Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 8
Segredos de família - parte 1




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Já no dia seguinte aos acontecimentos do capítulo anterior, Shippou, bem cedo, estava retirando os moveis e qualquer objeto que estivesse no porão do restaurante de InuYasha, naquele momento Kagome entra no local e vê o filho trabalhando.

KAGOME – Podemos conversar?

SHIPPOU – Olha Kagome! Se vai me criticar, eu...

KAGOME – Opa! Calma aí! (se aproximando dele) – Deixe-me falar primeiro antes de vir com ‘quatro pedras na mão’!

SHIPPOU – Ta! (ele para de fazer o que estava fazendo) – Estou escutando.

KAGOME – Ok! Eu ainda acho essa atitude sua uma tremenda loucura, mas InuYasha me convenceu em não interferir.

SHIPPOU – Obrigado.

KAGOME – Mas você tem que cumprir as condições dele.

SHIPPOU – Farei isso! Pode acreditar.

KAGOME – Agora me conte! Por que está tirando as coisas do porão?

SHIPPOU – Uma das condições de InuYasha é que eu aumente a carga de treinamento! Estou esvaziando o porão, pois aqui será uma academia improvisada! InuYasha está encomendando alguns aparelhos que iram ajudar nisso! Preciso treinar em tempo integral.

KAGOME – E quanto ao seu emprego?

SHIPPOU – Eu já falei com a escola de informática e pedi dispensa! Eu também não preciso tanto desse emprego, pois eu ganho meu dinheiro consertando computadores.

KAGOME – E quanto aos estudos? Vai abandonar o curso também? Olha que uma das condições é de você passar no vestibular.

SHIPPOU – Eu não preciso do curso para passar no vestibular! Tenho a mais absoluta certeza de que vou passar.

KAGOME – Hei! Espere aí! Se disse que não precisava do curso então por que estava indo?

SHIPPOU – Por Satsuki! Tinha a esperança de reatarmos, mas isso foi inútil! Então simplesmente não vou mais.

KAGOME – Você ainda pensa nela, não é?

SHIPPOU – Eu não me conformo com o fim do nosso namoro! (ele fica de costas para ela) - Eu sei que errei em não contar sobre as mensagens de Soten, mas eu não estava trocando confidências amorosas com ela! (ele olha para o teto) - Eu não traí Satsuki.

KAGOME – Você quer que eu fale com ela? (ele volta a olhar para ela)

SHIPPOU – Não! Não! Deixa que eu resolvo isso, Kagome, mas obrigado por querer ajudar.

KAGOME – Eu só quero vê-lo feliz, Shippou! Agora tenho que ir! Tenho que viajar para Yokohama.

SHIPPOU – Ah sim! É o caso daquelas amigas sua que também não podem ter filho! O que pensa em consegui falando com elas?

KAGOME – Isso eu só saberei indo até lá, mas antes tenho que dar uma passada no escritório de Sango, pois ela me telefonou cedo pedindo que eu passe por lá.

SHIPPOU – Ta!

Kagome se afastou do filho para sair do porão e ir embora, mas antes que fizesse isso, ela resolveu voltar para junto de Shippou que estranhou um pouco aquela atitude.

SHIPPOU – Esqueceu alguma coisa?

KAGOME – Sim! Esqueci de fazer isso. (ela da um beijo no rosto dele) – Isso foi por ter salvado a minha vida anteontem! Mesmo não concordando com o que fez, estou muito orgulhosa de você.

Depois disso Kagome foi definitivamente embora deixando extremamente feliz com o gesto que ela fez, o que dava, a ele, a convicção de que estava no caminho certo.

MAIS TARDE

Kagome acabava de chegar ao escritório particular de Sango e logo se deparou com a bagunça que era o local, a esposa de InuYasha tem que ficar desviando das coisas para se sentar em uma cadeira.

KAGOME – Como consegue trabalhar assim?

SANGO – Eu já estou acostumada.

KAGOME – Deveria contratar alguém para arrumar isso.

SANGO – E com que dinheiro? Grande parte do que ganho é para pagar a babá de Tamira e ultimamente não está pintando muito serviço para mim.

KAGOME – Então por que não usa o dinheiro da herança de Miroku?

