Eternidade

Narradora

           JP sofreu ao ver sua família sofrendo tanto por ele. Ele não queria os deixar, ele era um imortal não era justo isso acontecer. Por um instante ele se lembrou das duvidas do bisavô e ele ficou incerto com seu futuro.

           Enquanto ele olhava pro seu corpo caído no cemitério, e todos chorando uma luz forte apareceu ao norte de onde ele estava. Um sorriso brotou em seus lábios quando ele ouviu em sua cabeça. “Siga a luz.” Parecia tão clichê. Mas dentro dele ele sentiu que tinha que fazer aquilo. Seja qual for o seu destino, estava na hora de enfrentá-lo. Ele olhou mais uma vez pra cada um dos seus familiares ali e caminhou, tranquilamente, pra luz que apareceu.

           Assim que JP passou pela luz o que ele viu não era o que ele esperava. Ele estava em uma campina verde, tão longa que se perdia diante dos seus olhos, um vento calmo se passou pela sua pele. Ele caminhou pela campina e então ele viu varias outras pessoas, homens, mulheres, crianças. Andando entre eles tinham homens e mulheres que brilhavam fortemente, suas vestes eram branquíssima, e JP soube que eles eram especiais. Uma das mulheres se aproximou dele.

           - Seja bem vindo querido. – A voz da mulher era tranqüila e transmitia calma. JP sorriu e a mulher prosseguiu. – Você foi valente em vida, e mereceu estar aqui. – Depois disso a mulher se virou e saiu.

           JP se adaptou rapidamente no lugar, ele se lembrava da sua família, mas de um jeito bom. Ele passava o dia todo ocupado, era como se ele tivesse voltado a ser criança, ele se sentia encantado por todo aquele lugar. Ele não sentia mais fome e nem tinha necessidade de dormir.

***

           Sete meses haviam se passado desde que JP havia morrido, ele estava sentado de frente pra um dos rios dali, a água era verde e dava pra ver os peixes dentro dela. De repente o céu que desde que ele havia chegado era azul, ficou cinza e começou um vento muito forte.

           - O que está acontecendo? – Ele perguntou pra um dos amigos que ele havia feito ali.

           - As almas estão sendo convocadas na terra.

           - O que devemos fazer? – JP se sentiu estranho. – Isso é certo?

           - Não. Seja quem for que esta nos convocando não é do bem.

           - E nós somos obrigados a ir?

           - Não JP. Nós temos o livre arbítrio pra escolher o que fazer. – Isso acalmou JP. Não demorou muito e o vento se acalmou, o céu voltou a ficar totalmente azul. JP voltou sua atenção pro rio.

           Então ele sentiu uma necessidade de andar, sem falar nada com os amigos que estavam ao seu lado, JP se levantou e começou a andar. Ele passou por um pequeno bosque e entrou numa parte onde tinha varias montanhas, e então ele a viu.

           - Ness? – JP chamou e Ness o olhou. Ela correu até ele e o abraçou.

           - JP. Eu sinto tanto.

           - Não sinta, eu estou bem. – JP falou com um sorriso verdadeiro no rosto. – O que você faz aqui? – De repente JP ficou triste. – Você...

           - Não. Eu estou viva JP. Eu posso viajar pelas dimensões e posso controlar as almas.

           - Então foi você quem convocou as almas?

           - Não. Foi Tuandra. E é por isso que eu estou aqui. – Ela olhou pra JP, ela não sabia se podia pedir isso, mas era a sobrevivência da família deles. – Eu preciso de ajuda.

           - Sinto muito, eu não posso... – Ele foi interrompido pela mesma mulher de quando ele chegou.

           - Você não pode, mas eu posso. – Ela caminhou até Ness, e tocou seu rosto. Ness fechou os olhos e então ela sabia o que tinha que fazer. A mulher deu um passo para trás e voltou por onde tinha chegado. Ness e JP se olharam, ele a abraçou e deu um beijo em seu rosto.

           - Boa sorte tia. – Os dois sorriram um para o outro antes de Ness fechar os olhos e desaparecer.

           JP começou a caminhar voltando pra onde ele estava antes, no meio do caminho ele sentiu seus passos vacilarem. JP olhou pra todos os lados sem saber o que o estava chamando, ele caminhou pra sua direita por alguns minutos e então voltou. Então ele virou e voltou pra onde havia encontrado sua tia. JP passou pelas montanhas e chegou à campina aonde chegava as novas almas.

           Ele caminhou pela campina, ele se sentia calmo, mas calmo que o normal ali.

           - JP. – JP olhou pra um dos homens de branco que o chamou e foi até ele, ao seu lado estava uma garota, ela era incrivelmente linda e JP se sentiu sem ar. Os olhos dos dois se ligaram e JP não podia acreditar no que estava acontecendo. Ele não poderia ter um imprinting ali, poderia? Como se pra responder sua pergunta o homem falou. – Duas almas gêmeas são capazes de se reconhecer onde quer que elas estejam.

           O homem saiu deixando JP paralisado olhando pra garota na sua frente.

           - JP Cullen? – Ela perguntou com um sorriso no rosto.

           - Você me conhece? – Ela negou com a cabeça.

           - Mas conheço sua família e sua tia Ness. – Ela deu um passo pra frente. – Julia. – Falou estendendo a mão. JP estendeu sua mão e pegou a dela, ambos sentiram uma descarga percorrer os seus corpos e ambos sorriram.

           - Seja bem vinda. – JP falou antes de dar um passo a frente e muito confiante tocar os lábios de Julia.