And Now...? escrita por Nivea_Leticia, Lorena Harris


Capítulo 3
E agora...Me aparece alguém!


Notas iniciais do capítulo

Oiii, pessoal do Bad *-*
Como estão???
Pois é, eu sei, eu erreiiii pra caramba. Uma pisada horrível da minha parte, mas, enfim... Eu havia dito que o Paris era o moreno e a Danika a loira, please, troquem. Mil desculpas, mas é que eu escrevi muiiittooosss capitulo com ele loiro! ^^
Foi mal, mesmo *-*
E como idiota que sou, coloquei um par romântico para ele totalmente... Tímido. Acho que vão entender depois.
Bem, a Danika pode sumir por um tempinho, mas Kylle vai pegar toda a cena nos demais capítulos com uma pessoinha nova na area. Ok, ok, parei de falar!
Galeraaaaa, obrigadão pelos rewis, e vou terminar de responde-los assim que a minha net voltar [postando do pc do meu irmão] =]
Bem... Espero que gostem!
Boa Leitura.



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Paris Chase Jackson

   O outro dia foi mais normal do que o anterior. Danika saiu de meu chalé rapidamente, dizendo estar atrasada para as suas aulas de grego, quer dizer, para das as aulas, uma vez que era a professora dos mais novos. Nunca entendi muito bem o porque dela ter se tornado isso, mas ela também nunca me desafiou em nenhum dos meus atos loucos.

   Passei a mão nos cabelos, lembrando do que eu fiz ontem. Se Kylle não tivesse parado na minha frente, se Lucien não tivesse me batido... Tremi levemente só de pensar no estrago que eu teria feito com o Diego. Sabia bem que não poderia vê-lo agora para o bem da sociedade.

   E por Kylle, eu soube que Lucien deixou bem claro a Diego que caso nos esbarrássemos, aquela seria a ultima vez que ele veria a luz do dia. Danika não pareceu gostar da ameaça, mas depois, ao analisar bem o quadro, concordou que seria o melhor. Evitando sentir dores desnecessárias, virei lentamente de lado. Pensa que apanhar não dói? Aquele Kylle tem um soco que desmonta qualquer um, as vezes me pergunto de onde veio aquela força.

Eu estava quase caindo em um sono calmo, pensando em tudo o que acontecia exatamente como ocorreu ontem, quando a porta abriu. Em uma pequena fresta, um rosto conhecido apareceu. Cabelos castanhos lustrosos, olhos verde-azulados e um rosto de boneca de porcelana era a face de Amy. Seus cílios grandes que davam a visão daquele olhar inocente pareceram assustados.

- A Danika está aqui? - ela perguntou baixinho com a sua voz calma e suave que encantava os garotos do acampamento. Fiz um gesto para que entrasse, e ela o fez com muita hesitação. Parece incrível, mas Amy é a garota mais tímida que já vi na minha vida, o que só aumentava ainda mais o seu jeitinho de boneca.

- Não - neguei dando um tossida fraca por minha voz estar saindo rouca demais - Algo que eu possa ajudar?

Ela logo negou, os cachos marrons claros batendo levemente em seu rosto. Não me perguntem o porque, mas tive uma grande vontade de colocar um fio daqueles atrás de sua orelha. Foi então que seu olhar delicado caiu em meu ombro e foi subindo para meu rosto. Com um arfar, ela chegou perto. Não deixei que me tocasse, não porque doía, mas por algo que também não sabia. E aquele simples toque em seu braço criou uma corrente elétrica em meu corpo, de um modo tão bom que chegava a ser hipnotizante. Ela também pareceu receber isso, mas se fez de quieta.

- Po-posso trocar  o cura-curativo? - ela gaguejou singelamente preocupada. Um tipo diferente do de Danika. Aos poucos, não querendo quebrar a nossa conexão, fui afrouxando o meu aperto em seu punho. Em segundos, ela tinha algumas gazes e um potinho de ambrosia em mãos, debruçada sobre mim. Meu corpo todo ficou alerta, estranhamente relaxado ao lado dela. Seu cheiro adocicado, que eu sabia ser próprio dela, dominava o ar, acordando todos os meus hormônios masculinos. Ela manteve seu olhar focado no que fazia, em nenhum momento permitindo que eu tivesse o vislumbre do olhar amêndoa. Pelas minhas olhadelas, que foram muitas, pela primeira vez notei o quanto era bonita, suas maças ficaram rubras. Uma cor linda nela. Franzi o cenho sem entender o porque de estar observando tantas coisas agora. Melhor parar, pensei fechando os olhos, descansando sob as palmas femininas que se movimentavam como seda em meu peito e em meu rosto. Apesar da dor, consegui achar muito bom aquele momento.