SANGO – Eu já disse mais de mil vezes que esse dinheiro não é meu! É de Tamira e ela é a única que pode usá-lo.

KAGOME – Aí você está sendo incoerente, pois você já está mexendo no dinheiro dela criando a tal fundação.

SANGO – Mas não estou usando para mim! No futuro Tamira comandará a fundação.

KAGOME – Ok! Ok! Não vou mais discutir com você! Já tive discussão demais ontem á noite! Agora vamos mudar de assunto e ir ao que interessa! Por que me chamou?

SANGO – Na verdade não vamos mudar tanto de assunto assim, pois é sobre a fundação que quero falar.

KAGOME – Estou ouvindo.

SANGO – Hoje cedo Onigumo me telefonou explicando a questão da herança de Miroku.

KAGOME – Ah sim! Então Miroku realmente tem outro filho?

SANGO – Tem! Para ser mais exata, uma filha.

KAGOME – Puxa Sango! Por essa eu não esperava! Eu devo imaginar como se sente, mas por que me chamou aqui? O que tenho com isso?

SANGO – Acontece que a filha de Miroku em questão é Soten.

KAGOME – O que?!

SANGO – Isso o que ouviu! Soten é filha de Miroku! Eu vou explicar! Você se lembra que o Miroku queria adotar a Soten e até entrou com um pedido em relação á isso.

KAGOME – Sim eu me lembro, mas ele tinha apenas uma guarda provisória, com Miroku morto, achei que esse pedido fosse anulado.

SANGO – Eu também e era o que deveria ter acontecido, mas esse caso é especial, pois Miroku conseguiu junto á Toutoussai uma liberação do governo japonês para que viajasse paras fora do país! Isso deu estatus de pai á Miroku, ou seja, o pedido dele foi oficializado.

KAGOME – Mas que loucura.

SANGO – Agora entendeu! Soten é tão herdeira de Miroku quanto Tamira.

KAGOME – Ok, mas eu ainda não entendi o que eu tenho com isso, por que me chamou.

SANGO – Eu resolvi apoiar a idéia de InuYasha e Shippou com a intenção de talvez encontrar Soten.

KAGOME – Agora eu já sei! Você não pode abrir a fundação com o dinheiro da herança de Miroku sem o consentimento da outra herdeira.

SANGO – Sim Kagome! Com essa fundação pretendo ajudar pessoas carentes, que não tiveram muita oportunidade na vida! É um projeto muito bom, tenho certeza que se Miroku gostaria que levasse isso á frente.

KAGOME – Mas você não pode usar a parte de Tamira para isso?

SANGO – Poderia se Soten estivesse presente! Pela lei, com uma das partes ausente, o manejo dos bens impedido até que se tenha a comprovação da morte de Soten.

KAGOME – Ai Sango! Você não acha que Soten está morta? Ela enviou mensagens para Shippou.

SANGO – Sim, mas segundo o próprio Shippou, ele não recebe mensagens há meses! Eu tenho que pensar, sim, nessa possibilidade.

KAGOME – O que quer de mim especificamente?

SANGO – Preciso que deixe Shippou investigar o caso! Eu até darei ajuda e... (ela para de falar ao notar o sorriso no rosto de Kagome)

KAGOME – Não precisava me trazer aqui! Ontem mesmo, eu falei com InuYasha e concordei com ele em deixar Shippou ser o novo Motoqueiro Noturno.

SANGO – Mesmo?!

KAGOME – Sim! Apesar de ainda não aceitar muito bem isso, á cada momento aparece algo que indique que devo aceitar isso! Encontrar Soten é mais um. (ela olha para o relógio) – Eu tenho que ir, Sango! Vou até Yokohama.

SANGO – Então a sua viagem até aqui não foi perdida. (ela tira da gaveta um papel) – Aqui tem os endereços de cada uma! (ela entrega o papel á Kagome) - Tem sorte sua de as três morarem na mesma cidade. (Kagome olha o papel com atenção)

KAGOME – Eu ia pedir á um correligionário de lá uma ajuda nisso, mas com essa lista nem vou precisar. (ela volta a olhar para a amiga) – Obrigada Sango.

SANGO – De nada.

KAGOME – Ah sim! Agora me lembrei de algo! InuYasha em disse que Zakira te deu um anel.

