Pov Bella:

Entrei no banheiro abrindo a gaveta da pia dele. Confesso que com minha agitação devo ter quebrado-as, já que não achei o que eu queria. Corri até o quarto da minha mãe, ajudando Edward a se sentar em minha cama, já que o mesmo estava um pouco tonto.

Entrei correndo no quarto e logo achei o Kit de primeiros socorros dentro do closet da minha mãe. Agradeci aos céus por ter tudo o que eu precisava na maletinha branco e rapidamente caminhei até o meu quarto encontrando Edward deitado em minha cama. O observei por alguns segundos notando que mesmo com o rosto machucado ele continuava lindo. Balancei minha cabeça e disse para mim mesma que agora -definitivamente- não era hora de pensar nisso. Afinal Edward estava ferido e era meu dever cuidar dele, já que o mesmo ganhara os ferimentos por minha causa.

-Você está com dor de cabeça?- Perguntei depois de já ter limpado quase todos os seus ferimentos.

-Sim- Respondeu em um sussurro.

-Qual remédio você toma para dores de cabeça?- Perguntei de dentro do meu banheiro, onde eu estava guardando o kit.

Escutei Edward caminhando em minha direção meio a tropeços. Senti um calor incomum em minhas costas e deduzi que ele estava ali, atrás de mim.

-Eu só tomo um remédio recém criado.- Sussurrou. E mesmo estando um pouco mal, eu percebi o tom estranho em sua voz. Um tom que eu nunca ouvira antes.

-Qual?- Perguntei me virando para ele.

-Você.- Respondeu me beijando, mas eu não entendi direito o que ele disse, como assim ele me toma? Ou acha que eu sou um remédio? Eram essas as perguntas que eu faria, se o beijo não estivesse tão bom a ponto de me fazer esquecer de tudo, até do meu próprio nome.

Coloquei minhas mãos ao redor de seu pescoço e mexia lentamente em seus cabelos, bagunçando-os. Enquanto Edward mantinha as mãos firmes em minha cintura, como se dissesse que não me deixaria sair dali tão cedo.

Dormimos muito tarde naquela noite. Edward e eu ficamos nos beijando até a hora em que meus pais chegaram, com uma cara nada boa, admito. Mesmo com tanta insistência da minha parte, Edward preferiu dormir no quarto dele e não no meu. O que eu confesso que me deixou um pouco triste, já que eu estava viciada em seus lábios e tê-lo por perto me dava uma sensação de proteção.

Renée estava radiante aquela manhã. Deu folga para todos os empregados da casa e ela mesma preparou o café da manhã, que a propósito estava uma delícia. Depois nos chamou para sentarmos na varanda e falou que havia uma noticia para nos dar. Meu pai não pode participara de nossa pequena "reuniãozinha", já que como ele mesmo falou: o dever o chama.

-Bom todos estão presentes?- Ela perguntou quando eu e Edward já estávamos sentados cada um em sua cadeira, postas na varanda.

-Sim.- Respondi sorrindo.

- Ótimo!- Ela exclamou e logo continuou- Há algum tempo atrás, Bella chegou aqui com Edward.- Ela falou como estivesse contando a história para um desconhecido e não para os personagens dela, no caso eu e Edward. -E assim que os vi juntos, imaginei os dois casados e cheios de filhos.- Nessa hora eu e Edward coramos. -Porém as coisas mudaram. Não para mim é claro. Mas para Charlie, que vê em Edward um filho. Eu também o veria assim, se não o idealizasse como o genro perfeito.- Sorriu o olhando.- Acontece que Charlie cabeça oca Swan, acha que vocês se tratam com irmãos e que nunca fariam ou teriam algo a mais, o que eu acho um desperdício. Por isso eu quero propor algo a vocês, Bella e Edward, mas antes de dizer, preciso saber é se vocês estão dispostos a fazer o que eu irei dizer, certo?- Perguntou nos observando, eu apenas acenei positivamente. Edward pareceu meio inseguro e não respondeu nada. -Edward qual é a sua resposta?- Indagou.

-Aceito.- Finalmente ele respondeu.

-Ótimo, mas vamos ao que interessa. Minha amiga Elise acabou de voltar da Europa. Ela está montando uma pequena escola de Artes plásticas, não sei se pode ser chamado de escola, já que a construção é pequena, mas enfim... Bastante pessoas estão fazendo o curso, porém eu consegui matricula-los nele. E bom, para encerrarmos, as aulas de vocês começam amanhã. Estejam de pé as sete e meia.- Completou levantando da cadeira e caminhando para longe de nós.

-EI MÃE ESPERE!- Gritei correndo atrás dela.

-Alguma dúvida?- Perguntou parando de subir as escadas.