- Dessa vez foi pior - ela sussurrou baixinho quase como para si mesma com uma entonação de medo por mim, não pelo garoto que apanharia.

- Necessário - concordei em um volume similar ao dela.

- Não entendo o porque disso.

- Nem eu, Amy - admiti sentindo a sua mão parando como se estivesse em choque.- Algo errado?

- Nã-não - logo voltou a colocar aquela água gelada em mim - Nada, são só os ferimentos. Estão feios.

- Acabaram com meu rostinho lindo - brinquei lhe dando um sorriso que foi retribuído com uma risada tímida. Aquela sensação de choques pelas veias voltou.

- Sim, acabou com o seu rosto - concordou - Mas nada que daqui um dia não esteja de volta.

- Obrigado - agradeci com sinceridade abrindo os olhos para vê-la encarando os seus pés, um tom rosado tomando conta de sua bochecha.

- De nada...Paris - o meu nome saiu em um fiapo de voz, o suficiente para fazer meu pulso acelerar. O que era isso? Devia ser algo de amigos, pensei, lembrando que não tinha amigas garotas. Tinha meninas para beijar, não para conversar. - Bem, acho que já...

Antes que Amy tivesse a chance de terminar, uma loira de cabelos lisos, olhos dourado-avermelhados e de sorriso sempre simpático apareceu. Dafne tinha o nariz avermelhado, provavelmente de chorar, e parecia em pânico.

- Eu-eu vou indo - anunciou Amy aparentemente constrangida por estar no meu quarto quando só havia eu.

- Isso mesmo, vá - Dafne deu aquele olhar superior para Amy que não respondeu nada, só se moveu com a cabeça e foi levantando da cama. Segurei-a pelo pulso, mantendo-a ali.

- Você não tem o direito de falar com ela assim, Dafne - ralhei dando um olhar mortal para a minha ex namorada - Não quero conversar com você agora.

- Mas, Paris...

- Paris, eu já vou - implorou Amy em pânico. Aquilo era tão complicado para ela quanto para mim. Nunca na minha vida eu briguei com Dafne por ela se achar acima de alguém. Quer dizer, não até aquele momento. Amy era a garota mais simpática que eu já havia conhecido. Meiga e delicada, não merecia nem mesmo aqueles olhares de repulsa de minha ex. Um instinto maior, protetor se apoderou de mim, ordenando que ficasse ao lado da melhor amiga de minha irmã. E por isso, a impedi de ir embora. Ela trazia uma calma incontável para mim.

- Não, Amy - neguei fitando Dafne - Ela já estava de saída, certo, Dafne?

Para minha surpresa, a loira cruzou os braços sob o peito e moveu aquele cabelo que um dia fez todos os garotos estarem aos seus pés. Exatamente como eu, Dafne era popular, mas isso em nada implicava no momento. Amy estava acima dela.

- Vamos conversar, Paris - exigiu a filha de Clarisse com aquele mesmo gene teimoso, que encontro em sua mãe.

- Não - falei num tom nervoso-  Nós não vamos conversar, Dafne. Poderia de uma forma educada, evitar uma briga, e sair do chalé de meu avô?

Amy olhava aquilo pasma, sem saber como reagir ao perceber que estava a defendendo.

- E essa... - Dafne esquadrinhou Amy - Branquela vai ficar aqui com você?

Com essas pequenas palavras, Amy encolheu os ombros, os cabelos tampando toda a visão que eu tinha do seu rosto. Mas, instantes antes disso ocorrer, consegui um vislumbre de tristeza. Aquele apelido tinha a magoado.

Sem pensar nas conseqüências do que estava para fazer, levantei-me da cama (não me importando estar só de samba canção) e puxando pelo braço, empurrei Dafne para fora do Chalé 3.

Muitos campistas que estavam por ali, pararam para ver aquela cena do netinho dos deuses e da garota mais bonita. O que, antes, eram um casal bem... Normal. O típico americano.

