Skip Beat - enquanto o Amor Durar escrita por Mirytie


Capítulo 18
Capítulo 18 - Diz-lhe que o amas


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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A manhã tinha começado normalmente para Kyoko, como se os últimos dois dias tivessem sido parte de um sonho.

Mas, para Ren, acordar com o cheiro de um delicioso pequeno-almoço a ser feito, era novidade, ainda mais ter uma mulher a cozinhá-lo para si, logo de manhã.

- Vamos, Tsuruga-san. – disse Kyoko, depois de lhe dar os bons dias – Se não se apressar, vai chegar atrasado.

Ren quase se tinha esquecido que ela morava ali. – Sim, claro.

Ao sentarem-se à mesa, Ren achou aquilo, estranhamente natural.

- Acho que vou buscar as minhas coisas ao Darumaya, depois de ir à LME ver se precisam da minha ajuda. – informou Kyoko pondo a comida na mesa, enquanto Ren se sentava – Eu sei que há mais dois membros lá, mas a Moko-san está ocupada e a Chiori-san está no meio de audições.

- Oh, se a entrevista acabar a tempo, posso-te ir buscar ao Darumaya. – ofereceu Ren vendo a enorme quantidade de comida que Kyoko pôs à sua frente – Depois mando-te uma mensagem.

- Bem, não é preciso, mas se insiste…

- Eu insisto. – interrompeu Ren começando a comer – Mas quero que tenhas cuidado.

- Porquê?

- A tua mãe sabe que agora sou teu guardião. – explicou Ren – Isso quer dizer que a imprensa também deve saber.

- Então a entrevista que vai dar…

- Exactamente. – confirmou Ren – Vou explicar tudo, mas isso não quer dizer que os paparazzis vão deixar de aparecer.

Ele acabou de beber o chá e levantou-se. – Estás pronta?

Ela anuiu com a cabeça, levantou a mesa rapidamente e vestiu o casaco, enquanto ele abria a porta

- Vai ficar tudo bem entre nós, não vai? – perguntou Kyoko inocentemente.

Ren vergou-se e deu-lhe um longo e doce beijo na testa. – Tal como era antes.

Mas, ao afastar-se, Ren sabia perfeitamente que alguma coisa tinha mudado. Uma coisa que ele não podia mudar.

Apesar de ser só nove da manhã, Sho já suspirava como se tivesse tido um dia extremamente cansativo.

Ia a sair para a gravar a sua nova música quando tinha dado de caras com Yumiko.

- O que é que se passa? – perguntou Sho encostando-se à parede – Já não tínhamos chegado a um acordo?

- Isso já está fora de questão. – disse ela – Eu agora já não tenho poder maternal sobre a Kyoko. Agora, preciso da tua ajuda.

- Como assim? – perguntou Sho confuso.

- Ren Tsuruga é o guardião da Kyoko, a partir de agora. – Yumiko viu mesmo aquilo que queria ver na cara de Shotaro – Tu gostas dela.

- O quê!? Eu nunca…

- Oh, gostas sim! – ela sorriu-lhe – Sempre soube que a minha filha gostava de ti mas nunca esperei que os sentimentos fossem recíprocos.

- O que é que queres!? – perguntou Sho, começando a ficar irritado com aquela conversa – Eu não tenho a tua vida! Tenho que ir trabalhar!

- Ele ama-a. – disse Yumiko, vendo Sho desviar os olhos – Tsuruga Ren, quero eu dizer. Não acho que ele aguente durante muito tempo ficar debaixo do mesmo tecto com ela, sem fazer nada. Se ele fizer alguma coisa, nem que seja um simples beijo, a custódia da Kyoko volta para mim. Preciso que estejas de olho neles.

- E porque é que eu te ajudaria? – perguntou Sho.

- Precisas mesmo que eu te diga? Se se souber de alguma coisa, o Ren nunca mais vai poder aproximar-se da Kyoko. – Yumiko cruzou os braços – Se isso não for incentivo suficiente, eu sei que mandaste investigar o passado dele. O que achas que a imprensa iria pensar disso, se ficasse a saber?

A única coisa que Sho fez foi rir, até ficar com dor de barriga. Depois levantou-se e encarou-a.

- Não paras de me surpreender, Yumiko. – confessou ele virando costas – Muito bem! Vou ficar de olho neles.

