Lies escrita por San Costa


Capítulo 21
Capítulo 22 - Dor da perda


Notas iniciais do capítulo

Este foi o capitulo mais triste que eu escrevi na fic
Boa leitura



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Dor da perda

Ness

Naquela noite muitas coisas mudaram em minha mente. Eu parei de pensar em toda a situação com raiva e vi o quanto meus pais se sacrificaram por mim, o que eles tiveram que fazer, como eles tiveram que se afastar da nossa família. O que Luc escreveu passava em minha mente “Seu avô Billy, pai do seu pai, morreu sem que seu pai pudesse o ver.” Eu comecei a me sentir tão pequena e tão miserável. Uma saudade enorme tomou conta de todo o meu corpo e era como se ele todo doesse.

Já se passava do meio dia quando Julia e Luc bateram na porta do meu quarto.

- Podemos entrar? – Julia perguntou. Eu estava enrolada em duas cobertas e todo o meu corpo tremia e estava fervendo, assim como da primeira vez que eu tinha me transformado em loba. – O que aconteceu? – Eles vieram até onde eu estava e quando Julia me tocou viu que eu estava com muita febre.

- Não sei. – Meu corpo todo está doendo.

- Há quanto tempo você não caça Ness? – Luc perguntou e fiz uma careta, eu estava tentando ficar o máximo possível sem caçar, pra evitar matar humanos. – Você não pode passar tanto tempo assim sem caçar e você sabe que não precisa matar humanos.

- Você acha que isso é sede? – Julia perguntou. Eu não achava que isso era somente sede.

- Com certeza não. – Luc falou. – Mas primeiro vamos tratar sua sede, depois nos preocupamos com o restante. Luc saiu e Julia ficou comigo, o silêncio não foi desconfortável e não demorou Luc voltou. Ele me entregou um jarro com sangue, o gosto era diferente, mas matou a minha sede.

- Eu andei pensando. – Falei. – Eu li o arquivo que você me deu. – Falei para o Luc.

- Que bom Ness.

- E acho que eu quero saber um pouco mais sobre a minha família. Quem sabe até conviver um pouco com eles.

- E como você esta pensando em fazer isso? – Luc perguntou, com um tom prepotente na voz.

- Não sei ainda... Vou falar com o Aro. – A risada de Luc me interrompeu, até a Julia estava sorrindo.

- Você acha mesmo que o Aro vai deixar você ir embora? – Luc perguntou agora sério.

- Não, Ness. – Julia falou me olhando. – Você é importante demais pra ele te deixar ir embora.

- Importante? – Eu não me achava tão importante assim. Foi Luc quem respondeu.

- Aro sabe do seu potencial, ele sabe que você ainda não desenvolveu nem um terço do que você pode. – Eu fiquei pasma olhando pra ele.

- Como assim?

- Isso não é importante agora, com o tempo você entenderá qual seu verdadeiro potencial. – Luc respondeu. – O importante é tirar você daqui.

- Ness, você não pertence a este lugar. – Julia falou. – Antes de você chegar Luc e eu já planejávamos ir embora, agora nós decidimos que definitivamente chegou à hora.

 - Mas... – Eu ainda não tinha cem por cento de certeza. – Se vocês acham que o Aro não vai me deixar ir embora, então é provável que ele tente nos impedir de deixar Volterra não?

- Com certeza. – Julia falou e Luc continuou.

- Mas Julia e eu estamos planejando isso a um bom tempo. – Luc me contou rapidamente o que ele e Julia planejam. Um amigo de Luc o mesmo que o está ajudando a encontrar o irmão, irá, junto com alguns amigos, provocar um pequeno tumulto, única exclusivamente pra distrair a atenção do Aro e da guarda pra que nós pudéssemos fugir.

- Simples assim? – Perguntei desconfiada do plano dos dois.

- Esse é ponto. – Julia falou. – É algo tão simples que ninguém nuca irá imaginar o verdadeiro sentido.

Ficamos em silêncio por um tempo. Eu já estava me sentindo bem melhor.

- Você tem muita coisa na cabeça branquinha. – Luc falou usando o apelido que meu pai colocou, com certeza ele havia visto em minha mente. – Vamos esquecer tudo isso, hoje você está proibida de pensar em qualquer coisa que não seja se divertir. – Eu o olhei desconfiada e ele sorriu. – Anda, vem.

