Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 23
O retorno da detetive - parte 2




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Em uma sala de reunião na sede do partido trabalhista, Gakusajin e Botan estavam sentados diante de Benji, presidente nacional do partido e de outros grandes caciques do partido.

BENJI – Acho que falo por todos que lamentamos o que houve com nossa querida parceira Kagome.

GAKUSAJIN – Eu também lamento senhor presidente, mas não podemos ficar reféns da saúde dela! Precisamos nos colocar contra Ryukosei.

BOTAN – Ainda mais agora com a morte do ex. capitão do departamento de polícia, que mostra a clara incapacidade dele na segurança publica.

BENJI – Contamos com isso, portanto declaramos que Gakusajin é...

Benji não consegue terminar a frase porque Tanuki, com um celular na mão, invade a sala mesmo sob os protestos da secretária que tentou impedi-lo de entrar.

TANUKI – Não podem fazer isso com Kagome.

SECRETÁRIA – Ele entrou com tudo e não pude impedi-lo e...

BENJI – Tudo bem. (a secretária sai da sala)

BOTAN – Por que está fazendo isso, Tanuki? Pensei que é um homem de partido.

TANUKI – Por ser um homem de partido é que estou fazendo isso! Kagome acordou.

GAKUSAJIN – Não está tentando ganhar tempo, Tanuki?

TANUKI – Não senhor.

BENJI – Isso é sério?!

TANUKI – Sim senhor. (e ele olha para Botan e Gakusajin) – Caso não acreditem, ouçam isso.

Tanuki exibia o seu celular e depois apertou no botão do viva-voz, do outro lado da linha estava Kagome que estava em um quarto do Hospital Memorial.

TANUKI – Pode falar Kagome.

KAGOME – Olá a todos.

BENJI – É você mesmo Kagome?

KAGOME – Sim, sou eu mesma, senhor Benji.

BENJI – Mas é com muita alegria que fico sabendo de sua recuperação.

KAGOME – Obrigado senhor! Só liguei porque fiquei sabendo que o partido estava pensando em cancelar as prévias.

BENJI – Essa hipótese, nós todos, estávamos estudando devido ao que aconteceu com você.

KAGOME – Mas estou bem como podem comprovar.

GAKUSAJIN – Kagome! Sou eu! Gakusajin.

KAGOME – Sim?

GAKUSAJIN – Fico feliz que tenha se recuperado! Você é um dos quadros importantes do partido.

KAGOME – Obrigada pelas palavras gentis! Elas são significativas vindas do senhor.

GAKUSAJIN – Não são gentis! São verdadeiras! Kagome! Você tem consciência de que terá que passar por um exame médico, pois não sabemos a gravidade das eventuais seqüelas que terá.

KAGOME – Se eu tiver, diga-se de passagem! Sim senhor Gakusajin! Eu tenho consciência do que terei que passar e estou disposta a fazer tudo o que o partido achar que eu deva fazer para merecer a honra de participar das prévias.

BENJI – Ok Kagome! A diretoria ouvirá os relatos de seu médico para sabermos se tem condições de concorrer, mas que fique claro que caso tenha alguma recaída, nós indicaremos Gakusajin imediatamente.

KAGOME – Sim senhor.

BENJI – Então se recupere logo! Até mais.

TANUKI – Até mais Kagome.

KAGOME – Até.

Tanuki desliga seu celular e lança um olhar vitorioso contra Gakusajin e principalmente Botan, que era a mais visivelmente chateada com a situação.

BOTAN – Tudo isso é inútil! Sabemos perfeitamente que Gakusajin é o único que pode derrotar Ryukosei.

TANUKI – Agora é você que não está sendo uma mulher de partido! As prévias são uma tradição no partido trabalhista.

BENJI – Chega desta discussão! O cancelamento das prévias será decidido depois de verificarmos os exames de Kagome e nem um minuto antes.

GAKUSAJIN – É justo.

Gakusajin e Botan saem da sala, não sem antes a assessora de imprensa do ex. prefeito lançar um olhar desafiador contra Tanuki, que claramente estava se divertindo com aquela situação, do lado de fora da sala, eles conversavam.

BOTAN – Foi por pouco que o partido não te escolheu! Se Kagome acordasse um dia depois e...

GAKUSAJIN – Não! Foi bom ela ter acordado antes dessa decisão.

BOTAN – Por que o senhor pensa assim?