Kyoko tinha encontrado Kanae na LME e ela “oferecera-se” para a ajudar com as malas, no Darumaya.

- Bem, têm acontecido umas coisas bastante estranhas, não têm? – comentou Kanae no quarto de Kyoko a dobrar e a empacotar roupa – Esse problema com a tua mãe vai ser bem difícil de resolver. Acho que ela não vai desistir assim tão facilmente.

Kyoko estava deitada na cama a brincar com um dos bonecos de Ren, sabendo que Kanae tinha razão.

- O que achas que devo fazer, Moko-san? – perguntou Kyoko pousando o boneco – Agora estou a viver com o Tsuruga-san.

- Certo. E ele disse que estava apaixonado por ti, não é? Mas, o que é mais importante agora, é… – Kanae parou de dobrar roupa e olhou para Kyoko – Porque é que não estás a ajudar!? Tu é que vais mudar de casa!!!

Num instante, Kyoko já estava ao pé de Kanae a dobrar roupa.

- Ouve. Estás a complicar demasiado este assunto da tua mãe e do Ren. – disse Kanae – Se te “descaíres” e disseres à imprensa que a tua mãe te está a incomodar, ela vai ser tão perseguida que não vai ter outra opção a não ser sair de Tokio.

- Eu não posso fazer isso, Moko-san. – Kyoko estava chocada com as palavras da amiga – Ela continua a ser minha mãe.

- Estás a sofrer, agora por seres tão boazinha. – continuou Kanae – Em relação ao Ren, esse assunto ainda é mais fácil de resolver. Só tens que crescer depressa e ter paciência.

- O quê?

- Ele está apaixonado por ti. – lembrou Kanae – Diz as palavras e ele vai esperar por ti como um cãozinho obediente.

- Não chames o Tsuruga-san de cãozinho! – pediu Kyoko fechando a mala com força.

- Estou-te a dizer. – insistiu Kanae – Diz-lhe que o amas e ele vai estar sempre lá para ti.

- O quê!?

- Não o amas? – perguntou Kanae vendo Kyoko a corar – Se não lhe disseres, podes perdê-lo num instante.

- Não! Eu não posso perdê-lo! – Kyoko disse aquilo inconscientemente e depois murmurou – Eu não vou perdê-lo.

Kanae olhou para ela com pena, mas não insistiu mais.

- Tens a chave do apartamento do Ren? – ao receber uma resposta positiva, Kanae levantou-se do chão – Anda, vamos levar as coisas para lá.

Depois de mandar uma mensagem a Tsuruga-san para o avisar que não precisavam de boleia, Kyoko pegou em duas malas e seguiu Kanae.

Ren tinha encostado o carro a uma berma para atender o telemóvel e agora não sabia bem o que fazer.

- O que é que quer dizer com “Eles ainda não sabem de nada”, Yashiro-san? – perguntou Ren ainda com o telemóvel ao ouvido.

- Se soubessem eu dizia-te, Ren. – disse Yashiro do outro lado da linha – Mas não há noticia nenhuma sobre seres o guardião da Kyoko.

- Tem a certeza?

- Tenho a certeza. – respondeu Yashiro – Até já cancelei a entrevista. Se ninguém sabe, não és tu que vais lhes vais dizer, certo?

- Sim, mas…

- Vai-te divertir, Ren. – sugeriu Yashiro – Tens a manhã livre.

Depois de concordar, Ren desligou. Podia surpreender Kyoko mas Kanae estava com ela e, em todo o caso, ele achava que era melhor não passarem muito tempo sozinhos.

Devia olhar para ela como uma filha, a partir de agora?

Sozinho, Ren riu-se de si próprio. Ele olhou para o assento do pendura onde tinha posto o DVD do filme While Love Last. Tinha pedido ao director e ele tinha-lhe dado, alegremente.

As gravações já tinham acabado, só faltava a parte da edição e a música final. O filme estreava no próximo mês, antevendo-se como um sucesso.

Se assim fosse, Kyoko sairia da Secção Love Me e tornar-se-ia na grande actriz que Ren via.

Sem mais nada para fazer, Ren decidiu dar entrada num hotel e dormitar até ser horas para o trabalho que tinha à tarde.

Entretanto, deixava a casa para Kyoko e Kanae.

Ou assim ele pensava.

