O Exercício das Pequenas Coisas escrita por Imogen


Capítulo 1
Capítulo I - Plano Perfeito




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Ela já tinha perdido demais para alguém que só havia vivido vinte e seis anos; Seus pais se foram, amigos se foram, mas por outro lado, havia conquistado o direito pela paz no mundo em que escolheu viver. Foi assim que sempre procurou pensar diante dos golpes que recebia do destino, mas naquela noite tudo foi diferente.

Hermione Jane Granger era uma mulher jovem, bonita e extremamente inteligente. Tinha um excelente emprego no Ministério da Magia e vivia sozinha em um pequeno apartamento na Londres bruxa. Mas na verdade, aquela era uma situação temporária. Estava noiva e muito em breve iria se casar e construir uma família ao lado de Harry Potter, a quem amava profundamente.

Após o final da guerra Harry se tornou auror e dedicava-se quase que completamente ao seu trabalho; Hermione nunca se queixou, pois sabia o quanto aquilo era importante para seu noivo. Harry havia saído em uma missão secreta, cujo complexo planejamento exigia que ele permanecesse três meses afastado de Londres.

Naquela noite, completava-se quinze dias da peartida de seu noivo e Hermione, incentivada por uma enorme saudade e lembrando-se de que aquela era uma data especial para o casal, tomou coragem e decidiu quebrar de leve algumas regras, aparatando ao encontro do homem de sua vida.

Não sabia bem onde estava, mas logo reconheceu os pertences de Harry espalhados por uma pequena sala. Caminhou por um corredor e empurrou a porta do quarto devagar, intencionando surpreendê-lo, mas certamente ela é quem acabou sendo surpreendida ao ver o noivo, acompanhado de uma jovem de cabelos cor de fogo, e embora não fosse possível ver sua face, Hermione não tinha dúvidas de sua identidade.

Não acreditava no que via. Harry e sua melhor amiga? Era cruel demais! Lágrimas escorriam por sua face, quando o casal finalmente pareceu se dar conta de sua presença, mas antes que qualquer um dos dois pudesse dizer qualquer palavra, a castanha aparatou.

Aquela também não estava sendo uma boa noite para Draco Malfoy. Durante a guerra o ex-sonserino havia mudado de lado e conseguiu conservar o patrimônio de sua família. Mas perdeu completamente o prestígio e a influência do nome Malfoy e do modo que ele via, o principal responsável por isso era Harry Potter, que jamais o aceitou e fazia questão de alimentar ressalvas e advertências sobre sua família.

Havia saído de uma importante reunião de negócios e tinha fracassado em seus objetivos, simplesmente porque muitos não o consideravam confiável e decidiram não fechar o negócio após uma orientação de Arthur Weasley e Harry Potter, que viam com restrições a idéia de manter negócios com as empresas Malfoy. Não era o dinheiro que lhe incomodava, era simplesmente a idéia de não ser respeitado. Precisava mudar sua imagem e tinha que fazê-lo rápido.

Draco Malfoy tinha vinte e sete anos, era bonito, rico, mas vivia uma vida desregrada. Mulheres e mais mulheres se revezavam em sua vida e em sua cama, mas nenhuma havia tido grande importância, nem mesmo as duas que lhe deram seus dois filhos; Adrian, agora tinha oito anos e era filho de uma total desconhecida, que um ano após um encontro rápido, apareceu com um bebê e o entregou a Draco. Eric, por sua vez, estava com cinco anos e era filho de Pansy Parkinson, uma antiga namorada, sem nenhum instinto maternal, que acabou morrendo em um acidente há quase dois anos.

Pai solteiro, ex-comensal, viciado em fire whisky, uma mulher diferente a cada noite… Com este currículo quem poderia ser bem visto? “Mas dane-se o mundo, esta noite não quero ser respeitado, eu queria mesmo era ferrar aquele maldito do Potter!” - pensava o loiro sentando-se no balcão do Cabeça de Javali e virando uma dose de whisky.