- NUNCA MAIS VENHA AQUI PARA DIZER COISAS RIDÍCULAS PARA QUEM NÃO MERECE NEM MESMO ESTAR EM SUA COMPANHIA - berrei para ela que agora tinha os olhos marejados. Garanto que aquele não era um comportamento costumeiro meu. Humilhar alguém estava no ultimo lugar da minha lista. - VOCÊ NÃO É NADA ALÉM DE UMA VADIA, DAFNE, TENHO NOJO POR UM DIA TER NAMORADO COM VOCÊ.

- Paris, o que você.... - ela rodeou com o olhar todo o terreno da área do chalé. No de Hades, onde também estava Kylle, Diego assistia aquilo paralisado. - Aqui não.

- NUNCA MAIS VENHA ATRÁS DE MIM - apontei o dedo para seu peito - VOCÊ NÃO VALE NADA, É UMA ESTÚPIDA QUE ADORA BRINCAR COM OS SENTIMENTOS DOS OUTROS, ASSIM COMO FEZ COMIGO.

Dito isto, bati a porta do chalé de Poseidon atrás de mim com uma força que fez as estruturas tremerem um pouco. Minha respiração estava irregular, aquela raiva homicida pedia que eu voltasse lá e destruísse a cara de Diego por ter-me feito sofrer esse tipo de ridicularizarão. Fiz o maior esforço que pude para tirar aquela teia vermelha que já sobressaia meu olhar. Eu não podia perder o controle agora, não com Amy ali. Aquele simples pensamentos fez com que a adrenalina que corria em minhas veias parasse de ser fabricada. Não, eu não queria machucar Amy. Então, tinha aquela garotinha que mal batia em meu ombro tentando me segurar.

- Você não devia ter feito isso - ela murmurou para mim, com uma voz engasgada que dizia muito bem que ela estava chorando segundos antes de eu chegar. - É a Dafne quem você jogou para fora, tem...

- Se ela tivesse sido educada com você, quem sabe teríamos sido melhores amigos, mas - dei de ombros - Ela escolheu o que achou melhor para si mesma.

Amy nada disse depois disso, quase me arrastando para o sofá, que era bem mais perto do que a minha cama de casal. Eram poucos moveis ali, e desde a chegada de meu pai aqui, nada mudou muito. Com um ranger de dentes para ter mais força, ela permitiu que meu corpo caísse contra as almofadas macias de tom verde escuro aveludados que em qualquer outro caso poderia ter sido bastante feminino.

- Quer que eu traga algo para você? - perguntou ela, novamente fitando seus pés.

Assenti com a cabeça em sentido positivo.

- Algo para comer, acho que já faz um bom tempo que não tenho nada em minha barriga - enderecei um sorriso divertido para ela que para minha surpresa foi devolvido com o mais delicado puxar de lábios que já tinha visto - E você se importa de me fazer companhia depois?

- Eu... Mas a Dafne vai ficar...

- Vamos esquecer a Dafne, certo? - pedi entre dentes recebendo um aceno rápido de cabeça.

- Tudo bem, mas, tem certeza?

Descongelei um pouco.

- Tenho sim, Amy, se você não se importar é claro.

- Não me importo - ela colocou um cabelo atrás da orelha onde havia um brinco em forma de coração que combinava com seu rosto doce - Quer que eu chame sua irmã também?

Dei de ombros.

- Se você quiser, pode chamar.

- Então... Vou lá... - ela parecia um pouco confusa sobre o que dizer, e pressionando os lábios em uma linha feroz de timidez, Amy se foi. E pude perceber o quanto sua mão tremia. Eu não queria acreditar como Dafne a tinha machucado tanto. Como aquela idiota pode fazer isso? Quer dizer, era Amy, a garota mais fofa do mundo e amiga mais fiel que se poderia ter! Uma afeição por ela cresceu, eu não ia deixar que Dafne fizesse isso de novo. Não com Amy, a minha primeira... Amiga.

Danika Chase Jackson

Novamente tudo estava saindo do controle, pensei com um suspiro revoltado. Se bem que aquela Dafne mereceu. Vamos combinar, quem sai namorando e no meio de uma missão acha outro garoto para ficar se agarrando, sendo que o que estava esperando por ela gostava tanto dela? Só uma vadia! Dei um empurrão fraco em Lucien que estava por ali, também assistindo a cena do Paris enxotando Dafne do chalé de nosso avô, para poder passar para o refeitório.

