Betrayed By Death (traídos pela Morte) escrita por Julia-C


Capítulo 15
Submissive to the Hell




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Do quintal, observei a casa em seus míseros detalhes, pensando em minha família e sabendo que nunca mais veria aquele lugar. Reanalisei mentalmente tudo o que havia colocado em ambas das duas malas, que pendiam ao lado do meu corpo no momento. Considerei se ali havia lembranças o suficiente para tornar razoável a minha permanência em Volterra- por pelo menos alguns anos. Eu não podia, de forma alguma, negar que o meu verdadeiro anseio naquele momento era poder ter Edward e Renesmee dentro daquelas bolsas, algo completamente impossível, eu tinha consciência disso. Contudo, o peso das malas me fazia crer que a qualquer momento eu teria de largá-las e correr de volta para casa, para minha casa. Era quase como se as malas tivessem vontade própria, e que naquele instante, elas relutavam em sair dali.

Respirei fundo mais uma vez, e me obriguei a virar e seguir em frente, como o resto dos Volturi. Assim, percebi que apenas Jane estava no meu campo de visão a uns poucos metros diante de mim, todo o resto parecia já ter avançado pela floresta, certamente compreendendo o porquê de minha pausa em frente ao antigo lar.

-Pronta para ir? – Jane perguntou, mais uma vez forçando sua voz, de uma forma aporrinhadora.

-Nunca estarei. –resmunguei a fuzilando com os olhos, cada vez mais irritada.

Ela lançou-me um olhar intimidante, e virou-se de um modo brusco em direção ao interior da floresta, ignorando completamente a ironia e minha dor ao estar deixando Forks.

Bufei, ponderando relutar por um momento, exonerarei essa possibilidade  em segundos, e finalmente caminhei ao lado de Jane, não sabendo ao certo até quando eu seria capaz de me controlar.Logo,estávamos perto o suficiente do resto dos vampiros para que pudéssemos os ouvir:

-... Será em pouco tempo, teríamos que já estar na Itália. –Aro falou com a voz pesada.

- Eles não perdoarão nossa ausência. – conclui Marcus.

-Se pegássemos um avião de Seattle até Roma, poderíamos...-a voz de Alec ia ficando cada vez mais fraca até finalmente se tornar imperceptível.

Mesmo sem olhar, tinha certeza de que os chamados “líderes” tinham lhe lançado um olhar insolente, desconsiderando, de forma arrogante, a sugestão do garoto. Conhecendo-os como conhecia, tinha certeza de que o fariam, por melhor que fosse a proposta.

-Vejam só! Alec, agora você acha que pode nos dizer o que fazer! –exclamou Aro, satirizando.

Não pude ouvir aquilo calada, avancei pela floresta, chegando em segundos onde os mesmos se encontravam e discordei abruptamente:

-Não, eu acho que ele está certo, Aro. – olhei para Alec de uma forma cordial, andei até ele, e pousei minha mão sobre seu ombro esquerdo- Seja qual for o vosso compromisso chegaremos mais cedo em Volterra de avião.

Um denso silêncio instalou-se entre nós. Aro, Caius e Marcus me olhavam espantados, mas ao mesmo tempo podia-se perceber a fúria florescendo no interior dos seus olhares, todo o resto- Jane, Alec, Felix, Demetri, e o menino o qual eu ainda desconhecia- olhavam-me chocados e com um pouco apreensivos sobre o que viria a seguir.

       Engoli seco ao considerar o que havia acabado de fazer, e pigarreei quebrando o silêncio. Quase simultaneamente, Aro andou lentamente até mim, com as mãos cruzadas enquanto falava:

-Atitude, que excelente qualidade Bella! A virtude perfeita para um Volturi. –ele abriu um sorriso meigo, e, de forma repentina, transformou-se. Agarrou meu braço de um jeito, que se adicionasse um pouco mais de força seria capaz de machucá-lo - Mas você não manda aqui, entendeu? Você podia ser a queridinha dos Cullen, mas eu estou no comando agora. Não aceito sugestões, muito menos de você, novata. Conquiste seu poder, e tomará as decisões por aqui, até lá mantenha os pés no chão. Está entendido?

Exatamente quando abri minha boca para contestar, avisto Alec. Ele está afastado, do lado oposto, com um olhar preocupante. Apenas cerrei meus lábios novamente, enquanto fechava minhas mãos em punho. Os olhos repugnantes de Aro voltaram-se para baixo, em direção às minhas mãos.

-Está entendido? –ele repetiu, exigindo, de forma rude, uma resposta.

Assenti somente, embora ainda não estivesse acreditando que ele havia mesmo falado aquilo.

- Ótimo. –seu rosto rapidamente tomou uma expressão acolhedora, como uma metamorfose. Ele deu tapinhas em meu ombro, e retomou seu posto.

Após um momento de tensão, retomamos a caminhada a sudeste, no encontro do Oceano. Eu andava cada vez mais devagar, relutando. Não demorou muito para Felix e Demetri instalarem-se atrás de mim, impedindo de que eu me dispersasse do resto do clã. Rosnei, abominando a idéia de estar submissa á eles - como uma rebelde em uma prisão, que por possuir um passado criminoso, necessita de vigia a todo o momento-.

-Será que eu vocês não podem nem sequer confiar em mim o suficiente para me deixar caminhar sem escolta?

Sem obter respostas, presumi que aquilo certamente era um não.Revirei os olhos,ciente de que seria um longo dia.


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