Dammit, I Love You. escrita por Giii_Poynter
Notas iniciais do capítulo
Heey. Bom, eu to com essa fic na minha cabeça a muito tempo e eu simplesmente adorei tudo nela. Espero que vocês gostem também.
Era um belo e ensolarado dia na grande cidade do Rio de Janeiro...
- VOCÊ O QUE? – Gritei, surpresa.
- Filha, você sabe que eu adoro ser uma advogada e fazia bastante tempo que eu não conseguia um caso. A situação já estava ficando complicada para a gente. Então, seu pai, como um bom amigo que ele é, conseguiu um caso para mim lá na Inglaterra. – Ela explicou, calmamente.
- Pelo amor de Deus, mãe! Está na cara que o meu pai só conseguiu esse caso porque ele quer você por perto para tentar te reconquistar.
- Julieta, pare de falar besteira! Nós já estamos separados há 2 anos. – Ela disse.
- É, mas mesmo assim todo mundo sabe que ele ainda é apaixonado por você.
- De qualquer jeito, eu vou ficar na Inglaterra durante 1 ano e mesmo que você já tenha 17 anos, eu não consigo deixar você sozinha nesta casa.
- Você está preocupada comigo? – Perguntei.
- Não, querida. Eu estou preocupada com o que você pode fazer com a casa. – Ela deu um sorriso e eu revirei os olhos.
- Então, o que você vai fazer? Me deixar na rua?
- Fica tranqüila que eu já tenho a solução. – Ela respondeu.
- Ah é? E qual seria essa solução?
- Você vai morar numa república! – Ela abriu o maior sorriso.
- O QUE?
- Bom, semana passada eu estava na manicure quando encontrei com Laura Albuquerque, uma velha amiga minha. Você e a filha dela costumavam brincar juntas quando eram pequenas. Você se lembra? – Ela perguntou.
Neguei com a cabeça.
- Enfim, estávamos conversando sobre vocês e ela disse que os filhos dela estudam no mesmo colégio que você irá estudar. Então, eu comentei sobre a Inglaterra e ela falou que ela e o marido decidiram transformar sua antiga casa em uma república para os filhos viverem e se acostumarem a morar sozinhos. Foi aí que eu perguntei se você poderia ficar lá durante o tempo que eu estiver fora e ela disse: “É claro! É pra isso que servem as repúblicas, certo?’’ – Ela concluiu a história sorrindo.
- Mãe, você está louca? Eu vou morar com um bando de gente que eu nem conheço??
- Claro que conhece, filha. Vocês eram super amigas quando eram pequenas.
- Quando nós éramos pequenas. E eu nem lembro disso. – Reclamei.
- Fica tranqüila, Julieta. A família Albuquerque é muito gentil. – Ela disse e saiu do meu quarto.
- Sei... – Bufei.
Na outra semana...
- Julieta, dá pra você acordar? Você está quase atrasada e ainda tem que passar na república para deixar suas coisas antes da aula! – Minha mãe gritou no meu ouvido.
Levantei da cama morrendo de sono, fui tomar banho e me arrumar. Coloquei uma camiseta branca, uma camisa quadriculada azul com preto por cima, um short jeans e um all star tradicional de cano médio. Peguei meu iTouch e saí de casa antes que minha mãe me expulsasse de lá. Ela ia embora no dia seguinte, então aquela casa estava uma loucura.
Fui para a república que era a 3 quarteirões dali e uma menina baixinha abriu a porta. Seu cabelo batia nos ombros e era bem preto, sua pele era branca, ela tinha os olhos mais azuis que eu já vi na vida e usava óculos de grau da Ray Ban.
Naquele momento, comecei a desprezar meus olhos verdes.
- Ah, você deve ser a Julieta Collins. A minha mãe me contou sobre você. Pena, que não me lembro de quase nada da minha infância. Prazer, sou Helena Albuquerque. – Ela falou tão rápido que eu só entendi a última frase.
Olhei para sua mão erguida e a cumprimentei.
- Bom, temos 6 quartos e, como meu irmão não chegou ainda, você pode escolher qualquer um dos 5 que sobraram. – Ela apontou para o corredor cheio de portas.