GAKUSAJIN – Caso ela acordasse depois da minha confirmação como candidato, certamente iria entrar na justiça para garantir as prévias, e é o que eu faria no lugar dela, e uma disputa nos tribunais só enfraqueceria o partido, portanto foi bom ela ter acordado agora.

BOTAN – Eu compreendo senhor e... (ele coloca as mãos nos ombros dela)

GAKUSAJIN – Escute Botan! Talvez essa disputa entre eu e Kagome possa mostrar aos eleitores que nos do partido trabalhista não somos fantoches e que não temos medo da disputa.

BOTAN – Mas não tem disputa, senhor! O senhor é favorito disparado.

GAKUSAJIN – está enganada minha cara Botan! Favorito sim, mas disparado não! (ela ficou sem entender) – Eu fiz uma consulta informal na câmera de vereadores! Nós temos doze vereadores na cidade sendo que quatro Kagome! A própria Kagome e mais três.

BOTAN – Tudo isso?! Isso é impressionante! Ela tem apoio de um terço dos nossos vereadores! É bem mais do que eu imaginava, mas o senhor ainda tem o apoio dos outros dois terços, ou seja, oito vereadores.

GAKUSAJIN – Sim, mas a disputa está longe de ser fácil.

Gakusajin tinha consciência plena de que tinha uma batalha dura para conseguir a indicação do partido.

UM POUCO MAIS TARDE

Depois de dar uma passada rápida em seu escritório particular, Sango chegou em casa com a intenção de explicar para a babá o atraso, mas ao entrar em sua residência, dá de cara com Zakira, seu namorado, segurando Tamira no colo.

SANGO – Mas que surpresa você aqui.

ZAKIRA – Por que surpresa?! Eu disse ontem que viria para cá.

SANGO – Ah é mesmo. (batendo de leve na própria testa) – Me desculpa Zakira. (dando um beijo nele)

ZAKIRA – Assim eu desculpo. (passando Tamira para o colo dela)

SANGO – Mas que bobo. (ela sorri, embala a filha e olha ao redor da sala) – Onde está a babá?

ZAKIRA – Ela já foi, mas não a culpe, pois você se atrasou e ela tinha compromisso.

SANGO – Eu sei! Eu ando tão atarefada.

ZAKIRA – Sorte que eu estava aqui para cuidar dessa coisinha linda. (fazendo carinho em Tamira)

SANGO – Obrigado Zakira! Eu nem sei como agradecer.

ZAKIRA – Depois a gente vê isso. (lançando um sorriso malicioso) – Mas vamos falar do que vim fazer aqui.

SANGO – Isso mesmo! Você disse que tinha algo para me falar, o que é?

ZAKIRA – Eu consegui uma data para casarmos.

SANGO – Mesmo?! E quando é?

ZAKIRA – Daqui a um mês! Não é demais?

SANGO – Sim! É demais.

Zakira abraça Sango que embora correspondesse não mostrava o mesmo entusiasmo diante da notícia, apesar de ter aceitado se casar, a ex. detetive ainda se sentia presa ao passado, mais precisamente á memória de Miroku, a quem ela ainda não conseguiu esquecer.

ZAKIRA – Agora sim, eu vou ser o pai dessa linda menininha.

SANGO – Sim.

ZAKIRA – E talvez nós encomendemos um irmão para ela, o que acha?

SANGO – Não vamos falar disso agora e...

Naquele momento a campainha começa a tocar e Sango, com Tamira no colo, vai até a porta para atendê-la, ao abri-la ela vê o detetive Guy diante dela.

GUY – Detetive Sango?

SANGO – Não sou detetive há mais de três anos! O que quer de mim?

GUY – Eu vim lhe informar que sua posição de detetive foi reativada por ordem do novo capitão do departamento de polícia.

SANGO – O que?! Mas que brincadeira é essa?

GUY – Isso não é brincadeira, detetive.

SANGO – Eu já disse que não sou mais detetive e...

GUY – Agora voltou a ser e o capitão Azuma deseja falar com a senhora imediatamente.

SANGO – O Azuma?! Ele quer falar comigo? Pois bem, eu vou, mas só vou porque quero falar umas verdades para ele.

GUY – O meu carro está aí fora se quiser...

SANGO – Não! Eu vou no meu mesmo, pois não vou me demorar.

Sango fecha a porta, com Guy do lado de fora, e volta para junto de Zakira, que tinha ouvido a conversa.

ZAKIRA – Eu ouvi direito? O novo capitão te chamou para voltar ao departamento?

