Skip Beat - enquanto o Amor Durar escrita por Mirytie


Capítulo 20
Capítulo 20 - Actriz e...cantora?


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal.
Desculpem o atraso mas tive uma crise de inspiração.
Acontece aos melhores =P
Só uma pequena nota: Eu não tenho direitos nenhuns sobre a música no capitulo.
Well, enjoy ^^



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Ser aquilo que não se é e esconder a verdade daqueles que se ama pode ter consequências desastrosas.

Ren sabia disso.

Tinham-lhe ensinado isso desde pequeno e ele próprio aprendera às suas custas.

No entanto, ali estava ele a fazê-lo outra vez.

Era nisso que ele ia a pensar, enquanto conduzia até ao estúdio de gravações, com Kyoko ao seu lado.

A verdade era que estava curioso por ouvi-la a cantar. Na festa ele estava tonto, enquanto ela cantava e não prestara atenção nenhuma.

- Tsuruga. – chamou Kyoko – Está tudo bem? Se não quiser vir não é preciso…pode deixar-me aqui.

- Não, só estava a pensar. – disse Ren. Espantava-o a maneira como ela conseguia agir normalmente depois de uma noite como a de ontem – Estás nervosa?

- Um bocado. – confessou Kyoko – O director disse que só tínhamos um dia para fazer a música e é a minha primeira vez…

- Aposto que vai correr tudo bem. – Ren viu o estúdio e teve um arrepio como se alguma coisa fosse correr mal.

- Gostava de ter uma das suas chávenas de chocolate quente, agora. – disse Kyoko sorrindo – Parecem acalmar-me quando estou nervosa.

- Há leite com chocolate no estúdio. – ele estacionou o carro à frente do estúdio – Posso entrar contigo?

- Acho que sim. – respondeu Kyoko, saindo ao mesmo tempo que ele – Afinal, o director gostou bastante de você.

Ren sorriu, mas estava magoado por terem voltado ao “você” de antes porque estava a habituar-se a que ela o tratasse por Ren. Bem, pelo menos ele ainda podia tratá-la por Kyoko.

- …ga-san?

Ren acordou, vendo que já estavam próximos da sala. – Desculpa, não estava a ouvir.

- Pois, eu percebi. – disse Kyoko, um pouco chateada – Estava a perguntar o que achava da minha voz.

Ele ficou a olhar para ela durante algum tempo sem ideia alguma do que dizer.

- Não estava a ouvir, pois não? – perguntou Kyoko de uma maneira monótona, como se já soubesse.

Busted!

- Sabes…é que eu…hum… - Ren olhou para ela, vendo o sorriso trocista – Hei, estás a fazer pouco de mim?

- Eu sei que se estava a sentir mal, nesse dia. – disse Kyoko compreensivamente – Mas ver uma cara de pânico em si é uma coisa rara. Não podia deixar escapar esta oportunidade.

Ren parou e dirigiu-lhe um sorriso maléfico. – Para quem, antes respeitava tanto o seu senpai, estás muito atrevida, ultimamente.

- Estou a aprender várias coisas novas a viver consigo. – confirmou Kyoko.

- Oh, parece que esta menina precisa de um castigo. – sugeriu Ren vendo-a recuar um passo – Diz lá, tens cócegas, não tens?

- Porquê? – subitamente, Kyoko lembrou-se  da noite anterior – Não…não, não, não!

Antes que ela tivesse tempo de fugir, Ren agarrou-a e encurralou-a contra uma parede começando a fazer cócegas até estarem os dois no chão, ela sentada contra a parede e ele ajoelhado à frente dela.

E, de repente, o ambiente mudou e o silêncio instalou-se, enquanto eles se olhavam.

Quando ele aproximou-se, Kyoko fechou os olhos e levantou a cabeça como se estivesse à espera daquilo, desde o começo.

Mas, quando ele estava prestes a beijá-la, a porta ao lado deles abriu-se.

Ao ver Sho, parado a olhar para eles com as sobrancelhas franzidas, Ren decidiu improvisar. Olhou para Kyoko que ainda continuava com os olhos fechados e passou-lhe o polegar pelo olho. – Já tirei a pestana. – disse ele fazendo-a abrir os olhos.

- O quê? – perguntou ela, confusa. Ao ver Ren acenar com a cabeça, ela olhou para o lado e viu Sho, que parecia estar pronto a explodir – Oh, Sho. Nós estávamos só… - Kyoko olhou de volta para Ren – Eu tinha uma pestana no olho e o Re…Tsuruga-san estava a tentar tirá-la.