Entrei na porta que estava do meu lado e me surpreendi com o tamanho do quarto. Tinha uma cama de casal, uma escrivaninha onde eu poderia colocar meu laptop, um armário imenso, uma estante de livros e uma poltrona. Era o quarto dos sonhos. Tinha espaço para as minhas coisas e muito mais.
- Eu vou ficar com esse. – Sorri para Helena.
- Ok, depois você pode decorá-lo do jeito que quiser. Agora é melhor você deixar suas malas aí e ir para a escola senão você chega atrasada. – Ela me disse.
- Você não vem?
- Eu to esperando meu irmão chegar para me dar uma carona, mas não vou demorar. Me procure na hora do almoço. – Ela disse, antes de eu sair.
Helena me parecia ser uma boa pessoa. Espero que seu irmão também seja assim. Bom, pelo menos fiz uma amizade e não sentarei sozinha na hora do almoço. Odeio todo essa coisa de ser aluna nova. Não conheço ninguém, todos ficam me julgando...
Minha cabeça estava a mil com esses pensamentos e nem prestei atenção enquanto atravessava a rua. Me assustei quando um conversível preto freou bruscamente na minha frente.
- VOCÊ QUER ME MATAR? – Gritei para o motorista que devia ter mais ou menos a minha idade.
- EU? DESCULPE, MAS O SINAL ESTAVA ABERTO PARA MIM. VOCÊ É QUE DEVE ESTAR QUERENDO MORRER. – Ele respondeu.
- VOCÊ DEVIA TER PELO MENOS BUZINADO.
- EU NÃO TENHO QUE FAZER NADA, NÃO SOU NENHUM ESCRAVO SEU. – Ele gritou.
- OLHA, EU NÃO VOU FICAR AQUI PERDENDO MEU TEMPO COM UM IDIOTA COMO VOCÊ. COM LICENÇA, QUE EU TENHO COISAS MAIS IMPORTANTES PARA FAZER.
- TIPO O QUE? PRESTAR ATENÇÃO ENQUANTO ATRAVESSA A RUA? PORQUE EU REALMENTE ACHO QUE VOCÊ DEVIA TREINAR ISSO. – Ele ironizou.
- NÃO, DESCULPE TE DECEPCIONAR. MAS O QUE EU TENHO QUE FAZER É ISSO. – Levantei meu dedo do meio para ele e saí andando porque eu já estava mais do que atrasada e não ficaria ali discutindo com um idiota daqueles.
Quando cheguei na escola, peguei meu horário na secretaria - o que demorou meia hora porque a secretária era mais lenta do que uma lesma –, botei minhas coisas no meu armário e acabei me perdendo.
Conclusão: Estava 10 minutos atrasada para a aula de História.
Comecei a correr sem rumo pelo colégio tentando achar a sala, quando enfim uma boa alma resolveu me ajudar.
- Perdida? – Ele perguntou. Era um homem bem alto. Usava uma camiseta, calça jeans e all star verde. Estranhamente, quando o olhei me senti confortável em confiar nele e me abrir com ele.
Lhe entreguei meu horário e ele me guiou até a sala.
- Obrigada.
- Não há de que. Vejo que é aluna nova. Bem, eu sou o conselheiro escolar, Marcelo. Qualquer coisa que precisar, minha sala é logo ali. – Ele sorriu e apontou para a sala ao lado.
Sorri de volta e entrei na aula de História.
- Olá, me desculpe a demora. – Falei para a professora que estava sentada em sua mesa. – Eu sou aluna nova, Julieta Collins. Me perdi no caminho.
- Tudo bem. Sente-se que após eu terminar a lista de chamada, começarei a aula. – Ela falou, em uma voz doce.
Quando me sentei, ela continuou a chamada.
Havia tanta gritaria e bagunça na sala que não dava para ouvir nada dos nomes que ela chamava.
- THAÍS GOUVEIA! – Ela gritou depois de tentar 3 vezes.
- A-Aqui. – A pobre menina respondeu assustada e depois voltou a ler o famoso livro, Diários do Vampiro.
Olhei em volta e percebi que Helena não teria aquela aula comigo.