SANGO – InuYasha não tinha nada que contar isso.

Não tendo como negar o que tinha acontecido na noite anterior, Sango exibia o anel de noivado no dedo, confirmando as suspeitas.

KAGOME – Que bom amiga! Meus parabéns! Eu não conheço bem o Zakira, mas espero que os dois sejam felizes.

SANGO – É.

KAGOME – Puxa! Que resposta! Não me parece muito empolgada.

SANGO – Outra hora nós conversamos sobre isso! Melhor ir para não se atrasar.

Kagome se levanta e novamente tem que driblar a bagunça para poder sair e enquanto isso Satsuki e Maya trabalhavam normalmente na loja de roupas femininas, elas conversam logo depois da saída de uma cliente.

MAYA – Vai me contar?

SATSUKI – Contar o que?

MAYA – O nome do gato com quem está saindo.

SATSUKI – Ainda esse papo?! Eu não quero falar disso.

MAYA – Mas eu quero! Não pode fazer isso comigo, amiga! Compartilhamos tantas coisas nesses dois anos de amizade particular.

SATSUKI – Eu sei.

Satsuki sorria, pois o que Maya queria dizer com amizade particular era o fato que as outras duas amigas delas, Neya e Sayaka tinham mudado de cidade há exatos dois anos, isso fez com que Satsuki e Maya se aproximassem ainda mais.

MAYA – Tenho certeza que se Neya e Sayaka estivessem aqui, também cobrariam uma sinceridade maior de sua parte.

SATSUKI – Disso eu tenho certeza. (sorrindo)

MAYA – Então me fale! Quem é esse gato?

SATSUKI – Não é nada demais! É um ‘rolo’ que arrumei logo depois que soube que Shippou me enganava, mas não é nada sério.

MAYA – E eu conheço esse gatinho?

SATSUKI – Eu não quero falar mais nada! Já falei muito e...

Ela para de falar ao ver Xolan se aproximando delas, ele já foi logo beijando a namorada.

XOLAN – Resolvi dar outra passada por aqui.

MAYA – Sorte minha.

XOLAN – Oi Satsuki.

SATSUKI – Xolan.

XOLAN – Como está no trabalho?

SATSUKI – Bem! Agora você Xolan é que deveria arranjar um emprego, não acha? Para não ficar aí o dia inteiro vadiando.

MAYA – Satsuki!

XOLAN – Deixe-a falar, Maya! Para sua informação, Satsuki, eu tenho um emprego! Apenas que ele é mais informal, mas se está criticando alguém por não trabalhar, devia falar com seu ex. namorado.

SATSUKI – Do que está falando? Shippou trabalha naquela escola de informática e...

XOLAN – Não mais! Ele pediu licença e também não vai mais ao curso! Ele mesmo me disse.

MAYA – Mas por que será? (ela olha para a amiga) – Tem alguma idéia?

SATSUKI – Não! E isso não é mais da minha conta.

Embora tentasse mostrar indiferença, Satsuki estava curiosa para saber o motivo de Shippou pedir licença do trabalho e de não querer mais ir ao curso e enquanto isso Ryukosei e Rakusho estavam de volta à sede da prefeitura depois de participarem da inauguração de uma ponte, ao entrarem no local, Ling, sua secretária de Ryukosei, o aborda o prefeito logo na entrada.

RYUKOSEI – O que foi, Ling?

LING – Tem alguém querendo falar com o senhor.

RAKUSHO – E esse alguém tem nome?

LING – Ah sim! Claro! O nome dela é Koharo.

RAKUSHO – O que ela quer?

RYUKOSEI – Eu já imagino! (ele volta a olhar para Ling) - Ta! Tem mais alguma coisa?

LING – O seu itinerário de campanha está em cima da mesa do senhor! Caso queira mudar alguma coisa, o chefe da campanha pediu para ligar para ele a fim de tomar as providências para isso.

RYUKOSEI – Houve a confirmação de que o Primeiro Ministro irá aparecer na minha campanha?

LING – Não senhor! Acho que o presidente do partido não acha de bom tom o Primeiro Ministro aparecer em campanha.

RAKUSHO – Mas que conversa é essa?! Ele é membro do nosso partido! Como não vai aparecer?

