Antes do Final Feliz escrita por Evvy, Lari-cullen, Yvve
Havia apenas uma coisa que teria chance de penetrar no meu foco
agora, um instinto mais forte, mais básico do que a necessidade de
apagar o fogo —era o instinto de me proteger do perigo. Autopreservação.
De repente eu estava ciente de que estava sendo seguida. O
chamado do cheiro irresistível lutava com o impulso de me virar e
defender a minha caça. Uma bolha de som cresceu no meu peito,
meus lábios se contraíram por si só para expor meus dentes em
alerta. Meus pés diminuíram a velocidade, a necessidade de me
proteger lutando contra o desejo de matar a minha sede.
E então eu podia escutar o meu perseguidor ganhando terreno, e a
defesa ganhou. Enquanto eu me virava, o som emergente rasgou o
seu caminho até a minha garganta e saiu.
O rugido selvagem saindo da minha própria boca foi tão inesperado
que me tirou do transe por um momento. Ele me inquietou, e clareou
a minha mente por um segundo —a neblina orientada pela sede
retrocedeu, apesar da sede continuar queimando.
O vento mudou, soprando o cheiro de terra molhada e aviso de chuva
no meu rosto, me livrando ainda mais do poder furioso do outro
cheiro —um cheiro tão delicioso que só podia ser humano.
Edward hesitou a alguns passos de distância, seus braços levantados
como para me abraçar —ou me restringir. O seu rosto estava
concentrado e cauteloso enquanto eu congelei, horrorizada.
Eu me dei conta de que eu estava prestes a atacá-lo. Com um forte
puxão eu me endireitei do meu agachado defensivo. Eu prendi a
minha respiração enquanto eu me focava novamente, com medo da
fragrância que rodopiava vindo do sul.
Ele podia ver a razão retornar ao meu rosto, ele deu um passo para
perto de mim, baixando os seus braços.
- Eu tenho que sair daqui. - eu cuspi através dos meus dentes,
usando o ar que eu tinha.
O choque cruzou o seu rosto.
- Você consegue sair daqui?
Eu não tive tempo para perguntar a ele o que ele queria dizer com
aquilo. Eu sabia que a habilidade de pensar claramente duraria
somente enquanto eu fosse capaz de parar de pensar em...
Eu me atirei a correr de novo, uma disparada direta para o norte, me
concentrando tão somente no sentimento desconfortável da privação
sensorial, que parecia ser a única resposta do meu corpo à falta de
ar. Meu único objetivo era correr para tão longe quanto fosse
possível, de forma que o cheiro atrás de mim ficasse completamente
perdido. Impossível de encontrar, até mesmo se eu mudasse de
idéia...
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