Ren levantou-se e ajudou-a a pôr-se em pé.

Ao ver as faces coradas de Kyoko, Sho soube que aquilo que Ren tinha dito tinha sido apenas uma desculpa esfarrapada e, ao pensar nisso, a raiva começou a apoderar-se dele. Como é que ele se atrevia a tentar beijar a Kyoko. (Comentário da autora: Pobre e inocente Sho. Eles já passaram do “tentar”)

- Estás atrasada, Kyoko. – disse Sho, agarrando-a e arrastando-a para dentro da sala.

- Espera. – Kyoko parou à porta e soltou-se de Sho – Ele também vem!

Sho tentou dizer alguma coisa mas, quando deu por si, Kyoko já estava a estender a mão para Ren. Ao passar por Shotaro, Ren sorriu como se lhe estivesse a dizer “desta vez perdes tu”, chateando-o ainda mais.

Oh, mas ele ia pagar, pensou Sho.

Sho não podia estar mais irritado.

Porque é que o director estava tão contente por ele estar ali? Porque é que Kyoko o queria ali? Na sua cabeça estavam todos contra ele, invadindo o seu território.

Era exactamente nisso que Ren estava a pensar ao ver Sho a olhar para ele como se quisesse atacá-lo. Para Ren, aquilo era como uma pequena vingança, porque Sho também tinha invadido o seu território ao filmar While Love Last.

No entanto, Kyoko estava completamente alheia à batalha silenciosa que os dois travavam. Em vez disso, estava excitada e extremamente nervosa por estar uma verdadeira sala de gravações.

Ao entrar na sala por detrás no vidro com Sho, as mãos dela tremiam.

- Vamos lá. – disse o homem atrás da misturadora quando Sho e Kyoko se posicionaram atrás dos microfones com a letra da música na mão e os auscultadores aos ouvidos – Têm aí as partes de cada um e espero que tenham treinado.

Kyoko lembrou-se da sua tentativa no dia anterior e a rouquidão que tinha vindo como consequência mas decidiu não dizer nada. Com Ren ali, ela estava bastante confiante.

Ao ouvir a música a começar, Sho olhou para Kyoko que era a primeira a começar.

Kyoko:

I didn’t wanna say
I’m sorry for breaking us apart

Sho:

I didn’t wanna say
It was my fault
Even though I knew it was

Kyoko:

I didn’t wanna call you back
Cause I knew that I was wrong

Kyoko e Sho:

Yeah I knew I was wrong

Kyoko:

One in the same never to change
Our love was beautiful

Kyoko e Sho:

We got it all destined to fall
Our love was tragical

Sho:

Wanted to call

Kyoko:

No need to fight

Sho:

You know I wouldn’t lie

Kyoko e Sho:

But tonight we’ll leave it on the line

Kyoko

Listen, baby!

Sho:

Never woulda said forever if we knew it’d end so fast

Kyoko:

Why did you say ‘I love you ‘
If you knew that it wouldn’t last

Sho:

Baby I just cant hear what your saying
The line is breaking up

Kyoko:

Or maybe that’s just us, oh baby just us

Kyoko e Sho:
One in the same never to change
Our love was beautiful
We got it all destined to fall
Our love was tragical
Sho:
Wanted to call
Kyoko:
No need to fight
Sho:
Cause you know I wouldn’t lie
Kyoko e Sho:
But tonight we’ll leave it on the line

Sho:
Tried to call again and get your mailbox
Like a letter left unread
Kyoko:
Apologies are often open-ended
Kyoko e Sho:
But this one better unsaid!!!

Kyoko e Sho:
One in the same never to change
Our love was beautiful
We got it all destined to fall
Our love was tragical
Sho:
Wanted to call
Kyoko:
No need to fight
Sho:
You know I wouldn’t lie
Kyoko e Sho:
But tonight we’ll leave it on the line

Kyoko:
We’ll leave it on the line
Sho:
Yeah, oh yeah
Kyoko:
We’ll leave it on the line tonight

- Perfeito! – gritou o director extasiado com a voz de Kyoko – Está melhor do que eu imaginava que ia ficar!

Kyoko saiu, seguida por Sho e sorriu.

- Fiz o meu melhor. – Kyoko sorriu mas estava um pouco desconfiada. O homem sentado à frente da misturadora não parava de olhar para ela.

- O teu melhor é “perfeito”. – disse Ren imitando o director sem ele perceber. Estava contente por o chá que ele fizera de manhã para ela, ter resultado. Ela já não estava tão rouca como ficara no dia anterior, depois de cantar – Foste demais.