RYUKOSEI – Tudo bem. (ele respira fundo) – Eu cuido disso depois! Obrigado, Ling.

Ryukosei e Rakusho seguem seu caminho até ao gabinete da prefeitura, mas antes passam pela sala de espera onde estava Koharo.

RYUKOSEI – Venha comigo.

KOHARO – Sim senhor.

Ryukosei conduz Koharo até o interior do seu gabinete onde Rakusho já estava, imediatamente o prefeito a convida para se sentar e tão imediatamente, ela aceita.

RYUKOSEI – O que tem hoje para mim? Já que voltou a participar daquelas reuniões estúpidas que InuYasha e Sesshoumaru organizam.

KOHARO – Tenho sim! Sango disse algo sobre algumas amigas de Kagome, falando que elas também não podiam ter filhos e...

RYUKOSEI – Eu já sei dessa história! Não está me contando nenhuma novidade.

KOHARO – Se o senhor é capaz de saber dessas informações porque ainda quer minha ajuda?

RYUKOSEI – Preciso de todos os contatos da rede secreta que Miroku fez parte e você é um desses contatos! Preciso encontrar Takeshi.

KOHARO – Eu não entendo o motivo de tanto medo de um homem que vive fugindo de tudo! Se ele tem algo contra o senhor, por que não revelou isso antes?

RAKUSHO – Isso não é problema seu! O seu trabalho, que está fazendo muito mal, é de apontar, para nós, qualquer contato da rede secreta.

KOHARO – Sim senhor.

RYUKOSEI – Pode sair.

Koharo que, surpreendentemente, estava trabalhando para Ryukosei, sai do gabinete do prefeito deixando ele a sós com Rakusho.

RAKUSHO – Acho que não devia confiar nela.

RYUKOSEI – O fato de ela me relatar a descoberta de Sango, provou sua fidelidade.

RAKUSHO – Mesmo assim não acho prudente confiar nela.

RYUKOSEI – Koharo ficou desiludida com a morte de Miroku! Acho que no fundo ela culpa os amigos de Miroku por sua morte.

RAKUSHO – Pode ser.

RYUKOSEI – Entendo seu ponto de vista! Tanto entendo que não falei o motivo de ter tanto medo de Takeshi.

RAKUSHO – E tem que ter mesmo! Se o governo japonês souber da verdade, nossas vidas estarão arruinadas.

RYUKOSEI – Mas se tudo der certo, como vai dar, chegaremos ao nosso objetivo! Tornar esse país uma republica! Abaixo á monarquia.

RAKUSHO – Abaixo á monarquia!

Agora ficava claro que Ryukosei queria acabar com a monarquia, mas o que não estava claro eram os motivos e os meios para chegar a tal objetivo e enquanto isso Sango chegava ao restaurante de InuYasha e o viu conversando com alguns homens que estavam transportando equipamentos de ginástica para dentro do restaurante.

SANGO – InuYasha! (chamando a atenção dele)

INUYASHA – Já vou Sango.

InuYasha acaba de instruir os homens para onde deviam levar os equipamentos, depois disso ele foi até a amiga.

INUYASHA – Olha se não é a mais nova noivinha da cidade. (sorrindo)

SANGO – Já sei que contou para Kagome sobre o que houve ontem! Devia ter deixado eu mesmo contar.

INUYASHA – Você fala como se esse pedido fosse algum segredo de estado.

SANGO – Estou brincando, InuYasha! Claro que não me importo que digam o que houve. (ela olha novamente para os homens) - O que é tudo isso?

INUYASHA – Vamos entrar e eu te conto.

InuYasha e Sango adentraram o restaurante para irem ao porão do local, onde os homens tinham levado os equipamentos, durante o trajeto, InuYasha contou os objetivos dele e de Shippou com tudo aquilo, chegando ao porão onde estava Shippou, Sango contou que iria apoiá-los devido à necessidade de achar Soten para poder inaugurar a fundação.

INUYASHA – Soten filha de Miroku?! Isso que é surpresa mesmo.

SANGO – Por isso contem com meu apoio.

SHIPPOU – Sango! Eu acredito que Soten ainda esteja viva.

SANGO – Mas devemos estar preparados para o pior.