Nós passamos o dia todo juntos e como ele disse, tentamos nos divertir. Não me preocupei com mais nada durante aquele dia. Quando a noite chegou voltamos pro castelo e quando cheguei na porta do meu quarto Luc me deu uma outra pasta, porém bem mais fina.

- O que é isso agora? – Perguntei sorrindo. Ele deu um sorriso de lado.

- Isso. – ele apontou pra pasta. – É tudo o que você precisa saber sobre uma apanhadora de sonhos.

- Oh! – Foi tudo o que eu consegui dizer. Ele gargalhou e me deu beijo na bochecha, saindo logo em seguida. Entrei e logo abri a pasta e comecei a lê-la. “pessoal não vou por de novo, pois eu já expliquei no capitulo anterior.”

Forks

Narradora

Depois que decidiram ir até NY ajudar Arthur, os Cullen se dividiram, alguns continuaram buscando por todo o mundo pela Ness e alguns ficariam em Forks. Edward, Bella, Emmett, Rose, Jason, Edd, Seth, Embry, JP, Kauã e Duda iriam até Nova York. Eles decidiram ir logo pra que assim Tuandra não tivesse como planejar nada contra eles, segundo Arthur ela não demoraria saber que eles estavam indo atrás dela.

Eles viajaram no dia seguinte e logo que chegaram em NY alugaram uma van e foram pro hospital. Quando chegaram no estacionamento do hospital Arthur falou com Edward.

“Ela não está mais aqui.”

- Pra onde ela foi? – Edward o perguntou.

“Um cemitério.” Edward o olhou sem entender e ele prosseguiu. “Alguns bruxos tiram suas forças da luz e outros das sombras. E uma das maiores fonte de energia pra esses bruxos que tiram sua força das sombras são as almas presas nesta dimensão por não ter uma boa alma em vida.” – Edward ouviu e repassou pros demais tudo o que Arthur lhe explicou. Depois eles foram pra onde Arthur o mostrou.

 Tuandra sentiu uma ameaça vindo de encontro a ela. Ela tirou Arthur do hospital sem que fossem notados e foi pra um dos cemitérios da cidade. Assim que entrou ela jogou um feitiço de proteção no ar, protegendo ela de ataques surpresas e impedindo que as almas ali presentes conseguissem escapar. Ela levou Arthur até uma catacumba nos fundos do cemitério e o deitou nela. Ela conjurou alguns feitiços em volta da catacumba fazendo uma armadilha pra qualquer um que chegasse próximo ao corpo de Arthur, então ela chamou um ceifeiro. Um barulho alto precedeu a chegada dele, ele era alto e muito magro, estava com uma capa marrom com capuz. Ela lhe deu uma ordem direta de matar quem conseguisse passar por sua armadilha. Para o ceifeiro seria fácil matar qualquer ser, mesmo sendo ele vampiro ou transmorfo.

Tuandra foi pra frente do cemitério fazendo algumas outras armadilhas, jogando feitiços em algumas catacumbas. Por último ela invocou as almas ali presentes pra lutar ao lado dela. Alguns se dispuseram e se posicionaram ao seu lado e os que negaram foram aprisionados em um magma de eletricidade pra que lhe pudessem fornecer força durante a luta.

 Quando o carro se aproximou do cemitério eles puderam ver uma nuvem muito escura no céu, como se fosse noite e não apenas cinco horas da tarde. Assim que eles entraram no cemitério alguns sentiram algo estranho no ar e Edward percebeu que Arthur não conseguiu ultrapassar os portões do cemitério.

- Se preparem pra tudo. – Edward os advertiu. Bella logo pôs seu escudo em todos ali presentes, mesmo não sabendo se ele barraria algum feitiço de Tuandra. Eles começaram a andar com cuidado pelo cemitério. Já haviam entrado alguns metros quando Jason pisou em cima de uma catacumba e caiu. O estrondo foi alto e todos se assustaram.

- Pai. – Duda gritou, porém antes dela ou qualquer outro chegar onde o Jason estava vários ramos encobriram o buraco, ramos tão fortes quanto o aço. – Pai. – Duda tornou a gritar.

- Fica calma querida. – Rose falou. – Vão indo, vamos tirar o Jason daqui. – Os demais foram continuaram a entrar no cemitério enquanto Duda e Rose começaram a tentar tirar Jason de dentro do buraco.

- Cuidado. – Bella de repente gritou e na frente deles apareceram três fantasmas. Eles podiam ver os corpos fantasmagóricos deles e em volta uma luz cinza, eles tinham na mão espadas negras feitas de algo como fumaça. Embry, Kauã e Emmett foram à direção deles e os demais continuaram a entrar no cemitério. Então Tuandra apareceu na frente deles.