Mas, a caminho da casa do Ren, com a desculpa de ir entregar a letra da música final do filme, estava Sho com um sorriso na cara.

Entretanto, Kyoko estava a redecorar o quarto de hóspedes que a partir de agora ia ser dela. Kanae estava a ajudá-la, um pouco chateada por Ren ter uma casa que ela nunca sequer imaginara ter.

- A partir de agora, vais viver aqui? – perguntou Kanae olhando para uma saca cheia de bonecos do Sho e do Ren.

- Até fazer 18 anos, sim. – respondeu Kyoko fechando a gaveta cheia de camisas – Esta é a minha casa, até lá.

Kyoko ainda ficava um pouco envergonhada ao pensar nisso.

Ao ouvir a campainha, ela hesitou mas acabou por abrir. Vendo Sho à sua frente, surpreendeu-se.

- O que é que estás aqui a fazer? – perguntou Kyoko, imaginando o que ele poderia querer com Ren.

- Fiquei a saber que estavas a cuidado do Tsuruga Ren, agora. – explicou Sho – Vim entregar-te a letra da música dos créditos do filme.

- E vieste aqui só para isso? – perguntou ela com um ar desconfiado. Conhecia-o bem demais para acreditar nele.

- Ah, conheces-me bem. – sem pedir, Sho entrou  no apartamento e sentou-se no sofá como se aquela fosse a casa dele – Tiveste sorte, Kyoko. Passar do Darumaya para um luxuoso apartamento como este? Se não fosse o chato do Ren morar aqui também, estarias no céu.

- Não fales assim, dele. – pediu Kyoko – Ele…

Kyoko parou de falar quando ouviu Kanae a rir-se atrás dela.

- Não sabia que tinhas visitas. Queres uma faca? – perguntou Kanae apontando para a cozinha.

- Não vai ser preciso. – disse Kyoko com uma cara séria – O Sho já estava de saída.

- Certo, certo. – Sho levantou-se, atirando a letra para cima da mesa – Só vim para dizer olá.

Sho olhou uma última vez para Kanae e saiu a assobiar.

Kanae surpreendeu-se ao ver Kyoko a sentar-se no sofá com cara abatida. – O que se passa?

- Antes sentia ódio. – disse Kyoko – Mas agora, ao olhar para ele, sinto-me triste por ter deixado que ele fosse o motivo para eu entrar neste mundo. – Kyoko levou as mãos à cara – Depois, quando vejo Tsuruga-san e lembro-me de o ter encontrado, sinto-me mal…como se o tivesse acabado de trair.

Kanae sorriu. – A sério que não sabes porquê? – Kanae abanou a cabeça lentamente quando Kyoko olhou para ela, completamente perdida – Tu costumavas gostar do Sho e o Ren sabe disso. Agora, como gostas do Ren, quando estás com o Sho é como estares com o teu ex sem o teu namorado saber.

- O quê!? – Kyoko levantou-se imediatamente – Namorado!?

- Oh, vá lá, Kyoko. – pediu Kanae – Vê-se que vocês gostam um do outro. Ele próprio admitiu que está apaixonado por ti! Dás-te conta que tu és a única que ainda não admitiu o que sente?

Kyoko virou a cabeça para o chão. E não era verdade? Ela tinha medo de olhar para o seu coração e ver alguma coisa que a pudesse magoar outra vez.

Tinham sido mais de dois meses de investigação intensiva, mas James tinha finalmente chegado a algum lado.

James entrou no quarto que tinha alugado e pousou o ficheiro com nome Tsuruga Ren, em cima da mesa.

Tinha havido ocasiões em que duvidara de si mesmo, naquela investigação, e outras em que lhe tinha apetecido largar tudo e partir para outra.

Mas no fim tinha conseguido.

Com um sorriso, James sentou-se e abriu a capa amarela, vendo a fotografia do rapaz de cabelo loiro com uma plaqueta policial à frente, na primeira página.

Kuon tinha sido um verdadeiro rebelde na sua altura, James percebia agora porque é que ele tivera que ser enterrado.

Ren tinha feito um bom trabalho nesse campo. A sua vida anterior era um passado fechado a sete chaves. Era uma pena que James soubesse arrombar fechaduras.

James recostou-se na cadeira e suspirou, perguntando-se o que Sho faria com aquelas informações.


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Notas finais do capítulo

O segredo do Ren foi descoberto. ^^
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