- Oh, olha quem está a tentar usar frases de adolescentes. – comentou Sho – Já vais tarde, velhote.

- Hei, não fales assim com ele! – gritou Kyoko enfrentando Sho – Ele é mil vezes melhor do que tu!

- Ah, sim? É pena ele não ser quem parece ser! – ao ouvir aquilo, Ren empalideceu.

- O que é que queres dizer com isso? – perguntou Kyoko, confusa.

- Amor, vem cá.

Ao ouvir aquilo, Kyoko olhou para o homem sentado na cadeira. “Amor”?

- Ouve. – continuou o homem quando Kyoko se afastou – O meu nome é Yamamoto Katsu e sou o dono deste estúdio de gravações..

- Prazer em conhecê-lo, Yamamoto-sama. – cumprimentou Kyoko fazendo uma vénia – Obrigado por me receber.

- Vou-te fazer uma proposta, amor. – disse Katsu insistindo no “amor” o que deixava Kyoko bastante desconfortável – Eu gostei da tua voz e acho que consigo fazer famosa a nível nacional…para não falar a nível internacional. – ao vê-la perdida, ele explicou – Há poucos cantores japoneses que consigam chegar ao tom a que tu chegaste e não desafinar, e os que conseguem têm um sotaque muito carregado. No entanto, tu conseguiste. Não sei como nem vou-te pedir para explicar.

- Eu só imaginei que era uma cantora americana. – disse Kyoko, explicando na mesma.

- Bem, acho que é isso que os actores fazem mas, a questão é que, tu fazes melhor. – Katsu suspirou – Vamos fazer o seguinte: eu prometo fazer de ti uma cantora famosa a nível mundial se tu conseguires arranjar-me duas músicas até ao final da semana.

- Tenho que escrever duas músicas em três dias? – perguntou Kyoko.

- Exactamente. Se conseguires, gravamos as músicas no fim-de-semana. – explicou Katsu – Vi a tua actuação com os Vie Ghoul por isso quero que escrevas uma música onde eles possam entrar.

- Quer que eu escreva duas música me três dias… - Kyoko estava a tentar processar aquilo na sua cabeça mas não conseguia imaginar-se como uma cantora famosa.

- Hei, não estou a dizer que não possas pedir ajuda. – acrescentou Katsu – Parece que conheces bem o Sho. Porque é que não lhe pedes umas dicas?

Kyoko olhou para Ren e para Sho que se entreolhavam furiosamente. Não podia pedir conselhos a Sho!

- Vou fazer o meu melhor. – murmurou Kyoko já pensando sobre o que iria escrever.

- Fico à espera, amor. – e, dizendo isto, ele saiu, deixando-os aos três a sós.

- Devíamos ir. – sugeriu Kyoko olhando para Ren.

- Vai indo para o carro. – pediu Ren – Eu preciso de falar com o Sho.

- Mas…

Depois de olhar para ela, Ren não precisou de fazer mais nada para a convencer. A aura negra que o envolvia era mais densa do que ela algum dia tinha visto.

- Eu não demoro nada. – disse Ren vendo-a sair. Depois virou-se para Sho – O que é que tu sabes?

- O que é que tu achas, Kuon? – perguntou Sho, querendo atiçá-lo – Tens um passado bem diferente da tua vida actual. O que é que achas que a Kyoko acharia, se eu lhe dissesse?

Ren sorriu. Ele queria falar com o Kuon? Então Ren ia fazer-lhe a vontade.

Sem hesitar, ele atirou Sho contra a parede, violentamente. – Se sabes do meu passado, não devias ameaçar-me.

- Não vais fazer nada. Não terias coragem. – foi o que Sho disse mas estava com medo. Nunca tinha visto ninguém com um olhar como aquele que Ren lhe direccionava – Não estragarias a reputação do Ren que tu crias-te.

Ren aproximou-se e deu um murro na parede, mesmo ao lado da cabeça de Sho, arrepiando-o até à espinha.

- Não sabes o que o Kuon é capaz de fazer. – como se tivesse mudado de personagem, Ren sorriu dando-lhe palmadinhas amigáveis na cara – Perguntaste o que é que a Kyoko faria se soubesse, mas não te esqueças que eu sou o “Corn”. Mesmo que ela ficasse magoada ao princípio, era eu que a ouvia quando ela tinha problemas e não podia falar contigo.

