Poesias escrita por Darko


Capítulo 1
Capítulo 1




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Aquele era mais um dia frio na casa de Ivan. Mesmo bem fechado em seu quarto, agasalhado e tudo mais, podia sentir o ar gelado em seu rosto e dedos. Tinha a opção de usar luvas, mas assim não conseguiria digitar direito.

Devagar acostumava-se com o frio em suas mãos, e como digitava rápido impedia-os de congelarem.

Eduard estava sentado a frente de seu notebook, escrevendo. Ao ler alguns livros que achou lhe veio alguma inspiração para escrever.
Tinha lido sobre poesias, em um livro indicado por Latvia há alguns dias.


Digitava bastante... Mas na verdade, o que mais usava ali era o backspace. Não sentia que suas poesias estavam muito boas. Mesmo que os versos do livro ainda estivessem em sua mente, qualquer coisa relendo-os, ou os escritos por si saiam muito iguais aos que leu ou ficavam sem sentido.

Parou por um segundo, suspirando decepcionado. Tirou os óculos depois, que começavam a embaçaram pelo ar quente de sua respiração.

A poesia do país do letão era muito bonita. As histórias também. Raivis, mesmo mais novo, já conseguia fazer seus próprios textos - havia encontrado dois poemas começados entre as páginas do livro. Talvez o menor tivesse esquecido de tirá-las, mas gostou de lê-las.
Seu forte era mais a tecnologia mesmo, estava longe de ser um escritor.

Uma delas acreditou estar terminada, pois lembrava um tipo de poesia japonesa - o haikai. Até haikai ele sabia? Achava que Raivis daria um bom escritor.

Enquanto descansava os dedos e a mente, esfregava as mãos uma contra a outra para esquentá-las.
Neste momento ouviu alguém bater a porta e depois abrí-la educadamente.

- Eduard, fiz chocolate quente. - Era Toris. Adentrou seu quarto, deixando na mesa uma xícara fumegante.

O lituano já iria se retirar, mas reparou na tela do notebook de Eduard. Uma página do programa usado para escrever estava aberta:

"Mesmo perto,
Continuo tão longe" - Leu Toris, baixinho, enquanto o estoniano tomava o achocolatado.

- O que é isso?

- Ahm, - Tamborilou os dedos na xícara, um pouco constrangido. - Era para ser um poema, mas está difícil...

- Lembra poema de amor, hein. - Brincou Toris, recebendo um som qualquer em resposta. Riu. - Mas devia procurar o Raivis, ele escreve bem.

Já sabia isso.
Agradeceu a indicação e depois o outro se retirou do quarto. Talvez devesse aprender alguma coisa com Raivis.

Fechou o notebook e pegou o livro - aproveitaria para devolvê-lo.

Em pouco tempo já tinha lido-o todo. Era interessante, lhe prendendo sempre. As poesias o fizeram pensar, as vezes também para decifrar alguma parte.

Andou pelos corredores com o objeto em mãos. Antes de terminar o percurso até o quarto do letão o encontrou no caminho.

- Raivis, estava te procurando.

- Gostou do livro? - Logo perguntou, notando o livro nas mãos do estoniano.

- Sim! Foi muito bom ler. - Sorriu. Falou um pouco mais baixo depois. - Encontrei dois papéis dentro, e li, espero que não se incomode...

O rosto do letão ganhou uma forte coloração vermelha e demorou a responder qualquer coisa.

- Vabandame... Mas, eu gostei. São bonitos. O segundo é um haikai?

Depois de respirar fundo, voltou a falar: - P-paldies... E, sim, é.

- Se tiver mais algum livro para me indicar, eu adoraria. - Devolveu o livro. - ... Poderia me ensinar a escrever como você?

- Não escrevo tão bem assim... E, não conseguiria lhe ensinar. - Antes que Eduard questionasse o por que, continuou. - A poesia vem de dentro, do coração e da mente, inspirada em seus sentimentos.

Eduard se espantou, também maravilhado. Raivis realmente era um escritor.

- B-bem, tenho vários livros, qualquer hora te mostro mais algum. - Desconversou um pouco, parecendo envergonhado.

- Você escreve para alguém?

Raivis voltou a se calar. Demorou, e só respondeu em um aceno com a cabeça, saindo correndo depois. Estranhou a atitude do letão, mas um pensamento lhe veio a mente.

"Sempre procurei -
E encontro, atrás
Daquelas lentes."

O haikai escrito pelo menor lhe voltou. Seria isso o que estava pensando? Não conseguiu evitar de sorrir enquanto relacionava os fatos.

Talvez.

"Mesmo perto,
Continuo tão longe
Estou na dúvida.
Sou eu na sua mente,
E no seu coração?

Aprenderei sobre poemas:
Só para você,
mas juntos aprenderemos sobre o gostar.


Só me tire a dúvida
Você escreve para alguém,
mas não disse quem.

Espero para saber, se sou eu ou não,
Enquanto isso,
aos pouco deixo de ser um leigo escritor.
Fazendo meus versos
pensando em você."

Não deveria ser tão bom poeta quando o letão, mas ficou feliz ao terminar o seu.


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Notas finais do capítulo

EstLat de novo, por eu me sentir mais inspiradas com eles pela Srta. Coward ter gostado da fic de amigo secreto~

Curtinha, mas acho que tá kawaii. :3
Espero que goste de novo~ *Acena para a Coward [?]*

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