Embrasse Moi escrita por Ryuuki


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa história, para início, foi um presente a uma das minhas mulheres k33 ~ Shushu, eu te amo, viu? Você sabe que pode contar sempre comigo, e eu sempre sempre estarei ao seu lado quando você precisar de mim.

Espero que gostem, no mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/124948/chapter/1

Os dedos entrelaçavam-se nos cabelos negros, longos e esparramados pela cama, assim como o resto de seu corpo. Os olhos estavam fixos no teto, repassando e repassando pela milionésima vez o dia anterior.

Destrancou a porta, fechando-a cuidadosamente após entrar. Seus orbes pesaram na mesa de jantar bem decorada e arrumada, com velas desgastadas e derretidas, e duas taças de vinho vazias. A água da jarra já deveria estar quente, assim como pote de gelo, que não possuía mais nada a não ser água. A massa italiana, seu prato preferido, já estava fria, entretanto, duvidava que isso surtisse efeito no seu sabor esplêndido. Contudo... Isso denunciava sua demora. Mostrava que, mais uma vez, até para o próprio aniversário, este estava atrasado.

Pôs o blazer de marca sobre as costadas da cadeira, avistando uma pequena cabeleira loira apoiada no braço do sofá.

Em passos lentos, se aproximou do imóvel e permitiu-se deleitar-se da imagem que seu cômodo possuía no momento. Ruki, após todo o trabalho que tivera para preparar o jantar de aniversário de Aoi, deveria ter sentado no sofá e assistido um pouco de TV para distrair-se, porém, o moreno demorara tanto que o pequeno havia acabado por pegar no sono. E isso só fazia o mais alto sentir-se cada vez mais responsável.

Era sua culpa as velas terem se desgastado sem nem mesmo observá-las iluminar a mesa cuidadosamente arrumada, pelas taças presenteadas por sua mãe nunca terem sequer sido usadas. Era sua culpa não ter mais gelo para deixar a água agora quente numa temperatura agradável. Era a sua culpa seu prato preferido que o pequeno preparara com tanto carinho e dedicação ter esfriado.

E pior que isso... Era sua culpa tê-lo feito esperar. Era sua culpa ele ter adormecido no sofá, apenas com esperança de que um dia retribuiria, apenas com a sua presença, o agrado que o loiro fazia sempre por ele.

Moveu-se até a grandiosa janela, abrindo-a um pouco. Seus olhos perdiam-se na vista brilhante que possuía. Mesmo tarde da noite, Paris continuava sempre iluminada, galanteadora com suas luzes. A fumaça do tabaco que acendera agora esvoaçava pelo lado de fora, sendo carregada pela brisa gelada que cortava a cidade.

Por mais bonita que fosse a paisagem, a de sua sala lhe parecia muito mais aprazível, mesmo que melancólica, no momento.

Jogou o toco do cigarro já apagado pela janela, fechando-a em seguida.

O pequeno ainda permanecia imóvel e sereno em seus sonhos, e Aoi não conseguiu conter o sorriso que surgiu em seus lábios.

“Sempre que eu rio, sua face me parece tão desolada. É por que sempre que eu rio, seu coração está partido?”

Precisava mudar. Sabia disso.

Virou o rosto para seu lado direito, e viu que Ruki ainda adormecia; a cabeça afundada em seu travesseiro e a cobertor cobrindo-o até o pescoço. Era isso.

Levantou-se de imediato do leito e correu para a cozinha. Aoi não era perito em culinária, mas... sabia fazer alguma coisa.

-

Com passos cautelosos, ele atravessou a sala e o corredor, equilibrando-se o máximo que podia com a bandeja larga e pesada sobre suas mãos.

Sentiu um alívio percorrer seu corpo ao adentrar o quarto, percebendo que o pequeno ainda permanecia submerso em seus sonhos, pois caso contrário, poderia estragar todo o seu plano.

Pôs a bandeja sobre o seu lado da cama, empurrando-a cuidadosamente para próximo do rosto de Ruki. Sentou-se sobre o leito ao lado da bandeja farta, remexendo, agora, nas madeixas douradas deste.

- Ruki... Acorde... – sussurrou ao pé do ouvido, arrastando os lábios grossos pelo pescoço alvo, subindo até suas bochechas.

- Hnm... – Ele mexeu um pouco o rosto, abrindo vagarosamente os orbes negros.

O pequeno avistou a bandeja, e todas as variedades de croissant, sucos e frutas que esta possuía. E não podia negar que, além da aparência, o aroma lhe parecia muito agradável.

- Joyeux Aniversaire. – murmurou, admirando a face surpresa do loiro.

- M-mais, mais... – ele balbuciou confuso. – Não é meu aniversário.

- Je sais. O moreno sorriu, retirando os fios loiros da face do pequeno. – Mas é só que... eu quero que você saiba que, mesmo eu não estando sempre presente... você ainda é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. E que eu não tenho palavras para expressar a gratidão de tudo que você já fez por mim, sempre por você, e contente com isso mesmo que eu raramente retribuísse a sua preocupação e devoção. – Os olhos negros e marejados admiravam a face de Aoi enquanto suas belas palavras deixavam Ruki desconcertado. – Eu fiz isso, porque além de ser uma forma de retribuir, minimamente, um terço de tudo que você já fez por mim, para você também saber que eu sempre estarei ao seu lado. Toujours. E que mesmo nas horas em que eu não puder estar presente fisicamente com você, eu estarei com você, mon petit . Farei tudo ao meu alcance para ficar mais junto a você, e quem sabe, com o tempo, eu consiga ser pra você, tudo o que você é pra mim.

- Aoi... – Ruki não sabia o que dizer. Todas suas palavras pareciam ter se acumulado em sua garganta, entalando nesta.

De súbito, seus braços agarraram o pescoço do moreno, e o pequeno ajeitou-se sentando em seu colo, afundando seu rosto no peito largo.

- Merci, mon chérie. – Agradeceu o loiro, perdendo-se, agora no mar negro dos olhos ônix de Yuu.

- Você sabe que não precisa agradecer, mon petit. – Acariciou o rosto bochechudo do menor, admirando o sorriso angelical que este possuía em seus lábios.

- Je t’aime. – Ele selou as bocas em um beijo terno, enquanto uma das mãos dos morenos percorrera sua nuca.

- Je t’aime aussi – Sussurrou docemente. – E jamais deixarei o seu lado vazio.

C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore. Serais ce possible alors?”

~ “Alguém me disse que você ainda me amava. Será possível, então?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Joyeux Aniversaire. (feliz aniversário)
M-mais, mais... (m-mas, mas...)
Je sais. (eu sei)
Toujours. (Sempre)
mon petit (meu pequeno)
Merci, mon chérie. (Obrigado, querido)
Je t’aime aussi. (Eu também te amo.)

Reviews são amorrr~