SANGO – Sim, mas eu não aceitarei! Nunca trabalharia para Ryukosei ou para um patife como Azuma.

ZAKIRA – Você conhece o novo capitão?

SANGO – Isso é uma longa história que depois eu te conto e... (ela tinha dificuldade para falar)

ZAKIRA – O que foi?

SANGO – Eu sei que pode parecer abuso, mas não quero levar a Tamira para o departamento e...

ZAKIRA – Você quer que eu fique com ela até você voltar? É isso?

SANGO – Sim! Se não for pedir muito.

ZAKIRA – Claro, mas eu estava pensando em passarmos à tarde, juntos, para nos curtimos um pouco mais.

SANGO – A gente faz isso na primeira oportunidade que tivermos, eu prometo.

ZAKIRA – Pode ir. (ele pega Tamira no colo novamente) – Mas eu vou cobrar.

SANGO – Pode cobrar. (ela da um beijo nele e depois na filha) – Fique com o Zakira que já, já a mamãe volta.

Sango saiu de casa para ir ao departamento de polícia e enquanto isso no Hospital Memorial, Shippou já tinha retornado junto com Genku, que estava abraçando Kagome naquele momento.

GENKU – Eu senti tanta saudade tua, mamãe.

KAGOME – Eu também, meu amor, mas agora estamos todos juntos! A família toda.

Shippou e InuYasha observavam aquela cena um pouco afastados para não atrapalhar o momento, nisso InuYasha se lembrou de algo.

INUYASHA – Precisamos conversar sobre a mudança dos métodos de treino e...

SHIPPOU – Eu quero que seja mais duro no treino.

INUYASHA – Tem certeza?

SHIPPOU – Tenho.

INUYASHA – Como quiser e...

InuYasha para de falar ao perceber a presença de alguém familiar na porta do quarto, era Satsuki que veio, á pedido de Rin, visitar Kagome, ela não estava sozinha, pois estava acompanhada de Maya e Xolan.

SATSUKI – Oi tio.

INUYASHA – Que bom que veio Satsuki. (ele olha para Kagome) – Olha só que veio lhe visitar. (ele olha de volta para ela e os amigos) – E trouxe os amigos.

Satsuki sorriu, mas esse sorriso sumiu ao notar a cara de poucos amigos estampada no rosto de Shippou, que ficou de costas para ela, quando esta se aproximou de Kagome.

SATSUKI – Que bom que acordou, tia. (beijando a mão dela) – Está se sentindo bem?

KAGOME – Estou ótima! (sorrindo e olhando para Maya e Xolan) – E o casalzinho aí?

MAYA – Como vai senhora?

XOLAN – Senhora.

Kagome apenas sorriu para o jovem casal, mas esse sorriso sumiu ao perceber a expressão de contrariedade no rosto de Shippou diante daquela situação, Kagome percebeu que a relação do filho adotivo com a ex. namorada tinha se deteriorado no meio tempo em que ficou em coma.

KAGOME – Shippou! Não vai cumprimentar seus amigos?

SHIPPOU – Claro. (ele se virou e olhou para Xolan e Maya) – Xolan! Maya!

XOLAN – E aí, cara? (colocando a mão no ombro dele) – Espero que todos nós tenhamos passado no vestibular.

SHIPPOU – É. (ele volta a olhar para Kagome) – Já que está bem, eu vou sair um pouco.

Shippou saiu do quarto sem se quer olhar para Satsuki e muito menos lhe dirigir a palavra, mostrando que o grau de aborrecimento e magoa do rapaz em relação á ex. namorada.

KAGOME – Aconteceu algo grave entre vocês?

SATSUKI – Claro que não tia! São só desentendimentos e...

KAGOME – Olha Satsuki! Se não quiser me contar, não conte, mas não me diga que o que acabou de acontecer aqui foi fruto de um simples desentendimento! Eu estou no hospital, mas não estou tão mal assim para deixar de perceber essas coisas.

SATSUKI – A senhora tem razão tia. (ela respira fundo) – Isso é coisa nossa.

GENKU – É que ela deu os brincos, que ganhou do mano Shippou, para Sara.

SATSUKI – E depois dizem que é mulher que é fofoqueira.

KAGOME – Como você mesmo disse, isso é coisa de vocês dois.

SATSUKI – É isso aí! (ela olha ao redor) – Onde está Rin? Pensei que ela estivesse vindo para cá.