- Ele ta nervoso demais esses dias, gatinha - falou Lucien andando calmamente ao meu lado, sem nem fazer muito esforço para acompanhar minhas passadas rápidas - Não to afim de ter de quebrar os meus dedos dando socos em Paris.

- Não vai ser necessário - respondi sucinta - Ele pareceu saber se controlar bem dessa vez. Ele nem se quer inventou de ir para cima do Diego, o que, se eu fosse ele, estaria agradecendo a todos os deuses.

Lucien riu daquele jeito maroto.

- Você tem um humor sombrio demais para uma neta de Atena, sabia, querida? - passou um braço envolta dos meus ombros, puxando para perto daquele corpo enorme - O que fizeram com você quando nasceu?

Mais uma risadinha.

- Talvez devo ter nascido na família errada, Lucien, nada demais.

- Você é um amor de pessoa.

- Ok, agora chega de contato - sacudi meu corpo para tira-lo de cima de mim - Não quero nenhuma cantada hoje, obrigada.

- Danika - escutei uma voz bastante familiar para mim me chamar. Rodei nos calcanhares para encontrar uma Amy arfando por ter vindo correndo.

- Onde você tava, garota? - perguntou Lucien dando um sorriso que eu conhecia muito bem que era de quem estava caçando uma nova presa. Como tímida que era, Amy mal notava as investidas de Lucien, o que eu adorava. Ok, eu gosto sim desse menino, mas ele é apenas o meu primo.

- Me ajuda com uma coisa? - pediu ela pegando a minha mão, a sua estava gelada igualmente como fica em dias de neve. Não entendia bem o porque de estar assim, contudo, não argumentei contra.

- Claro - concordei sem hesitar - Desculpe, Lucien, mas acho que vou ter de deixá-lo sozinho.

- O que posso fazer, né? - o garoto deu de ombros - Vou procurar Kylle, acho que vamos treinar esgrima mais tarde, não sou bom com arco e flecha.

Dei um tapinha em seu braço:

- Me diga no que você é bom, Lucien?

Sem dar tempo de resposta, puxei Amy para a parte mais vazia do refeitório. Ela estava pálida, tinha olhos vermelhos e de tempos em tempos, dava um fungada baixinha, quase como se eu não pudesse escutar. Não tirando a parte da sua mão estar quase congelando a minha. Deuses, o que tinha acontecido para ela estar assim?

- Onde eu posso te ajudar? - perguntei docemente não diminuindo a velocidade. Como era muito menor do que eu, teve um pouco de dificuldade em seguir meus passos.

- Comida, onde podemos conseguir? - certinha como sempre, nunca sabia onde pegar coisas erradas.

- No Chalé de Hermes, porque?

Ela não disse nada também, mudando o curso da nossa caminhada.

Os meninos nem se quer pensaram quando Amy pediu qualquer tipo de comida em troca de Dracmas, o que aconteceu a mais ou menos cinco minutos atrás. Agora, estávamos indo para algum lugar que demorei a descobrir qual era, até ela abrir a porta do Chalé 3 em um pedido para que eu a acompanhasse. O sol caia do lado de fora, anunciando mais um fim de dia. Dali, era possível ver os morangueiros com seus frutos tão avermelhados que chegavam a parecer irreais. Peleus também fazia parte do cenário, enroscado no pinheiro onde pendia o Velocino de ouro, a historia que nosso pai mais contava para gente, por ser uma das maiores façanhas de mamãe.

- O que estamos fazendo aqui? - perguntei quando ela, rubra, fechou a porta atrás de si. No píer, que dava acesso a água, o elemento primordial do nosso avô, meu irmão estava sentado. As pernas pendendo. Os dedos tocando suavemente a superfície. O sol brilhava em seu cabelo loiro, mas também em seus machucados e roxos contrastantes com sua pele bronzeado de revista. Uma cor que eu tinha herdado em um tom mais fraco.

- Aquela briga - sussurrou Amy apanhando em cima da mesa uma caixinha.

- Dafne e Paris? - questionei a ajudando, evitando ao máximo fazer algum tipo de barulho.

- Sim, foi por minha culpa - seus olhos me encararam - Eu tinha vindo procurar você. Ai, acabei indo conversar com Paris, ajudei ele com os hematomas e então...

- Dafne chegou - supus ganhando uma confirmação.