SHIPPOU – Mesmo assim, prefiro esperar sempre o melhor.

INUYASHA – Shippou! Ajeite os equipamentos! Vamos começar os treinos o quanto antes.

SHIPPOU – Sim senhor.

Shippou se afasta dos dois para arrumar os equipamentos, enquanto ele fazia isso, InuYasha e Sango continuaram a conversar.

SANGO – Como sabe que as pessoas que tentaram matar Kagome, não tentaram isso de novo tão cedo?

INUYASHA – Shippou viu o rosto do homem que armou a bomba! Aposto que vão dar um tempo antes de atacarem de novo, pois eles vão voltar, pode acreditar. (Sango olha Shippou arrumando os equipamentos)

SANGO – InuYasha! Acha que Shippou está preparado para essa tarefa?

INUYASHA – Não! É por isso que vou treiná-lo.

SANGO – Viu como ele falou de Soten? Que acreditava que ela estava viva! Acha que ele ainda sente algo por ela?

INUYASHA – Entendo sua pergunta, pois Satsuki deve ter pensado que sim.

SANGO – Ele com Satsuki e Soten faz lembrar um pouco você com Kagome e Kikyou! Essa comparação é inevitável.

INUYASHA – Não fale isso na frente de Kagome! Sabia que quando ela descobriu que eu levei flores no túmulo de Kikyou, ficou furiosa? Ficar com ciúmes de um fantasma! Que coisa.

SANGO – Mas por que fez isso? Falo em levar flores ao túmulo de Kikyou.

INUYASHA – Por mais que Kagome esbraveje, Kikyou fez parte da minha vida! Se fosse assim eu deveria também ficar chateado quando ela visitar o túmulo de Kouga.

SANGO – Isso prova como você ainda se amam! Eu queria voltar a sentir isso.

INUYASHA – Mas você e Zakira? Achei que gostasse dele.

SANGO – E gosto, mas eu não sinto o que sentia por Miroku! Às vezes me sinto culpada por não retribuir a esse amor de Zakira.

INUYASHA – Mas por que aceitou o pedido dele?

SANGO – Porque não posso mais ficar presa no passado! Eu tenho que deixar outro homem entrar no meu coração.

INUYASHA – Espero que saiba o que está fazendo, pelo bem de Tamira.

SANGO – Foi nela que pensei quando aceitei o pedido de Zakira. (ela começa a se afastar) – Eu só vim aqui para dizer que podem contar com minha ajuda no que precisarem.

INUYASHA – Obrigado.

Sango saía do porão do restaurante, ela deixava claro que não amava Zakira, pelo menos ainda não, e enquanto isso já na estação de trem, Kagome, antes de embarcar, estava conversando com Tanuki, seu assessor.

KAGOME – Já marcou a reunião com o presidente do sindicato dos professores? Ele pode influenciar a decisão de alguns congressistas.

TANUKI – Sim, mas ele deixou claro que queria falar com você pessoalmente! Se eu for lá sem você, não vai ficar bem.

KAGOME – Então telefone para ele dizendo que eu me reúno no sindicato outro dia.

TANUKI – Ta! (ele da uma pilha de papeis) – Tome aqui o que pediu.

KAGOME – Esse é o projeto de reforma do plano diretor da cidade?

TANUKI – Sim! Ryukosei fez algumas mudanças do projeto original.

KAGOME – Isso é bom! Dependendo das mudanças, posso até votar a favor.

TANUKI – Está falando sério?!

KAGOME – Sim! Por que a preocupação?

TANUKI – O nosso partido votou contra esse projeto e agora você admite que pode desrespeitar uma decisão partidária.

KAGOME – Não é uma questão fechada! O partido não proibiu de alguém discordar.

TANUKI – Eu sei disso, mas você sabe muito bem que setores ligados á Gakusajin irão usar isso contra você! Irão dizer que é traidora do partido, uma vira casaca! Isso vai enterrar de vez a sua candidatura.

KAGOME – Talvez não! Talvez ela me ajude a enfrentar Gakusajin.

TANUKI – Como assim?

KAGOME – Se as pessoas verem que tenho atitude própria, saberão que não sou um fantoche do partido! Eu tenho idéia e luto por elas. (ela percebe a chegada do trem) – Cuide de tudo, Tanuki.