INUYASHA – Ela me ligou dizendo que ia passar no consultório de uma antiga terapeuta dela.

SATSUKI – Nodori?

INUYASHA – Isso mesmo! Esse é o nome dela.

KAGOME – Ah sim! Ela é esposa do seu terapeuta, não é, Satsuki?

SATSUKI - É

XOLAN – Satsuki! Eu não sabia que fazia terapia e...

SATSUKI – Isso não é uma coisa que eu me orgulhe de espalhar.

MAYA – Você às vezes fala demais, Xolan.

SATSUKI – É compreensivo que Rin busque ajuda, ainda mais depois da presepada que meu pai cometeu.

KAGOME – Eu estava em coma, portanto, por que não me conta o que houve?

Satsuki começou a contar para Kagome sobre o flagra que deu no pai beijando Momiji e enquanto isso no apartamento de Sango, Zakira falava, através de celular, com Natsume enquanto cuidava de Tamira.

ZAKIRA – Isso mesmo! Estou bancando a babá da filha da minha querida noivinha.

NATSUME – Tome cuidado! A menina já tem quatro anos! Ela já pode entender algumas palavras ditas por você e depois falar com a mãe! Sango não pode saber que você trabalha para mim.

ZAKIRA – Pode deixar! (ele acaricia a cabeça de Tamira que estava brincando no chão) – Eu tenho cuidado.

NATSUME – Quando te contratamos, queríamos que fosse apenas pediatra dessa menina, mas se tornar namorado e depois noivo de Sango foi formidável! Você vai poder controlar de perto a saúde da menina.

ZAKIRA – Vou continuar a controlar a saúde dela! Nem muito saudável e nem muito doente.

NATSUME – Mas cuidado para não matar a menina! Precisamos dela viva! Entendeu? Viva!

ZAKIRA – Claro! Entendi! Ela vai ficar bem viva! Um pouco doente, mas viva! E essa farsa vai durar até quando?

NATSUME – Até completarmos a primeira fase do nosso plano, mas voltando a falar de Sango, tem certeza que ela foi convidada a voltar para a polícia?

ZAKIRA – Tenho sim, mas como disse antes, ela vai recusar.

NATSUME – Eu torço que sim.

ZAKIRA – Por quê? Achei que não fazia diferença.

NATSUME – Mas faz! Se Sango voltar para a polícia poderá chegar mais depressa em Zuza e até mesmo a verdade sobre a morte de Jinenji e aí vou ter que acelerar a execução do plano.

ZAKIRA – Sango saiu convicta de que vai recusar, parece que ela tem algo contra o novo capitão.

NATSUME – Acho bom, mas por via das dúvidas me ligue caso ela aceite voltar.

ZAKIRA – Ok.

Zakira desliga seu celular e fica olhando para Tamira, que sorria inocentemente para ele, a menina, coitada, mal sabia das intenções do futuro padrasto e enquanto isso Sango e Guy chegaram ao departamento de polícia e antes de entrar Sango não pode deixar de sentir certa nostalgia.

SANGO – Eu pensei que nunca mais iria voltar para cá.

GUY – Melhor irmos! O capitão não gosta de esperar muito e...

SANGO – Por mim ele espere o tempo que for.

Sango acaba de contemplar a entrada do departamento e em seguida, junto com o detetive Guy, entra no prédio, posteriormente entra no elevador que os conduziriam até o andar onde ficava a sala de Azuma, ao chegar lá, Sango vê uma cena, para ela, inusitada na sala de Azuma.

SANGO – O que Koharo faz aqui?

GUY – É mesmo! Eu me esqueci que se conhecem! Ela está aqui á pedido de Ryukosei! Ela vai trabalhar aqui.

SANGO – Por que não estou surpresa?

Sango e Guy ficaram observando Azuma e Koharo falando alegremente, como se fossem dois velhos amigos, isso chamou a atenção do jovem detetive.

GUY – Estranho.

SANGO – O que é estranho?

GUY – Quando sai para te chamar, Azuma não queria Koharo de jeito nenhum no departamento pelo seu passado criminoso, mas agora vejo os dois se dando bem.

SANGO – Isso se chama lei do equilíbrio.

Sango, sem hesitar, foi até á sala de Azuma e sem bater adentrou no local interrompendo a conversa agradável entre Koharo e o novo capitão.

KOHARO – Acho que chegou a minha hora. (ela se levanta da cadeira)

AZUMA – Amanhã você começa seu trabalho aqui. (ele estende a mão para ela) – Seja bem vinda.