- Ela veio para... Reatar com Paris, penso eu, mas ele - ela desviou o foco da visão para a minha copia masculina aproveitando o sol - Ele brigou com ela. Dizendo que não queria mais vê-La. - sua voz tremeu.

- O que aconteceu depois disso, Amy?

Foi um silencio tenso, espesso e que eu sempre odiava.

- Dafne chamou Amy de Branquela - a voz de Paris, ainda encarando a água - Não aceitei aquilo, já não estava com muita paciência para ela, então - encolher de ombros - Tratei-a como merecia, como um cachorro.

Amy pareceu culpada por aquilo, outro fato que era normal dela. Ainda mais quando seu nome estava no meio da historia, e não acabou bem.

- Você devia ter conversando com ela - murmurou Amy indo em sua direção com a comida e o quadrado de remédios. Impressão minha ou um clima mais... Estranho se apoderou do lugar.

- E deixado que ela falasse como bem quisesse com você? - Paris levantou uma sobrancelha, acentuando seu olhar verde - Não, ela não tinha nenhum direito de magoar um amigo meu.

- E-ela não me ma-magoou  - balbuciou minha amiga errando bem na entonação. Sim, Dafne tinha magoado Amy. Eu conhecia aquela neta de Afrodite, sempre cuidadosa e medrosa em questões que se tratavam de pessoas. Mas, era uma ótima esgrimista, magnífica em mecatrônica (um segredo só nosso) e corajosa quando se tratava de monstros. Contudo, aqueles seres estúpidos como Dafne, eram altamente destrutivos para a garotinha um ano mais nova que eu, conseqüente, Paris também.

Falando nele, um puxar de cantos da boca transformaram seu rosto amigável, não safado.

- Tudo bem, se quer mentir para si mesma - ele me fitou - Vem para cá, Danika.

Vendo os dois interagindo assim como nunca tinha notado antes, me senti realmente deslocada. Dando um sorriso, neguei.

- Acho que vou deixar vocês dois conversarem, só vim trazê-la aqui mesmo. Cuide bem da minha amiga, viu, Paris?

- Eu já a tratei mal? - rebateu ele, fazendo com que Amy corasse mais ainda.

Paris Chase Jackson

Como prometido a mim, Amy trouxe a comida. Nunca tinha ficado tão contente. Havia de tudo, até mesmo um Cheetos e uma Coca-Cola, ambos que não deveria nem pensar em ingerir. Quase dei um beijo nela por ter trago aquilo.

- Obrigado mesmo, Amy - agradeci pela terceira vez tirando uma risada um pouco descontraída dela.

- De nada, Paris - então mostrou um pedaço de algodão - Em troca, vire um pouco o corpo para poder limpar isso de novo.

Enruguei o nariz. Eu odiava isso, ainda que suas mãos criassem choques em meu peito. Mas, como não podia reclamar, fiz o que foi mandado enquanto devorava devagarzinho, aproveitando cada parte, um biscoito recheado. Ela manteve aquele sorriso bondoso que todo médico devia ter, me vendo degustar aquela besteira da qual Quíron me mataria se ao menos tivesse um vislumbre de farelo de bolachas. Dessa vez, pude ver como ela fazia. Primeiro retirava o antigo, depois passava ambrosia para assim colar de volta as gazes. Era um trabalho demorado, doído e entediante, pelo menos para mim que tive de ficar sem mover um músculo. Ela, por outro lado, se divertia bastante. As vezes me perguntava como ela podia ser neta de Afrodite com Hefesto. Era ilógico. Geralmente, filhos de Apolo que viravam médicos, enfermeiros e todos os demais cargos que tratavam diretamente com a saúde.

Logo que terminou, foi pegando as sobras para jogar no lixo. Não demorou para estar de volta, ao meu lado, também olhando o céu que já estava quase todo negro e cheio de estrelas. Um cenário típico de filmes de romance, tirando a parte em que éramos só amigos. Sorri de meus pensamentos.

- Está se sentindo bem? - perguntou ela em um dado momento de nosso silêncio calmo. Sua voz, como estava me acostumando, era preenchido de um interesse genuíno sobre mim.

- Sim - sorri para o nada - Obrigado pela comida.

- Disponha.

Escutei seu estomago reclamar. Como eu pude ser tão estúpido? Ela também devia estar com fome, afinal, tinha ficado o dia inteiro ao meu lado, cuidando de mim. O mínimo que eu deveria me preocupar era com suas necessidades.

