me do que ele disse sobre resolver a nossa situação, o que me fez ignorar, temporariamente, a questão da profundidade de nosso relacionamento.

- Anthony, você jamais me abandonará, não é? - perguntei.

- Não - disse ele, tentando sair de cima de mim, mas eu não deixei.

- Você sabe que eu não quero a minha alma e que você pode se alimentar dela todos os dias, não é? E que a única coisa que eu não admitirei é o seu abandono? - falei, rapidamente.

- Eu sei - murmurou.

- Você não pode me deixar. Nós temos um contrato, ou melhor, o que sentimos um pelo outro vai muito além disso e você é meu - falei, firme.

Anthony olhou-me com um sorriso torto.

- Sou seu? - perguntou ele.

- Sim. Para sempre - falei.

- Sim, my lady Bella. Para sempre - concordou ele.

Então, ainda apertando-o, deixei-me afundar na inconsciência mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

- Queremos pelo menos 10 reviews para continuar;
— Amamos vocês, anjinhos!