KOHARO – Obrigada.

Koharo, depois de cumprimentar Azuma, olha para Sango sem dizer nada e em seguida sai da sala deixando os dois a sós.

AZUMA – Há quanto tempo, não é Sango?

SANGO – Menos do que eu queria! O que quer de mim?

AZUMA – Não quer se sentar? A cadeira está vaga e...

SANGO – Estou bem de pé. (de braços cruzados) – O que quer de mim?

AZUMA – Guy não te falou? Eu quero que volte ao departamento de polícia e assuma o caso do estrangulador das meias de nylon.

SANGO – O detetive Guy já está comandando o caso.

AZUMA – O detetive Guy é bom, mas é muito inexperiente. (ele se levanta de sua cadeira) – Quero alguém com mais ‘bagagem’!

SANGO – E por que eu? Podia chamar qualquer outro.

AZUMA – Por dois motivos tem que ser você! Um é que você se tornou uma grande detetive! Já li sua ficha! Apesar de quase ter sido expulsa da polícia, seus méritos são bem reconhecidos, sem falar que só saiu do departamento por ordem direta do prefeito.

SANGO – Fato que me levar a fazer uma pergunta! Ryukosei sabe que você me chamou?

AZUMA – Claro que sabe! Pedi isso a ele pessoalmente! No começo ele não gostou, torceu o nariz, mas eu o convenci.

SANGO – Parece que você tem um bom relacionamento com ele, não é? Apesar de ser de outra cidade.

AZUMA – Ele me chamou pelos meus méritos! Pela minha capacidade.

SANGO – Eu não vou discutir isso. (sorrindo ironicamente) – Você disse dois motivos para me chamar de volta! Já disse um, qual é o outro?

AZUMA – O outro motivo é que você é a única que pode corrigir as asnices cometidas por Jinenji e...

SANGO – Como ousa a falar assim dele? Ele foi morto! Não pode se defender.

AZUMA – Mas você está aqui para defendê-lo! (voltando a se sentar) – Para você é assim, alguém morre e vira santo.

SANGO – Não é isso! O que estou querendo dizer é que Jinenji era um bom homem! Sujeito trabalhador e servidor publico dedicado, portanto não merece suas críticas.

AZUMA – Sim, Jinenji era sujeito trabalhador! Sim, Jinenji era um servidor publico dedicado, mas isso não o torna perfeito! Acredite Sango! Jinenji cometeu erros administrativos na condução do caso do estrangulador das meias de nylon. (ele pega uma pilha de papeis) – Veja com seus próprios olhos.

SANGO – O que é isso?

AZUMA – Esse é o relatório do detetive Guy, sobre o caso do estrangulador, que foi aprovado por Jinenji! Eu li e tem um monte de erros de procedimentos! Erros que custaram caro! Erros que custaram as vidas de muitas mulheres que a polícia poderia ter salvado.

SANGO – Jinenji era um capitão experiente e não cometeria esses erros.

AZUMA – Para ser generoso com seu amigo vou contar uma coisa que descobri. (ele tira da gaveta outro papel) – Esse é um relatório de investigação enviado pela Interpol sobre um americano chamado Zuza.

Ao ouvir aquele nome, Sango arregalou os olhos e bem que tentou disfarçar o interesse, mas Azuma percebeu isso e logo concluiu que aquilo era importante.

AZUMA – Esse relatório não é o único, pois tem outros! Isso prova que Jinenji não estava concentrado na investigação de Guy e, portanto fez um trabalho ‘porco’, mas caso não acredite, olhe você mesma.

SANGO – Eu vou dar uma olhada então e...

Sango para de falar, pois ia pegar os dois relatórios, mas Azuma guardou o relatório sobre Zuza em sua gaveta.

AZUMA – O relatório que tem que ver é o da investigação feita por Guy sobre o estrangulador! Esse relatório não vale nada mesmo para mim, ao contrario desse sobre esse tal de Zuza! Você tem algum interesse nesse americano, não é?

SANGO – Não vai dizer-me que está com ciúmes, vai? (sorrindo ironicamente e ele se mantém sério)

AZUMA – Ao contrário de você, Sango, eu deixe o que houve entre nós no passado.

Ao falar aquilo Azuma despertou a fúria de Sango que começou a gritar com ele, chamando a atenção de Koharo e Guy que estavam do lado de fora da sala, mas mesmo assim podiam ouvir os gritos da ex. detetive.

