Capítulo 7

Eu acordei ao sentir algo quicando em minha cabeça... Mas o que?

-Teddy? –eu resmunguei confusa. O que esse bicho ta fazendo? Eu estava terrivelmente frustrada. Ontem à noite antes de ir dormir, tentei de todo jeito encontrar o botão de desligar desse bicho, mas não encontrei nada. Fui dormir contrariada e agora acordo frustrada! –Quer parar? –eu disse pegando ele o segurando entre as duas mãos. Ele continuou se remexendo até conseguir escapar da minha mão e ir pulando até o para-peito da janela, com certeza querendo ir dar uma fugidinha... Mas eu paralisei ao ver uma coruja marrom parada em minha janela com um pedaço de papel amarrado nas pernas.

OMG! Eu nunca vi uma coruja assim tão de perto e muito menos uma coruja correio... Espera! Uma coruja correio? Uma coruja correio?! Como assim uma coruja correio?

Corri desesperada até a janela abrindo-a. Assim que abri a janela a coruja esticou sua perninha para que eu pegasse a carta, com mãos tremulas peguei a carta e a coruja saiu voando.

“Senhorita Mendes, chegou até o conhecimento do Ministério da Magia, que a V.Sª. , uma trouxa entrou em um local somente para cidadões mágicos, ou seja, bruxos, e que de lá comprou vários artigos de uso dos bruxos, no dia de ontem.

Uma audiência foi marcada para que a senhorita explique como tomou conhecimento de um vilarejo bruxo e de como conseguiu entrar no mesmo.

As 2h da tarde um carro ministerial estará lhe aguardando para que a senhorita chegue até o ministério sem tomar conhecimento do caminho.

Fazemos votos de que esteja bem,

Atenciosamente,

Quim Shacklebolt,

Ministro da Magia

Tenha um bom dia.”

OMG! O Ministro da Magia acabou de me mandar uma carta? O Ministro da Magia acabou de me mandar uma carta... Para tudo e volta!

Como assim o Ministro da Magia acabou de me mandar uma carta? Existe um Ministro da Magia? Existe o Ministério da Magia? Como assim?

Estou indignada. Como assim existe um Ministério da Magia?...

Então absolutamente chocada tive uma epifania (sempre quis dizer isso)... O mundo bruxo REALMENTE existe!

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh....

20 minutos depois...

Não acredito! Não acredito! Não acredito! Não acredito! Não acredito! ...

Espera! Dei uma pausada na minha comemoração.

Agora que comemorei a descoberta do mundo bruxo outra verdade verdadeira me veio em mente... Porque eu não sou uma bruxa?

Será que a minha carta para Hogwarts foi extraviada? O.õ

-Muito bem! –eu disse me recompondo. Deve existir uma explicação muito óbvia para isso. Nada de se alterar Sara, você sabe que tem sangue mágico e... –Ohhhhh! –eu disse espantada para mim mesma. Correndo em direção as minhas sacolas de compras de ontem. –Eu sou uma bruxa, é claro que eu sou uma bruxa! –eu disse pegando em minha varinha feita de Salgueiro Lutador e Fio de Cabelo da rainha dos Sereianos e com 32 cm. –É claro que sou uma bruxa, afinal você me escolheu não é? –eu disse lançando para a minha varinha um olhar absolutamente maquiavélico! –Muahmuahmuahmuah!

As duas horas em ponto eu descia as escadas com uma bolsa em mãos. Minha varinha guardada no só da calça, pois vai que um bruxo fodão aparece querendo me matar? Eu tinha que saber me defender!

Ao abrir a porta me deparei com um carro preto parado em frente a casa. Certo... Esse era o carro do Ministério não? Sim, deve ser esse mesmo... Então por que não é uma limusine ou então um Ferrari? Eles são poderosos não são? Então porque ter um carrinho pobre assim?

“Tudo bem Sara, quando você for Ministra da Magia você muda isso!”-eu disse a mim mesma toda confiante de que um dia chegaria a esse grau... Ministra da Magia? Eu? HÁ... Essa é muito boa, dessa vez você se superou Sara... Que imaginação fértil é essa?

-Hello... –eu disse batendo na janela do carro. Tinha um cara feioso parado lá dentro. Ele nem ao menos me olhou, mas a porta se abriu sozinha. –Legal. –eu exclamei para mim mesma. –Então moço... Você sabe aonde me levar certo? –eu disse.

Ele acenou afirmativamente e o carro ligou e nesse segundo algo tampou a minha visão.

–Mas o que é isso? Que merda você fez comigo? Tira essa coisa do meu olho! Olha que eu tenho uma varinha e não tenho medo de usá-la... Vou contar até três... 1... 2... 3... Não vai tirar? Então veja só! –eu peguei a minha varinha e sem saber o que fazer perguntei: –Você conhece algum feitiço que possa me ajudar por que sério... Eu não me lembro de ter lido sobre nenhum feitiço removedor, que pudesse me ajudar e... –e então o cara começou a gargalhar. –Ótimo ria de mim seu paspalhão! –as risadas cessaram.

Senti que o carro havia parado.

-Pode descer senhorita. –disse o homem.

-Eu desceria se eu tivesse o dom de enxergar! –eu exclamei emburrada.

-Tudo bem. –disse ele. E então em um piscar de olhos eu via a luz novamente.

-Ótimo, agora como eu sei para onde ir? –perguntei.

-Esta vendo aquela cabine? –disse ele apontando para aquelas cabines de telefones inglesas, que serio, eu quase chorei de emoção quando vi uma na minha frente pela primeira vez.

-Estou. –eu disse tentando controlar a emoção.

-E aquele senhor ali? –ele apontou para um homem barrigudinho e eu afirmei. –Ele lhe passara as informações necessárias.

-Tudo bem. –eu disse descendo do carro.

Caminhei até a cabine telefônica.

-Senhor... –eu disse meio apreensiva e ele me olhou. –O que eu faço agora?

-É só telefonar para 33226587. –disse ele e voltou a ler o jornal que tinha em mãos.

-Brigada. –eu disse.

Respirei fundo e entrei na cabine. Peguei o telefone e disquei o numero que ele havia mandado e uma voz de mulher falou:

“Entrada para visitantes. Diga o seu nome e a que veio.”

-Er... Meu nome é Sara Mendes. “E eu vim para uma audiência com o Ministro da Magia, Quim  Shacklebolt...” - será que eu tinha que falar mais alguma coisa?

Então debaixo do telefone saiu um papelzinho escrito o meu nome e a minha intenção aqui.

- Hmmm... Um crachá! Legal vou guardar para sempre! –eu disse toda empolgada quando o cabine começou a se mover. –Ai meu santinho! –gemi de medo. Eu já mencionei que tenho medo de elevadores? E você vai me dizer que isso não é um elevador, mas a sensação é a mesma... Seu estomago desce seu cérebro sobe, seus olhos esbugalham e você sente vontade de vomitar e então graças ao bom Senhor o treco parou de se movimentar e abriu as portas, sai de dentro dele toda cambaleante, com certeza eu estaria verde agora. E assim que me recuperei me dei conta de uma coisa: Eu estava dentro do ministério da Magia. Que fã louca como eu havia chegado até aqui? Nenhuma, pois eu sou única... Morram de inveja! Eu estava um pavimento todo movimentado, cheio de bruxos e bruxas, pessoas saiam de lareiras... Conversava. Aviõezinhos de papel voavam por todos os lados.