Um som distante soou em meus ouvidos, era seco e vinha um atrás do outro, passos. Eles pareciam longe e logo pararam. Ficou silêncio por um instante até eu começar a ouvir uma pequena discussão, não pude entender do que se tratava pois ainda estava meio grogue. No meio disso ouvi outro som diferente dos outros, um cintilar parecendo dois ferros se chocando, alguem havia aberto uma porta destravando-a. Os passos recomeçaram e outro sentido meu foi ativado, ofato. Era um cheiro doce e instigante, quis abrir meus olhos para saber do que se tratava mais não consegui, parecia que tinham colado minhas palpebras com super cola.

A pessoa se inclinou sobre mim, pude sentir uma leve onda de calor emaneando dela, logo conclui se tratar de um humano, vampiros não são quentes. Relaxei com isso. Estava com uma raiva insana daquele maldito vampiro de dois metros, aquela foi a pior coisa que já senti e o desgraçado só riu e voltou a me morder. Tive vontade de arrancar a cebeça dele, já podia sentir os tecidos, tendões e musculos do seu pescoço se separando do corpo na palma das minha mãos. Fiquei até assustada comigo mesma, não costumava a ser tão violenta e a sensação que tive ao imaginar a cena não foi de medo ou nojo, mas de prazer, como se minha raiva toda fosse estravassada.

Estava perdida nesses pensamentos quando ouvi novamente os passos e logo eles começaram a ficar mais distantes e desapareçeram.

Decidi tentar abrir os olhos novamente, fiz um esforço herculo e quando finalmente consegui fechei de novo. A luz me cegou por um tempo. Quem tinha aberto a janela?! Bufei e abri minhas palpebras de novo só que mais devagar.

Pouco a pouco as imagens embaçadas começaram a ficar mais nitidas. A primeira coisa que vi foi um teto branco, depois paredes num tom bege claro e varios quadros com pinturas relaxantes. Num lado do quarto havia uma estante de ferro com as portas de vidros e lá pude ver muitos frasquinhos com rotulos, a maioria pude identificar, morfina.

De repente a ficha caiu. Céus! Eu virei vampira?!

Levantei rápido da cama, rápido até demais que quase cai para frente . Arregalei os olhos, piscando rapidamente. Por uma rápida chechada conclui que não estava fria, mas meus braços estavam brancos que nem papel, bem pareicdos com os Cullen, quando coloquei os dedos no meu pescoço, não senti meu pulso. Com a mão em cima do coração não senti nada, ele tinha... parado.

Um grito ficou preso na minha garganta. Meu instinto de preservação se lembrou rapidamente de onde provavelmente me encotrava.

Girei na cama dando um pulo para fora, quando meus pés tocaram o chão foi como se pisasse em almofadas. Avistei meus tenis num canto da sala e fui em direção a eles. Calçei o primeiro depois o segundo, em pé mesmo. Quando eles já estavam vestidos nos meus pés, levantei a cabeça, doida para dar o fora dessa sala, mas algo me fez estacar no lugar.

Bem na minha frente havia uma porta aberta que dava para o banheiro. Dentro dele um grande espelho se estendia do teto ao chão.

Caminhei lentamente até dentro, hipnotizada pelos que meus olhos viam.

Uma garota, entre os dezoito anos, estava parada olhando para mim. Ela tinha longos cabelos cor de mogno, levemente ondulados, que batiam quase na sua cintura perfeitamente fina e delineada, seu rosto era pálido, mas não havia um imperfeição se quer, os lábios dela era cheios e vermelhos, pude ver também um fileira de dentes brancos e perfeitamente alinhados por entre sua boca entreaberta. A garota não era tão alta, poderia ter um metro e sessenta e cinco, mas suas pernas eram longas e bem torneados que era capaz de ver mesmo sobre o jeans, sua curvas também eram bem visiveis mesmo pelo tecido da sua camisa. Em uma pequena descrição, podia se dizer que ela era simplesmente linda.

Ela era....eu.

Arfrei com a boca escancarrada. Hesitante, toquei o espelho para ver se não era só uma pegadinha e outra mulher que estava na minha frente, mas não. Meus dedos tocaram na superfeice lisa do vidro bem em cima da minha bochecha. Um pequeno sorriso escapou dos meus lábios. Era eu mesmo. Aquela bela moça, digna de capa de revista não era ninguem mais, ninguem menos que Isabella Swan.