GUY – Poxa! Eu não pensei que eles iam brigar tanto.

KOHARO – Mas é natural! (ela olha para ele) – Sabiam que eles já tiveram um caso?

GUY – Sério?! Isso que é uma grande surpresa e...

Guy percebe uma presença atrás deles, era Ayumi, esposa de Azuma e antiga colega de Kagome, ela tinha ouvido parte da conversa deles, mas preferiu não falar nada.

AYUMI – Onde fica a sala do capitão Azuma?

GUY – É ali, mas ele está ocupado no momento como pode ver. (apontando para a sala onde Azuma e Sango discutiam) – Quem seria a senhora?

AYUMI – Esposa dele.

GUY – Se a senhora quiser eu o chamo e...

AYUMI – Não precisa! Eu espero.

Ayumi se afasta deixando Guy e Koharo a sós.

GUY – Será que ela ouviu?

KOHARO – Sei lá. (ela nem ligava) – Bem, eu já vou indo! Amanhã a gente se vê, detetive.

GUY – Então até amanhã.

Koharo acenou com sinais de despedida para o detetive e foi embora, Guy a viu se afastando e se mostrava muito interessado nela, apesar dos aviso de Azuma sobre seu passado e enquanto isso, na sala do capitão a discussão entre Azuma e Sango ainda rolava.

SANGO – Mas é muita petulância sua lembrar o nosso passado. (ela o encara) – Meu pai me olhou de maneira decepcionada e isso foi por sua culpa.

AZUMA – Você fez isso a você mesma quando se rebaixou ao aceitar ser fonte de um jornalista sensacionalista como Sesshoumaru, ao mesmo tempo em que tinha um caso com ele.

SANGO – Você me delatou ao meu pai por despeito! Por que eu havia me apaixonado por outro homem.

AZUMA – Está enganada! Eu não fiz aquilo por despeito! Eu fiz aquilo porque você ia manchar a reputação de muitos homens honrados, os policiais acusados, em nome desse amor que sentia por Sesshoumaru! Só isso.

SANGO – Eu não acredito em você.

AZUMA – Não me importo! Eu não quero que acredite em mim! Eu quero que volte a trabalhar aqui no departamento. (ele se levanta de novo) – Pegue esse relatório! Leve-o até a outra sala! Leia-o com cuidado, pois se fizer isso vai concordar comigo.

SANGO – Ok! Eu vou ler.

AZUMA – Faça isso e me dará razão.

Azuma voltou a se sentar em sua cadeira para observar Sango sair da sala, no lado de fora, a ex. detetive notou a presença de Ayumi sentada em um banco e a reconheceu da investigação que fez para Kagome, por isso foi até ela.

SANGO – Você é a Ayumi, não é?

AYUMI – Sim! Nós nos conhecemos? Pois não estou me lembrando de você e...

SANGO – Eu sou amiga de Kagome! Fui eu quem descobriu seu endereço para que ela a visitasse.

AYUMI – Ah sim! Ela me falou de uma amiga policial, então é você?

SANGO – Sim! Acho que veio falar com seu marido, mas se tiver algum tempo, vá visitar a Kagome! Ela já acordou do coma.

AYUMI – Mas isso é uma grande notícia! Eu vou sim.

SANGO - Que bom! Ela ai gostar muito.

AYUMI – Obrigada por me avisar.

SANGO – De nada! Agora me dê licença.

Sango se afasta de Ayumi que apenas observa a ex. detetive entrando em outra sala e em seguida Ayumi entra na sala do marido, que fica surpreso com a visita.

AZUMA – Querida?! O que está fazendo aqui?

AYUMI – Vim fazer-lhe uma visita, ver como meu maridinho trabalha, não posso?

AZUMA – Claro que pode! Sente-se. (ele puxa uma cadeira para ela se sentar)

AYUMI – Obrigada. (ela se senta e espera o marido fazer o mesmo para começar a se manifestar) – Antes de tratar o assunto pelo que vim aqui, queria fazer-lhe uma pergunta e gostaria que me respondesse com a maior sinceridade possível.

AZUMA – Claro! Faça então.

AYUMI – Qual o grau de relacionamento que teve com aquela moça que esteve aqui com você?

Azuma ficou realmente surpreso com a pergunta de Ayumi, pois nunca tinha falado de Sango para a esposa e percebeu que ela não tinha gostado de não saber esse fato na vida dele.

Próximo capítulo = O retorno da detetive – parte 3


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