- Olá. – Ela falou com uma vez arrogante. Ela estava sobre uma catacumba, em uma das suas mãos tinha uma esfera de luz negra e na outra uma bola de fogo. As folhas voavam atrás dela sem cair no chão e raios vermelhos começaram a percorrer o céu.

Edward e Seth se posicionaram na frente enquanto Bella, JP e o Edd ficaram atrás.

- Nós... – Edward começou a falar, mas um trovão soou alto e um dos relâmpagos vermelhos percorreu o cemitério indo em direção aos recém chegados. Todos pularam, cada um pra um lado. Edd e Seth começaram a lutar contra vultos negros, com corpos como de um humano. Edward foi em direção a Tuandra que logo começou a lançar feitiços nele, ora fogo, ora bolas de energia, sem deixar ele se aproximar.

- Bisa. – JP chamou. Bella o olhou. – Olha. – JP apontou pro corpo do Arthur deitado em uma catacumba.

- Vamos. – Bella falou e os dois começaram a engatinhar em direção a tumba. Com um estrondo alto várias predas começaram a rolar e voar em direção aos dois e eles começaram a desviar, então algumas raízes começou a crescer e enlaçou o pé do JP o jogando pra longe. Bella pulou e se livrou de uma raiz que foi em sua direção, JP se levantou e antes que ele fosse em direção ao Arthur novamente outra raiz o pegou, rapidamente a raiz enrolou no corpo dele e JP começou a lutar pra se livrar.

Rose e Duda voltaram até o carro e pegaram algumas facas, rapidamente elas voltaram e começaram a cortar as raízes.

- Isso vai demorar. – Duda falou olhando para dentro do cemitério. Ela estava preocupada e queria ir ajudar os outros, mas primeiro teria que tirar seu pai dali.

- Se concentra Duda. – Rose falou e Duda assistiu com a cabeça.

Embry, Kauã e Emmett também não estavam tendo sorte com os fantasmas, pelo contrário, em vez de três, agora tinham cinco e cada golpe que eles davam nos fantasmas passavam como se estivessem batendo em fumaça, ao contrário dos golpes dos fantasmas que jogavam eles longe.

- Como vamos conseguir atingi-los? – Kauã perguntou.

- Não sei, só sei que vamos. – Emmett respondeu indo em direção a eles novamente e logo em seguida sendo jogado a dois metros de distância, quebrando uma árvore ao meio.

Edward conseguia desviar de todos os ataques de Tuandra, mas não conseguia atingi-la.

- Você acha mesmo que vai me vencer? – Ela perguntou gargalhando. Edward pulou se jogando contra ela e errou por pouco o corpo dela. Tuandra ergueu a mão e jogou uma esfera de eletricidade em Edward, que desviou também. Um grito alto, de uma voz familiar fez Edward vacilar e olhar pra onde Bella estava.

Ela havia chegado onde Arthur estava e quando alcançou o rapaz ela sentiu uma dor insuportável, como se cada parte do corpo dela estivesse sendo arrancada. Bella vacilou e caiu no chão, ela lutou contra a dor insuportável que invadiu seu corpo e se colocou de pé. Chamas de fogo começaram a brotar das fendas da catacumba e Bella se desesperou, mas ao dar outro passo ela viu que o fogo não a machucava. Ela ainda sentia como se estivessem esmagando seus ossos, mesmo assim ela puxou Arthur pros seus braços. De repente o corpo de Art começou a brilhar e um vento fraco começou a passear pelo cemitério.

- Vai ficar tudo bem. – Bella sussurrou pra Art, mesmo ele estando inconsciente.

Edward voltou sua atenção pra Tuandra.

- Acho que você não vai vencer essa. – Ele falou com um sorriso no rosto. Tuandra se distraiu e Edward deu um chute a acertando. Ela rosnou. Ela sabia que tinha perdido a batalha quando viu Arthur brilhando, mesmo ele estando ainda preso em outra dimensão ele era forte o suficiente pra bloqueá-la, ela sentia sua força diminuindo. Em um movimento rápido ela sumiu, deixando somente uma fumaça.

Bella puxou Arthur pro mais longe possível da catacumba. Ele parecia pesar mais que chumbo, porém enquanto ela se distancia da catacumba seu corpo começou a parar de doer e o peso de Arthur começou a voltar ao normal.