Bufei e comecei a rabiscar coisas aleatórias no caderno. Logo, senti olhares curiosos em cima de mim.
Gargalhadas e comentários idiotas vinham de um grupo de garotos do meu lado. Olhei para ver do que eles estavam rindo e me assustei com o que vi.
- VOCÊ! – Apontei para o garoto que gargalhava. Ele olhou para mim e arregalou os olhos.
- VOCÊ! – Ele apontou também. A sala inteira parou para ver.
- Eu não acredito nisso. Meu dia não podia ficar pior! Primeiro eu sou quase atropelada por um louco e depois descubro que esse louco estuda comigo! – Reclamei.
- EI! Você que queria morrer atravessando a rua sem prestar atenção!
- Ah, agora você quer me ensinar a como atravessar a rua? – Perguntei.
- Seria uma boa ideia. Porque pelo visto, a criança aí não aprendeu isso no jardim de infância.
Eu já ia mandá-lo para aquele lugar quando a professora gritou:
- ROMEU E JULIETA! VOCÊS PODEM CALAR A BOCA?
Quando ela disse isso, a sala inteira, inclusive nós dois arregalamos os olhos.
A professora percebeu o que tinha dito e falou:
- Ai Meu Deus! Que maravilhoso!
- COMO VOCÊ OUSA TER ESSE NOME? – Ele gritou.
- COMO VOCÊ OUSA TER ESSE NOME? – Gritei de volta. – Me desculpe, mas Julieta é um nome MUITO mais normal do que Romeu.
Ele colocou as mãos na cabeça e disse:
- Ai Meu Deus, será que eu joguei pedra na cruz e não me lembro?
- Agora vão me perturbar pro resto da minha vida... – Reclamei.
- Hey, vocês dois não gostariam de participar do Clube de Teatro? – A professora perguntou.
- DE JEITO NENHUM! – Nós gritamos juntos.
O resto da aula foi normal e pareceu que todos tinham esquecido o negócio de Romeu e Julieta, mas eu nunca esqueceria aquilo...
Na hora do almoço, achei Helena sentada sozinha numa mesa bem no canto do refeitório lendo um livro. Peguei meu almoço e me sentei do lado dela.
- Hey! – Ela sorriu. – Então... Ta gostando da escola?
- Bom, meu dia ta um saco. Mas eu acho que se eu me acostumar e me manter afastada de umas pessoas chatas e mesquinhas daqui eu consigo me dar bem. – Sorri. – E você? Por que ta sentada aqui sozinha?
- Julieta, eu sou uma nerd. Ninguém quer sentar com uma nerd. Acho que você é uma das únicas amigas que eu tenho. – Ela falou, meio triste.
- E o seu irmão? Por que ele não senta com você?
- Meu irmão? – Ela riu. – Ele é um idiota. Nem liga pra mim, só pros amiguinhos dele.
Eu fiquei com certa pena dela. Poxa, ela era bem legal e ninguém sentava com ela só porque ela era inteligente.
Odeio com todas as minhas forças essas pirâmides sociais. As pessoas começam a julgar os outros pelo o que eles são por fora, mas ninguém se incomoda em parar por um instante para conhecê-los melhor.
No horário de saída, eu estava esperando Helena e seu irmão para irmos para casa quando esbarrei em Romeu. Ele me lançou olhares de raiva e eu resolvi ir para a república sozinha. Helena que me desculpasse depois, mas eu é que não ficaria ali com Romeu.
Saí andando, mas percebi que Romeu me acompanhava. Resolvi andar mais rápido, mas ele continuou me acompanhando.
- Para de me seguir! – Reclamei.
- Eu não to te seguindo, estou indo para a minha casa.
Revirei os olhos e continuei andando. Sua casa não deveria ser muito longe, então eu conseguiria aguentá-lo se ele ficasse calado.
Quando estávamos a mais ou menos 1 quarteirão da república, uma Helena ofegante gritou atrás da gente:
- Ei, esperem!
- Anda logo, Helena. – Romeu reclamou.
- Peraí, vocês se conhecem? – Perguntei, confusa.
- É claro que sim. – Disse Helena - Ele é meu irmão.
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E aí? O que acharam?