Mas um detalhe estragou o meu momento. Meu lábios se fecharam numa linha fina séria e um vinco se formou entre minhas sobrancelhas. Dando lugar a antiga coloração chocolate, minha iris tinha ganhado um tom escarlate forte e por mais que meus olhos estivessem confusos na momento, ainda era aterrorizante olha-los.

Mordi o lábio com a mão no espelho em cima dos meus olhos. Me sentia um ser mau com esses olhos, queria poder ter a cor dourada que nem a dos Cullen. Suspirei me lembrando deles. Por mais que não gostasse de algumas coisas, virar vampira era a chave para minha felicidade. O ultimo passo seria encontrar Edward, mas o pior já tinha passado, tinha a eternidade inteira para acha-lo.

Não pude segurar o sorriso que escapou dos meus lábios, estava tão feliz.

-Admirando seu reflexo?- Fiquei dura imediatamente. Um rosnado cresceu no meu peito e nem raciocinei direito quando pulei em cima dele e agarrei seu pescoço.

-Maldito- Grunhi segurando o pescoço de Demitri no ar.

-Ei, Be-ell-la va-amos-s.... coversar- Guincho, sentindo meus dedos o apertarem quase arrancando sua cabeça.

Num lapso de razão o soltei, e Demitri caiu aos meus pés com as mão no machucado.

Fiquei assustada com minha atitude, mas na hora nem pensei, meu corpo só se guiou pela raiva que sentia e acabou tomando controle das minha açoes. Pareica que eu não tinha controle de mim mesma.

-Poxa, não pensei que ficaria tão forte assim- Reclamou se levantando.

Cerrei os olhos.

-O que você quer?- Perguntei rispida. Ok, eu poderia ter ficado um pouquinho mais grossa ou violenta quando virei vampira.

-Uau, de onde veio esse mau humor todo?- Disse sarcastico.

Se tivesse sangue, podia jurar que ele entraria em ebulição agora.

-Cala a boca seu desgraçado! Eu lembro o que você fez comigo!- Gritei sentindo a raiva me cegar de novo. Minha visão ficou vermelha e senti meu dentes caninos aumentarem de tamanho prontos para morder.

-Ei Bella, calma ai!- Levantou as mão em sinal de paz -Poxa, o que você tem? Você sabia que as emoções iriam ficar muito fortes, tente se controlar!- Reclamou.

Parei imediatamente, franzindo o cenho.

-Como assim?- Perguntei confusa. Ele levantou uma sobrancelha.

-Ué? Você sabe, toda essa parada que vem quando você se trasforma- Fiquei quieta escutando, num claro sinal de que eu não sabia de nada -Ficar muito sensivel, não se controlar?- Tentou de novo. Fiquei calada -A força descomunal nos primeiros anos? Poxa, você não sabe de nada?!- Baixei a cabeça negando -Pô, esse vampiros seus também são horriveis, nem fizeram o pacote completo- Riu da sua propria piada.

O fuzilei com os olhos.

-Não fale deles assim!- Coloquei os dedo no seu nariz.

-Ok, ok, desculpa- Levantou os braços de novo em paz.

Bufei e cruzei os braços no peito.

-O que você veio fazer aqui mesmo?-

-Bom, além de ver se você acordou do seu soninho, vim te buscar, Aro quer te ver-

Mordi a parte de dentro da minha bochecha. Eu teria que ir, mesmo que não gostasse nem um pouco disso.

-Ok- Demitri me olhou por mais uns segundos e eu tentei manter um semblante calmo.

-Senhorita- Fez um gesto para que fosse na frente.

Ponderei por milesimos de segundos, até chegar a conclusão do que eu não tinha muitas escolhas.

Andei calmamente e logo senti o grande vampiro me seguir. Os corredores agora eram diferentes, paredes claras em bege como o do quarto e varias portas com um vidro para ver por dentro, com aquelas que vemos em hospitais. Na verdade, parecia uma hala hospitalar aqui.

-É onde tratamos dos feridos da guarda- Demitri paraceu advinhar meus pensamentos -Vampiros podem se machucar quando brigam com outros, e tem alguns que são mutio preciosos para perde-los- Olhei por trás do ombros para ele.

-Como você?- Indaguei.

-Bem, pode-se dizer que eu possa ser, tipo.... o vampiro mais forte do mundo- Deu de ombros como se aquio fosse pouca coisa.