Já ia pela terceira dose, quando viu uma bela mulher entrar no bar e se sentar sozinha em uma mesa afastada. A observou de costas e se perdeu durante alguns segundos em suas curvas, até que ela se sentou e pediu ao garçom que lhe trouxesse uma bebida forte. Ele conhecia aquela voz. Como poderia esquecer aquela irritante voz que respondia todas as perguntas antes que os professores pudessem sequer terminar de elaborá-las? Era Hermione Granger que estava ali; A noiva do todo perfeito Harry Potter, que parecia completamente descontrolada.

A jovem segurava o copo com as mãos visivelmente trêmulas e num ato súbito o virava de uma só vez, sentindo o líquido queimar sua garganta. Nunca havia imaginado que pudesse passar por uma situação daquelas; Sempre foi racional e controlada, mas não naquela noite. Não tinha mais nenhum motivo para tentar ser a garota perfeita, a estudante exemplar ou a noiva dedicada e compreensiva. Não tinha mais nada, somente sua dor.

- Outro, por favor! - pediu a garota, sendo prontamente atendida pelo garçom, sem perceber que era atentamente observada por um loiro sentado junto ao balcão.

O tempo se passou e após algumas doses de whisky, Hermione se levantou com dificuldade e saiu caminhando pela escura madrugada de Londres, novamente sem se dar conta da presença de um homem que acompanhava atentamente todos os seus passos. Andaram por algum tempo, até que numa atitude desesperada, a jovem se atirou propositalmente diante de um automóvel que cruzava uma avenida em alta velocidade.

Draco assistiu a cena atônito e correu em socorro de Hermione, respirando aliviado por perceber que ela ainda tinha vida. Num impulso, a tomou nos braços e desapareceu com ela, antes que o motorista pudesse sequer descer do carro.

Aparatou no hospital e a deixou sobre os cuidados dos medi-bruxos, enquanto remoia idéias estranhas em sua mente. No dia seguinte voltou ao hospital e recebeu a notícia de que a moça permanecia desacordada. Tentou ficar indiferente, mas não conseguiu. Durante vários dias, retornou para saber como ela estava e o fato de ninguém ter ido procurá-la só o ajudava a alimentar um plano maquiavélico que se formava em sua mente.

No quarto dia, uma enfermeira o comunicou que a paciente havia acordado e o guiou até o quarto, o alertando no caminho que a jovem havia perdido a memória e que já não podia se lembrar de nada do que se passou em sua vida durante os últimos anos. “È perfeito! O mundo realmente está conspirando ao meu favor!” - pensava Draco sem conter um sorriso, que fez a enfermeira suspirar.

Entrou no quarto devagar e encontrou Hermione com uma ótima aparência, apesar do curativo na testa; Puxou uma cadeira e se sentou próximo a ela, que o fitava confusa.

- Como se sente? - perguntou o loiro.

- Minha cabeça ainda dói e não consigo me lembrar de muita coisa… - confessou um pouco constrangida, afinal aquele era um estranho.

- Tudo bem, isso deve passar logo! - respondeu tentando tranqüilizá-la.

- Desculpe, mas nós nos conhecemos? - perguntou curiosa.

- Sim, nos conhecemos há muitos anos. Você não consegue se lembrar de mim? - perguntou o rapaz querendo confirmar as palavras da enfermeira.

- Não… - disse a jovem baixando os olhos.

- Bem, essa não era bem a resposta que eu esperava mas… - começou dissimulado.

- Mas? - insistiu a moça.

- Mas depois de sofrer um grave acidente, os médicos dizem que isso pode acontecer. Acho que eu consigo lidar com isso… Mas não sei como os meninos vão reagir… - falou cínico.

- Meninos? - perguntou visivelmente confusa.

- Sim, os nossos filhos; Não imagino como eles irão reagir a essa situação. - falou Draco com uma calma assustadora, enquanto Hermione sentia o sangue gelar.


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Notas finais do capítulo

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