JP se soltou da raiz, que voltaram a ser simples raízes. Ele viu quando um homem com um capuz veio por trás da Bella.

- Bisa. – Ele se lançou entra ela e o homem recebendo o golpe que seria dado nela. Ele ofegou e caiu, Bella se virou e viu JP caído, ela colocou Arthur no chão e foi até o bisneto e o desvirou. Ele não estava ferido, não havia sangue nem nada, mas ele também não estava respirando.

- Não. – Bella sussurrou, um sussurro cheio de dor. Edward que olhava em volta ainda procurando Tuandra ouviu a voz desesperada de Bella, e foi até ela e se ajoelhou ao seu lado.

- Deixa eu...

- Não adianta... – Bella falou, sua voz quebradiça. – Ele esta... Morto.

- Não pode ser.

Os outros começaram a rodeá-los, ninguém conseguia acreditar quando olhava e via JP inconsciente. Kauã chorava compulsivamente, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Seu irmão, seu irmão gêmeo estava ali caído.

- Não. Não, não, não. – Ele se ajoelhou puxando o cabelo. Seus gritos foram ouvidos por Rose e Duda que tinha conseguido tirar Jason da catacumba que ele tinha caído e todos correram na direção dos gritos de Kauã.

- O que... – Duda começou e sentiu seu corpo tremer e suas pernas falharem. – Oh Deus. – Ela gritou se jogando contra JP. – Não pode ser. Kauã a abraçou pelas costas a sufocando em um abraço apertado, que ela não se importou e não fez questão de sair. Edward abraçou Bella, assim como Emmett abraçou Rose, Jason abraçou Edd que se balançava sobre seu corpo, as lágrimas desciam em silencio pelo seu rosto. Depois de um tempo Seth abraçou Duda e tirou ela de perto de JP, Embry fez o mesmo com Kauã. Depois que Embry, Seth e Jason tiraram a Duda, o Kauã e o Edd do cemitério, Bella e Edward, Rose e Emmett pegaram o corpo inconsciente do Arthur e o corpo sem vida de JP e levaram pro carro.

 Edward conseguiu um jatinho particular e logo todos estavam chegando a Port. Angeles, ninguém falava nada e todos sofriam muito. Edward ligou avisando Carlisle o que tinha acontecido.

Carlisle entrou na sala onde todos estavam reunidos, Dany estava inconsolável, chorando muito. Ela sentia que algo ruim tinha acontecido, e ela estava certa. Carlisle não sabia como dizer isso. Jasper logo percebeu que algo tinha mesmo acontecido e Esme também, ela foi pro lado do marido e entrelaçou sua mão a dele.

- Qual o problema? – Perguntou em um sussurro, que todos ouviram e se viraram pro lado deles.

- Edward me ligou. Eles conseguiram resgatar o corpo do Arthur... – Carlisle olhou pra cada um deles. – Mas nós tivemos uma perda... E teremos que ser fortes.

- Quem? – Emmy perguntou. Os Cullen eram uma família unida e qualquer perda seria sofrida pra todos. Antes que Carlisle respondesse a porta se abriu, Duda entrou correndo.

- Mãe. – Ela se jogou nos braços da Gabi chorando. Logo depois Embry entrou praticamente carregando o Kauã, Henri se levantou e foi até ele. Todos estavam desesperando, sem saber quem havia morrido.

- Quem? – Dany repetiu a pergunta de Emmy, ela sentiu seu peito rasgando e como se seu coração sangrasse. Edd entrou ladeado por Jason e Seth e ela soube quem era quando olhou dentro dos olhos dele. – Não. – Ela gritou. – Meu filho não. – Edd a abraçou seu corpo chocalhando veemente com a força do seu choro. E então Edward entrou trazendo no colo o corpo de JP. Carlisle se apressou a ir até eles, mas como Edward havia dito não tinha nada que pudessem fazer. JP estava com um sorriso pequeno no rosto e parecia estar dormindo. Enquanto todos rodearam o corpo de JP Carlisle pegou Arthur e o levou pro segundo andar, o colocando em um quarto anteriormente preparado pra o receber.

Carlisle desceu e olhou pra família reunida em redor do corpo de JP, ele pensou na dor que sentia, a dor da perda, mesmo vivendo tantos séculos essa dor era sempre a mesma. E agora era ainda maior.

JP era um rapaz bom, ingênuo, transparente, amoroso e merecia ser feliz. Era um guerreiro valente e deu sua vida em troca da bisavó e era assim que ele seria lembrado, por sua coragem e seu coração.


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