Dizem que quando você morre, a única essência que não se perde é seu olhar. Você pode reencarnar quantas vezes for preciso, e seu olhar sempre continuará o mesmo. Particularmente eu não acredito em nada disso. Não acredito em destino, em acasos, nem em reencarnações. Renesmee estava morta, pelas mãos sujas dos Volturi. Meu coração e minha vida estavam destruídos. Jogados as traças como se não valessem nada. Minha vida estava manchada do tom mais carnudo de vermelho, o agridoce cheiro de seu sangue – mesmo depois de anos – ainda parecia dominar meu corpo, sempre me lembrando dela.

Insanamente pensei milhares de vezes que suicídio era a solução mais rápida e sucessível. E para estragar meus planos, lá estava ela; maquinando na minha cabeça, deixando seu rastro de pureza pelos meus sonhos; impedindo-me de cometer tais atos.

Um século de amargura e sonhos conturbados se passou e finalmente pude ir em busca de minha vingança. Porém, ao infiltrar-me nos confins carregados de massacre dos Volturi, eu não esperava encontrar os mesmos olhos, a mesma essência, no corpo de outra. Renesmee estava viva novamente, e por sátira do destino, era minha inimiga mortal.