TANUKI – O partido vai saber de suas intenções, portanto Gakusajin saberá também.

KAGOME – Eu sei! (ela entra no trem) - Eu conto com isso.

Depois de dizer isso, Kagome sorri e aporta do trem se fecha para que o veículo parta para Yokohama, Tanuki, que ficou na estação, balançava negativamente a cabeça, achando que Kagome não sabia o estava fazendo e enquanto isso no porão do restaurante, InuYasha observava que o local tinha se transformado em uma mini academia improvisada graças ao esforço de Shippou.

SHIPPOU – Acho que ficou bom.

INUYASHA – Ta razoável.

SHIPPOU – Tem certeza que isso não vai atrapalhar seu restaurante?

INUYASHA – Eu já deleguei tarefas! Um gerente irá administrar o restaurante até isso acabar! Vou estar concentrado em suas missões.

SHIPPOU – Vamos ao treinamento então.

INUYASHA – Calma aí, garoto! O treino se divide em duas partes! Físico e mental. (ele se afasta um pouco do filho ficando de costas para o mesmo) – E a parte física se divide em agilidade, habilidade, força e resistência. (ele se vira para olhar o filho) – A parte mental ficará para depois.

SHIPPOU – Como quiser e...

Shippou para de falar ao perceber a presença de alguém na entrada do porão, InuYasha também vê e percebe que se trata de Shiori, o que o fez lembrar que ele tinha uma sessão de fisioterapia.

INUYASHA – Shiori! Eu me esqueci completamente da sessão.

SHIORI – Deu para perceber! (ela se aproxima deles) – Olá aos dois.

SHIPPOU – Oi!

INUYASHA – Shippou! (ele entrega um papel á ele) – Faça esse número de exercícios o mais rápido que puder e não se esqueça de anotar o tempo que leva para fazê-los cada um! Depois vou comparar e ver onde precisa melhorar.

SHIPPOU – Mas isso é muita coisa. (vendo a lista de exercícios) – Eu não sei se...

INUYASHA – Não reclame! Faça! (depois ele olha para Shiori) – Vamos conversar no meu escritório.

InuYasha ligou sua cadeira de rodas motorizada e foi até a rampa instalada no porão, rampa a qual permitia que ele subisse e descesse a qualquer hora, assim ele e Shiori foram para o escritório a fim de conversarem mais sossegadamente.

INUYASHA – Shiori! Desculpe por não ter ido à sessão! Ando com a cabeça nas nuvens.

SHIORI – Tudo bem! Com a Kagome querendo ser prefeita, a vida de vocês vai ficar uma loucura. (sorrindo) – Mas devia continuar com as sessões! Tenho esperança de que ainda volte a andar.

INUYASHA – Esse é um dos meus objetivos! Sei que não irei andar como antes, mas se eu conseguir me manter de pé já será uma vitória! (ele da um tapa na própria perna) – A sensibilidade está aumentando, eu posso sentir. (ele olha para ela) – Suas sessões de fisioterapia estão me ajudando muito.

SHIORI – O mérito é todo seu, pois está se esforçando muito.

Desde que soube que InuYasha ia ficar em uma cadeira de rodas, Shiori se ofereceu para ajudá-lo com sessões de fisioterapia na clínica em que trabalha, tudo para ficar perto dele, pois ela ainda estava apaixonada por ele apesar de estar namorando Souta, irmão de Kagome, essas sessões acontecem duas vezes por semana.

INUYASHA – E o Souta? Não veio com você?

SHIORI – Ele teve que viajar! É algo á respeito do trabalho dele no exercito! Ele foi para Yokohama.

INUYASHA – Yokohama? Mas que coincidência! Pois Kagome foi para lá também.

SHIORI – Se soubessem disso talvez pudessem ter ido juntos! O que Kagome foi fazer lá?

INUYASHA – Visitar antigas colegas que moram por lá.

InuYasha contou para Shiori, com detalhes, os motivos que levaram Kagome a querer falar com essas antigas colegas, falando que elas também não podiam ter filhos, Shiori ouvia tudo com atenção, ela sabia alguma coisa do assunto por conversas que teve com Souta.