-Hum, então porque eu consegui segurar você?-

-Os vampiros recém criados podem ser bastante fortes, eles ainda tem o sangue humano em seus sistemas, os deixando com uma força bem maior do que outros mais velhos, mas isso passa em aproximadamente um ano- Explicou. Refleti sobre esse fato, quer dizer que eu era super forte é? -Mais alguma duvida não respondida por seus queridos vampiros?- Perguntou em deboche.

Bufei com raiva mas tentei me controlar, eu realmente tinha algumas duvidas.

-Quanto tempo demora para os olhos mudarem?- Perguntei.

-Como assim mudarem?- Indagou confuso. Mordio o lábio com medo de poder fornecer alguma informação que deletassem os Cullen.

-Sabe, é que já conhecia alguns vampiros que tem olhos diferentes, meio dourados-

Demitri fez uma careta quando eu expliquei.

-Ah, os vegetarianos. Bom, eu não sei muito sobre sua dieta, parece que não existem muito deles, mas ouvi falar que por bebem sangue de animais, o sangue se dilui mais rápido, deixando a iris dourada, mas pode ser que leve umas semanas- Deu de ombros. Memorizei todas as novas informações que ele me dava.

Deu um aperto no coração lembrar dos Cullen. Por mais que eu tenha me arriscado tanto por causa deles, havia uma parte da minha mente que sempre repetia para mim, que talvez eles não me quizessem por perto mesmo, que eles fugiram de mim, se enjoaram e Edward poderia me trocar fácil por outra mais bonita, inteligente ou o que é que seja. Quando essa parte de mim tomava meus pensamentos se tornava quase insuportavel a ferida no meu peito, por isso pensava o minimo nessa possibilidade, tentava ao maximo ser positiva.

-Bella....-

-Oi- Acordei dos meus pensamentos.

-Chegamos- Demitri me mostrou a mesma porta de que eu entrei algum tempo atrás. Mas diferente do que quando eu era humana, agora eu podia ver cada pequeno detalhe na madeira, minusculas rachaduras pelo tempo, era tão impressionante a quantidade de detalhes que não via e agora pareciam tão claros para mim.

Ele a abriu e lá dentro pude ver Aro, seus olhos faiscavam na minha direçao, parecia muito animado e seu sorriso mostrava grande satisfaçam. Ao lado dele, ao inves da primeira vez, os tronos estavam todos ocupados. Presumi serem os outros líderes.

Um tinha cabelos pretos longos até os ombros, seu semblate era entediado e ele estava sentado todo desleixado, mostrando uma pose claramente preguiçosa. O outro era loiro quase branco, sua expressão era severa e me olhava como se fosse um inseto que teria o prazer de esmagar, ele tinha uma postura séria e muito intimidadora. Se eu achei Aro esquisito, não sei o que achar dos outros dois.

-Isabella Swan- Em milesimos de segundos Aro se encontrava bem na minha frente. Não fiquei assuatada pois meus olhos conseguiram catar cada passo seu em minha direção -A imortalidade lhe fez muito bem- Aprovou se aproximando agora com passos calmos.

-Obrigada- Foi a única coisa que consegui pensar na hora.

-Uma das vampiras mais bela que já vi, e olhe que já conheci muitas querida- Sorriu simpatico. Se eu pudesse, teria corado furiosamente agora.

Abaixei minha cabeça super sem graça.

-Bom, mas não estamos aqui para faalar sobre isso não é? Bella, temo que não tenha lhe explicado direito as regras do nosso clão- Olhei em sua direção. Regras? -Veja bem, não são muitas, apenas três. Primeiro: Você não pode fazer nada que nos exponha, se não seremos obrigados a mata-la -Senti um calafrio pela minha espinha -Segundo: Sendo uma Volturi, tem que ser fiel a nós e obedecer qualquer regra que mandarmos- Disse sério, ficando com uma expressão tensa, foi a primeira vez que o vi sem o ar relaxado desde que cheguei -E ultima mas não menos importante: Uma vez conosco, sempre conosco. Isabella, você apartir de hoje, terá que servir aos Volturi pelo resto da eternidade, se você se revoltar e fugir, esteja claro que a encontraremos aonde quer que esteja- Sua expressão agora era sombria e a única coisa que consegui pensar foi...

Puta merda, onde foi que eu me meti?