“Eu arranjei um sítio para chorar.” Sho abriu a boca. Era ele? Ele era as memórias preciosas que ela tinha criado?

- Oh, não sabias? – Ren afastou-se com um sorriso de satisfação na cara – Podes acrescentar que eu sou o senpai dela e actual guardião? Quem é que perde?

Sem necessidade de dizer mais nada, Ren saiu e deixou Sho sem saber o que fazer a seguir.

Enquanto os dois falavam, Kyoko tinha obedecido e estava agora a dirigir-se para o carro, envergonhada com os seus próprios pensamentos.

Tinha começado por perguntar-se se Ren tinha trabalho à tarde e depois pensara que, se ele não tivesse, podiam passar a tarde, juntos.

Agora, como raio é que tinha chegado até àqueles pensamentos condenáveis? Vejamos…

Primeiro, estava a pensar num sítio onde pudessem passear sem chamar a atenção de muitas pessoas ou paparazzis, depois pensara que podiam ficar em casa a conversar e a ver um filme, com pipocas, até anoitecer.

Então como é que essa ideia tinha passado para “Podemos acabar aquilo que começamos até o Shotaro aparecer. Afinal, dentro de casa, ninguém nos vê.”

E o pior é que não conseguia mudar de ideias. O que é que ia fazer? Saltar-lhe para cima só porque queria beijá-lo?

Ela parou, chocada com o que estava a pensar. Estava de tal forma imersa nos seus pensamentos que, quando o telemóvel tocou, ela saltou.

- Estou? – disse ela quando conseguiu pegar no telemóvel – Ah, presidente.

- Encontrei um agente para ti, Kyoko. – informou Lori – Ele disse que te ia buscar ao estúdio. Ele já tem a tua agenda.

- Bem, eu agradeço, mas o Tsuru…

- Não tens de quê. – disse Lori sem a deixar acabar – Tem um bom dia.

Kyoko ficou a olhar para o telemóvel, um pouco grata com a distracção. Mas, era suposto ela esperar pelo agente? O que diria a Tsuruga-san?

- Kyoko?

- Ahh! – gritou ela, assustando Ren que estava atrás de si.

- O que é que se passa? – perguntou ele.

Kyoko virou-se lentamente, como um robô enferrujado. – N-nada…absolutamente nada.

- Vamos, então? – Ren começou a andar antes de Kyoko pensar nalguma coisa para dizer.

No entanto, ao chegar à porta, Ren ficou exactamente como Kyoko.

- Oh, não. – murmurou Kyoko ao ver porque é que Ren tinha parado.

- Tudo bem, Kyoko-chan? – perguntou Tora – Eu sou o teu novo agente.

Tora e Kyoko trocaram de números de telemóvel e despediram-se. Kyoko dirigiu-se para casa com Ren, apesar de ele não dizer uma única palavra.

Ela sabia que os seus planos tinham sido destruídos no preciso momentos em que Tora aparecera. Ren odiava-o.

Quando a porta do apartamento se fechou, Kyoko encostou-se a ela, à espera que ele dissesse alguma coisa mas, ao vê-lo ir para o quarto, foi ela que teve que falar.

- Porque é que não gosta dele? – perguntou Kyoko, parando-o mesmo quando ele ia entrar.

- Estou só cansada. – disse Ren – Vou só descansar um pouco.

E ainda não tinha trancado a jaula do Kuon.

- Ele vai ser só meu agente. – Kyoko quase conseguiu ouvir a paciência de Ren a estalar.

- Só um agente? Tal como eu era só um senpai antes de te dizer que estava apaixonado por ti? – perguntou Ren fechando a mão na maçaneta como se estivesse a impedir-se de ir até ela. Tinha medo de a magoar se se aproximasse agora – Ele não quer ser teu agente. Quer passar o dia a fazer-se a ti!

Ao ouvir Ren a bater a porta do quarto, Kyoko achou que estava com a disposição exacta para escrever a música que ia tocar com os Vie Ghoul.

Depois de pegar num papel e num lápis, Kyoko sentou-se e pôs os pés em cima da mesa de café.

- Tell me what you got to break down the walls. – cantarolou Kyoko olhando para a porta de Ren – Kick senseless my defenses.


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Notas finais do capítulo

Pensavam que o Tora nunca mais ia aparecer? Bem, aí está ele para estragar tudo como é habitual.
No último capitulo vai haver uma surpresa para aqueles que leram a sidestory desta fic "O Rei das Fadas" (Bem, é uma sidestory, por isso é óbvio que tenham uma ligação)
Comentários? ^^