I Am Not That Strong escrita por Ducta


Capítulo 1
its hard to say goodbye


Notas iniciais do capítulo

Achei triste.



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E em meio a todo o caos que as labaredas de fogo provocavam ao redor deles, as tábuas rangendo acima dele e o calor sufocante, ele só queria achá-la, salvá-lá.

Com um último esforço ele se levantou afastando as tábuas quentes de cima de seu corpo fazendo as vigas mais próximas rangerem, avisando sobre um novo desabamento. E então, ignorando a dor na perna quebrada, ele caminhou pela casa em chamas gritando seu nome, a agonia o consumindo a cada vez que ele não ouvia nada além do fogo crepitando.

Seu coração atrasou ao menos quatro ou cinco batidas quando chegou a balaustrada da escada parcialmente destruida, ela estava manchada de sangue.

Ele correu o mais rápido que pôde para o andar de cima que já tinha desabado.

Tomado pelo desespero, ele tentou se lembrar da última vez em que estivera com ela no meio de todo aquele caos, mas sua cabeça doía muito, a última coisa de que se lembrava era de estar acariciando os longos cachos loiros de sua namorada enquanto ela contava sobre o semestre com seu pai.

Ele tornou a chamar por seu nome, cada vez mais alto até que finalmente viu a coisa que ele nunca desejaria ver em toda a sua vida: Annabeth debaixo de uma pilha de tábuas em chamas, seus olhos tempestuosos vidrados, morta.

Um grito forte e desesperado escapou da garganta dele enquanto, sem se importar com o fogo, ele afastou as tábuas que a cobriam e arrastou seu corpo sem vida para longe de lá.

A pele dela estava enegrecida quase completamente, feridas enormes por toda a extensão de seu corpo esguio.

Percy apertou o corpo da namorada contra o seu enquanto chorava sem controle sobre a dor imensa que o tomava.

Ele sentia raiva de si próprio por não ter tido forças para protegê-la, por ter sido tão incapaz.

Ele não podia suportar a ideia de que o amor de sua vida morrera e morrera de uma forma tão cruel, sem nem saber o porque.

E era assim que ele morreria, abraçado ao corpo carbonizado dela.

Ele não podia sequer pensar em levantar e viver sem ela, era impossível.

Em algum lugar abaixo deles, o que restara da construção rangeu e, ainda acariciando o rosto de Annabeth, Percy fechou os olhos e desejou que o desabamento e a cabonização ocorressem logo, ou talvez que demorasse, que fosse doloroso, pois aquela dor não podia se comparar à dor daqueles poucos momentos sem ela a seu lado.

- Percy, venha meu filho, você precisa sair daqui. - Poseidon disse puxando o filho pelo ombro.

- Não! Eu não vou sair daqui, eu vou morrer com ela! Não vou sair! Não vou! - Percy balbuciava se agarrando mais ao corpo sem vida de Annabeth.

À sua frente, uma cabeleira loira começou a balançar.

- Deixe-a ir Perseu e saia daqui. - Athena disse encarando os olhos da filha.

- NÃO! Eu não vou sair daqui!

- Annabeth não gostaria que você morresse por sua teimosia. - A deusa insistiu.

- Vamos filho, levante-se.

- Não. - Ele sussurrou, lágrimas grosssas rolando por sua face. - Eu não posso ficar sem ela.

- Faça isso por ela então. - Poseidon insistiu - Ela gostaria disso.

- Por favor me deixem morrer aqui com ela, eu não quero sequer pensarem viver sem ela!

- Vamos Percy, se você não sair daí, ela não vai querer atravessar o Hades.

- Ela vai querer voltar para ficar com você. - Athena completou.

- Que volte!

Ninguém disse mais nada e Percy soube o que eles queriam dizer, ela não voltria realmente. Só vagaria por onde ele passasse.

Isso não seria justo com ela. Ela merecia descançar.

- Por você. - Percy sussurrou. - Só por você.

E, finalmente aceitando a ajuda do pai, ele se levantou e caminhou pra fora da casa com o corpo dela em seus braços.

E os anos se passaram.

Não que Percy sequer se importasse, ele não fazia nada mais do que se manter vivo, prometera isso no enterro de Annabeth.

Mas era difícil.

Percy estava sentado no canto mais afastado da praia, o vento açoitando seu rosto e as ondas quebrando-se em pequenas marolas nos seus pés.

Lembrou-se de Silena quando Beckendorf morreu. Mesmo sendo espião de Cronos, ela sofreu por meses a fio até que finalmente caíra em batalha.

Invevaja Silena por isso. Ela fora forte em meio a toda a dor e ele mal coseguia se levantar da cama de manhã.

Nico já o dissera que ela estava bem, estava nos campos elísios e o esperava, mas "que não fizesse nada estúpido como sempre fazia", foram as palavras dela.

Ah deuses, como ele a amava.

E mais uma vez os anos se passaram.

Nico acordara assustado no meio da noite, tivera um pesadelo tão real...

Levantou-se da cama e atravessou a área dos chalés as pressas, a porta estava aberta.

E ele estava certo, o pesadelo fora real. Percy se fora.

Ao lado de seu corpo sem vida atravessado por Anaklusmos, havia uma foto dele e de Annabeth, uma frase em caligrafia tremida: Eu não sou tão forte.


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