INUYASHA – Sabia Shiori? Você tem sorte.

SHIORI – Sorte?! Do que está falando?

INUYASHA – O problema da Kagome não é de hereditário, o que significa que você e Souta podem ter filho! Por falar nisso, quando irão se casar.

SHIORI – Casar?! (ela se levanta ficando de costas para ele) - Não! Não! Ainda não estamos pensando nisso não. (ele volta a olhar para ele) – Ainda é cedo.

INUYASHA – Pode ser, mas deveria pensar nessa possibilidade com carinho! É muito bom se casar com quem se ama.

SHIORI – Eu sei. (ela vira o rosto) – Esse é o problema. (quase inaudível)

INUYASHA – O que disse?

SHIORI – Nada! (ela volta a olhar para ele e sorri) – Eu vim aqui para te levar até a clinica! (vai até ele) – Precisa ir ás sessões de fisioterapia.

INUYASHA – Puxa! Você não é fácil mesmo, hein?

Shiori apenas lançou um sorriso maroto e InuYasha entendeu que não teria como fugir daquilo, por isso ele foi até a porta do porão para falar com Shippou, que ao avistar o pai, interrompe a série de exercícios que estava fazendo.

SHIPPOU – Sim?

INUYASHA – Eu vou ter que fazer as sessões de fisioterapia na clínica onde Shiori trabalha.

SHIPPOU – Não pode fazer isso aqui mesmo?

INUYASHA – Não! Por isso vou ter que me ausentar, mas não quero que diminua o ritmo! Depois que acabar aqui, vá ao parque e dê cinqüenta voltas nele.

SHIPPOU – O que?! Cinqüenta?! Eu não vou agüentar.

INUYASHA – Se quer vestir meu uniforme, vai ter que agüentar! E nem adianta trapacear, pois se isso acontecer, eu vou descobrir.

SHIPPOU – Ta bom.

Shippou volta a fazer os exercícios e InuYasha volta para junto de Shiori que tinha ouvida a conversa dos dois.

SHIORI – Quando falou em uniforme, estava se referindo ao do Motoqueiro Noturno?

INUYASHA – Sim.

SHIORI – Então o mascarado que desarmou aquela bomba no carro onde você estava era Shippou?

INUYASHA – Sim, mas para seu próprio bem, melhor não saber de mais nada! Acredite Shiori! É para seu bem.

SHIORI – Ok! Ok! Mas sabe que pode contar com minha discrição! Nunca contei seu segredo para ninguém, nem mesmo Souta que é seu cunhado.

INUYASHA – Eu sei disso, Shiori! Você tem se mostrado uma boa amiga.

InuYasha ligou sua cadeira de rodas motorizada para sair dali acompanhado de Shiori, ele não fazia a menor idéia dos sentimentos que despertava naquela amiga e enquanto isso já estando na cidade de Yokohama, Souta estava falando com a mãe pelo celular.

SOUTA – Eu já falei, mãe! Ela ainda não chegou.

HIGUHASHI – Ainda acho que deveria ter ido junto com ela.

SOUTA – Mas aí levantaria suspeitas, mas eu estando aqui antes, Kagome não desconfiará de nada.

HIGURASHI – Yokohama tem mais que uma estação de trem! Como tem certeza de que ela vai descer nessa estação?

SOUTA – Eri, das três amigas, era a mais próxima! Aposto que Kagome irá querer vê-la primeiro! E mesmo que ela veja Ayumi ou Yuka antes, coisa que eu duvido, ainda poderei saber o que ela descobriu com elas.

HIGURASHI – Eu confesso que não me sinto bem em fazer isso com Kagome! Ela é minha filha.

SOUTA – Isso não é fácil para mim também, mãe, mas o que está em jogo é questão de família, a honra do papai, por isso precisamos controlar de perto as descobertas de Kagome conforme o aviso de Ryukosei.

HIGUHASHI – Cuide de tudo por aí, Souta, mas se for preciso, chame-me que vou imediatamente.

A senhora Higurashi desliga o telefone, ela e Souta tinham sido avisados, por Ryukosei, que Kagome estava indo falar com as antigas amigas e com isso ela poderia descobrir a verdade sobre um grande segredo de família.

Próximo capítulo = Segredo de família – parte 2


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