-Como fica o meu trabalho, eu preciso arrumar um, né?- Perguntei arqueando as sobrancelhas.

-Não se preocupe. Seu pai e eu iremos custear todas as despesas, afinal dinheiro não é problema e garanto que quando eu partir não vou levar nem uma moeda daqui.- Falou piscando o olho esquerdo e continuando seu caminho.

"É minha mãe as vezes pode ser muito louca" pensei balançando a cabeça.

-BELLA!-Escutei Edward gritar e rapidamente corri até a varando, vendo-o caído no chão com uma expressão de dor.

-O que aconteceu?- Perguntei ajudando a se levantar.

-Eu cai da cadeira.- Falou encabulado.

-Normal, eu também caia muito da cadeira quando eu era pequena.- Falei.

-Mas acontece que você era pequena e não era cega.- Murmurou parecendo estar olhando para chão. Suspirei.

-Quantas vezes eu já não lhe disse que você não pode ficar se tratando desse jeito?- Perguntei levantando seu rosto.

-Muitas.- Sussurrou.

-Então por que ainda insiste em fazer isso?

-Por que, eu... bem... eu. Deixa para lá, não tem importância.- Suspirou parecendo estar cansado.

-Tudo bem não quer falar não fale. - Eu disse saindo da varanda e o deixando sozinho. Sei lá, eu fiquei estranha quando ele não quis dizer o que iria dizer. Muito confuso, mas fazer o que já me disseram que eu sou uma incógnita a ser resolvida.

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Pov Desconhecido:

Eu estava de volta. Por mais que as férias na Europa tivessem sido ótimas eu sentia falta daqui. E como uma boa cidadã, voltei para o meu lugar de origem disposta a fazer tudo diferente. E quem sabe acha-lo e fazer aquilo que eu prometera a minha irmã a algum tempo atrás: eu cuidaria dele como se fosse meu filho e não deixaria que nada de ruim acontecesse a ele. Porém não onde ele está e isso dificulta as coisas, principalmente quando até o próprio pai dele não sabe o paradeiro do filho. O que me obrigou a rever antigos contatos, para que ele fosse localizado. Mas as coisas estão mais difíceis do que eu pensava. E mesmo que o preço para acha-lo fosse algo que não tenha custado muito. Só um hospital [N/A: Isso será explicado mais detalhadamente depois], não saiu muito caro como eu dissera anteriormente. Porém para Nickolas te-lo era questão de honra. E como eu precisava de seus serviços e ele dos meus, fizemos uma troca, ele o achava e eu o ajudava a ter o hospital.

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Bella pov

-Bella, você está ai?- Edward disse batendo em minha porta. Eu havia passado praticamente o dia inteiro no quarto. Estava triste sem nem saber o motivo.

-Não está.- Respondi de volta.

-Então quem está falando?- Perguntou em um tom divertido.

-Isabel, amiga dela.- Respondi entrando na brincadeira.

-Você pode anotar um recado?- Perguntou.

-Posso, diga ai.- Gritei de volta.

-Diga a ela que Edward está muito mal, pois a fez ficar triste e quer vê-la o mais rápido possível. Diga também que o coração dele está apertado e parece bater mais devagar, pois não está com ela. E acrescente que...- Não deixei ele falar, pois levantei da cama em um pulo abri a porta o abraçando, sentindo seu perfume-...ele mandou perguntar se ela não quer namorar com ele.- Sussurrou em meu ouvido.

-Ela mandou dizer que aceita e que logo vai vir te dar um beijo.- Sussurrei de volta.

-Você é a Isabella ou a Isabel?- Perguntou confuso

-Isabel, mas porque a pergunta, não quer namorar comigo?- Falei me desfazendo do abraço.

-Desculpe Isa, mas somente uma pessoa faz meu coração palpitar e meu corpo inteiro se encher de alegria só com o som de sua voz.- Falou parecendo me olhar.

-Quem?- Perguntei.

-Isabella.- Sussurrou como se estivesse cantarolando meu nome.

-Pois ela está bem aqui e quer ouvir de novo tudo o que você falou para Isabel.-Falei brincando.

-Desculpe, mas a minha cota de palavras bonitas já se esgotou namorada.- Falou me dando um selinho rápido e quando quis me beijar falei.

-Desculpe, mas a minha cota de beijos já se esgotou namorado.- Dito isso corri para minha cama e ele correu atrás de mim, com um pouco de dificuldade é claro, mas assim que me alcançou, começou a repetir tudo que dissera antes.

E aquele dia que tinha tudo para ser um desastre, tornou-se um dos melhores da minha vida. Eu sabia que se não fosse por ele eu não estaria tão feliz quanto agora.