- Por que não me disse que não tinha comido algo? - briguei com ela apanhando um Doritos que eu não havia conseguido colocar para dentro.

- Acho que... Sabe... - ela jogou o cabelo para um ombro - Você precisava mais do que eu. Está em recuperação.

- Isso não quer dizer que não precise se alimentar - abri a embalagem e entreguei a ela que hesitou um pouco antes de segurar entre suas mãos pequeninas, iguais a de uma criança. Outro fato que a tornava tão feminina. Pegando um, levou a boca. Seu rostinho ficou feliz de um modo que não tinha visto antes. Ok, eu não passava nem um pouco de tempo ao seu lado, e ainda assim, ela fez tudo para mim e eu vacilei. Ela corou sentindo meu olhar em sua face.

- Obrigada, Paris - comeu mais um nachos - Continuo achando que essa daqui era a sua comida.

- Eu estou bem. Foram só alguns murros, machucados e outras coisas, nada que eu não possa administrar.

Ela riu baixinho.

- Como se isso fosse pouco, seu louco. - ela se deu conta da intimidade que aconteceu - Desculpe, eu não queria te chamar de...

- Tudo bem, Amy, sabia... - roubei um triangulo, só de gula - Você tem que ser mais relaxada, garota.

- É que - senti um incomodo em sua voz - Eu não estou acostumada a ter amigos... Populares.

Dessa vez, quem riu foi eu.

- Não somos bichos de sete cabeças, Amy.

- Mas, você e sua irmãs são filhos dos heróis mais conhecidos pelo nosso mundo - ela fechou o pacotinho que ainda estava no meio - Então, é impossível saber como agir com vocês.

- Somos pessoas quase normais, então, aja com naturalidade.

Ela pareceu pensar sobre isso, mas, pelo que pude notar, ia demorar muito para ter alguma intimidade comigo, ficar brincando ou conversando. Amy pousou o Doritos na madeira do píer, deixando de lado.

- Nada disso - briguei recolocando em seu colo - Pode comer isso tudo.

- Paris - reclamou. Só que teve efeito contrario ao que ela queria.

- Nada de choramingo, coma, Amy.

- Paris!

Não permitindo que ela vencesse essa discussão, peguei um em minha mão e coloquei em sua boca. Na mesma hora, aquela menina ganhou uma tonalidade vermelha em suas bochechas.

- Paris, não precisa disso, eu sei...

Entreguei mais um para ela, sem deixar que reclamasse. Foi assim, até Amy aceitar que não ia funcionar. Ao fim, fiquei triste quando acabou o pacote. Era divertido dar comida para ela, seus olhos pequeninos reviravam a todo instante, seu sorriso de canto totalmente tímido. Poderia até afirmar que tinha gostado. Quer dizer, eu gostei.

- Está tarde, Paris, tenho que ir - sussurrou ela um pouco depois de ter me ajudado a deitar na minha cama, após ter me esperado tomar um banho.

- Já? - fiz uma careta. Era tão bom ficar em sua companhia. Agradável sem nem mesmo perceber.

- Não quero ser comida de Harpia - disse ela dando uma ajeitadinha em meu cobertor - Sem contar que é contra as regras uma menina estar na companhia de um menino quando só tem os dois em um chalé.

- Isso também é uma droga.

Ela riu.

- Eu não sou de quebrar regras, Paris, então, vou indo.

- Obrigado.

- De nada - para minha surpresa, ela me deu um beijo no rosto, inocente como sempre. - Quem sabe amanha não volto?

Não entendi o porque, mas ela riu de novo. Provavelmente do meu rosto.

- O que foi? - perguntei confuso.

- Você parece uma criança - disse dando alguns passinhos para trás - Amanha eu volto.

- Uma promessa?

- Sim, uma promessa.

Com um “Boa Noite, Paris”, ela foi embora. Garotas, como deixam garotos tão perdidos!


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam da Amy? Gente boa? E a Dafne, mereceu ou não o fora?
Ela vai ser alguém bastante... intrigante na história!
Bem, beijinhos
;D
Mereço rewis?
[Ps: Sem ação né?] Superr beijo pra minha beta/prima, Gabriela! Sim, ela me aturou quando errei muitoooooooo! uhasuhsahusahusauhasuhsa